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Teoria geral contrato mercantil

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INTRODUÇÃO
 Com a evolução das relações mercantis, surgiu a necessidade de se realizar contratos, como via de garantir, se não a efetivação de suas disposições de modo direto, ao menos a possibilidade de sua cobrança.
Fábio Ulhoa Coelho, leciona que na “exploração da atividade empresarial, a que se dedica, o empresário individual ou a sociedade empresária celebram vários contratos. Pode-se dizer que combinar os fatores de produção é contrair e executar obrigações nascidas principalmente de contratos”.
Partindo dessa análise, pode-se perceber que os contratos, de certo modo, viabilizam as relações empresariais, uma vez que, através de um negócio jurídico estabelecido entre sujeitos capazes, ter-se-á elementos básicos para a produção de bens e serviços, desenvolvendo-se, por conseguinte, o que os economistas chamam de recursos ou fatores de produção.
Assim, pode-se traçar linhas perpendiculares, em que relações mercantis e fatores de produção (capital, trabalho, insumos e tecnologia) se unem no ponto em que são desenvolvidos seus contratos, verbi gratia:
“(...) o capital pressupõe a celebração de contrato bancário, pelo menos o de depósito. Para obter insumos, é necessário contratar a aquisição de matéria-prima, eletricidade ou mercadorias para revender. Articular na empresa o trabalho significa contratar empregados (CLT), prestadores de serviços autônomos ou empresa de fornecimento de mão-de-obra (terceirizada). A aquisição ou criação de tecnologia faz-se por contratos industriais (licença ou cessão de patente, transferência de know-how). Além desses, para organizar o estabelecimento, por vezes o empresário loca o imóvel, faz leasing de veículos e equipamentos, acautela-se com seguro. Ao oferecer os bens ou serviços que produz ou circula, ele igualmente celebra contratos com consumidores ou outros empresários. Ao conceder crédito, normalmente negocia-o com bancos, mediante descontos ou factoring”.
Nesse diapasão, podem-se visualizar os contratos mercantis que a seguir serão destrinchados, quais sejam: Contratos de Compra e Venda Mercantil, de Colaboração, Bancários, Intelectuais e de Seguro.
 
CONTRATO MERCANTIL
É o contrato cujo objeto é de natureza comercial, aquele em que pelo menos um dos contratantes exerce atividade mercantil, provando-se mediante correspondência dos registros constantes dos livros comerciais. Descrito no Código comercial nos arts. 121 a 139.
Os contratos comerciais podem provar-se por:
Por escrituras públicas;
Por escrituras particulares;
Pelas notas dos corretores e por certidões extraídas dos seus protocolos;
Por correspondência epistolar;
Pelos livros dos comerciantes;
Por testemunhas.
. NATUREZA MECANTIL DA COMPRA E VENDA
A partir do Código de Defesa do Consumidor, o direito passou a ser regidos por três regimes jurídicos: o código civil contém normas gerais aplicadas aos contratos que não pertencerem aos outros dois regimes; o da tutela do consumidor, pertinente aos contratos das relações de consumo; e o mercantil, que disciplina os contratos de atividade comercial.
Atualmente, no direito brasileiro, distinguimos três diferentes contratos de compra e venda (civil, mercantil e ao consumidor), cada qual sujeito a uma disciplina própria.O direito comercial se ocupa do contrato de compra e venda de natureza mercantil, se relacionam com o exercício de uma atividade comercial.Considera-se mercantil a compra e venda quando presentes as condições, dispostas no art. 191 do Código Comercial e parcialmente alterado pelo Código do Consumidor:
objeto do contrato é um bem móvel ou semovente (requisito objetivo);
pelo menos uma das partes é comerciante, exerce atividade mercantil (requisito subjetivo);
a compra é feita com o intuito de revenda ou locação do bem adquirido (requisito finalístico).
1.2. FORMAÇÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA
A compra e venda mercantil é um contrato consensual, as partes se entendem quanto ao objeto ao preço para que o vínculo contratual se concretize.
Os objetos contratuais podem ser móveis ou semoventes, corpóreo ou incorpóreo. Repelindo apena a venda do considerado fora do comércio (CC, art. 69), exclui-se do regime comercial os objetos imóveis. A coisa pode ser própria ou alheia, é prática usual no comércio a venda de bens a serem adquiridos em razão de sua atividade econômica. Em relação ao preço, deverá ser pago em dinheiro e em moeda nacional, para não caracterizar troca. A execução do contrato pode estar subordinado à uma condição.
Para a formação desse acordo de vontades, uma das partes, denominada proponente, deve, primeiramente, expressar a sua vontade em contratar, através de manifestação dirigida ao seu possível contraente, denominado oblato. Essa manifestação, com os termos do contrato, é a proposta, também chamada de policitação.
 Nos termos do art. 427 do Código Civil, a proposta obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Entretanto, a proposta deixará de ser obrigatória se: a) feita sem prazo a pessoa presente, ainda que por telefone, ou outro meio de comunicação semelhante, não for imediatamente aceita; b) feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; c) feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo fixado; ou d) se antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
 Recebida a proposta, caberá ao oblato, dentro do prazo estabelecido para a sua resposta, aceitá-la, concordando com todos os seus termos e condições, ou recusá-la. A aceitação manifestada pelo oblato deverá ser uma adesão total aos termos e condições constantes da proposta, importando em nova proposta a aceitação realizada fora do prazo, com adições, restrições ou modificações (CC, art. 431).
 Assim, entre presentes, considera-se formado o contrato se imediatamente aceita pelo oblato a proposta apresentada pelo proponente. Já, entre ausentes, considera-se formado o contrato, nos termos do art. 434 do Código Civil, no momento em que a aceitação é expedida pelo oblato, salvo se: o oblato retratar-se tempestivamente (art. 433 do Código Civil); o proponente houver se comprometido a esperar a resposta; ou a aceitação não chegar no prazo convencionado. 
Como mencionado, a aceitação poderá ser retratada pelo oblato, se antes ou junto dela chegar ao proponente a retratação do aceitante, conforme disposto no art. 433 do Código Civil.
 Por fim, observa-se que o contrato reputar-se-á celebrado no lugar em que foi proposto, conforme disposto no art. 435 do Código Civil.
