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Resumo de Ciência Política (Mayrton Marinho) NP1

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A CIÊNCIA POLÍTICA estuda os sistemas de governo, analisa o comportamento político. Tem como objeto o estudo dos acontecimentos, das instituições e das ideias políticas, tanto em sentido teórico, como em sentido prático.
A TEORIA GERAL DO ESTADO estuda sua origem, formação, estrutura, organização, funcionamento e suas finalidades. Preocupa-se em estudar o fenômeno político por excelência, qual seja, o Estado, como pessoa jurídica dotada de um poder soberano e de um ordenamento jurídico visando ao bem comum.
 O DIREITO CONSTITUCIONAL estuda a organização de um Estado determinado, como fato histórico, singular e concreto. A Teoria Geral do Estado, por sua vez, é considerada como o complemento teórico do Direito Constitucional ou como sua parte geral.
ESTADO pode ser entendido como qualquer país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado, bem como designa o conjunto das instituições que controlam e administram uma nação.
Na ANTIGUIDADE, o Estado foi estudado por Aristóteles que, analisando as cidades-estados gregas, destacou as formas de governos ideais.
Formas de Governo segundo Aristóteles:
A Monarquia, onde o governo é de apenas um sobre os demais indivíduos;
 A Aristocracia, que é governo de alguns sobre os demais;
 O Governo Constitucional, em que a maioria governa a cidade para o bem de todos.
 Também observa as formas impuras de governo, os desvios (deturpações):
A Monarquia desvirtuada transforma-se em Tirania, onde a vontade de um sempre prevalecerá contra a ordem jurídica vigente;
Quando a Aristocracia é degenerada aparece a Oligarquia, nesse contexto o poder estaria nas mãos dos possuidores de riqueza;
A última forma desvirtuada seria a Democracia. Esta seria exercida pelas populações “rudes, ignaras e despóticas” ou “o poder é exercido pelos que não possuem muitos bens", ou seja, pelos pobres.
Ainda na ANTIGUIDADE, Platão discorre acerca características dos diferentes regimes políticos e da proposta do próprio Platão de uma cidade ideal. Segundo o filósofo, deve haver uma harmonia entre indivíduo e estado, como consequência dessa harmonia, nasce a saúde na pólis, a qual se reflete também na justiça.
Na IDADE MÉDIA, foi formada uma comunidade política fundada sobre a unidade religiosa.
Neste contexto onde a Igreja e o Estado formavam uma só realidade social, a heresia não era vista pelo povo apenas como um erro religioso, mas também como um crime contra a sociedade.
Sto. Tomás de Aquino e Sto. Agostinho, embora opostos em muitos aspectos, têm em comum a preocupação de justificar a ordem existente, a partir de considerações de natureza teológica;
Fazendo a separação de fundamentos teológicos e generalizações a partir da própria realidade, Maquiavel, sem ignorar os valores humanos, inclusive os valores morais e religiosos, faz uma observação de tudo quanto ocorre na sua época em termos de organização e atuação do Estado. Chega a generalizações universais, criando a possibilidade de uma ciência política.
Jean Bodin foi um jurista francês adepto da teoria do direito divino dos reis. Baseou-se em sua teoria sobre soberania para afirmar a legitimação do poder do homem sobre a mulher e da monarquia sobre a gerontocracia. Segundo ele, um sistema político em que a delegação de poderes se institui enquanto prática comum promove a diluição da soberania necessária a um governo estável. Bodin é um autor que enaltece o absolutismo, adotando o direito como solução para defender o fortalecimento do poder. Para ele Estado é o conjunto de famílias ou de colégios submetidos a uma só autoridade.
No RENASCIMENTO Hobbes, Locke, Montesquieu e Rousseau, influenciados pelo Direito natural, procuram o fundamento desse Direito, assim como da organização social e do poder político, na própria natureza humana e na vida social. Teorizam que sociedade e estado decorrem de um "pacto humano", o Contrato Social.
Contrato social (ou contratualismo) indica uma classe de teorias que tentam explicar os caminhos que levam as pessoas a formarem Estados e/ou manterem a ordem social. As pessoas abrem mão de certos direitos para um governo ou outra autoridade a fim de obter as vantagens da ordem social. Nesse prisma, o contrato social seria um acordo entre os membros da sociedade, pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante.
