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Relações Econômicas Internacionais.2

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Unidade 2
WEBAULA 1
 1 A INTEGRAÇÃO ECONÔMICA
O comércio entre países, como já vimos, sofreu grandes transformações nas últimas décadas devido ao processo de globalização e às tendências de tecnologia. Os países sentiram a necessidade de expandir suas fronteiras de negociações, com o objetivo de incrementar a produção e o consumo. Nesse sentido, os governos precisaram se adaptar ao novo formato de comércio, consituindo e aplicando as políticas comerciais compatíveis com o comércio de cunho internacional.
As políticas comerciais, além de corrigirem algumas imperfeições do mercado, ainda procuram atingir objetivos nacionais, de acordo com a necessidade de cada país, por exemplo, se determinado país necessita proteger sua produção de bens duráveis, a política será aplicada a partir desse objetivo. Além da política comercial, outro fenômeno surgiu no âmbito das relações econômicas internacionais:  a integração econômica.
Esse processo de integração econômica se intensificou no período após a Segunda Guerra Mundial, buscando eliminar alguns efeitos do protecionismo excessivo em tempos anteriores. Os países não podem ser considerados autossuficientes, por isso, buscam o comércio e, consequentemente, uma cooperação internacional em forma de associações ou blocos econômicos, objetivando relações privilegiadas. Além disso, o fenômeno da globalização também aproximou as relações econômicas, culturais e sociais.
No passado, a integração entre povos era realizada por invasões e conquistas e a força dos exércitos era o principal instrumento de persuasão. Atualmente, nações independentes procuram integrar-se por meio de acordos firmados em função de seus interesses recíprocos. (CARVALHO; SILVA, 2002, p. 226)
 Nesse contexto, os blocos econômicos surgiram com a finalidade de promover o comércio de determinado local. Desenvolver o comércio de uma região, além de criar poder de compra para os países participantes, ainda pode melhorar o nível de vida da população. Assim, a integração entre os países geram benefícios mútuos. Você pode saber mais sobre a integração econômica  assistindo ao vídeo 1.
Renato Ruggiero (ex-diretor geral da Organização Muncial do Comércio - OMC) faz o seguintes comentários: um dos grandes desafios da OMC é evitar que os obstáculos nacionais ao comércio não sejam simplismente substituídos por obstáculos regionais. Isto é, que o protecionismo deixe de ser nacional para ser do bloco. Os blocos econômicos podem funcionar como etapas para um mundo sem fronteiras. (MAIA, 2011, p. 348)
Nesse sentido, os blocos econômicos estão inseridos no processo de integração econômica, e os tipos de integração econômica variam de acordo com o grau de interdependência que os países são submetidos. Essas fases podem ser observadas na Figura 2.2.
 Analisando a Figura 2.2, a primeira fase da integração econômica trata-se da zona do livre comércio, na qual os países participantes concordam em derrubar algumas barreiras sobre o comércio em que participam, no entanto, esses países continuam com as políticas. Na fase de união aduaneira, os países, além de eliminarem barreiras, ainda adotam uma política comercial homogênea e semelhante em relação aos outros países.
Segundo Maia (2011, p. 350), "o mercado comum é aquele que, além do que foi estabelecido na União Aduaneira, permite, dentro do bloco, a livre cirulação de bens, de serviços, de mão de obra e de capitais". Já no que diz respeito à união econômica, os acordos procuram não somente impor limites ao movimento de produtos, serviços ou outros fatores de produção mas também equilibrar políticas econômicas. No estágio da integração econômica total, Carvalho e Silva (2002, p. 227) relatam que:
 Essa fase implica livre deslocamento de bens, serviços e fatores de produção, além de completa igualdade de condições para os agentes econômicos, pois o acordo prevê idênticas políticas econômicas e socais, administradas por autoridades supranacionais.
Nesse estágio da integração, pode ocorrer uma política monetária comum, criando um Banco Central do bloco. A moeda única tende a facilitar o comércio, pois suprime os riscos cambiais e afasta o protecionismo cambial, no entanto, a moeda única também exige medidas rigorosas de controle. Quando os blocos atingem a interação total, surge a necessidade da criação do Banco Central.
uadro 2.1 | Blocos Econômicos e fases de integração
Fonte: Maia (2011, p. 351).
 O Quadro 2.1 ilustra as fases da integração econômica e as características de cada uma, bem como um exemplo de bloco econômico que participa de cada fase. A OMC registra a existência de 474 blocos econômicos, e os mais importantes são: União Europeia, Mercosul, Aladi, Nafta, Apec e Alca. Em 2001, surgiu a expressão BRIC, em um trabalho do  economista Jim O'Neill, observando países que poderiam formar um grande mercado. Em 2011, os países já participantes – Brasil,  Rússia, Índia e China – adimitiram como membro a África do Sul, alterando o termo para BRICS.