1.3.CONSTITUIÇÃO DO VÍNCULO CONTRATUAL 
O vínculo contratual deve abster-se de não cumprir os seus princípios fundamentais. Estes são sete:
a) princípio da autonomia de vontade: é o que estabelece a não vinculação estatal às relações entre particulares, é o direito do cidadão de celebrar seu contratos sem intervenção governamental, senão para dirimir conflitos. Lembra-se que ela não é absoluta, pois o contrato deve primar pela ordem pública;
b) princípio do consensualismo: é onde se nota que as partes expressam sua vontade não elaboração do contrato e em assumir a obrigação. A exceção deste princípio são os contratos reais, que dependem da entrega de coisa (ex: mútuo, comodato, depósito e etc...)
c) princípio da relatividade: é princípio que restringe as obrigações assumidas aos contratantes e seus sucessores, à exceção, nos casos dos sucessores, dos contratos personalíssimos. Há contratos que não são abrangidos por este princípio, pois os seu objeto envolve relação jurídica com terceiro, sendo que nestes casos a sua possibilidade deve estar expressa em lei (ex: contrato de seguro de vida);
d) princípio da obrigatoriedade: este princípio é que agrega a cláusula implícita do pacta sunt servanda (os pactos devem ser respeitados), ele serve para trazer segurança jurídica às relações contratuais, para as partesunilateralmente não se desonere de cumprir sua obrigação. Evidentemente que esta cláusula (princípio) não é absoluta, haja vista as variações das condições jurídicas e fáticas na execução dos contratos;
e) princípio da revisão: é a cláusula rebus sic stantibus (enquanto as coisas estão assim), também chamada de Teoria da Imprevisão. Com efeito, é o que torna o princípio da obrigatoriedade não absoluto. Ele prevê que quando o cumprimento da obrigação contratual ficar demasiadamente oneroso a uma das partes, por motivos externos e extraordinários, podendo a prejudicada buscar judicialmente a amortização de sua prestação (art. 478 do CC);
f) princípio da boa-fé: “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios da probidade e da boa-fé” (art. 422 do CC);
g) princípio da supremacia da ordem pública: muito embora não possa haver intervenção estatal, e a vontade das partes é requisito para a elaboração dos contrato, ele sempre deve atende ao interesse público. Deve ter sua função social prevalente ao interesse dos particulares envolvidos.
1.4. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS MERCANTIS
 Os contratos mercantis podem ser classificados das mais diversas formas, conforme o critério considerado. Para os fins deste trabalho, seguiremos a classificação apresentada por Fábio Ulhoa Coelho: 
a) Bilaterais e unilaterais: essa classificação considera as obrigações assumidas pelas partes. O contrato é bilateral ou sinalagmático quando ambos os contratantes assumirem obrigações recíprocas (compra e venda; representação comercial). A exceção do contrato não cumprido – exceptio non adimpleti contractus – somente é aplicável a essa modalidade de contrato. Por sua vez, o contrato é unilateral quando apenas uma das partes tem obrigações perante a outra (mútuo). 
b) Consensuais, reais ou solenes: trata-se de classificação que considera os pressupostos de constituição do vínculo contratual. O contrato é consensual quando o simples encontro de vontade das partes basta para a formação do vínculo contratual (compra e venda). O contrato é real quando a formação do vínculo contratual depende da entrega da coisa (depósito). Por fim, o contrato é solene quando a formação do vínculo contratual depende da emissão de um documento.
 c) Comutativos e aleatórios: trata-se de classificação que considera a possibilidade de as partes preverem as prestações e contraprestações a que estarão obrigadas com a execução do contrato. O contrato é comutativo quando os contratantes podem antecipar como será a execução do contrato. Por sua vez, o contrato será aleatório quando, em razão da álea característica do objeto contratado, tal antecipação se torna impossível.
 d) Típicos ou atípicos: trata-se de classificação que considera a existência ou não de dispositivos legais que disciplinem expressamente os direitos e deveres dos contratantes. O contrato é típico quando a lei disciplina os direitos e deveres das partes. Por sua vez, o contrato será atípico quando os direitos e deveres dos contratantes são mencionados no instrumento contratual que assinaram.
 Por fim, observa-se que os contratos, em geral, também podem ser classificados em gratuitos ou onerosos. Ocorre que os contratos mercantis são sempre onerosos, haja vista a finalidade da atividade econômica que é explorada pelo empresário.
1.5. RESPONSABILIDADE DAS PARTES
Celebrado o contrato de compra e venda mercantil, o comprador tem a obrigação de pagar o preço estipulado e o vendedor de entrega da coisa. Se o primeiro não cumpre a sua parte responde pelo valor devido acrescido de perdas e danos ou de pena compensatória e demais encargos assumidos. Se o vendedor não cumpre o dever de entregar a coisa, o comprador terá o direito apenas da indenização por perdas e danos.
O vendedor responde ao Vício redibitório, quando o bem não corresponde as especificações acordadas entre as partes (CCom, art. 210), e por evicção, que é a perda da coisa, total ou parcial, pelo adquirente em conseqüência de reivindicação judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor (CCom, arts. 214 e 215).
O transporte da mercadoria transacionada, cabe em princípio ao comprador, contratando os serviços de transporte por sua conta e risco. Podendo estabelecer disposição contrária, uniformizando os encargos entre as partes, principalmente nas relações comerciais de importação, onde a Câmara de Comércio Internacional convencionou alguns termos padrões, os Inconterms.
Outras relações contratuais são desenvolvidas pelo comércio visando o fornecimento de bens ao consumidor.
Fábio Ulhoa descreve:
 "que não existe classificação dos contratos mercantis adotada por toda a doutrina".
1.6. CONTRATOS DE COLABORAÇÃO
Neste grupo encontramos o mandato mercantil, a comissão, a representação comercial, a concessão mercantil e a franquia.
Os contratos de colaboração se organizam de acordo com as determinações do contratante, tem caráter empresarial. O contratado se obriga na divulgação da mercadoria produzida pelo contratante no comércio, observando-se as orientações por este fixadas.
1.7. MANDATO MERCANTIL
Entende-se por Mandato Mercantil o contrato segundo o qual uma pessoa se obriga a praticar atos ou administrar interesses de natureza comercial, em nome e por conta de outrem, mediante remuneração. Quem confere os poderes para a prática dos atos tem o nome de mandante, aquele a quem os poderes são conferidos chama-se mandatário. O instrumento por via do qual, em geral, os poderes são conferidos é a procuração. Por tal razão, o mandatário é também denominado procurador e o mandante como outorgante.
O Código comercial conceitua mandato mercantil no art. 140 e no art. 154 caracteriza-o como um contrato sempre oneroso, não admitindo atos ou contratos de natureza gratuita. Também requer o Código comercial que o mandante seja comerciante e comerciais os negócios a serem tratados pelo mandatário.
1.8 . REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
Entende-se por contrato de representação comercial aquele em que uma parte se obriga, mediante remuneração, a realizar negócios mercantis, em caráter não eventual, em favor de uma outra. A parte que se obriga a agenciar propostas ou pedidos em favor de outra tem o nome de representante comercial; aquela em favor de quem os negócios são agenciados é o representado. Convém frisar que os representantes comerciais não são empregados dos representados, sendo a representação uma atividade autônoma.
