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fichamento kinoshita- o que faz o Brasil, Brasil

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O livro inicia-se com a distinção das palavras brasil e Brasil, em que a primeira iria se referir a um tipo de madeira e a segunda o que designa-se uma nação, um conjunto de valores, escolhas e ideias de vida. E, por esse motivo, o brasil com “b” minúsculo estaria fadado a morte biológica devido a exploração, o Brasil com B maiúsculo é algo mais complexo é um país, mas não é somente isso é o lar de um povo inteiro, onde muitos construíram suas histórias, local onde se seguem certos valores e julgam as ações dentro do seu padrão, é algo que está constantemente em transformação registrada pela história, e onde quer que esteja um brasileiro o brasil estará lá, que deve ser fomentado para que isso se manifeste, caso contrário não será percebida facilmente. Porém, em seu território ela está em todas as partes, nas leis, na língua oficial, nas manifestações culturais e em inúmeras formas.
A pergunta central do livro, em que deve estar respondidas nas páginas subsequentes é “o que faz o Brasil, Brasil. Segundo o autor, o objetivo não é separar um Brasil maior de um menor, e sim de saber como todos ele se correlacionam, se interagem e completam-se, formando uma única pátria. Em uma linguagem mais humana dir-se-ia que o primeiro é dado de possibilidades humanas e o outro é da combinação especial dessas vontades humanas, e justamente por estar fundado em coisas universais que é exclusivamente brasileiro. E, por esse motivo, conhecer a si mesmo é uma parte importante do processo de identidade social que é algo tão importante que deixou os livros de filosofia e passou a se constituir numa busca antropológica orientada, eu sendo um indivíduo não posso ser outro, e porque com toda a minha história tudo que passei, todos o aprendizado me fizeram ser o indivíduo que sou hoje, mas a questão de quem sou hoje e como passei a ser brasileiro é algo que pode ser respondido com bases nos fatos que compuseram essa identidade, desde a colonização pelos portugueses, até a vinda da família real e ainda a influência que outras nações tem perante o país, todas essas experiências servem para compor a identidade nacional. Além de que, existem inúmeras diferenças entre os brasileiros e o norte-americanos, como o gosto por música, esporte, comida, religião entre outros, e é a sociedade que nos dá essas características de distinção como exemplo, se estivesse descrevendo um povo que odeia carnaval, visita museus constantemente, são amantes de música clássica claramente descreveria outra sociedade.
A questão para entender a sociedade brasileira é dupla, pois de um modo ela é eletrônica e moderna, mas por outro é antiga e trabalhada, e enquanto não conseguirmos distinguir isso não estaremos fadados a um jogo onde já sabemos o resultado, pois acontece como moedas em que podemos ter um Brasil desvalorizado e de pouco valor econômico ou então um dos milagres que periodicamente entra em crise.
Capítulo 2- A casa, a rua e o trabalho.
Em uma cidade brasileira, observa-se diversos tipos de pessoas diferentes entre elas, uns ganham muito, outros razoavelmente, uns saem para trabalhar de carro e outros vão de transporte coletivo ( ônibus, vans, trem), é um lugar em que há constante movimento. Entretanto, existem pessoas que são conectados por um laço sanguíneo, e que tem seus próprios costumes chamados de tradição, além de que, esses símbolos podem ser representados por meio de honras e vergonha que são construídos por uma identidade coletiva, pois as famílias como conhecemos é quase uma pessoa moral. E, em todos as casas existem memórias preservadas que a diferenciam das demais, e podem ser lar temporário dos mais diversos tipos de pessoas que vai depender da hospitalidade das famílias. Nesse lugar, deve ser evitado qualquer tipos de disputas que causem desavenças entre os moradores, e está casa ao que o texto se refere pode ser uma analogia ao próprio Brasil a casa de todos os brasileiros, em que independente de motivos políticos todos devem privilegiar a união. Entretanto, se a partimos do principio próprio da palavra casa, observa-se que vemos as pessoas que moram conosco como nossa gente, e o que encontramos na rua são apenas grupos de indivíduos desarticulados. Logo após essa definição, o autor entra em um debate em que as coisas de casa são melhores fazendo diversas analogias como quando uma mãe vê seu filho saindo pela primeira vez, ou que a comida de casa é melhor que a da rua e etc. Essa cultura de que ir para rua tem relação também ao trabalho, visto que diferente dos anglo-saxões em que valorizam o trabalho até mesmo pela palavra que utilizam “work” que pode significar também agir e afins, o brasileiro tende a valorizar muito mais a imagem do malandro ( aquele que quer se dar bem, ganha dinheiro sem fazer esforço) do que a do caxias ( aquele que cumpre as regras a risca), essa concepção tem inicio com a escravidão em que os senhores era donos dos escravos e os escravos que teria por função realizar todos os serviços. O principal questão dessas relações de trabalho está envolto dos trabalhadores domésticos que exercem função semelhante a escravidão e acabam por desenvolver vínculos com as famílias a que tem o vínculo empregatício, o que pode acarretar em diversos danos psicológicos para ambas as partes mais em especial para o empregado, quando ocorre o encerramento do vínculo empregatício.
