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Mecânica dos Solos1

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MECÂNICA DOS SOLOS I 
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS SOLOS
Quase todas as obras de engenharia têm, de alguma forma, de transmitir as cargas sobre elas impostas ao solo.
 Mesmo as embarcações, ainda durante o seu período de construção, transmitem ao solo as cargas devidas ao seu peso próprio. 
 em algumas obras, o solo é utilizado como o próprio material de construção
Exemplos: - Aterros rodoviários
 - Bases para pavimentos de aeroportos
 - Barragens de terra 
O estudo do comportamento do solo frente às solicitações a ele impostas por estas obras é portanto de fundamental importância. 
Pode−se dizer que, de todas as obras de engenharia, aquelas relacionadas ao ramo do conhecimento humano definido como geotecnia (do qual a mecânica do solos faz parte), são responsáveis pela maior parte dos prejuízos causados à humanidade, sejam eles de natureza econômica ou mesmo a perda de vidas humanas. 
Deslizamento de encostas
A definição do que é solo depende em muitos casos de quem o utiliza.
 Agrônomos: o vêem como um material de fixação de raízes e um grande armazém de nutrientes e água para as plantas.
Geólogo de mineração: a capa de solo sobrejacente ao minério é simplesmente um material de rejeito a ser escavado. 
Engenheiro civil: os solos são um aglomerado de partículas provenientes de decomposição da rocha, que podem ser escavados com facilidade, sem o emprego de explosivos, e que são utilizados como material de construção ou de suporte para estruturas.
Como material de construção e de fundação, os solos têm grande importância para o engenheiro civil. 
Nas barragens de terra, nas fundações de estruturas, o solo – assim como o concreto e o aço – está sujeito a esforços que tendem a comprimi-lo e a cisalhá-lo, provocando deformações e podendo, eventualmente, levá-lo à ruptura.
 
Origem e formação dos solos
 Por ser um material de origem natural, o processo de formação do solo, o qual é estudado pela geologia, irá influenciar em muito no seu comportamento..
 O solo, é um material trifásico, composto basicamente de:
 Ar
Água 
 Partículas sólidas
A parte fluida do solo (ar e água) pode se apresentar em repouso ou pode se movimentar pelos seus vazios mediante a existência de determinadas forças.
 O movimento da fase fluida do solo é estudado com base em conceitos desenvolvidos pela mecânica dos fluidos. 
Pode−se citar ainda algumas disciplinas:
 - Física dos solos (cursos de agronomia, como denominada de mecânica dos solos não saturados)
 Além disto, o estudo e o desenvolvimento da mecânica dos solos são fortemente amparados em bases experimentais, a partir de ensaios de campo e laboratório
A aplicação dos princípios da mecânica dos solos para o projeto e construção de fundações é denominada de "engenharia de fundações“
A engenharia geotécnica (ou geotecnia) pode ser considerada como a junção:
 - Mecânica dos solos
 Engenharia de fundações
 Mecânica das rochas
 Geologia de engenharia 
- geotecnia ambiental (transporte de contaminantes pelo solo, avaliação de locais impactados, projetos de sistemas de proteção em aterros sanitários.
1.1 Conceito de solo
São materiais que se originam a partir do intemperismo das rochas
Os solos são provenientes da deterioração da rocha através de um processo denominado intemperismo, ou seja, a ação do tempo. 
As várias formas de intemperismo podem ser classificadas em dois grandes grupos:
 Intemperismo químico 
 Intemperismo mecânico. 
INTEMPERISMO QUIMICO: 
 está relacionado com os vários processos químicos que alteram, solubilizam e depositam os minerais de rocha, transformando-a em solo. 
Esse tipo é mais freqüente nos climas quentes e úmidos 
Intemperismo : é o conjunto de processos atmosféricos e biológicos que geram a desintegração mecânica da rocha e a decomposição química das rochas.