1.9. DA EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
As causas extintivas do vínculo contratual estão previstas nos arts. 166, 167, 171 e 472/480 do CC. Dão elas causa a invalidação do contrato quando há erro antes da constituição do contrato (a)); ou, causa a dissolução do contrato, relacionado com causas posteriores a constituição do contrato (b), c), d) e e)):
a) Nulidade ou anulabilidade do contrato: nulidade nos art. 166 e 167 do CC, e anulabilidade no art. 171 do mesmo diploma;
b) Direito de arrependimento: poderá, quando expressamente previsto em cláusula contratual, a parte arrepender-se da obrigação assumida, sendo que as arras e o sinal tem o cunho de indenização;
c) resolução: quando ocorrer a inexecução do contrato por inadimplemento de uma das partes voluntária ou involuntariamente, ou, ainda, pela onerosidade excessiva (rebus sic stantibus), retornando ao status quo ante;
d) resilição ou distrato: quando ocorrer a vontade dos contratantes de promover a dissolução do contrato, tendo por conseqüência o que for ajustado entre as partes. Admite-se a resilição unilateral (denúncia), se o contrato contiver autorização expressa, não operando efeitos retroativos, cabendo às partes solucionar eventuais pendências, e, se previsto na cláusula de arrependimento, pagar a multa penitencial. O art. 473/CC trata da resilição unilateral estabelecida em lei;
e) Morte de um dos contratantes: à exceção dos contratos com responsabilidade sucessória, ou seja, é causa de dissolução quando a obrigação é personalíssima;f) Rescisão: alguns doutrinadores entendem como forma específica de dissolução do contrato, quando há vício de vontade da parte pelo estado de perigo ou por lesão (art. 156/157 do CC). Entretanto, está definição não é a mais acertada, haja vista a previsão da anulação do contrato pelo inc. II do art. 171 do CC, que prevê a lesão e o estado de perigo. Com efeito, a definição mais coerente de rescisão é que ela se trata da extinção do vínculo contratual, ou seja, uma definição genérica da extinção do contrato.
 
2.0. SHOPPING CENTER
Os temas que serão abordados, tanto práticos como jurídicos, irão trazer a lume o que acontece por detrás dos bastidores, numa contribuição que por certo ira interessar aos personagens que diretamente atuam no empreendimento, tais como empresários que pretendam instalar-se em shopping center, advogados, representantes do Poder Judiciário e do Legislativo.
Os assuntos concernentes aos direitos e obrigações do lojista e empreendedor serão desenvolvidos em três fases:
Pré contratual
Contratual
Rescisória
2.1. DEFINIÇÕES:
Shopping Regional
Este tipo de shopping fornece mercadorias em geral (uma boa porcentagem de vestuário) e serviços completos e variados. Suas atrações principais são âncoras tradicionais, lojas de departamento de desconto ou hipermercados. Um shopping regional típico é geralmente fechado.
Shopping Comunitário
O shopping comunitário geralmente oferece um sortimento amplo de vestuário e outras mercadorias. Entre as âncoras mais comuns estão os supermercados e lojas de departamentos de descontos. Entre os lojistas do shopping comunitário, algumas vezes encontram-se varejistas de "off-price" vendendo itens como roupas, objetos e móveis para casa, brinquedos, artigos eletrônicos ou para esporte.
Shopping de Vizinhança
É projetado para fornecer conveniência na compra das necessidades do dia-a-dia dos consumidores. Tem como âncora um supermercado. A âncora tem o apoio de lojas oferecendo outros artigos de conveniência.
Shopping Especializado
Voltado para um mix específico de lojas de um determinado grupo de atividades, tais como moda, decoração, náutica, esportes ou automóveis.
Outlet Center
Consiste em sua maior parte de lojas de fabricantes vendendo suas próprias marcas com desconto, além de varejistas de "off-price".
Festival Center
Está quase sempre localizado em áreas turísticas e é basicamente voltado para atividades de lazer, com restaurantes, fast-food, cinemas e outras diversões.
2.2 CONCEITO DE CONTRATO
Dentro da teoria dos negócios jurídicos, é tradicional a distinção dos atos unilaterais e bilaterais. Os unilaterais aperfeiçoam-se através da manifestação de umas das partes e os bilaterais decorrem do acordo de mais de uma vontade (esses são os contratos).
O contrato representa uma espécie do gênero negocio jurídico, portanto, para defini-lo dentro da sistemática do código civil de 1916, bastará acrescentar o conceito de ato jurídico (proporcionado pelo Art.81 daquela lei).
Cada vez que a formação do negócio jurídico depender da conjunção de duas vontades, encontramo-nos na presença de um contrato a busca de produzir efeitos jurídicos.
Como diria Clóvis Beviláquia "O contrato é o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos".
2.3 CARACTERÍSTICA CONTRATUAIS
           Não existe pacificação na doutrina, sobre a tipicidade ou atipicidade do contrato que tem por escopo a cessão de espaço em shopping centers.  Tem-se, todavia, expressamente regulado na atual lei de Inquilinato (Lei 8245/91, artigos 52 § 2º e 54), a locação, como sendo, uma das facetas, desse contrato atípico misto, que envolve a cessão do uso de espaço em shopping center. O aspecto controvertido do disposto nesse diploma legal, apenas, vem reforçar a teoria de existência, de um atipicidade contratual, pois, do direito positivado nessas normas verifica-se, a existência de preceitos efetivamente locatícios, ao lado de outros que não guardam similitude com a locação, mas com o condomínio, em acepção ampla. São eles:
1. locação: a) Estabelecimento de regramento que possibilita a ação renovatória (artº 52 § 2º).
2. condomínio: b) Impossibilidade de cobrança pelo empreendedor, do locatário, de valores destinados ao pagamento despesas extraordinárias, que não visem a manutenção do prédio. As previstas no artigo 54 § 1º, alíneas a) e b) que são:
1. obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel. (artº 22, parágrafo único, alínea a)
2. pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das esquadrias externas. (artº 22, parágrafo único, alínea b)
3. indenizações trabalhistas e previdenciarias pela dispensa de empre-gados, ocorridas em data anterior ao início da locação. (artº 22, parágrafo uni-co, alínea d).
4. as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite-se e obras de, paisagismo nas partes de uso comum.
 O § 2º do artº 54, fala que todas as despesas, não expressamente proibidas e tidas por extraordinárias, são ordinárias e necessárias a manutenção do prédio, e que portanto, podem ser cobradas do locatário, desde que, com previsão orçamentária, salvo os casos de urgência ou força maior, devidamente demonstrados. Sendo facultado ao locatário ou a entidade de classe exigir a comprovação das mesmas.
 Com fundamento jurídico delimitador da medida em que se mesclam normas locatícias com condominiais, e mais, conforme se infere do próprio artº 54 "caput" , onde está consignado que, nas relações entre lojistas e empreendedores de "shopping center" prevalecerão as condições livremente pactuadas, concluímos que, o tão só fato de estarem os regramentos referentes a cessão de uso de espaço em shopping centers, previstas na Lei 8245/91, não autoriza interpretação absoluta de ser hipótese de locação, simplesmente, ainda que com cláusulas atípicas. 
 O mais correto seria compreendermos, o contrato envolvendo unidade em shopping center, como uma forma contratual atípica mista, onde a locação é o ajuste central da sua natureza jurídica, gravitando em seu redor outras avenças, negócios inominados (p.ex. contratos de prestação de serviços etc), ainda que apenas e tão somente possam existir enquanto perdurar a relação de locação, pois são lícitas todas as cláusulas e condições não vedadas.
 A peculiaridade da negociação reclama vinculação do lojista a uma escritura de normas gerais, regimento interno, associação dos lojistas, instruções gerais para elaboração e execução das instalações, além do contrato de locação. Contratos esses específicos, no que tange ao empreendimento, cuja formação pela sua atipicidade é livre, devendo-se única e exclusivamente as partes, não convencionar, o que for expressamente tido por ilícito.
 Há de se considerar ainda, que na formação desses contratos, tem-se por meta a realização do empreendimento e a garantia de seu sucesso, devendo as partes ao contratar avençar tudo o que for necessário e legal para atingir esse objetivo, sem o qual, inexistiria a figura dos shopping centers.