George Jellinek criou uma Teoria Geral do Estado, como uma disciplina autônoma, tendo por objeto o conhecimento do Estado. Sustenta que a soberania recai sobre o Estado e não sobre a nação, que é um simples organismo deste.
No Brasil, os estudos relativos ao Estado foram incluídos como parte inicial da disciplina Direito Público e Constitucional.
Professores e autores de TGE passaram a identificar esta disciplina com a Ciência Política;
TGE e Direito Constitucional não se confundem, tendo cada uma seu objeto próprio, sendo mais conveniente, do ponto de vista científico e didático, mantê-las autônomas.
O PENSAMENTO POLÍTICO CONTEMPORÂNEO parece ir em direção à uma conjuntura social, geopolítica e histórica internacionalista, fortalece-se assim, frente à ideia de estado soberano, o globalismo.
A soberania dos estados nacionais é relativizada, frente a universalização dos direitos humanos no pós-Segunda Guerra. (Vide matéria de DHU)
Quanto à ORIGEM DA SOCIEDADE, adeptos de diferentes teorias procuram explicar com vasta argumentação o acervo de sua posição.
Segundo a TEORIA NATURALISTA o homem é um ser social por natureza. Somente um indivíduo de natureza vil ou superior ao homem procuraria viver isolado dos outros homens sem que a isso fosse constrangido – afirma Aristóteles. Sto. Tomás de Aquino reafirma que há a existência de fatores naturais determinando que o homem procure a permanente associação com outros homens, como forma normal de vida.
Segundo a TEORIA CONTRATUALISTA, A sociedade é o produto de um acordo de vontades, de um contrato hipotético celebrado entre os homens. Os ditos contratualistas são Thomas Hobbes, Jhon Locke, Montesquieu e Rousseau.
O estado de natureza em que vive inicialmente o homem, para Hobbes, traria situações de desordem, caso não seja reprimido pela razão ou por instituições políticas eficientes. Tomados conscientes, os homens celebram o contrato social, cuja a existência depende de um poder visível, que mantenha os homens dentro dos limites e os obrigues a realizar seus compromissos e à observância das leis da natureza, esse poder visível é o Estado;
Para Locke a terra é um direito comum a todos, já que foi dada por Deus e a partir do trabalho o homem a torna sua propriedade privada. Sendo esta terra sua, ele atribui um direito próprio, excluindo todos os outros de possuí-la. O estado de guerra para Locke se dá a partir do momento em que há uma violação da propriedade privada, fazendo-se necessário a criação de um contrato social. A finalidade principal do contrato era proteger a propriedade privada e preservar os direitos que cada um possuía no estado de natureza;
Montesquieu refere-se também ao homem em “estado natural”, anterior ao estabelecimento das sociedades. Entretanto, diz que o homem sentiria, antes de tudo, sua fraqueza e estaria constantemente atemorizado. Ninguém procuraria atacar e a “paz seria a primeira lei natural”. Traçou em sua obra, “O Espírito das Leis”, leis naturais que levam o homem a escolher a vida em sociedade;
Rousseau diz que os homens no estado de natureza são amorais, não tem conhecimento do que é bom ou mau, entretanto não conseguem ver seu semelhante sofrer. Não fala como se deu o processo do estado da natureza para a sociedade civil, entretanto, afirma que o pacto social foi injusto, já que, iludidos pelo discurso de homens ambiciosos, homens grosseiros e inocentes perderam sua liberdade natural para a servidão. O corpo soberano deveria surgir após haver possibilidade de um pacto legítimo, já que, é um agente ativo e passivo das mesmas. O corpo administrativo do Estado, seja qual for, deve ser um órgãolimitado pelo povo soberano, deve ser submisso à população. A representação política não deve estar no nível de uma soberania. Na verdade Rousseau deseja no lugar de uma democracia representativa, uma democracia direta, pois a vontade particular é um perigo para a população, visto que a vontade particular visa seus próprios interesses.
Quanto à ORIGEM DO ESTADO, pode-se afirmar que o termo Estado foi usado pioneiramente por Maquiavel em "O Príncipe", do latim, status (estar firme), significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política, passando a ser usado pelos italianos e sempre ligado ao nome de uma cidade independente.
