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Página 1 de 2 Direito Penal I/Curso de Direito Prof.ª: Michelle Melo Abath 2º período Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considerados psicológicos, elemento de natureza normativa (real ou potencial consciência sobre a ilicitude do fato ). ( ) Certo ( ) Errado RESPOSTA: Certo. COMENTÁRIOS: Segundo a teoria causal, dolo e culpa só devem ser analisados na culpabilidade. Para essa teoria, o dolo é normativo, ou seja, precisa possuir, além dos elementos volitivos e cognitivos (vontade e consciência), a consciência sobre a ilicitude. Vale dizer que o CP adotou a teoria finalista, segundo a qual dolo e culpa devem ser analisados no fato típico, e o dolo possui apenas os elementos volitivos e cognitivos. (FCC-2010-TCE RO-PROCURADOR) No dolo eventual, a) o agente, conscientemente, admite e aceita o risco de produzir o resultado. b) a vontade do agente visa a um ou outro resultado. c) o sujeito prevê o resultado, mas espera que este não aconteça. d) o sujeito não prevê o resultado, embora este seja previsível. e) o agente quer determinado resultado. RESPOSTA: Letra A. COMENTÁRIOS: No dolo eventual o agente prevê e aceita o resultado, portanto, ao agir, o sujeito conscientemente, admite e aceita o risco de produzir o resultado. (XII Exame da OAB - 2013) Wilson, competente professor de uma autoescola, guia seu carro por uma avenida à beira-mar. No banco do carona está sua noiva, Ivana. No meio do percurso, Wilson e Ivana começam a discutir: a moça reclama da alta velocidade empreendida. Assustada, Ivana grita com Wilson, dizendo que, se ele continuasse naquela velocidade, poderia facilmente perder o controle do carro e atropelar alguém. Wilson, por sua vez, responde que Ivana deveria deixar de ser medrosa e que nada aconteceria, pois se sua profissão era ensinar os outros a dirigir, ninguém poderia ser mais competente do que ele na condução de um veículo. Todavia, ao fazer uma curva, o automóvel derrapa na areia trazida para o asfalto por conta dos ventos do litoral, o carro fica desgovernado e acaba ocorrendo o atropelamento de uma pessoa que passava pelo local. A vítima do atropelamento falece instantaneamente. Wilson e Ivana sofrem pequenas escoriações. Cumpre destacar que a perícia feita no local constatou excesso de velocidade. Nesse sentido, com base no caso narrado, é correto afirmar que, em relação à vítima do atropelamento, Wilson agiu com a) dolo direto b) dolo eventual c) culpa consciente. d) culpa inconsciente. RESPOSTA: Letra C. COMENTÁRIOS: De acordo com a descrição do enunciado, Wilson, que está dirigindo com excesso de velocidade, apesar de alertado pela namorada sobre o perigo de um acidente, não admite a possibilidade de sua ocorrência, já que confia em suas habilidades de motorista. Assim, não se pode falar que Wilson quis o resultado (acidente e atropelamento) e nem que assumiu o risco de produzi-lo (ou que não se importava se ele ocorresse), excluindo o dolo. Assim, o acidente ocorreu por imprudência de Wilson, o que caracteriza a culpa. O Código Penal não diferencia culpa consciente da culpa inconsciente. A diferenciação é doutrinária, mas relativamente óbvia. Na culpa consciente, o agente imagina a possibilidade de ocorrência do resultado, mas acredita sinceramente que este não ocorrerá ou que poderá evitá-lo com suas habilidades. Difere do dolo eventual, no qual o agente também prevê a possibilidade do resultado mas não se importa que ele venha a ocorrer. Estaria configurado se, após a advertência de Ivana, Wilson respondesse algo como: E daí? Não estou nem aí! Não quero nem saber! Na culpa inconsciente, o agente sequer imagina o resultado de sua conduta, apesar de ser este previsível se ele resolvesse analisar a situação. Veja os artigos do Código Penal envolvidos na questão: Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Página 2 de 2 Direito Penal I/Curso de Direito Prof.