 Vários são os ajustes dos quais resulta, para o lojista, a imposição de deveres singulares, tais como: pagamento do direito de reserva (res sperata), pagamento de um aluguel mínimo fixo e um variável (percentual sobre o valor do faturamento bruto), contribuição para o fundo de promoções e pagamento de aluguel em dobro no mês de dezembro, entre outros. A tais obrigações correspondem direitos do empreendedor, que também não são comuns. Direitos e Obrigações, reciprocamente assumidos, que resultam de contratação complexa, difusa e atípica.
 Ainda que se alegue ser predominante o aspecto locatício, a excentricidade da negociação está reclamando legislação específica que a regulamente. Aliás, essa prevalência da locação é bastante discutível quando se analisa o shopping como um organismo. 
 Acima do interesse jurídico que possa despertar cada uma das cessõesde uso de espaço feitas para os lojistas sobrepõe-se o interesse econômico de uma organização da qual participam empreendedor e lojistas, agindo e se comportando como um todo. Para manter a harmonia nas ações, visando fins comuns, impõem-se a cada lojista, inúmeras restrições. Ao assinar vários contratos, ele assume obrigações incomuns que limitam sua liberdade na exploração da atividade que pretende desenvolver.
 Atribui-se poder de fiscalização ao empreendedor e à associação de lojistas. Com um detalhe: todas as regras são impostas pelo empreendedor, só não tipificando contrato de adesão por faltar o requisito da inevitabilidade. O interessado em ser lojista não está obrigado a sê-lo, o que já não acontece com interessado no fornecimento de água, energia elétrica, transporte coletivo, por exemplo.
 Ao ceder o uso de uma loja o interesse principal do empreendedor não é apenas receber um aluguel. Ele está longe de ser apenas um investidor do ramo imobiliário, sua ambição é maior, ainda que para realizá-la necessite da co-participação dos lojistas. O principal objetivo do empreendedor é desenvolver o shopping, criar, manter e aumentar no local, um ponto de atração para os consumidores, valorizá-lo como centro de interesse para pessoas, oferecendo-lhes bens e serviços. Assim, ele se reserva o direito de fiscalizar e administrar as atividades praticadas no shopping, tendo em mente o aprimoramento de um projeto empresarial que criou para si próprio. Os lojistas aceitam participar desse projeto como parceiros - de fato e de direito - do empreendedor. 
 Aceitam porque interessa-lhes a parceria, que deve trazer lucros para as duas partes.O lojista deverá submeter o projeto de instalação da loja a aprovação do dono do shopping, o que obviamente restringirá sua liberdade de montar o estabelecimento como julgar mais conveniente ao atendimento de sua finalidade ou mais cômodo às suas posses. Duas outras cláusulas do contractus mater retiram tal contrato do rol da locação, que são as referentes à obrigação do lojista de contribuir para um fundo de promoção coletiva e ao dever de filiar-se à associação, onde deverá permanecer por ser condição imprescindível para poder continuar exercendo atividades no shopping, por ser de grande importância no conjunto das práticas necessárias ao funcionamento regular do shopping center.
 Permitida estará a retomada da loja para uso do proprietário do shopping, desde que obedeça aos prazos legais, apresente justos motivos e utilize a loja no mesmo ramo de comércio do lojista, pois a organização do shopping deverá obedecer ao tenant mix, que é uma das principais preocupações do planejamento do centro comercial. Além disso, a forma de sua remuneração, ou seja, a participação percentual no lucro como pagamento do uso da loja é alheia à locação.
2.4. PECULIARIDADES DO CONTRATO
a) Resa Esperata
É um contrato, firmado na fase ainda de construção do prédio onde se estabelecerá o shopping, em que o lojista se obrigará, para com o dono do empreendimento, a adiantar parte das despesas com a construção, quantias periódicas até a final construção da obras. Diferencia-se das luvas, eis que esta se trata de soma paga pelo locatário ao locador, na locação comercial, pela valorização do local, acrescendo-lhe o valor original; aquela se trata de pagamento antecipado das despesas a serem feitas durante a construção da obra, feito pelo futuro lojista ao empreendedor. Trata-se de valioso investimento e que, independentemente dos instrumentos já mencionados, obriga a ambos, lojistas e empreendedor, a unirem esforços para um mútuo e eficaz aproveitamento, seja do local a ser instalado, seja pelo nível de qualidade das mercadorias e produtos a serem ofertados ao futuro consumidor. 
         
b) Tenant mix
 Visa especialmente: a disposição das lojas, à qualidade do ramo negocial, à capacidade e idoneidade do comerciante pretendente ao uso da loja, à decoração, à administração do shopping, à fiscalização, à percentagem no lucro bruto da loja.
c) Fundo de reserva
Outra particularidade dessa modalidade atípica mista contratual, é o fundo de reserva, que diferenciado das demais cessões de uso de cunho comercial, é constituído de forma composta, ou seja, o sobrefundo de direito do empreendedor, dono do shopping e o fundo propriamente dito de direito do comerciante.
 d) Ação renovatória
A ação renovatória, apesar da duplicidade de titularidade do fundo de reserva, é uma conquista do comerciante, advinda em boa hora, com o advento da nova lei do inquilinato. Os requisitos para que o locatário exerça o direito à renovação, em princípio, são os mesmos dos outros inquilinos: existência de contrato escrito e com prazo mínimo de cinco anos; exploração ininterrupta do comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo de três anos (cf. art.51, I / III, Lei nº 8245/91).
 e) Ação revisional
Tal qual a renovatória, nessa espécie contratual atípica, que tem por força atrativa central a locação, é perfeitamente viável o procedimento visando adequar a fixação de um novo locativo, que deverá levar em consideração a valorização efetiva do local, seja ajustando-se o valor fixo, seja ajustando-se o valor em percentual variável, encontrando-se o justo valor.  Importante, assinalar, que tal ação poderá ocorrer, decorridos três anos, a contar do início do contrato, ou do último acordo eventualmente ocorrido (cf. artº 19, Lei 8.245/91).
 f) Taxas condominiais
Impropriamente, assim denominadas, são as referidas no artigo 54 da Lei 8245/91, consistindo em extraordinárias, aquelas de responsabilidade exclusiva do empreendedor e ordinárias a que tem por escopo a manutenção do prédio, de responsabilidade dos lojistas e empreendedor.
 g) Associação dos lojistas
Segundo esse acordo o utilizador (comerciante) é obrigado, por cláusula específica, no contrato atípico, com vistas a cessão de uso em shopping center, a contribuir ao Fundo de Promoções Coletivas, para ensejar a realização de campanhas promocionais do shopping center. Esse fundo é administrado pela associação de lojistas, de que deve fazer parte o utilizador, enquanto durar o seu contrato de utilização de sua unidade. O valor dessa contribuição é de, geralmente, dez por cento, sobre o aluguel que paga, percentual esse que é variável de um empreendimento para outro. Por outro lado, o empreendedor deverá, também, contribuir com a manutenção desse fundo, geralmente com importância proporcional às contribuições dos utilizadores. Resta evidente que, a referida associação, administrando esse fundo, deve preocupar-se em manter sólida propaganda e promoções que, realmente, solidifiquem o prestígio do centro comercial e aumentem o desejo de sua freqüência pelos seus clientes.         
