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Resumo texto 2 Família%2c emoção e ideologia (1)

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Aula 2 – Prof.ª Ana Melo – Psicologia Social II – FMU
Texto de referência : Família, Emoção e Ideologia 
CONCEPÇÕES DE FAMÍLIA
Base da sociedade e garantia de uma vida social e equilibrada.
Célula sagrada que deve ser mantida intocável a qualquer custo. 
A instituição familiar representa um entrave no desenvolvimento social, originária das neuroses de dominação sobre as crianças e mulheres. 
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
É na família, mediadora entre o individuo e a sociedade, que aprendemos a perceber o mundo e a nos situarmos nele. A FAMÍLIA É A FORMADORA DE NOSSA PRIMEIRA IDENTIDADE SOCIAL. 
A NATURALIZAÇÃO DA FAMÍLIA BURGUESA
Talcott Parsons e Sigmund Freud: apresentam concepções a-históricas de família. 
Ambos consideram o modelo ideal de família da sociedade capitalista universal e imutável. 
A FAMÍLIA COMO CONSTRUÇÃO HISTÓRICA
Família instituição social: criada para atender as necessidades sociais. 
A expressão família foi inventada para designar uma nova instituição social, cujo chefe mantinha sob seu poder: a mulher, os filhos e certo número de escravos. 
A família nem sempre existiu e nem sempre se constituiu como hoje. Tendemos a naturalizar a família como se ela tivesse sempre existido, mas, é uma construção de grupos humanos e já se organizou de várias maneiras. 
A GÊNESE DA FAMÍLIA MONOGÂMICA
Friedrich Engels -Materialismo Histórico-Dialético: 
Propriedade comum => família grupal 
Propriedade privada => família monogâmica burguesa 
Objetivo: garantir a transmissão da herança a filhos legítimos do homem. 
FUNÇÕES ATRIBUÍDAS À FAMÍLIA
Família reprodução econômica/biológica: mão-de-obra
Família reprodução ideológica: reprodução das relações sociais. 
A FAMÍLIA COMO INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO IDEOLÓGICA
O Estado utiliza a família, como um importante aparelho ideológico, visando a manutenção política da economia e das relações sociais de dominação. 
PORQUE ESTUDAR A FAMÍLIA?
A família é o lugar onde se forma a estrutura psíquica e onde a experiência se caracteriza, em primeiro lugar, por padrões emocionais. Também a família é o espaço social onde as gerações se defrontam e os dois sexos definem suas diferenças e relações de poder. 
A caracterização da família pelas vivencias emocionais vividas entre seus membros conduz a análise de seu funcionamento a centrar-se no binômio autoridade e amor. 
MODELOS DE FAMÍLIA
Mark Poster apresenta quatro modelos de família, relacionando a determinação de suas estruturas emocionais, pelas condições sociais em seu contexto histórico: aristocrática, camponesa, proletária e burguesa. 
 