Proveniente da ação mecânica desagregadora:
 de transporte da água,
 do vento 
 variação de temperatura. 
Muitas vezes ocorre a ação conjunta de vários agentes do intemperismo.
INTEMPERISMO MECÂNICO. 
1 - Aspectos relacionados à desintegração mecânica da rocha (ou ao intemperismo físico da rocha)
Os materiais ou solos formados a partir da desintegração mecânica ou do intemperismo das rochas são:
a) Pedregulhos;
b) Areias;
c) Siltes; e
d) Argilas.
De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
a)Pedregulhos - são solos com partículas com: φ ≥ 4,8 mm;
b) Areias - são solos com partículas com: 0,05 mm ≤ < 4,8 mm;
c) Siltes - são solos com partículas com: < 0,05 mm; 
d) Argilas - são solos com partículas com: φ < 0,005 mm.
Os agentes do intemperismo que causam a desintegração mecânica das rochas são:
a) A temperatura;
b) A congelação;
c) A vegetação; 
a) Atuação da TEMPERATURA no intemperismo das rochas
Os minerais que compõem a rocha sofrem dilatação térmica em temperaturas diferentes, o que causa desagregação de partículas da rocha.
b) Atuação da CONGELAÇÃO no intemperismo das rochas
A água quando congela nas fendas das rochas se expande e exerce força expansiva o que causa desagregação da rocha.
c) Atuação da VEGETAÇÃO no intemperismo das rochas
A pressão de crescimento das raízes vegetais pode provocar desagregação das rochas, que é um fenômeno facilmente visível nas calçadas arborizadas.
1.2 - Aspectos relacionados à decomposição química da rocha (ou ao intemperismo químico da rocha)
A decomposição química é o processo em que ocorre uma modificação química ou mineralógica da rocha.
 O principal agente para decomposição química ou intemperismo químico da rocha é a água (H2O).
 O último produto formado a partir da decomposição química das rochas é a argila
(ou solo com partículas com: φ (diâmetro) < 0,005 mm).
Os processos de decomposição química da rocha são classificados de acordo com a reação química existente no processo de decomposição da rocha; 
a) Decomposição química por oxidação;
b) Decomposição química por hidrólise;
c) Decomposição química por hidratação;
d) Decomposição química por dissolução; 
 Decomposição por hidratação, 
- temsea formação da caolinita; Onde, o mineral ortoclásio presente na rocha é atacado
pela água formando o argilomineral caolinita, da seguinte forma:
a) A caolinita é um argilomineral comumente encontrado nos solos das regiões
tropicais; 
b) Além da caolinita, as outras moléculas formadas na reação de hidratação do
ortoclásio são: o hidróxido de potássio (KOH) e o dióxido de silício ou a sílica (SiO2).
1.3 Perfil típico dos solos
De com a geologia e a pedologia o perfil típico do solo é formado por horizontes os quais são classificados pelas letras A, B, C e D.
Geologia: é a ciência que estuda a formação e as transformações do globo terrestre;
b) Pedologia é a ciência que estuda os solos.
Perfil típico de solo que se relaciona à decomposição da rocha granito
Horizonte A (do perfil de solo)
 O horizonte A está localizado na parte mais superior do perfil de solos; Além disso, o horizonte A é rico em húmus, e possui vida bacteriana.
 Geralmente, o horizonte A possui cor escurecida e poucos centímetros de espessura.
 O horizonte A é chamado de eluvial, pois neste horizonte ocorre a eluviação, ou seja, a remoção ou lixiviação das argilas e dos materiais solúveis como os álcalis.
OBS(s).
a) Álcalis são óxidos ou hidróxidos dos metais alcalinos, ou metais da coluna 1A da tabela periódica (Por exemplo: Na, K, etc.);
b) Lixiviação é a remoção de material solúvel através da água percolante que se movimenta no subsolo; 
c) Húmus é o produto da decomposição da matéria orgânica.