Sob o ponto de vista da época do aparecimento do Estado, as inúmeras teorias existentes podem se resumir da seguinte forma:
O Estado sempre existiu. Desde que o homem vive sobre a Terra acha-se integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento de todo o grupo;
A sociedade humana existiu sem o Estado durante um certo período. Depois, por motivos diversos, este foi constituído para atender às necessidades ou às conveniências dos grupos sociais, não havendo concomitância na formação do Estado em diferentes lugares, uma vez que este foi aparecendo de acordo com as condições concretas de cada lugar. Esta posição é defendida pela maioria dos autores;
Só é admitido como Estado a sociedade política dotada de certas características muito bem definidas. Justificando esse ponto de vista, um dos adeptos dessa tese, Karl Schmidt, diz que o conceito de Estado não é um conceito geral válido para todos os tempos, mas é um conceito histórico concreto, que surge quando nascem a ideia e a prática da soberania, o que só ocorreu no século XVII.
Sob o ponto de vista da formação originária do Estado, existem:
Teorias que afirmam a formação natural ou espontânea do Estado, não havendo entre elas uma coincidência quanto à causa, mas tendo todas em comum a afirmação de que o Estado se formou naturalmente, não por um ato puramente voluntário. (Doutrina Jusnaturalista);
Teorias que sustentam a formação contratual dos Estados, crendo que foi a vontade de alguns homens, ou então de todos os homens, que levou à criação do Estado. De maneira geral, os adeptos da formação contratual da sociedade é que defendem a tese da criação contratualista do Estado. (Doutrina Contratualista);
A teoria da origem familiar. Para esta teoria, a primeira organização social humana é a família. A origem do Estado seria então, uma ampliação da família patriarcal;
A Teoria da força. A superioridade de força de um grupo social permitiu que este submetesse um grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjunção de dominantes e dominados;
A Teoria da origem patrimonial. Os homens vivem em sociedade porque precisam uns dos outros para sobreviver. O Estado nasce para proteger os homens e suas propriedades. Além disso, o Estado teria sido formado para se aproveitarem os benefícios da divisão do trabalho, integrando-se as diferentes atividades profissionais, caracterizando- se, assim, o motivo econômico;
Teoria do desenvolvimento interno da sociedade. Aquelas sociedades que atingem maior grau de desenvolvimento e alcançam uma forma complexa têm absoluta necessidade do Estado, e então ele se constitui. É o próprio desenvolvimento espontâneo da sociedade que dá origem ao Estado. 
 Além das teorias abordadas, a criação deste pode se dar por formação derivada, mediante:
Fracionamento, quando uma parte do território se desmembra e passa a constituir um novo Estado, seja por meios pacíficos ou violentos;
União, quando há uma união de Estados, constituindo-se apenas um.
São várias teorias fundamentam a origem das primeiras sociedades politizadas e, por consequência, do Estado.
Ocorre que o surgimento do Estado pode não ter origem em apenas uma teoria.
Pode-se definir Estado como uma instituição organizada política, social e juridicamente, que ocupa um território definido e, na maioria das vezes, sua lei maior é uma Constituição escrita. É dirigido por um governo soberano reconhecido interna e externamente, sendo responsável pela organização e pelo controle social, pois detém o monopólio legítimo do uso da força e da coerção.
É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.
A CONSTITUIÇÃO é um conjunto de normas que se situam no topo da pirâmide normativa, e regem um Estado. Pode ser ou não codificada como um documento escrito, e enumera e limita os poderes e funções de uma entidade política. Ao limitar o alcance do próprio governo, a maioria das constituições garantem certos direitos para as pessoas.
Suas normas possuem valor hierárquico máximo;
Organiza o poder;
Define direitos fundamentais individuais;
Estrutura os órgãos do estado;
Define Direitos (materiais) e Garantias (processuais).
O PODER CONSTITUINTE pode ser considerado como uma forma especial de produção jurídica, cuja função precípua é criar a lei básica de uma sociedade, a constituição.
O poder constituinte é exercido apenas em situações muito excepcionais, a exemplo de grandes crises sociais, econômicas ou políticas, ou até mesmo pela formação originária de um Estado.
Nas democracias, o povo elege, através de eleições diretas, os seus representantes (titulares do poder constituinte), para que, em seu nome, elaborem uma nova Constituição. Seu exercício se dá através da assembleia nacional constituinte, composta por estes representantes democraticamente eleitos, para a elaboração do novo Texto Constitucional.