h) Administração
Tal como ocorre em relação aos condomínios, a administração do empreendimento, via de regra se fará por empresa especializada, que buscará agilizar, com vistas ao sucesso do empreendimento, de todas as relações do empreendedor e dos comerciantes.  Nada impedindo que o próprio empreendedor, como maior interessado, cuide do empreendimento, uma vez que este, devido aos contratos celebrados, se empenhará para fazer a melhor administração possível, procurando extrair o maior lucro do empreendimento.
i) Lojas âncoras e satélites
Há uma rigorosa seleção das lojas que irão compor o tenant mix. Primeiro, são contratadas as chamadas lojas-âncora, que, por si só, valorizam o shopping, dão-lhe o suporte de uma clientela "cativa". Depois são convidados, para formação das chamadas lojas-satélites os comerciantes de sucesso nos diferentes ramos de negócio, os quais, em menor escala, prestigiam o shopping, pois obtiveram êxito em seu setor. Por último, preenchem-se os espaços restantes com peque nos comerciantes, os quais são mais dependentes do shopping do que este, deles.
2.5 DA RESPONSABILIDADE CIVIL NOS SHOPPING CENTERS
O primeiro ponto a se estabelecer é a evidência, de que, via de regra, não constituindo-se, o shopping center, o condomínio especial, respondeo seu empreendedor ou a sociedade que se formou para explorá-lo pelos atos lesivos ocorridos nas dependências comuns do shopping. Aqui, é importante apenas abrir parênteses para esclarecimento de que, tendo em vista a liberdade contratual, nada obsta ao aparecimento do chamado "condomínio especial", para formação do "shopping center", desde que presentes, todos os requisitos presentes na Lei 4.591/64. Voltando a tecer considerações sobre a responsabilidade assumida pelo empreendedor perante terceiros, na ocorrência de atos lesivos nas dependências do shopping, é viável uma ação regressiva contra os lojistas, ou associação que legalmente o represente, para reembolso, ainda que proporcional, da quantia indenizada.
 Como área comum, compreende-se os corredores, escadas rolantes, áreas de lazer, estacionamento de veículos. Aqui, todavia, a responsabilidade civil se respalda nos arts. 159 e 1521, IV do C.C. tendo como pressuposto o mau funcionamento das coisas que se acham instaladas no imóvel, ou o ato ilícito dos seus empregados, presume-se a culpa, com base no dever de vigilância ou de escolha.
 Com relação aos furtos em estacionamentos de veículos, para apuração da responsabilidade, parte-se do pressuposto, caso gratuito o estacionamento, de que indiretamente o cliente está remunerando a empresa mantenedora do estacionamento através do lucro auferido com a venda das mercadorias ali transacionadas.
2.6. SHOPPING CENTER (CENTRO COMERCIAL)
Condomínio imobiliário que tem por objetivo o exercício do comércio pelos condôminos. O shopping center, situa-se num edifício dividido em numerosas lojas, que incluem cinema, restaurantes e outros estabelecimentos, com as limitações estabelecidas no regulamento condominial. Seria, com efeito, temerário constituir um condomínio em bairro elegante, de alto poder aquisitivo, ficando os condôminos obrigados a se esmerar na apresentação visual de seus estabelecimentos e na qualidade de seus produtos, e depois permitir a instalação de bares ou botequins que carreariam freguesia de baixo nível...
 Assim, na organização e no funcionamento do shopping center concorrem os interesses particulares do proprietário do imóvel em que se situa o centro comercial, e os interesses dos locatários, confluindo, estes, para um objetivo maior e comum a todos. Ora, sendo o shopping center um complexo de interesses que se amplia em face da utilização pública de áreas comuns, tais como corredores, sanitários e play-grounds, imprescindível a elaboração de um regulamento condominial, nos moldes da L. 4.591, de 16.12.1964, sobre condomínio em edificações e incorporações imobiliárias.
 Aquilo que o regulamento dispuser se impõe a todos, desde que aprovado por titulares de direitos "que representem, no mínimo, dois terços das frações ideais que compõem o condomínio". As peculiaridades de um shopping center impõem, aos condôminos, algumas restrições inexistentes nas outras locações mercantis. Se, nestas, o inquilino tem plena liberdade de proceder quanto á organização de seu estabelecimento, num shopping center o locatário deve estar submetido ao interesse comunitário, vedando-lhe baixar o nível de seu estabelecimento.
 O Shopping Center seria um centro comercial planejado sob uma administração única, composto de lojas destinadas à exploração comercial e à prestação de serviços, sujeitas a normas contratuais padronizadas, para manter o equilíbrio da oferta e da funcionalidade, assegurando a convivência integrada e pagando de conformidade com o faturamento. Tal assertiva, merece crédito, uma vez que, por certo, tem-se nos Shopping Centers, a maior conquista tecnológica, no que diz respeito à atividade mercadológica, desde sua concepção nos anos 1950, nos Estados Unidos da América. 
O empresário que projeta a implantação de um shopping center, não se cinge a definir as linhas arquitetônicas do Edifício, a demarcar as áreas onde se estabelecerão os comerciantes, a determinar a largura dos corredores, a funcionalidade da circulação, a distribuição racional das lojas, a contratar funcionários, a manter a ordem, o asseio e a segurança dentro e fora do edifício. 
A organização de um shopping center é uma atividade muito complexa, porque requer uma clara visão do empresário, na escolha e seleção de unidades, no equilíbrio da competição, no esmero, na decoração e no estilo. O estabelecimento comercial, que nele se instala, já deve estar em harmonia e correspondência com a alta clientela que freqüenta o shopping center. Os shopping centers, são no campo das compras e do lazer, o resultado do planejamento do empresário, que procura conciliar num grande centro empresarial, o conforto e rapidez de locomoção, mais e mais necessários, a vida de cada um dos habitantes da cidade. 
Dentre as vantagens do shopping center, poderiamos lembrar: segurança, garantia de uma clientela de alto nível, amplo estacionamento, lazer, aumento do poder de escolha, maior motivação às compras, associação entre o empreendedor e o comerciante, controle centralizado, força de conjunto e maior produtividade.
2.7. NATUREZA JURÍDICA
Em razão de suas peculiaridades, se reconheça o contrato de shopping center como atípico misto, entende-se com fulcro na Lei nº8.245/91, de melhor conteúdo pratico, classifica-lo como de locação não-residencial, até que sobrevenha regulamentação legal apropriada. Os shopping centers são a natural conseqüência do crescimento das cidades e da também crescente necessidade de o comércio, em economia de mercado e competitividade, unir-se ao lazer.
 Realidade pertinente à mercancia moderna, objetiva ofertar ao usuário horas de satisfação, assim como de compras, em que as alternativas que lhe são apresentadas, terminam por lhe propiciar o usufruto de umas, de outras, ou de ambas. O empreendimento denominado shopping center é mais complexo.