Os horizontes do perfil típico do solo apresentam as seguintes características
Horizonte B (do perfil de solo)
 O horizonte B do perfil de solo está localizado logo abaixo do horizonte A.
 O horizonte B não apresenta traços estruturais que podem conduzir a identificação da rocha matriz (ou rocha mãe que deu origem ao
solo).
 O horizonte B é chamado de iluvial, pois neste horizonte ocorre a iluviação ou
deposição de partículas argilosas, de sesquióxidos, e etc., oriundas do horizonte A.
OBS. Sesquióxidos são óxidos em que a proporção de átomos de oxigênio para o outro elemento e de 3 (três) para 2 (dois), por exemplo: Fe2O3 (trióxido de diferro);
Al2O3 (trióxido de dialumínio) e etc.
Horizonte C (do perfil de solo)
O horizonte C do perfil de solo está localizado abaixo do horizonte B, e está acima da camada de rocha.
O horizonte C apresenta traços estruturais que podem conduzir a identificação da rocha matriz.
 No horizonte C também podem ser encontrados blocos de rochas.
Horizonte D (do perfil de solo)
 O horizonte D corresponde à rocha inalterada ou pouco alterada.
OBS. 
Rocha: é um agregado natural formado de um ou mais minerais.
Figura 1.1 - Perfil típico de solo que se relaciona à decomposição da rocha granito
1.4 Processo de laterização do solo
 A decomposição química do solo, e a intensa lixiviação do solo faz com que a sílica (SiO2), os álcalis, os metais alcalino-terrosos do solo sejam levados pelas soluções da lixiviação, o que favorece a concentração de sesquióxidos de ferro e/ou alumínio no solo.
 Este processo recebe o nome de laterização e o produto deste processo e a laterita.
 Em regiões de clima tropical existe uma tendência de ocorrer a laterização do solo.
 Os solos originados do processo de laterização são chamados de solos lateríticos.
OBS(s).
- Laterita é o produto do intenso intemperismo das rochas e, consiste principalmente de ajuntamentos dos minerais: goetita, hematita, hidróxidos de alumínio, minerais da caolinita e quartzo;
b) Lixiviação é a remoção de material solúvel do solo através da água percolante que se movimenta no subsolo;
c) Álcalis são óxidos ou hidróxidos dos metais alcalinos, ou metais da coluna 1A da tabela periódica (Por exemplo: Na, K, etc.);
d) Metais alcalino-terrosos são os elementos químicos da coluna 2A da tabela periódica (Por exemplo: Ca, Mg, etc.);
e) Metais são elementos químicos brilhantes e bom condutores de calor e eletricidade; 
1.5 Tipos de solo quanto à origem
Quanto a origem os solos podem ser:
- Solos residuais;
- Solos sedimentares ou transportados; 
- Solos de formação orgânica.
1.5.1 Solos residuais
 Solos residuais são solos que resultam da decomposição da rocha, in situ (no local), e que permanece sobre ela.
 Na maioria das vezes, nos perfis de solo residual pode ser observada uma transição gradual do solo até a rocha matriz, em formas de horizontes A, B e C,
Dentre os solos residuais merecem destaque os seguintes solos:
i) Os solos lateríticos;
ii) Os solos saprolíticos;
iii) Os solos expansivos; e
iv) Os solos porosos.
 Solos lateríticos
 Solos lateríticos são os solos que pertencem aos horizontes A e B dos perfis bem
drenados que se desenvolvem em regiões de clima úmido tropical.
 Os solos lateríticos têm sua fração argila constituída essencialmente de minerais
do grupo da caolinita e óxidos hidratados de ferro e alumínio, e esses componentes
são agrupados formando estruturas peculiares, que são porosas, agregadas e
altamente estáveis.
Solos saprolíticos
 Solos saprolíticos são solos no sentido geotécnico.
 Os solos saprolíticos exibem claramente os traços estruturais inerentes (ou
próprios) que podem conduzir a fácil identificação da rocha matriz.