Capítulo 3 – A ilusão das relações raciais.
O capítulo começa com a frase de Antonil: “O Brasil é um inferno para os negros, um purgatório para os brancos e um paraíso para os mulatos” e o autor define essa frase como mal interpretada, pois quase todos os seus interpretes viram isso como uma apologia a um fenômeno biológico e racial, quando na verdade diz sobre um fato sociológico básico, a crítica da frase segundo o autor é sobre os mulatos que eram o principal alvo das teorias da Europa e Estados Unidos. Um exemplo claro disso é quando Gobineau, previu que o Brasil acabaria em 200 anos, justamente por permitir a miscigenação entre as diversas etnias. Ele não estava sozinho com esse discurso racista, muitos outros tratavam inclusive o Brasil como uma nação em que futuramente só teria degenerados, e que seria impossível retirar e produzir qualquer coisa de bom nesse país. Após essa passagem, o autor explica porque não entende a frase do começo do capitulo como racista, simplesmente por acreditar que o mulato seria a mistura perfeita, em que entre o preto e o branco como nos sistemas sul-africano e anglo-saxão existem uma infinidade de tons que devem ser valorizados, justamente pelo caráter de diversidade que apresenta em que o mulato apresenta a cristalização perfeita. Porém, o autor diz estar convencido de que o negro, o branco e o índio ainda estão divididos hierarquicamente como nos tempos da colônia. Ademais, para o autor o Brasil não foi feito de negros, brancos e índios como se parece, ele foi feito por portugueses altamente autoritários e aristocratas que já tinham leis discriminatórias com negros judeus e qualquer outro que não obedecesse o padrão europeu e durante a colonização espalharam esse preconceito por todos os cantos.
Capítulo 4 – Sobre comidas e mulheres.
Uma das mais importantes manifestações da sociedade brasileira é a comida, e além dela as mulheres, pois combinando-os temos uma representação brasileira tão importante quanto a política, economia, família e afins. Refente a comida, podemos ter em mente que por diversas vezes ela é o principal mediador entre a cabeça e a barriga, e obviamente um alimento preparado com maior carinho tem um sabor especial e provoca sensação de lar, de sentar a mesa em conjunto com suas famílias e amigos em um momento único do dia de confraternização, quase que como um dia de ação de graças, durante todos os dias, além de que diferente dos estadunidenses diferenciamos a comida do alimento que para eles ambos significam a mesma coisa, mas nós selecionamos a comida como aquilo que é saboreado, onde paramos para fazer essa tão importante refeição, sendo a nossa comida básica o feijão
com arroz, e após esse momento traz uma série de analogias do que seria comida para certos animais. A relação da mulher com a comida vem do próprio ato sexual que muitos enunciam como “comer”, entre as referências usadas para explicar melhor essa assimilação está o fato de que o homem deve comer, e a mulher cozinhar e o autor do texto para exemplificar cita diversos casos em que a mulher foi apresentada na mídia como a cozinheira tradicional em novelas e filmes de época. Outrossim, observa-se que a farinha de mandioca é um alimento presente na maioria dos pratos brasileiros por unir pratos como a farofa ou ser parte importante dos caldos que tem grande presença nos pratos brasileiros, além disso, os brasileiros em geral têm preferência para intermediários diferente dos europeus ou o líquido ou sólido.
Capítulo 5-O carnaval, ou o mundo como teatro e prazer.
A rotina brasileira de trabalho árduo em que as poucas pausas são para dormir, o brasileiro tem por seu costume como momento de lazer as festas, como todos os países têm suas festas tradicionais o Brasil desenvolver como seu principal representante o carnaval. Entre as magias do carnaval, está a liberdade do povo de vestir e agir como quer, algo que está aprisionado dentro deles durante todo o ano se revela, sem ter medo dos padrões impostos pela sociedade e não tendo medo de censura em nenhuma hipótese, a única época do ano em que todos podem ser quem realmente são, mas se quiserem ser outra pessoa não há nenhum problema nisso. Além de que, essa época estimula a competição tanto de melhor fantasia, melhor marchinha como qual escola desfilou mais bonita, porém, essa competição é feita de uma maneira sadia e divertida onde ninguém quer se dar melhor que o outro e apenas querem se divertir ao máximo, aparenta pelo texto ser a única época do ano em que o povo não leva a vida totalmente a sério, seria algo semelhante a um retiro da seriedade em que o único motivo é aproveitar ao máximo essa época do ano.