1.1 União Europeia
Uma das integrações mais abrangentes que existem, a União Europeia passou  por diversas composições. Originou-se da Comunidade do Carvão  e do Aço (CECA), transformando-se em Mercado Comum Europeu (MCE); posteriormente, em Comunidade Econômica Europeia (CEE), até a definição atual.
A União Europeia (UE) nasceu em 7-2-1992 quando os países do Mercado Comum Europeu firmaram o Tratado de Maastricht. Os principais pontos desse tratado foram: criação da União Europeia (UE); integração gradual; criação do Banco Central do Bloco; criação da moeda única; em 1997, haverá uma reavaliação da união monetária. (MAIA, 2001, p. 374)
A integração gradual ocorreu dentro das normas do tratado e, em 1998, foi criado o Banco Central Europeu, no qual a moeda única é o euro. No período atual, a União Europeia é composta por 28 países.
1.2 Mercosul
A experiência latino-americana na integração econômica inicia com uma proposta de economistas da Comissão Econômica para América Latina (CEPAL), a qual tinha por objetivo desenvolver econômicamente a região, implantando, inclusive, o modelo de substitução de importação. A proposta dos economistas da CEPAL, dirigida pelo argentino Raúl Prebisch, resultou na Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), criada pelo Tratado de Montevidéu (1960), que tinha como participantes Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e Uruguai. Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela foram incorporados posteriormente e, em 1980, a ALALC foi substituída pela Associação Latina-Americana de Integração (ALADI) (CARVALHO; SILVA, 2002).
Com a intenção de um avanço no processo de integração, a ALADI também permitiria alguns acordos parciais, ou seja, como um subgrupo que não necessitaria alcançar todos os países participantes. Dessa nova forma de aliança surgiu o Mercosul,  a partir do Tratado de Assunção entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Vários são objetivos do Mercosul: a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção; o estabelecimento da TEC (Tarifa Externa Comum); coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; compromisso dos estados participantes em harmozinar suas legislações para fortalecer a integração, entre outros.
1.3 NAFTA (North American Free Trade Agreement¹)
A experiência latino-americana na integração econômica inicia com uma proposta de economistas da Comissão Econômica para América Latina (CEPAL), a qual tinha por objetivo desenvolver econômicamente a região, implantando, inclusive, o modelo de substitução de importação. A proposta dos economistas da CEPAL, dirigida pelo argentino Raúl Prebisch, resultou na Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), criada pelo Tratado de Montevidéu (1960), que tinha como participantes Argentina, Brasil, Chile, México, Paraguai, Peru e Uruguai. Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela foram incorporados posteriormente e, em 1980, a ALALC foi substituída pela Associação Latina-Americana de Integração (ALADI) (CARVALHO; SILVA, 2002).
 O objetivo do NAFTA é estabelecer apenasuma Zona de Livre Comércio. Portanto, diferente do Mercosul, que pretende ser uma União Aduaneira. O acordo visa eliminar as tarifas alfandegárias e outras barreitas comerciais. Isso proporcionará maiores oportunidades de trocas comerciais e crescimento dos fluxos de investimentos entre os estados membros. (MAIA, 2011, p. 391)
 Essa integração entre os países divide opiniões positivas e negativas quanto aos efeitos para os países, em especial, para o país menos desenvolvido, como o México.
 1.4 APEC (Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico)
O Japão propôs, no final dos anos de 1980, a organização de um grupo, com o objetivo de impulsionar a colaboração técnica e em investimentos. Assim nasceu a APEC em 1989.
Conforme Maia (2011), essa integração tinha como meta a liberação comercial e de investimentos, a facilitação de negócios e uma colaboração econômica e técnica. Esse bloco envolve países situados na Ásia e no Oceano Pacífico: Japão, China, Cingapura, Malásia, Brunei, Tailândia, Indonésia, Hong Kong, Taiwan, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Canadá, Estados Unidos, Chile, México, Nova-Guiné, Peru, Vietnã e Rússia.
1.5 Associação de Livre Comércio das Américas (ALCA)
A trajetória do bloco denominado ALCA iniciou-se com uma ideia no final do século XIX, no entanto, não avançou devido à resistência de alguns países. Somente em 1994, foi assinado um documento com algumas orientações para implantação do bloco.
Na tentativa de ampliar a abrangência de integração da América do Norte, em 1994 os Estados Unidos convocaram a Cúpula das Américas, que teve a participação de 34 nações da América do Norte e da América do Sul. A pedra angular da conferência foi o apelo para uma Área de Livre Comércio das Américas - Alca (Free Trade Área of the Américas - FTAA) em 2005. (CARBAUGH, 2008, p. 318)
1.6 BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
Este grupo é composto por países considerados emergentes, os quais, ao se unirem, formaram uma organização com um potencial econômico elevado no que diz respeito ao comércio internacional.