O PODER PARENTAL
Com o isolamento da família nuclear e a consequente intensificação das relações afetivas entre seus membros, a criança ficou na total dependência de seus pais para a satisfação de suas necessidades de afeição. 
Esse afeto não era dado incondicionalmente, passou a ser associado às condutas que os pais esperavam dos filhos. 
RELAÇÃO PARENTAL: AMOR E AFETO => Estava formada a relação que une amor e autoridade: para ter o amor dos pais, seria necessário que ela os amasse, correspondendo às expectativas deles. 
A criança precisava ter controle sobre seu próprio corpo, esta era a exigência básica que caracterizava o estágio anal das crianças burguesas, elas deveriam renunciar ao prazer corporal em troca do afeto dos pais. 
Essa situação produz ambivalência e sentimento de culpa e fornece as bases para a formação do superego, pela internalização das normas definidas pelos pais no relacionamento com os filhos. 
O PAPEL DA FAMÍLIA
A família burguesa, definindo-se pelo isolamento, privilegiando a privacidade, a domesticidade e supervalorizando suas relações emocionais internas, ao formar o cidadão autodisciplinado estava servindo para “promover os interesses da classe dominante” e registrar os conflitos da idade e sexo. 
A FAMÍLIA COMO REPRODUTORA DA IDEOLOGIA
Os papeis sociais ao ditarem formas rígidas de condutas como as únicas alternativas possíveis para um sujeito são a própria ideologia corporificada. 
A submissão inicial se transforma em aceitação dos valores dos pais e é apresentada como natural e necessária. 
A família burguesa inserida nas relações sociais mais amplas modela o desenvolvimento dos papeis sociais de seus membros em função de determinações que transcendem, de forma que os “papeis sociais”, na sua estrutura de dinâmica própria nada mais fazem do que repetir e concretizar, num âmbito microssociológico, a estrutura de contradição e oposição básica que se realiza num âmbito maior entre papeis históricos, constituída pela relação dominador-dominado. 
Ao formar o filho obediente e autodisciplinado, com iniciativa apenas para buscar os ideais da ascensão social e econômica, a família está preparando o cidadão passivo, acrítico, conservador, sem espontaneidade e incapaz de criar, reprodutor do funcionamento da ideologia dominante. 
A situação atual obriga a uma análise da realidade das famílias no mundo moderno, sem estigmatizar nem julgar, já que existe uma crise do modelo tradicional de família, mais do que uma “crise de família”. (Mioto, 2005) 
A NOVA “FAMÍLIA” BRASILEIRA
Estudo do IPEA divulgado em setembro de 2008, mostra que o formato da família brasileira está se diversificando, com mais espaço para casais chefiados por mulheres e núcleos familiares formados só por pais e filhos. 
Já fora de casa, principalmente nas relações de trabalho há uma repetição dos padrões de iniquidade, seja de gênero ou de raça. 
Apesar de o modelo de pai provedor, mãe e filhos ainda prevalecer, houve aumento, em dez anos, das outras formas de organização familiar. Batizado de monoparentais masculinos, o arranjo familiar formado por pai-filhos passou de 2,1% em 1993 para 2,7% em 2006. 
Pode parecer um numero tímido, mas chama a atenção. É um indicio de que um processo de redefinição de papeis que está em andamento. 
Já as famílias monoparentais femininas tiveram um decréscimo de (63,9% em 1993 para 52,9% em 2006). 
Já o numero de famílias formadas pelo casal chefiadas por mulheres aumentou em 10 vezes em 13 anos. Em 2006, eram 2,25 milhões de famílias lideradas pelas mulheres, o que corresponde a 14,2% do total. Em 1993, somente 3,4% das famílias tinham esse formato. É um resultado extremamente significativo. 
ALGUMAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES
Família nuclear: pai, mãe e filhos.
Família reconstituída: formadas por casais que trazem filhos do primeiro casamento.
Famílias monoparentais: decorrentes de divórcios ou separações, onde um dos pais assume o cuidado dos filhos ou famílias onde um dos pais é viúvo ou solteiro. 
Uniões consensuais: casais que preferem morar juntos sem formalizar sua união ou que preferem morar em casas separadas. São principalmente os divorciados, separados ou viúvos, que procuram evitar os conflitos existentes nas famílias reconstituídas. 
Casais sem filhos por opção: os indivíduos priorizam sua vontade de satisfação pessoal. 
A FAMÍLIA VIVIDA E A FAMÍLIA PENSADA
O processo de idealização da família pode ser melhor entendido com as contribuições de Szymanski (1992) que analisa conceitos surgidos de sua pesquisa: a família pensada e a família vivida. 
A família pensada: é a desejada, há o cumprimento de papéis delegados, ou seja, o pai como provedor e a mãe como cuidadora do lar e dos filhos que seriam obedientes, não haveria conflito. É baseada na tradição, uma noção que é trazida pelo grupo social, pelas instituições ou pela mídia. Quando não houvesse o alcance a culpa, estaria nos indivíduos fracassados, que não conseguiram vivenciar um modelo que foi vivenciado, imposto. Daí, a frustração, a sensação de incompetência e discriminação. 
Já a família vivida é a família do cotidiano, a que se constrói na vida real e não na ficção. A família vivida refere-se ao modo de agir habitual de seus membros. “Família além de reprodutora e transmissora da cultura, pode ser também um lugar onde as pessoas buscam seu bem-estar, mesmo quea solução encontrada, não siga o modelo vigente”. (Szymanski, 1992, p. 16) 
Então diante da crise da família pensada, existem além desta, milhares de famílias que não se encaixam no padrão ideal e, por isso mesmo são consideradas como famílias “desorganizadas e-ou desestruturadas.” 