Capítulo 6-As festas da Ordem.
Em contraste com o carnaval as festas de ordem apresentam um caráter disciplinado, que em muitos casos as pessoas não estão nela porque querem e simplesmente por serem obrigados, onde o objetivo não é a diversão e sim no máximo a confraternização, onde seleciona-se os convidados da festa por classes em que juízes só confraternizam com juízes e os demais não podem participar desse convívio social, no máximo como trabalhadores e somente assim, onde pessoas são classificadas em grupos especiais e quem não pertence a esses grupos é denominado como povo. Ademais, observa-se que as diferentes comemorações que poderiam ser resumidas como desfile tem diversas categorias, como os desfiles religiosos denominam-se procissão em que é demonstrado pelos fiéis a vida exemplar do santo, que deve servir de exemplo para todos eles, os desfiles cívicos que servem para demonstrar o patriotismo por meio da visualização do desfile dos militares, em que diferente dos EUA que comemoram o dia da independência com todos indo para um parque hasteando a bandeira nacional e soltando fogos. E, finalmente os desfiles do carnaval que não exigem nenhum formalismo, que inclusive ninguém pode chegar atrasado, pois a festa só começa quando a pessoa chega, além de não ser necessário nenhuma etiqueta, simplesmente sair e aproveitar ao máximo.
Capítulo 7-O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”.
O capítulo inicia-se voltando a imagem do malandro e baseado em duas frases centrais, você sabe o com quem está falando e o “jeitinho”. Começando pelo jeitinho que já se tornou parte do brasileiro, aquelas famosas frases do cotidiano “pode eu não posso, mas para você eu consigo fazer”, demostra a capacidade do brasileiro de quebrar regras como algo norma, diferente das sociedades anglo-saxões em que as regras são feitas para atender as necessidades da sociedade e caso ela não tornem-se mais válidas devem deixar de existir, pois para eles não é necessário existir uma regra simplesmente para estar nos códigos. Em contraposição a isso, as regras que normatizam o cotidiano brasileiro costumam vir cercados do não-pode e apenas assim, tal fato, nos leva a frase você sabe com quem você está falando, esse caso de abuso de autoridade ou pior de abuso de autoridade usando o nome de familiares, como o caso de filho de ministro que no caso de ser preso tomar essa frase como lema para conseguir soltura. O malandro, é considerado aquele que usa o jeitinho de melhor maneira, conseguindo sobreviver através dele de modo como menor esforço possível, caracterizando o exemplo brasileiro que é divulgado pelo mundo, o que reflete na concepção que o brasileiro tem para os estrangeiros.
Capítulo 8-Os caminhos para deus.
Nesse capítulo o autor se propõe a dissertar acerca dos caminhos para deus do brasileiro. A principal ideia é a incrível capacidade do brasileiro de seguir mais de uma religião ao mesmo tempo, sem nenhuma interferência, em um trecho o autor diz “Não se pode ter dois times de futebol, dois partidos políticos, mas não importa nenhum pouco se você tem duas religiões, podendo ser admirador de Ogum e São Jorge ao mesmo tempo”. Após esse momento, observa-se nas ideias as presentes religiões mais famosas no Brasil a religião Católica Romana, que foi a oficial do brasil até 1890 e tem como características em seu culto as missas que conhecemos e os cantos onde as pessoas ecoam em uníssono as orações. Além disso, existe as religiões de caráter espiritual o espiritismo Kardecista, que trata o contato com os espíritos diretamente e codificado, a Umbanda que trabalha com os espíritos de outro modo, por meio de batuques que os chamam, fazendo parte de festividades e cultos. E, por fim, o Candomblé religião puramente africana que trabalha com os verdadeiros orixás, os invocando por meio de batuques na língua materna africana o iorubá. O capítulo se propõe a demonstrar os diversos caminhos diferentes para chegar a deus que os brasileiros têm, e que muitas vezes se encontram, e essa diversidade religiosa faz parte das coisas que fazem o Brasil ser Brasil.
Como conclusão do livro o autor diz que analisar o que faz o Brasil, Brasil deve ser analisado não somente observando um tipo de pessoa, ou meio social, e sim analisar a sociedade como um todo, que existem diversas diferenças nela. Ademais, chega a conclusão de que o mundo, em geral, está tornando o individualismo como lema e que é necessário maior consciência coletiva para melhorá-lo, Além de carnavalizar mais a vida que está sendo levada de um modo muito sério, o que ocasiona no formalismo exagerado presente em todos os meios da sociedade, e para finalizar o autor deixa p desafio para que outras pessoas tentem chegar a conclusão da pergunta que denomina esse livro.

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