 Os solos saprolíticos são solos autenticamente residuais.
OBS(s).
Ser um solo no sentido geotécnico significa ser um material que pode ser escavado sem utilização de técnicas especiais como, por exemplo, escavação com uso de explosivos; 
b) Solos residuais são solos que resultam da decomposição da rocha, in situ (no local), e que permanece sobre ela.
Solos expansivos
 Solos expansivos são solos que sofrem expansões significativas na presença da água.
Como exemplo clássico de um solo expansivo, tem-se o solo massapê do Estado da Bahia, o qual apresenta as seguintes características: Terra Nova, região de cana de açúcar
a) solo rico em argila;
b) fissuração quando seco;
c) expansão significativa na presença de água; 
d) argila do grupo da montmorilonita.
 De acordo com a Federal Aviation Administration AC/150/5320-6D - 7/7/95, solos
expansivos são solos que geralmente apresentam as seguintes características:
a) Limite de liquidez (LL) acima de 40%;
b) Índice de plasticidade (IP) acima de 25%; 
c) Expansão acima de 3%, medida no ensaio CBR.
OBS. 
No ensaio CBR, ( Índice de Suporte Califórnia)
- os solos que apresentam expansão maior que 2% (com sobrecarga de 4,54 kgf) não são recomendados para subleito de pavimentos de estradas,
 - solos com expansão maior que 3% não são recomendados para subleito de pavimentos de pistas de aeroportos.
Os solos que permanecem próximos à rocha que lhes deu origem são denominados residuais; 
Fig. 1 - Perfil típico de solo residual.
os demais são sedimentares ou transportados. 
O agente transportador pode ser a água ou o vento, este último dando origem aos depósitos denominados loess. 
As dunas são também um exemplo da ação do vento. 
Quando o agente transportador é a água, os solos sedimentares podem ser classificados como de origem marinha, fluvial ou deltaico.
- A rocha que mantém as características originais, ou seja, a rocha sã, é a que ocorre em profundidade.
- Quanto mais próximo da superfície do terreno, maior o efeito do intemperismo.
 - Sobre a rocha sã encontra-se a rocha alterada, em geral muito fraturada e permitindo grande fluxo de água através de descontinuidades. A
 rocha alterada é sobreposta pelo solo residual jovem, ou saprolito (sapros, em grego, significa deteriorado, podre), que é um material arenoso. O material mais intemperizado ocorre acima do saprolito e é denominado solo residual maduro, o qual contém maior percentagem de argila.
Fig. 2 .Boletim de sondagem em solo residual e em rocha ( filito),
Fig. 3. Perfil geotécnico tipico de argila mole
Fig. 5. Solo coluvial ou talus
a presença de talus pode ser identificada pelo tipo de vegetação. 
As bananeiras têm uma predileção especial por esses terrenos, devido à baixa compacidade (muito fofos) e à elevada umidade.
Caracterização dos solos
- sistematizada e aceita como ciência em 1925 porTerzaghi (Terzaghi, 1925), que é conhecido com todos os méritos, como o pai da mecânica dos solos
Solos porosos ou solos colapsíveis
 Solos porosos ou solos colapsíveis são solos que sofrem colapso ou recalques elevados em determinadas condições de umidade.
 Os solos porosos ou os solos colapsíveis apresentam uma porosidade extremamente elevada.
EX: Como exemplo de solos colapsíveis, tem-se os solos da região de Brasília - DF.
1.5.1.1 Peculiaridades dos solos tropicais lateríticos e saprolíticos
 
	os solos lateríticos e saprolíticos são as duas grades classes destacadas dentre os solos tropicais.
Solos tropicais são solos que apresentam propriedades peculiares em relação aos solos das regiões não tropicais, em decorrência da atuação de processos geológicos ou pedológicos típicos das regiões tropicais úmidas.