O Poder Constituinte se divide em:
Poder constituinte originário, que cria uma nova ordem jurídica, seja através da primeira Constituição de um Estado, ou através de uma nova Constituição. Há uma ruptura com o ordenamento jurídico anterior e, em consequência, inicia-se uma nova ordem jurídica constitucional que não encontra limites no direito positivo anterior. Portanto, o poder constituinte originário é inicial, ilimitado, incondicionado e autônomo.
Poder constituinte derivado ou reformador, aquele que altera a Constituição vigente, através do processo legislativo nela previsto. Segundo Celso Ribeiro Bastos “ele é, no fundo, tido por constituinte em virtude de o produto da sua atividade (a emenda constitucional) passar a beneficiar-se da mesma força hierárquica da Constituição”. O Poder constituinte derivado é limitado, subordinado e condicionado.
Poder constituinte decorrente, que é o poder que os Estados-membros receberam da Constituição Federal para elaborarem e aprovarem suas próprias Constituições estaduais, desde que respeitadas as regras impostas pelo Texto Constitucional.
O Estado, como sociedade política, possui uma FINALIDADE e FUNÇÕES para atingir tal fim, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais sociedades, situadas num determinado território, possam atingir seus respectivos fins (manter a ordem, assegurar a defesa, e promover o bem-estar e o progresso da sociedade). Assim, conclui-se que o fim do Estado é o BEM COMUM, entendido este como conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana.
Assim, as funções do Estado são todas as ações necessárias à execução do bem comum.
Função Legislativa – Exercido pelo Poder Legislativo que tem a função de elaborar leis;
Função Executiva – Exercida pelo Poder Executivo e tem como função administrar o Estado visando seus objetivos concretos. Assim acontece quando o Estado nomeia funcionários, cria cargos, executa serviços públicos, impostos, etc;
Função Judiciária – Exercida pelo Poder Judiciário, tem a função precípua interpretar e aplicar a lei nos dissídios surgidos entre os cidadãos ou entre os cidadãos e o Estado. Em síntese, declara o Direito.
PERSONALIDADE JURÍDICA é a capacidade/faculdade jurídica que atribui um determinado poder a fim de que se faça algo.
Pessoa Jurídica é a unidade de pessoas naturais e/ou de patrimônios que visa a obtenção de certas finalidades,reconhecida pela ordem jurídica como pessoa de direitos e obrigações.
O Direito reconhece a personalidade jurídica de entidades formadas por outras pessoas, dotadas de existência e vontade próprias, que não se confundem com seus membros, como empresas, clubes, associações e o Estado. O Estado, portanto, é uma pessoa jurídica, pois é formado por outras pessoas e é capaz de direitos e obrigações.
A primeira constatação é de que o Estado possa se constituir em pessoa jurídica e, assim, a escola do contratualismo assegura que o povo é uma unidade. Para o positivismo de Kelsen, a norma é a única realidade jurídica. Dessa forma, o Estado transfere a personalidade (comum aos indivíduos) ao Estado. Portanto, o Estado é um produto de convenção coletiva – por imposição da lei. De certo modo, o Estado cria a norma capaz de conferir personalidade ao próprio Estado.
O Estado possui dupla personalidade jurídica, interna e externa:
Na ordem interna (nos limites do território) o Estado é o único sujeito a traçar as suas próprias competências, limitado pelo Direito que ele mesmo cria.
Na ordem externa, (no âmbito internacional) o Estado deixa de ter a supremacia que goza na ordem interna, pois os demais estados recebem tratamento jurídico isonômico.
 Quanto a FORMAÇÃO DOS ESTADOS MODERNOS:
Não havia até os séculos finais da Idade Média, Estados com poder centralizado sob o comando de um rei. O que víamos eram diversos reinos com o poder político dividido entre os senhores feudais e as comunas, cidades autônomas.
Todavia, nos finais da Idade Média, uma série de fatos ligados à crise do feudalismo concorreu para a formação das monarquias nacionais, e concomitantemente, para o fortalecimento do poder real.
Tais fatores são, entre outros: o progressivo fim da servidão, produção agrícola voltada para o comércio, revoltas camponesas, desenvolvimento do comércio. Setores da burguesia e da nobreza lutavam para o fortalecimento da autoridade real. Tal objetivo visava à melhoria das estradas e da segurança pública.
O ESTADO ABSOLUTISTA, ou Absolutismo Monárquico, surge com a concentração de poderes nas mãos dos reis, concentração essa decorrente da consolidação do Estado Moderno.
As características dos Estados Absolutistas são o poder absoluto e ilimitado nas mãos do rei, poder esse advindo de Deus, conforme defendeu Jean Bodin.
Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes e Jacques Bossuet, e Jean Bodin são os teóricos cujas doutrinas defendiam o absolutismo.
Totalitarismo (ou REGIME TOTALITÁRIO) é um sistema político no qual o Estado, normalmente sob o controle de uma única pessoa, político, facção ou classe social, não reconhece limites à sua autoridade e se esforça para regulamentar todos os aspectos da vida pública e privada, sempre que possível.
O totalitarismo é caracterizado pela coincidência do autoritarismo (onde os cidadãos comuns não têm participação significativa na tomada de decisão do Estado) e da ideologia (um esquema generalizado de valores promulgado por meios institucionais para orientar a maioria, senão todos os aspectos da vida pública e privada).
 Os regimes ou movimentos totalitários mantêm o poder político através de uma propaganda política abrangente divulgada através dos meios de comunicação controlados pelo Estado, um partido único que é muitas vezes marcado por culto de personalidade, o controle sobre a economia, a regulação, o uso abusivo de decretos, e restrição da expressão, a vigilância em massa e o disseminado uso do terrorismo de Estado.
Alemanha Nazista, também chamada de Terceiro Reich, são nomes comuns para a Alemanha durante o período entre os anos de 1933 e 1945, quando o seu governo era controlado por Adolf Hitler e pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista. Sob o governo de Hitler, a Alemanha foi transformada em um Estado totalitário que controlava quase todos os aspectos da vida. O Nacional-Socialismo mais comumente conhecido como nazismo, era desde seu início, antiliberal, tendo derrubado antigas estruturas institucionais imperiais bem como antigas elites consolidadas, se diferenciava do fascismo principalmente por pregar a superioridade da raça ariana, liderado por Adolf Hitler.
Já o Fascismo italiano foi mais proveitoso ao capital na medida em que extinguia sindicatos e obstáculos à administração patronal do trabalho. Ali sim, o movimento foi no interesse de velhas classes dominantes em reação às agitações revolucionárias que se avolumavam. O fascismo, liderado por Mussolini, foi um regime antidemocrático no qual o poder ficava nas mãos de um chefe de Estado, havia grande incentivo à educação e preparação de indivíduos para a guerra. Os fascistas se apresentavam como solução para a crise econômica e greves italianas. Através de violência e mortes eles sufocaram os movimentos grevistas e Mussolini conquistou oficialmente o poder.
O Socialismo Soviético da URSS, por sua vez, foi um regime totalitário de caráter comunista desencadeado na Rússia, sob a figura do ditador Josef Stalin. Foi um dos maiores exemplos de regimes totalitários já vividos. Pautado no nacionalismo, unipartidarismo (partido único, o Partido Comunista), centralização política e na ditadura democrática, o stalinismo soviético foi um período de militarização do país e de censura dos meios de comunicação. Com isso, Stalin transformou a União Soviética numa potência militar, donde grande parte da população russa viveu uma época permeada pela falta de liberdade de expressão o que resultou na morte, deportação e exílio de milhões pessoas.
Com o declínio do Estado Absolutista, fenômeno decorrente de uma nova emolduração na ordem mundial, resultado de eventos históricos de grande importância, como o Iluminismo, a Revolução Francesa, a Revolução Gloriosa e a Revolução Industrial, há o surgimento do ESTADO LIBERAL, que combatia, frontalmente, ideais absolutistas e totalitárias.
A Revolução Francesa (1789-1799) foi um período de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos. A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando privilégios feudais, aristocráticos e religiosos evaporaram-se sobre um ataque sustentado de grupos políticos radicais, das massas nas ruas e de camponeses na região rural do país. Antigos ideais da tradição e da hierarquia de monarcas, aristocratas e da Igreja Católica foram abruptamente derrubados pelos novos princípios de Liberté, Égalité, Fraternité.
O Iluminismo, também conhecido como Século das Luzes foi um movimento cultural da elite intelectual europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. Abarcou inúmeras tendências e, entre elas, buscava-se um conhecimento apurado da natureza, com o objetivo de torná-la útil ao homem moderno e progressista. Promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância da Igreja e do Estado.
A Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos. Foi um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo.