ª: Michelle Melo Abath 2º período (Magistratura/DF – 2006) Caracteriza-se a culpa consciente quando a) O agente não prevê o resultado, malgrado seja previsível b) O agente admite e aceita o risco de produzir o resultado c) O agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que ele não aconteça d) O agente prevê o resultado, não se importando que venha ele a acontecer. RESPOSTA: Letra C. COMENTÁRIOS: Na culpa consciente, o agente imagina a possibilidade de ocorrência do resultado, mas acredita sinceramente que este não ocorrerá ou que poderá evitá-lo com suas habilidades. (Magistratura/PR – 2008) George Shub, conhecido terrorista, pretendendo matar o Presidente da República de Quiare, planta uma bomba no veículo em que ele sabe que o político é levado por um motorista e dois seguranças até a inauguração de uma obra. A bomba é por ele detonada à distância, durante o trajeto, provocando a morte de todos os ocupantes do veículo. Com relação à morte do motorista, George Shub agiu com a) Dolo de primeiro grau b) Dolo de segundo grau c) Dolo eventual d) Imprudência consciente RESPOSTA: Letra B. COMENTÁRIOS: Com relação à morte do motorista, George agiu com dolo de segundo grau. Perceba que George tinha dolo de primeiro grau em relação ao Presidente da República, tendo optado por atingir este colocando uma bomba no seu veículo, ainda que com essa conduta viesse a produzir efeitos secundários. O dolo de segundo grau é aquele que se refere às consequências secundárias, decorrentes dos meios escolhidos pelo autor para a prática da conduta. Portanto, a morte do motorista foi um efeito secundário decorrente do meio escolhido pelo agente criminoso. (Magistratura/PR – 2008) A culpa que decorre de erro culposo sobre a legitimidade da ação realizada denomina-se a) Culpa própria b)Culpa imprópria c)Culpa inconsciente d)Culpa consciente RESPOSTA: Letra B. COMENTÁRIOS: Na culpa imprópria o agente, envolvido por erro, o que o faz ter uma falsa percepção da realidade, deseja atingir determinado resultado. O que se dá, a rigor, é uma conduta dolosa, apesar de o desejo do agente estar contaminado por uma visão distorcida da realidade. O agente, na culpa imprópria, acredita está agindo de forma legítima, pois acredita estar acobertado por uma excludente de ilicitude. É o caso do pai que, supondo ter sua casa invadida por ladrões, atira contra o invasor, que, depois vem a saber, é seu filho. (Defensoria/MT – 2007) O Código Penal, no artigo 18, inciso II, descreve a modalidade de crime culposo. Sobre a matéria, é correto afirmar a) O delito culposo advém de uma conduta involuntária b) O fato típico culposo é aberto c) Nos delitos culposos, é prescindível a produção do resultado involuntário. d) Nos delitos culposos, a culpabilidade não apresenta os mesmos elementos dos crimes dolosos. RESPOSTA: Letra B. COMENTÁRIOS: O delito culposo pressupõe uma conduta humana voluntária.O resultado é que deve ser involuntário. De fato, os crimes culposos tem o tipo aberto, pois exigem juízo valorativo por parte do juiz, uma vez que a conduta não está descrita na lei. Nos delitos culposos, é imprescindível a produção do resultado involuntário, ou seja, o resultado involuntário é necessário. A culpabilidade, nos crimes culposos, apresenta os mesmos elementos dos crimes dolosos (atenção: ainda vamos estudar a culpabilidade). (Magistratura do Trabalho – 7ª Região – 2005) No crime qualificado pelo resultado preterdoloso, tem -se: a) Dolo e dolo b) Culpa e dolo c) Culpa e culpa d) Dolo e culpa e) Responsabilidade objetiva RESPOSTA: Letra D. COMENTÁRIOS: No crime preterdoloso, o agente quer praticar um crime, mas acaba excedendo-se e produzindo culposamente um resultado mais gravoso do que o desejado. Tem-se, então, dolo no antecedente e culpa no consequente.
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