Além da construção do prédio, propriamente dita, o empresário deve organizar os gêneros de atividade econômica que nele se instalarão. A idéia básica do negócio é por à disposição dos consumidores, em um local único, de cômodo acesso e seguro, a mais variada sorte de produtos e serviços. Assim, as locações devem ser planejadas, atendendo às múltiplas necessidades do consumidor. 
Geralmente, não podem faltar em um shopping center certos tipos de serviços (correios, bancos, cinemas, lazer, etc.) ou comércios (restaurantes, lanchonetes, papelarias, etc.), mesmo que a principal atividade comercial seja estritamente definida (utilidades domésticas, moda, material de construção, etc.), pois o objetivo do empreendimento volta-se a atender muitas das necessidades do consumidor. É esta concentração variada de fornecedores que acaba por atrair maiores contingentes de consumidores, redundando em benefício para todos os negociantes.
2.8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SHOPPING CENTER
A ABRASCE - Associação Brasileira de Shopping Center, fundada em 1976, congrega empreendedores do ramo, assim como administradores e prestadores de serviços, e tem por objetivo o fortalecimento da indústria de shopping centers em âmbito nacional, perante a sua clientela, órgãos do governo, entidades financiadoras, sindicatos e outras associações de classe, e demais instituições junto às quais seja de interesse expressar os propósitos, as ações e os resultados dessa indústria.
 E vem estreitando laços de cooperação e de comunicação com instituições congêneres do exterior, se fazendo presente a congressos e eventos internacionais, e realizando, ela mesma, congressos internacionais de Shopping Center. Estes congressos tiveram lugar no Rio de Janeiro, em 1986, 1988, 1991, e em São Paulo, em 1993, 1995, 2000, 2002 e 2004 constituindo-se num extraordinário foro de idéias e oportunidades para empresários e executivos.
 A ABRASCE promove constante integração entre os seus membros, e também com fontes externas de interesse para o seu quadrode grupos associados, seja através de reuniões de trabalho, para tratar de temas específicos, seja de seminários profissionais, seja nas amplas reuniões trimestrais, realizadas alternadamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde expositores são habitualmente convidados para palestras e debates. Encontros de natureza técnica, destinados ao intercâmbio de experiências no desenvolvimento e operação de shoppings, são conduzidos com frequência em todo o país, alcançando elevado nível de participação e resultados.
 A associação mantém um programa permanente de edição de matérias que abordem aspectos empresariais e técnicos do desenvolvimento e da gestão de shopping center: traduz livros publicados no exterior e produz matérias locais que são colocados à disposição dos interessados. Coleta e publica também dados relativos ao desempenho do shopping center, focalizando em particular tendências de vendas e de custos operacionais; elabora pesquisas consideradas de utilidade na tomada de decisões gerenciais pelos associados
3.0 CARTÃO DE CRÉDITO
Os Cartões de Crédito são hoje largamente utilizados nas transações comerciais, facilitando grandemente as operações de compra, venda e a prestação de serviço.
A emissão do Cartão de Crédito procede de uma série de contratos que regulam as relações entre o emissor e o usuário; a sua fácil utilização é lastreada também por outros contratos que asseguram ao portador a aquisição de bens ou serviços, dando garantias igualmente aos fornecedores quanto ao recebimento do valor dos bens vendidos ou dos serviços prestados. O conjunto de todas essas relações jurídicas compõe o que se chama de "sistema" de Cartões de Crédito, integrados pelo emissor, titular do cartão, fornecedor e as modalidades próprias de cada cartão.
3.1 RELAÇÕES JURÍDICAS NO CARTÃO DE CRÉDITO
O funcionamento do cartão de crédito pode ser explicado por meio de uma série de contratos interligados materialmente entre si, embora formalmente separados.
A administradora emite, em favor de uma pessoa física (titular), um cartão de crédito, pessoal e intransferível, que lhe permite pagar suas contas numa rede de estabelecimentos afiliados, sendo que estes são reembolsados posteriormente pela administradora, descontada uma porcentagem de remuneração, e a administradora cobra, em relação jurídica autônoma, as dividas do titular, além de uma taxa anual. A empresa administradora ocupa a posição central, como verdadeira intermediária nas relações jurídicas oriundas do cartão de crédito. Em suma, há quatro contratos: o primeiro, entre o titular do cartão e a administradora; o segundo, entre esta e cada empresa afiliada; O terceiro entre a administradora e a instituição bancária ,que financia as vendas realizadas por meio do cartão; e um quarto contrato, entre o titular do cartão e cada afiliada em que comprar ou locar serviços.
3.2. CONTRATO Nº 1 - TITULAR x ADMINISTRADORA
A administradora abre, em prol do titular do cartão, um crédito pessoal, até certo valor limite, para ser utilizado na rede afiliada durante um mês. Ao fim do mês, o titular deve saldar a parcela gasta deste crédito, e o crédito retorna ao valor limite. Desta forma, o pagamento efetivo pelo titular do cartão pode ser feito, dependendo do caso, até 30 dias após a compra, sem juros. O titular pode optar também pelo crédito rotativo, pagando apenas uma parcela do débito e financiando o restante com juros. Os deveres da administradora perante o titular são a liquidação das despesas que o consumidor realiza, a entrega do cartão de identificação, lista dos fornecedores do sistema, informação atualizada destes, remessa periódica da liquidação dos gastos e fornecimento dos meios necessários contra práticas desleais dos fornecedores, bem como manter atualizada a lista de cartões furtados e inutilizados para evitar transtornos ao consumidor.
Já os deveres principais do titular perante a administradora são pagar os extratos remetidos, informar imediatamente em caso de perda ou furto do cartão, assinar a nota fiscal ou fatura quando da utilização do serviço, manter seu domicílio atualizado, bem como utilizar o crédito até o limite permitido. Os custos para o titular são o pagamento de taxa anual para despesas administrativas, em alguns casos uma taxa para que a empresa administradora seja fiadora perante a instituição financeira e juros ao banco para os casos de financiamento. O contrato entre titular e administradora pode ser cancelado em várias situações, a pedido de qualquer das partes. O titular pode pedir o cancelamento quando lhe aprouver; a administradora, p.ex., em caso de inadimplemento, ou caso seja ultrapassado o limite mensal de crédito. O cartão deve também ser cancelado no caso de extravio ou de falsificação. Em todos os casos, o cancelamento é informado através de um boletim, distribuído pela administradora às afiliadas. Modernamente, a tradicional e quilométrica "lista negra" vem sendo substituída por um aparelho eletrônico, interligado à rede de computadores da administradora, que informa imediatamente se o cartão está em plena validade naquele momento.
3.3. CONTRATO Nº 2 - ADMINISTRADORA x AFILIADA
Enquanto a relação entre titular e administradora é típica de consumo, a entre administradora e afiliada tem sua tonalidade comercial mais forte, embora possa ser eminentemente civil quando o fornecedor for um prestador de serviços. Nesta relação, a administradora recebe uma porcentagem de cada fatura emitida pela afiliada, e esta lucra com o agenciamento de clientes. Nesse contrato, os deveres específicos da administradora são pagar as despesas realizadas pelos titulares nos períodos estabelecidos, manter informação atualizada e pormenorizada dos cartões em circulação, descrevendo as desautorizadas, estabelecer o montante de cada operação dos usuários, realizar publicidade perante os titulares, divulgando os estabelecimento conveniados, e enviar os extratos com discriminação das despesas efetuadas para pagamento e/ou impugnação.
