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1 AULA 28 ROLAMENTO Só estudaremos casos onde os objetos rolam sem deslizar, ou seja, não há movimento relativo entre as superfícies em contato, no ponto de contato. AULA 28 – ROLAMENTO 2 Condição de não-deslizamento: Quando um objeto rola sem deslizar sobre uma superfície, o movimento é chamado de rolamento suave. ∆𝒙𝑪𝑴 Sempre que um objeto rola sem deslizar, a distância linear percorrida pelo seu centro de massa deve ser igual ao comprimento do arco de círculo descrito por um ponto na periferia do objeto. ∆𝒔 𝑹 ∆𝜽 ∆𝒙𝑪𝑴 = ∆𝒔 ∆𝒙𝑪𝑴 = 𝑹 ∙ ∆𝜽 𝑨 𝑨 AULA 28 – ROLAMENTO 3 𝒙𝑪𝑴 = 𝑹 ∙ 𝜽Condição de não-deslizamento para aposição: Derivando em relação ao tempo: 𝒗𝑪𝑴 = 𝑹 ∙ 𝝎 Condição de não-deslizamento para a velocidade: Derivando em relação ao tempo: 𝒂𝑪𝑴 = 𝑹 ∙ 𝜶 Condição de não-deslizamento para a aceleração: AULA 28 – ROLAMENTO 4 Pontos a diferentes distâncias do eixo de rotação descreverão trajetórias diferentes Ciclóide AULA 28 – ROLAMENTO 5 Rolamento como uma combinação de translação e rotação: O movimento de rolamento pode ser representado como uma combinação do movimento de translação pura do centro de massa mais o movimento de rotação pura de todos os outros pontos do objeto em torno do centro de massa. translação pura rotação pura rolamento AULA 28 – ROLAMENTO 6 E se o corpo rolar com uma aceleração..... CM aa 2 0v 0a CMaa O ponto do objeto que está em contato com a superfície precisa ter velocidade instantânea nula pois caso contrário haveria deslizamento do objeto em relação à superfície. Nunca há atrito cinético atuando no rolamento suave, apenas atrito estático (supondo apenas um ponto de contato entre as superfícies). AULA 28 – ROLAMENTO 7 Rolamento como uma rotação pura: O movimento de rolamento também pode ser representado como uma rotação pura em torno do ponto de contato com a superfície (correspondendo ao eixo de rotação, onde v = 0). 𝑷 𝑷 𝑷 𝝎 𝝎 𝝎 𝑪𝑴 𝑹 𝒗 = 𝝎 ∙ 𝒓 rotação pura: 𝑻 𝟐𝑹 𝒗𝑪𝑴 = 𝝎 ∙ 𝑹 𝒗𝑻 = 𝝎 ∙ 𝟐 ∙ 𝑹 𝒗𝑻 = 𝟐 ∙ 𝒗𝑪𝑴 AULA 28 – ROLAMENTO 8 Energia cinética de rolamento: Considerando o movimento de rolamento como uma rotação pura em torno do ponto de contato com a superfície 𝑷 𝝎𝝎 𝑪𝑴 𝑹 𝑲 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝑰𝒑 ∙ 𝝎 𝟐 Mas como o ponto P não é o centro de massa do objeto, precisamos calcular IP pelo teorema dos eixos paralelos: 𝑰𝑷 = 𝑰𝑪𝑴 +𝑴 ∙ 𝒉 𝟐 AULA 28 – ROLAMENTO 9 𝑰𝑷 = 𝑰𝑪𝑴 +𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 𝑲 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝑰𝑪𝑴 +𝑴 ∙ 𝑹 𝟐 ∙ 𝝎𝟐 𝑲 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝑰𝑪𝑴 ∙ 𝝎 𝟐 + 𝟏 𝟐 ∙ 𝑴 ∙ 𝑹𝟐 ∙ 𝝎𝟐 Pela condição de não-deslizamento, temos: 𝒗𝑪𝑴 = 𝑹 ∙ 𝝎 AULA 28 – ROLAMENTO 10 𝑲 = 𝟏 𝟐 ∙ 𝑰𝑪𝑴 ∙ 𝝎 𝟐 + 𝟏 𝟐 ∙ 𝑴 ∙ 𝒗𝑪𝑴 𝟐 A energia cinética de rolamento é composta de um termo puramente rotacional e outro termo puramente translacional AULA 28 – ROLAMENTO 11 O papel do atrito no rolamento: Quando liberado na posição mostrada abaixo do alto de um plano inclinado real, um disco de hóquei desce rolando suavemente. 𝑪𝑴 𝑹 - Quem faz o disco girar? - Para onde age a força de atrito? - Por que ele rola e não desliza? AULA 28 – ROLAMENTO 12 - Quem faz o disco girar? Os suspeitos usuais seriam o peso 𝑷 e a normal 𝑵 ... 𝑷 𝑪𝑴 𝑵 Mas como o disco gira em torno do seu CM, os torques são: 𝝉𝑷 = 𝒓𝑷 ∙ 𝑷 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋𝑷 Como P age no centro de massa, 𝝉𝑷 = 𝟎 ∙ 𝒎 ∙ 𝒈 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋𝑷 = 𝟎 𝝉𝑵 = 𝒓𝑵 ∙ 𝑵 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋𝑵 Como N age na direção radial, 𝝉𝑵 = 𝑹 ∙ 𝑵 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝟏𝟖𝟎° = 𝟎 𝒓𝑵 𝑹 AULA 28 – ROLAMENTO 13 Então nem o 𝑷 nem a 𝑵 causam torque! Consequentemente, a força que faz o disco girar tem que ser a força de atrito estático! 