Como a família ideal ainda é modelo para a maioria das pessoas, vem daí a pressão para que os outros membros da sociedade também a constituam.
Direta ou indiretamente, ainda se valoriza o casamento de papel passado, casamento de branco na igreja e filhos, os frutos do casamento. 
Como um padrão cultural, a família ideal faz com que a maioria das pessoas seja o próprio vigilante destinado a punir a violação das “normas” e “rituais” que fazem do processo de constituição de uma família. 
A punição não é física. São utilizados outros mecanismos disciplinares bastante sutis (fofocas, comentários, etc.), mas cujos efeitos, envolvendo sentimentos de culpa, agridem a individualidade, o respeito, a honra e a dignidade das pessoas. 
Podemos concluir, então, que não existe um único modelo familiar. A família pela perspectiva histórica tem se apresentado em diversas composições e características. 
Inclusive, num mesmo espaço histórico têm coexistido e ainda coexistem, diversos modelos familiares, embora sempre haja um que seja hegemônico. 
FAMÍLIA...
Um núcleo de pessoas que convive em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consanguíneos. Ele tem como tarefa primordial o cuidado e a proteção de seus membros e se encontra dialeticamente articulado com a estrutura social na qual está inserido. (MIOTO, 2005). 
Referências Bibliográficas:
ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Tradução de Ruth M. Klaus: 3ª. Centauro Editora, São Paulo, 2006.  
IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios. (1993 a 2007). São Paulo, 2008. 
MIOTO, P. B. As novas configurações familiares e seus vínculos sócio-afetivos. Rio de Janeiro: PUC. Departamento de Psicologia, 2005. Dissertação de Mestrado. 
REIS, José Roberto Tozoni. Família, emoção e ideologia. In: Psicologia social: o homem em movimento. LANE, Silvia T. M. CODO, Wanderley (orgs.) São Paulo: Brasiliense, 2007. 
Szymanski, H. Um estudo sobre significado de família. Tese de Doutorado não publicada, Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia da Educação da PUC/SP, 1988. 
Família Proletária (3 fases)
1ªFase: Início do Sec. XIX: Penúria condição social e econômica
Todos os membros da família trabalhavam
Condições sanitárias precárias: alto índice de mortalidade infantil
Opressão imposta pelo capitalismo X manutenção dos laços comunitários
Conservação de costumes camponeses, que possibilitava o recrutamento dos novos trabalhadores urbanos.
Filhos criados de maneira informal, sem que fossem objeto de atenção especial
Hábitos higiênicos não causavam preocupação
Não havia repressão à masturbação infantil
2ªFase: Metade do Sec. XIX: Coincide com o surgimento de setores mais qualificados da classe operária e com ações de burgueses preocupados com a melhoria das condições de vida dos operários
Diferenciação de papéis sexuais: a mulher passa a ficar mais tempo em casa cuidando dos filhos e estabelece redes de contatos femininas e o homem estabelece sua vida social na fábrica e no bar.
3ªFase: Sec. XX: A mudança dos operários para os subúrbios contribuiu para o rompimento dos vínculos com a comunidade
A mulher ficou isolada no lar
Ocorre a valorização da domesticidade e privacidade
A educação e o futuro dos filhos passaram a ser prioridade da família
Ocorre o reforço da autoridade paterna e conservadorismo
Família Burguesa (Sec. XIX)
Cria novos padrões de relações familiares
Fechamento da família em si mesma: separação da vida pública e privada
Divisão de papeis sexuais: homem (provedor) e mulher (vida doméstica)
A mulher se torna dependente do homem e sua identidade dependeria da posição ocupada por ele na vida social
Objetivo principal do casamento: educação dos filhos que ficou a cargo da mulher
Educação: autodisciplina, autonomia e perfeição moral
Novos padrões de higiene: queda nas taxas de natalidade e mortalidade
O aleitamento materno passou a ser valorizado (medidas higiênicas e envolvimento emocional)
Novos padrões para a sexualidade: a atividade sexual feminina = procriação
Ocorre uma dissociação entre afetividade e sexualidade
Surge o horror aos dejetos humanos(e oaprendizado da fase anal)
Repressão da sexualidade infantil
Diminuição das possíveis fontes de identificação para a criança
Família aristocrática (Sec. XVI e XVII)
 
Casamento político - manter a propriedadefamiliar(controlede terras)
Inexistência de privacidade
Padrões de higiene e saneamento precários
Alta mortalidade e natalidade infantil
Papéis femininos e masculinos definidos
Filhos educados pelos criados (amas de leite)
Aprendizado: obediência à hierarquia social (castigo bastante utilizado)
Estrutura psíquica orientada para a vergonha não culpa
Liberdade sexual
Família camponesa (Sec. XVI e XVII)
 
Viviam em aldeias (grupo social mais significativo) e em pequenas unidades nucleares. A família não era o espaço privado e privilegiado, tendo toda a sua vida voltada para fora de si.
Os namoros e casamentos: eram formados pares considerados adequados
Alta mortalidade e natalidade infantil
As crianças aprendiam a depender da comunidade e não dos pais
O aprendizado das normas sociais envolvia punições físicas
Estrutura psíquica orientada para a vergonha não culpa
Educação das crianças competia a mãe, que era ajudada por parentes e outras pessoas que fiscalizavam as práticas relativas ao tratamento dos bebês.
A amamentação era realizada sem envolvimento emocional
Havia pouca preocupação com a higiene e com as atividades sexuais das crianças
As crianças não ocupavam o centro da vida conjugal

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