Já os deveres da afiliada são a aceitação do cartão como meio de pagamento, colhendo a assinatura do consumidor como requisito para reembolso, sem diferenciar o atendimento a cliente que paga com dinheiro ou cheque, oferecer os mesmos preços que ao público em geral, controlar a identidade dos que usam o cartão e seu prazo de validade, bem como se não está na lista de cartões furtados ou extraviados, não conceder crédito além do permitido pela administradora, entregar para esta a lista das despesas e seus comprovantes devidamente assinados pelos consumidores e pagamento de uma taxa pelo agenciamento de clientes. Além disso, normalmente se estabelece que o fornecedor deve expor no estabelecimento cartazes, informando que se filia a tal administradora, comunicar se a despesa foi superior ao limite e verificar a autenticidade da assinatura, que deverá corresponder à do cartão, excluindo-se ainda a responsabilidade da administradora pelas mercadorias e serviços adquiridos pelo titular. Muito se tem discutido na doutrina acerca da natureza jurídica deste contrato. Para uns, é promessa de fato de terceiro; para outros, estipulação em favor de terceiro. Alguns o vêem como uma sub-rogação convencional, outros ainda como uma comissão mercantil.
Os que o classificam como contrato de mandato em nome do titular se enganam, pois a dívida paga pela administradora é própria, materialmente diferente daquela contraída pelo titular junto à administradora. Prova disto é que suas condições de pagamento e até seu valor podem ser diferentes dos originais. Também não se trata de contrato de abertura de crédito, como outros erroneamente dizem. Tal é, sim, o entre titular e administradora, mas não o entre esta e a afiliada. Fran Martins diz que se trata de uma cessão de crédito, pelo qual a afiliada (cedente) transfere o crédito à administradora (cessionário), independentemente da anuência do titular (cedido). Penalva Santos se opõe, apontando que a causa do crédito da administradora é diferente do da afiliada. A causado crédito da administradora é a abertura de crédito em favor do titular; já a do crédito da afiliada é a compra feita pelo titular cuja contraprestação é devida pela administradora.
Uma evidência de que as causas são formalmente diferentes é que seus valores e forma de pagamento não são necessariamente os mesmos. Em posição semelhante, outros autores dizem ser o contrato uma assunção de dívida, também chamada expromissão, em que o titular (devedor) transfere sua dívida à administradora (expromitente) independentemente da anuência da afiliada (credor). Na verdade, a administradora paga uma dívida própria, assumida no contrato com o titular, e não uma dívida cedida pela afiliada. A administradora não assume a posição do titular, nem da afiliada, mas se submete a um regime peculiar, em virtude dos contratos assumidos com titular e afiliadas. Em conclusão, pode-se dizer que nenhuma das teorias acima expostas se ajusta perfeitamente ao cartão de crédito.
3.4. CONTRATO Nº 3 - ADMINISTRADORA x INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
Hoje em dia a grande maioria das administradoras são empresas associadas à instituição financeira ou mesmo criada e mantida por elas. Por isto, este contrato se realiza, no mais das vezes, através de meras transações internas da corporação financeira. Mas há administradoras de cartões de crédito, tais como a Diners Club, que se mantém desvinculadas de um banco só, preferindo manter-se independente.
3.5. CONTRATO Nº 4 - TITULAR x AFILIADA
Trata-se de um contrato pelo qual a afiliada entrega um bem ao titular, que promete, em troca, adimplir suas obrigações para com a administradora, para que esta pague o preço à afiliada. Somente em caso de cancelamento do contrato entre administradora e titular, este se torna diretamente obrigado perante a afiliada. 
Este contrato tem os caracteres do de compra e venda (ou do de locação de serviços, se for o caso), porém com uma particularidade: se para a afiliada há a obrigação de entregar a coisa, para o titular, não há obrigação de entregar o preço, mas tão somente de emissão de um título pro soluto contra a administradora. O titular não paga diretamente a afiliada; quem a paga é a administradora. 
Por isso, a opinião de Paulo Gustavo Sampaio Andrade é de que não há propriamente uma compra e venda a crédito a ser paga por um terceiro, mas uma promessa de fato de terceiro, pelo titular, em vista de uma contraprestação a ser paga pela afiliada. Mas há opiniões em contrário, que enxergam no caso uma compra e venda perfeita. Segundo estes, o pagamento não é essencial à compra e venda (ou locação de serviços), sendo seu mero exaurimento, na fase de execução. Destarte, seria indiferente de quem parta o pagamento.
 A afiliada, normalmente, não tem qualquer ação contra o titular. O titular se obriga a pagar perante a administradora. Só a esta cabe cobrá-lo em caso de inadimplemento. Contudo, se é rompido o vínculo entre titular e administradora, por qualquer motivo e, não obstante, o titular contrai uma dívida junto à afiliada, esta deve exigir o pagamento não mais à administradora, mas ao titular, opondo-lhe o cancelamento do vínculo entre este e aquela. Por outro lado, se a afiliada não entrega o bem, ou este é defeituoso, o titular deve cobrar diretamente daquela. Nos contratos, acostuma constar uma cláusula de irresponsabilidade da emissora pela qualidade, quantidade e preços dos bens.
4.0. ARRENDAMENTO MERCANTIL (“LEASING”)
Arrendamento é o contrato feito entre o arrendante e o arrendatário, no qual o primeiro cede ao segundo, mediante retribuição o uso e gozo de coisa não fungível. 
Entende-se por arrendamento mercantil ou leasing o contrato segundo o qual uma pessoa jurídica arrenda a uma pessoa física ou jurídica, por tempo determinado, um bem comprado pela primeira de acordo com as indicações da segunda, cabendo ao arrendatário a opção de adquirir o bem arrendado findo o contrato, mediante um preço residual previamente fixado. Caso não deseje comprar o bem, o arrendatário poderá devolvê-lo ao arrendador ou prorrogar o contrato, mediante o pagamento de alugueis muito menores do que o do primeiro arrendamento.
O arrendamento mercantil ou leasing aparece, assim, como uma modalidade de financiamento ao arrendatário, facilitando-lhe o uso de um bem de sua necessidade sem ter esse de desembolsar inicialmente o valor desse bem, e ao fim do prazo tornar-se proprietário após pagar o resíduo.
Pode ser objeto desse contrato o bem móvel ou imóvel de produção nacional, bem como os de produção estrangeira autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.
A exploração da atividade de leasing está disciplinada pela Res. BC n.º 2.309/96, que distingue duas modalidades de contrato: o leasing financeiro, inexistência de resíduo expressivo; e o leasing operacional, o resíduo tende a ser expressivo.
4.1. LEASING NO BRASIL:
A legislação brasileira define bem sua abrangência e o contrato tem características próprias para o uso de um bem, escolhido pelo arrendatário, agregando-se opções de compra, devolução ou renovação contratual, amplamente reconhecida nas esferas judiciais, devendo ser observado o seguinte (Lei nº 6.099, art. 1º, § único):
Art. 1º - O tratamento tributário das operações de arrendamento mercantil reger-se-á pelas disposições desta Lei.