𝑷 𝑪𝑴 𝑵 Como a força de atrito sempre tem sentido oposto à tendência de deslizamento, nesse caso ela está no sentido contrário ao de Px. 𝒓𝑵 𝒇𝒆 𝝉𝒇𝒆 = 𝒓𝒇𝒆 ∙ 𝒇𝒆 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋𝒇𝒆 𝝉𝒇𝒆 = −𝑹 ∙ 𝒇𝒆 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝟗𝟎° 𝝉𝒇𝒆 = −𝑹 ∙ 𝒇𝒆 (giro horário) - Para onde age a força de atrito? AULA 28 – ROLAMENTO 14 Porque num plano real sempre há possibilidade de uma força de atrito atuar. O atrito surge sempre que há tendência ao deslizamento, aparecendo no sentido contrário à essa tendência. Quando o disco é colocado com um só ponto em contato com a superfície (aproximadamente), surge inicialmente o atrito ESTÁTICO. Como essa força de atrito estático já é capaz de causar torque, ela inicia o movimento de rolamento e não aumenta em valor máximo até virar atrito cinético. - Por que ele rola e não desliza? AULA 28 – ROLAMENTO 15 𝑪𝑴 𝑹 𝑪𝑴 𝑹 𝑪𝑴 𝑹 Exemplo: Um disco de hóquei está inicialmente em repouso sobre uma superfície horizontal áspera. Um agente externo então realiza uma ação sobre o disco. Indique qual a direção da força de atrito agindo sobre o disco e qual o torque resultante em cada caso: 𝑭 a) Uma força externa é aplicada sobre o CM do disco, na direção ilustrada. b) Uma força externa é aplicada na borda superior do disco, na direção ilustrada. c) Um torque externo é aplicado ao disco, gerando uma a no sentido ilustrado abaixo. 𝜶 𝑭 AULA 28 – ROLAMENTO 16 𝑪𝑴 𝑹 a) Uma força externa é aplicada sobre o CM do disco, na direção ilustrada. Como a força F age no centro do disco, em torno do qual ele pode girar, o torque de F será nulo pois a distância do eixo ao ponto de aplicação de F é zero. Mas F causa uma tendência ao deslizamento para a direita. Contrária à essa tendência, surge uma força de atrito estático (não chega a haver deslizamento) para a esquerda. Essa força de atrito estático causa um torque, pois age no ponto de contato com a superfície, a uma distância R do eixo. E esse torque produz um giro no sentido horário, para este caso. 𝑭 tendência ao deslizamento 𝒇𝒆 𝝉𝒇𝒆 = 𝒓 ∙ 𝒇𝒆 ∙ 𝐬𝐞𝐧𝝋 𝝉𝒓𝒆𝒔 = −𝑹 ∙ 𝒇𝒆 AULA 28 – ROLAMENTO 17 𝑪𝑴 𝑹 𝑭 b) Uma força externa é aplicada na borda superior do disco, na direção ilustrada. tendência a derrapagem (deslizar) 𝒇𝒆 Como a força F age na borda do disco, ela agora gera uma tendência ao giro, pois está a uma distância R do eixo central. O torque de F induz um giro no sentido horário, de forma que, no ponto de contato com o solo, o disco tende a derrapar, empurrando o solo para a esquerda da figura. Contrária à essa tendência, surge uma força de atrito estático para a direita. Essa força de atrito estático também causa um torque, que no caso é oposto ao de F, portanto no sentido anti-horário. 𝝉𝒇𝒆 = 𝑹 ∙ 𝒇𝒆 𝝉𝒓𝒆𝒔 = −𝑹 ∙ 𝑭 + 𝑹 ∙ 𝒇𝒆 𝝉𝑭 = −𝑹 ∙ 𝑭 AULA 28 – ROLAMENTO 18 𝑪𝑴 𝑹 c) Um torque externo é aplicado ao disco, gerando uma a no sentido ilustrado abaixo. Se há um torque externo agindo, há tendência à derrapagem no ponto de contato com a superfície. Essa tendência sempre aparece no sentido em que o disco varia sua velocidade angular. Logo, uma força de atrito surge no sentido contrário ao da tendência à derrapagem, gerando um torque que se soma vetorialmente ao torque externo. tendência a derrapagem 𝒇𝒆 𝜶 𝝉𝒓𝒆𝒔 = 𝝉𝒆𝒙𝒕 − 𝑹 ∙ 𝒇𝒆 AULA 28 – ROLAMENTO 19 Por exemplo, quando começa a pedalar uma bicicleta, você imprime uma aceleração angular à roda traseira. Essa aceleração angular gera uma tendência à derrapagem no ponto de contato entre a roda traseira e o chão. Como resultado, uma forçade atrito estático aparece, no sentido oposto ao da tendência à derrapagem. Assim, o atrito estático é o responsável pelo translado da bicicleta! 𝜶 tendência à derrapagem 𝒇𝒆 AULA 28 – ROLAMENTO 20
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