As propriedades peculiares que os solos tropicais apresentam são relacionadas: ao CBR, a expansão, a perda de suporte (ou CBR) por imersão, e a classificação HRB.
.
Os solos lateríticos podem ser usados como base e subbase de pavimentos
Tabela 1.1 - Propriedades peculiares dos solos tropicais lateríticos e saprolíticos (Fonte: Modificada de Nogami, 1985)
1.5.1.3 Distribuição dos solos lateríticos e saprolíticos
Quanto à distribuição geográfica, geralmente os solos lateríticos estão situados na faixa do planeta denominada intertropical (localizada entre os trópicos de câncer e capricórnio); 
Onde, a região intertropical apresenta as seguintes características:
a) É uma região com condições climáticas favorável ao Intemperismo intenso e rápido;
b) É uma região úmida com chuvas abundantes e percolação de água no solo; 
c) É uma região
de altas temperaturas.
OBS. Aluvião é o solo formado junto às margens ou na foz dos rios.
Figura 1.3 - Distribuição de solos lateríticos em temos mundiais (Bernucci,1995)
APLICAÇOES DE CAMPO DA MECÂNICA DOS SOLOS 
FUNDAÇÕES: 
As cargas de qualquer estrutura têm de ser, descarregadas no solo através de sua fundação.
 Assim a fundação é uma parte essencial de qualquer estrutura. 
 Seu tipo e detalhes de sua construção podem ser decididos somente com o conhecimento e aplicação de princípios da mecânica dos solos.
OBRAS SUBTERRÂNEAS E ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO: 
Obras subterrâneas como estruturas
 drenagem, dutos, túneis e as obras de contenção como os muros de arrimo, cortinas atirantadas somente podem ser projetadas e construídas usando os princípios da mecânica dos solos e o conceito de "interação solo−estrutura".
Projeto de pavimentos: o projeto de pavimentos pode consistir de pavimentos
 Flexíveis ou Rígidos.
 Pavimentos flexíveis dependem mais do solo subjacente para transmissão das cargas geradas pelo tráfego. 
Problemas peculiares no projeto de pavimentos flexíveis são o efeito de carregamentos repetitivos e problemas devidos às expansões e contrações do solo por variações em seu teor de umidade.
ESCAVAÇÕES, ATERROS E BARRAGENS: 
 A execução de escavações no solo requer freqüentemente o cálculo da estabilidade dos taludes resultantes. 
 Escavações profundas podem necessitar de escoramentos provisórios, cujos projetos devem ser feitos com base na mecânica dos solos. 
 Para a construção de aterros e de barragens de terra, onde o solo é empregado como material de construção e fundação, necessita−se de um conhecimento completo do comportamento de engenharia dos solos, especialmente na presença de água. 
 O conhecimento da estabilidade de taludes, dos efeitos do fluxo de água através do solo, do processo de adensamento e dos recalques a ele associados, assim como do processo de compactação empregado é essencial para o projeto e construção eficientes de aterros e barragens de terra.
2. ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS.
INTEMPERISMO FISICO E QUIMICO
Definição : é o conjunto de processos físicos, químicos e biológicos pelos quais a rocha se decompõe para formar o solo.
 
 Intemperismo pode ser dividido em três categorias: 
 Físico
 Químico 
 Biológico. 
OBS: na natureza todos estes processos tendem a acontecer ao mesmo tempo, de modo que um tipo de Intemperismo auxilia o outro no processo de transformação rocha−solo.
Os processos de Intemperismo físico
 reduzem o tamanho das partículas, aumentando sua área de superfície e facilitando o trabalho do Intemperismo químico.
 Os processos químicos e biológicos podem causar a completa alteração física da rocha e alterar suas propriedades químicas.
É o processo de decomposição da rocha sem a alteração química dos seus componentes.
 Os principais agentes do Intemperismo Físico são:
 Variações de Temperatura 
 todo material varia de volume em função de variações na sua temperatura. 