Parágrafo único - Considera-se arrendamento mercantil a operação realizada entre pessoas jurídicas, que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos a terceiros pela arrendadora, para fins de uso próprio da arrendatária e que atendam às especificações desta.
para pessoas físicas ou jurídicas, no papel de arrendatários;
por instituições específicas (empresas de leasing, também chamadas de sociedades de arrendamento mercantil) no papel de arrendadoras e bancos múltiplos com carteira de arrendamento mercantil;
a empresa de leasing adquire o bem de um fornecedor (fabricante ou revendedor), escolhido de acordo com as especificações do cliente (arrendatário), com a finalidade exclusiva de arrendá-lo a este mesmo cliente.
5.0 FACTORING
Palavra inglesa que serve para designar o contrato pelo qual uma instituição financeira (faturizadora) se obriga a cobrar os devedores de um empresário (faturizado), prestando a este os serviços de administração de crédito.
O factoring liga-se à necessidade de reposição do capital de giro nas empresas, geralmente nas pequenas e médias. O contrato tem a função econômica de poupar o empresário das preocupações empresariais decorrentes da outorga de prazos e facilidades para pagamento aos seus clientes. Por esse negócio, o banco presta ao empresário o serviço de administração do crédito garantindo o pagamento das faturas por este emitidas.
No Brasil esta prática não se encontra suficientemente difundida. Inexiste um ato infralegal que vede a exploração da atividade de faturização de créditos a não exercentes de atividade bancária. 
São duas as principais modalidades de factoring:
Maturity Factoring : é modalidade de faturização em que o faturizador paga o valor das faturas ao faturizado apenas na data do vencimento do crédito, sem qualquer antecipação de valores. Aqui presentes estão apenas dois elementos: os serviços de administração de crédito e o seguro, estando por certo ausente o financiamento.
Conventional Factoring : é a modalidade mais comum de factoring. Trata-se de modalidade de faturização em que o faturizador garante o pagamento das faturas do faturizado antes do vencimento, antecipando-lhe seus respectivos valores. Nesta espécie de faturização três elementos são marcantes: os serviços de administração de crédito, o seguro e o financiamento. Cumpre ressaltar apenas, que apesar da sua proximidade com o contrato de desconto bancário, distingue-se deste pelo fato de não haver entre ambos identidade de objetivos. No factoring tradicional, o faturizador assume os riscos do inadimplemento dos devedores do faturizado, enquanto no contrato de desconto bancário não há essa assunção de riscos.
6.0. FRANCHISING (FRANQUIA)
A Nova Legislaçãoutiliza a palavra Franquia para designar uma modalidade de contrato internacionalmente conhecido como "Franchising".
Trata-se de um Contrato mercantil atípico, que pode consistir na cessão do uso de um sinal distintivo ou marca, referente a uma atividade econômica bem como o "Know-how" (tecnologia ou assistência técnica) necessário para a sua exploração comercial.
O titular do direito de propriedade industrial (franquiador) por meio da Franquia, cede a utilização desse direito a terceiro (franquiado), dentro das condições estabelecidas no contrato. Através deste contrato, uma pessoa com algum capital pode estabelecer-se comercialmente, e o franqueador fornece-lhe subsídios indispensáveis à estruturação do negócio.
A franquia consiste, pois, na conjugação de dois contratos: o de licenciamento de uso de marca e o de organização empresarial. Na Franquia há sempre um tipo de exclusividade. O essencial é a licença de uso de marca e de utilização do sistema de organização e métodos de vendas pelo franquiador ao franquiado.
O objeto da Franquia pode ser produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços.
A Lei n.º 8.955 de 1994 disciplinou aspectos da franquia, mas não a tornou modalidade de contrato típico. As suas relações regem-se exclusivamente pelas cláusulas contratadas entre o franquiador e o franquiado. O que o legislador estabeleceu foi a transparência das normas nas negociações destes contratos.
O Contrato de Franquia deve ser registrado no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), Lei n.º 5.772 de 21.12.;71 - Código de Propriedade Industrial.
7.0. Conclusão
 Os contratos constituem uma das fontes das obrigações e hoje, sendo considerada a mais importante no âmbito comercial, representando o núcleo básico da atividade empresarial. Pelos contratos fazemos à circulação de riquezas, compra-se e vende-se, financia-se, transporta-se, segura-se, deposita-se, confia-se, transfere-se bens, etc., tanto como a afirmação do jus abutendi (Direito de abusar) e mesmo do jus utendi (Direito de Uso) e fruendi (frutos), atributos esses da propriedade como da projeção da personalidade, exercem uma função social, além de serem o centro da vida dos negócios.
 Com as contínuas transformações na Economia com influências em toda a vida social e com repercussão nas técnicas negociar, a teoria geral dos contratos que estava definitivamente perfeita e acabada em fins do Século XVIII, teve a necessidade de uma revisão constante nos seus postulados até então admitidos como definitivos. Com essas contínuas transformações econômicas em seu desdobramento, a tecnologia esperou a oportunidade do aparecimento de novas figuras contratuais, como as encontradas no âmbito das sociedades e na prática geral do comércio cartão de credito, como o leasing, o factoring, o franchising,  e foram surgindo e aperfeiçoando novas formas de contratos, tais como: contratos de adesão, de formulários, contratos-CGC, oferta pública por meio de máquinas, e de preços expostos em vitrinas etc.
Ao longo deste trabalho, podemos verificar a estrutura organizacional do Shopping Center e suas implicações legais. Percebemos também de imediato, que o fato de não haver uma legislação específica a regularizar exclusivamente este setor deixa alguns problemas, mas contornáveis pelas regras e normas de direito comum. Não é o ideal, mas esta atividade, ainda assim, vem se desenvolvendo e marcando sua presença cada vez mais, nas cidades grandes. Interessante notar que os diversos comerciantes que integram estes Shopping Center não conseguem fazer um movimento que os leve à formação de uma tutela especifica, a ditar alguns parâmetros nas relações entre empreendedores e lojistas. Na verdade, este apelo para que o Estado venha a regulamentar uma determinada matéria, terá que partir da classe interessada. As reiteradas queixas e a constante lesão aos interesses dos mais fracos (um dos contratantes), fazem surgir esta revolta que desperta o Poder Público, no caso o Estado, para a necessidade de se protegerem certos interesses. O mundo moderno evolui tão rapidamente que, hoje, não temos mais tempo de esperar a formação do direito pelo uso. A dinâmica do comércio e de outras atividades é tão rápida, que está muitas vezes a exigir resposta rápida no sentido de regulamentação de uma ou outra atividade.
Após a análise do presente trabalho pode-se concluir que cada vez mais o cartão de crédito se faz útil e necessário em nosso meio, facilitando o comércio e dificultando o extravio de dinheiro ou cheques. Deve-se ressaltar também que a idéia que muitos têm de que "quem passa a utilizar o cartão de crédito não consegue mais se livrar das dívidas" depende muito do próprio titular dele que, se souber administrar suas dívidas, e pagá-las ao tempo certo, não se sujeitam aos juros, que, como vimos, muitas vezes são altos, pois dependem apenas das administradoras para impô-los. O cartão de crédito, então, se bem administrado pelo seu titular, é uma boa saída para o mundo em que vivemos hoje.
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