São justamente os dois primeiros princípios da Revolução Francesa, Liberdade e Igualdade, a base do pensamento da sociedade liberal. O homem buscava espaço para se desenvolver, liberdade para viver e produzir. O crescimento do comércio, sob os ecos da Revolução Industrial, conclamava o homem para a mercancia. O Estado, assim, deveria interferir, minimamente, nas relações sociais, o Estado é um mal, porém um mal necessário.Sua interferência é necessária, mas apenas em alguns poucos setores da vida social, o importante para o Estado Liberal é justamente limitar o poder.
Com tal limitação do poder do Estado Liberal apenas é de sua competência prover a segurança interna e externa, justiça, e realizar as obras que não forem realizadas por particulares.
Diferente do Estado Absolutista, impregnado por caracteres religiosos, o Estado Liberal recusa dogmas, tanto políticos quando religiosos e, sob influência do Iluminismo, apoia a racionalidade.
A Queda da Bolsa de Nova Iorque em 1929; o advento da Revolução Russa, primeira experiência com o intuito de colocar em prática as ideias de Karl Marx; além do extremo questionamento surgido contra o sistema capitalista, propiciaram a decadência do Estado Liberal, ensejando a ascensão do ESTADO SOCIALISTA. O Socialismo surge, principalmente, como reação às consequências da Revolução Industrial, e seus efeitos sobre a classe operária. No plano profissional, começaram as greves e as manifestações em prol de melhores condições de trabalho; máquinas foram quebradas, indústrias incendiadas. Com esse quadro, surgem as doutrinas socialistas. 
São alguns de seus pilares a estatização dos meios de produção e a justiça distributiva. Ressalta-se também, que o Estado Socialista é um Estado paternalista.
Diferentemente do Estado Liberal, com o enorme aumento nas funções do estado, tem-se a necessidade de assumir a assistência social, a previdência, a educação, a economia, etc.
A economia é planificada e o Estado realiza o controle de todos seus segmentos, é responsável por regular a produção e o estoque, o valor do salário, controle dos preços etc.
Devem estar presentes alguns ELEMENTOS ESSENCIAIS para que um Estado exista, são eles:
Povo: Denomina-se população o conjunto de todos os habitantes de um dado território que com ele mantenham ou não vínculos políticos, além dos vínculos necessários a caracterização do Estado. População é termo estatístico e econômico, é o conjunto de todos os indivíduos submetidos em caráter permanente a uma determinada ordem jurídica. Aí estão não só os que votam e são votados, mas todos os indivíduos, (inclusive menores, incapazes e estrangeiros presentes em solo brasileiro permanentes) que, com seu trabalho, sua produção, suas manifestações, suas necessidades participam positivamente ou negativamente, da força do Estado. População é a condição de um pais quanto ao número de habitantes, o grau de ocupação do lugar e, consequentemente o número total de pessoas que habitam um pais, uma cidade ou outra área, é portanto, o conjunto de habitantes. Povo seria uma acepção jurídica, um conjunto de cidadãos que pode votar e ser votado. O povo representa a população de determinado Estado, parcela esta que se vincula por laços políticos e não só jurídicos como quanto aos indivíduos da população. 
A diferença entre Povo e População é relevante porque ao Povo é conferida a titulação de cidadania, de nacionalidade, em que há a liberdade de participação política nas obrigações do Estado;
Nem sempre, porém, o elemento humano do Estado é uma Nação. A população pode ser classificada como nação, quando os indivíduos que habitam o mesmo território possuem como elementos comuns a cultura, língua, a religião e sentem que há, entre eles, uma identidade. Enquanto o Povo é uma entidade política e jurídica, Nação é uma entidade moral no sentido rigoroso da palavra. O conceito fundamental de Nação se exprime basicamente através da existência e, em consequência, da eventual soma de vínculos comuns entre os habitantes de uma determinada localidade, forjando a concepção de identidade nacional e, por efeito de nacionalidade. Assim, percebe-se a existência de Nações que nunca se tornaram Estado. Por outro lado, há Estados constituídos de várias Nações, com elementos bem característicos como costumes, língua comum e identidade sociológica. É o caso da Suíça, formada por três regiões denominadas cantões, habitados por pessoas de origem alemã, italiana e francesa. 