Inicialmente, a composição contava com quatro países: Brasil, Rússia, Índia e China. "Em fevereiro de 2009, os BRICs detinham 41% das reservas externas globais, a maioria aplicada em títulos do Tesouro Americano. Ou seja, os emergentes tornaram-se grande credores dos Estado Unidos” (MAIA, 2011 p. 353).
O objetivo principal desse conjunto econômico é articular políticas que aumentem sua participação no cenário mundial. Além disso, o Banco do BRICS busca auxiliar as economias emergentes, melhorar a capacidade de financiamento e ampliar infraestruturas.
2 ECONOMIA GLOBAL E INVESTIMENTOS
O processo de globalização alterou características de ordem comercial, financeira, produtiva, social e cultural. Destacando a ordem comercial, percebemos que os bens e serviços, assim como os fatores produtivos, passaram a participar de um fluxo mundial e, consequentemente, o fluxo de capital também.
Os fatores produtivos se movem, quando isso é possível, dos países onde são abundantes (baixa produtividade) para os países onde são escassos (alta produtividade). Os fatores produtivos fluem em resposta aos retornos (tais como salários e rendimentos do capital) enquanto estes se mantêm suficientemente grandes para mais do que compensar o custo de transferência de um país para o outro. (CARBAUGH, 2008, p. 332)
Os capitais tendem a se movimentar por alguns motivos, que podem ser: segurança, rentabilidade e saciedade no mercado de origem. Em relação à segurança, que detém o capital externo, há várias opções para aplicá-lo, por isso, escolherá o local que lhe oferecer maior confiabilidade. Essa mesma análise ainda pode ser aplicada para a rentabilidade.
Nesse contexto, muitas empresas podem resolver mover parte de seu capital para o exterior, e essa ação pode ser feita por dois caminhos: investimento direto ou portfólio. 
Investimento em portfólio envolve ativos financeiros, como aquisição de títulos ou de ações. A transação realiza-se por meio de instituições financeiras e não implica o controle da empresa beneficiária do capital por parte do investidor. Investimento direto é uma operação em que se cria uma subsidiária no exterior ou passa-se a exercer controle sobre uma empresa estrangeira, adquirindo a maior parte de suas ações. É um importante canal para os fluxos internacionais de capital privados e constitui um dos pilares do processo de globalização. (CARVALHO; SILVA, 2002, p. 247)
 Pode-se dizer que uma característica que marca o processo da globalização é o aumento dos investimentos diretos no exterior. E é por meio desses investimentos que as empresas podem participar e competir no mercado externo. Essas empresas ainda podem ser definidas como empresas multinacionais² ou transnacionais³. 
Conforme Carbaugh (2008), o investimento direto é desejado por muitos países, pois têm como consequências o gerenciamento e as tecnologias eficientes. Ele ainda faz as empresas serem mais competitivas, preservando os empregos locais, além de que os investimentos no exterior motivam exportações de bens de capital.
Nesta webaula, vimos como o fenômeno da globalização trouxe consigo a aproximação comercial e financeira entre os países. O processo de integração econômica acelerou a organização de blocos econômicos em seus diferentes níveis, desde o livre comércio até a integração total. Os acordos entre um grupo de países, de forma geral, busca desenvolver o comércio de determinada região, e com a concorrência acirrada, consequentemente, há uma redução de custos e melhoria de qualidade nos produtos e serviço.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma reorganização produtiva e institucional, a fim de reestabelecer as relações entre os países e reduzir as restrições ao comércio. Como resultado dessa nova posição dos países, o primeiro passo foi a redução recíproca das barreiras tarifárias graduais em todo o mundo. Na sequência, acordos comerciais regionais para uma liberalização do comércio por um pequeno número de países, o que pode ser entendido como as áreas de livre comércio e uniões aduaneiras.
A expressão “integração econômica” passou a ter ênfase na década de 1950, significando o processo de eliminação de barreiras ao comércio, pagamentos ou movimentação de fatores de produção. Assim, duas ou mais economias realizam um acordo comercial, o qual pode ser diferenciado dependendo do objetivo dos países. Nesse sentido, a integração pode ser a zona livre do comércio; a união aduaneira; o mercado comum; a união econômica ou a integração econômica total.
Os tipos de integração resultaram, ainda, nos blocos econômicos, os quais passaram a representar um ponto essencial das economias envolvidas. Como vimos, os principais blocos econômicos são: União Europeia, Mercosul, Nafta, Alca, Apec e, recentemente, BRICS.
A integração entre os países, além de econômica e comercial, também resultou na incorporação financeira para as economias. À medida que aumenta o fluxo de bens, serviços e fatores produtivos, o fluxo de capitais também aumenta. Assim, os investimentos em outros países que pudessem proporcionar vantagens passaram a ser foco das empresas, originando as multinacionais e as transnacionais.
Por fim, o que move os capitais mundialmente é a busca por lucros, dessa forma, um país que ofereça segurança, rentabilidade e possibilite redução dos custos de produção será capaz de atrair investimentos diretos.

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