Nacionalidade é o conjunto de vínculos políticos e jurídicos entre alguém e determinado Estado, em razão do local de nascimento, da ascendência ou da manifestação de vontade do interessado, integrando o indivíduo no povo de um país, ou seja, é o status (nacional ou estrangeiro) do indivíduo perante o Estado, sendo um de seus elementos constitutivos. Há duas formas para adquirir a naturalização ou a nacionalidade, ou seja, para a atribuição da nacionalidade originária, que é aquela que se alcança pelo nascimento. O jus soli e jus sanguinis. No sistema do “Jus Soli”, a nacionalidade originária é obtida em virtude do território onde o indivíduo tenha nascido. Logo, não importa a nacionalidade dos pais. O "Jus Sanguinis", por sua vez, significa "direito de sangue" e indica um princípio pelo qual uma nacionalidade pode ser reconhecida a um indivíduo de acordo com sua ascendência.
Um apátrida é o indivíduo que não é titular de qualquer nacionalidade. Podem ser apátridas, por exemplo, os indivíduos nascidos em Estados em que vigora o jus sanguinis e cujos pais são nacionais de países que só reconhecem o jus soli. 
Cidadania é característica do grupo de indivíduos que possuem direitos políticos ativos e passivos. É o aspecto da participação política do povo. A Constituição de 1988 é considerada a Constituição cidadã (garante a participação política das pessoas).
Soberania: Distingue-se a soberania como um poder político, que, sob este aspecto, tem a característica de um poder de fato, incontrastável, absoluto, de uma concepção jurídica, consubstanciada esta, em um poder de decidir sobre a regra jurídica aplicável por determinado Estado, que não conhece superior na ordem externa nem igual na ordem interna.
Território: O território é a base física ou geográfica de um determinado Estado, porção física do planeta sobre o qual ele exerce a soberania. É um elemento constitutivo do Estado, instrumento de poder com vistas a dirigir o grupo social.
Os limites de delimitação do território são denominados pelas fronteiras, estas podem ser naturais ou convencionais. O território tem duas funções: uma negativa, limitando entre fronteiras, a competência da autoridade política, e outra positiva, fornecendo ao Estado base de recursos materiais para ação.
Território é elemento essencial à existência do Estado, pois é ele quem traça os limites do poder soberanamente exercido, sendo, pois, objeto de direitos do Estado, o qual estando a serviço do povo, pode usar e dispor dele da maneira mais útil.
O território é formado, além do solo, pelo:
Subsolo correspondente ao território, não havendo um limite de profundidade. A água e as jazidas minerais do subsolo, inclusive o petróleo, pertencem ao Estado e não ao proprietário do solo superficial;
Espaço aéreo correspondente ao seu território (incluindo as 12 milhas náuticas das águas territoriais). Não há limite definido de altitude para o que e considera espaço aéreo, considerando-se que este vai até onde possam trafegar os aviões. A soberania, portanto, não se estende sobre o espaço sideral, sendo livre a circulação de satélites e naves espaciais. O Direito Internacional estabelece como princípio o direito à passagem inocente de aeronaves sobre o espaço aéreo dos Estados, ressalvando a possibilidade de controle e fiscalização;
Águas territoriais, que são a faixa de mar que se estende desde a linha de base até uma distância que não deve exceder 12 milhas marítimas de largura (Estabelecida Segundo uma convenção internacional de 1982, em Montego Bay), da costa, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, e sobre a qual o Estado brasileiro exerce sua soberania, com algumas limitações determinadas pelo Direito Internacional. Há também o limite de 200 milhas e mais a plataforma continental como zona econômica exclusiva, com soberania limitada para fins de exploração econômica;
 e Plataforma Continental, um prolongamento do solo coberto pelo mar.
Para possibilitaras relações internacionais e o trânsito de pessoa e mercadorias, os Estados, de forma consensual, limitam o exercício da soberania dentro do seu território e regulamentam a territorialidade dos meios de transporte internacionais. Essas exceções são reguladas pelo Direito Internacional, sendo objeto de vários tratados e convenções. 
Os espaços sobre o qual se desenvolvem as relações sociais próprias da vida do Estado é uma porção da superfície terrestre, projetada desde o subsolo até o espaço aéreo. Para que essa porção territorial e suas projeções adquiram significado político e jurídico, é preciso considerá-las como um local de assentamento do grupo humano que integra o Estado, como campo de ação do poder político e como âmbito de validade das normas jurídicas.
Juridicamente, a Antártica é a única superfície sólida do planeta que não pertence a um Estado. Está sujeita ao Tratado da Antártida, pelo qual as várias nações que reivindicavam territórios no continente concordam em suspender as suas reivindicações, abrindo o continente à exploração científica.

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