Estas variações de temperatura ocorrem entre o dia e a noite e durante o ano, e sua intensidade será função do clima local. 
Acontece que uma rocha é geralmente formada de diferentes tipos de minerais, cada qual possuindo uma constante de dilatação térmica diferente, o que faz a rocha deformar de maneira desigual em seu interior, provocando o aparecimento de tensões internas que tendem a fraturá−la. 
Mesmo rochas com uma uniformidade de componentes não têm uma arrumação que permita uma expansão uniforme, pois grãos compridos deformam mais na direção de sua maior dimensão, tendendo a gerar tensões internas e auxiliar no seu processo de desagregação.
INTEMPERISMO FÍSICO 
CICLOS GELO/DEGELO
 As fraturas existentes nas rochas podem se encontrar parcialmente ou totalmente preenchidas com água.
 Esta água, em função das condições locais, pode vir a congelar, expandindo−se e exercendo esforços no sentido de abrir ainda mais as fraturas preexistentes na rocha, auxiliando no processo de intemperismo.
 (a água aumenta em cerca de 8% o seu volume devido à arrumação das partículas durante a
cristalização). 
 A água transporta substâncias ativas quimicamente, incluindo sais que ao reagirem com ácidos provocam cristalização com aumento de volume.
REPUXO COLOIDAL 
 O repuxo coloidal é caracterizado pela retração da argila devido à sua diminuição de umidade, o que em contato com a rocha gera tensões capazes de fraturá− la.
Alívio de pressões 
 Alívio de pressões irá ocorrer em um maciço rochoso sempre que da retirada de material sobre ou ao lado do maciço, provocando a sua expansão, o que por sua vez, irá contribuir no fraturamento, estricções e formação de juntas na rocha. 
 Estes processos, isolados ou combinados (caso mais comum) "fraturam" as rochas continuamente, o que permite a entrada de agentes químicos e biológicos, cujos efeitos aumentam a fraturação e tende a reduzir a rocha a blocos cada vez menores.
Estricções: propriedades que possuem certos materiais de apresentarem grandes deformações plásticas antes de se romperem (ensaio de tração)
INTEMPERISMO QUIMICO
É o processo de decomposição da rocha com a alteração química dos seus componentes.
 Há várias formas através das quais as rochas decompõem−se quimicamente.
Pode−se dizer, contudo, que praticamente todo processo de intemperismo químico depende da presença da água.
 Entre os processos de intemperismo químico destacam−se os seguintes:
Hidrólise 
hidrólise é a que se reveste de maior importância, porque é o mecanismo que leva a
destruição dos silicatos, que são os compostos químicos mais importantes da litosfera.
 os minerais na presença dos íons H+ liberados pela água são atacados, reagindo com os mesmos. O H+ penetra nas estruturas cristalinas dos minerais desalojando os seus íons originais (Ca++, K+, Na+, etc.) causando um desequilíbrio na estrutura cristalina do mineral e levando−o a destruição
Hidratação 
 é a entrada de moléculas de água na estrutura dos minerais. 
 Alguns minerais quando hidratados (feldspatos, por exemplo) sofrem expansão, levando ao fraturamento da rocha.
Carbonatação 
 O ácido carbônico é o responsável por este tipo de intemperismo. 
 O intemperismo por carbonatação é mais acentuado em rochas calcárias por causa da diferença de solubilidade entre o CaCo3 e o bicarbonato de cálcio formado durante a reação.
A decomposição da rocha se dá graças a esforços mecânicos produzidos por:
 vegetais através das raízes
 por animais através de escavações dos roedores
 da atividade de minhocas ou pela ação do próprio homem.
 pela liberação de substâncias agressivas quimicamente, intensificando assim o intemperismo químico, seja pela decomposição de seus corpos ou através de secreções como é o caso dos ouriços do mar.
Os fatores biológicos de maior importância incluem a influência da vegetação no processo erosivo da rocha e o ciclo de meio ambiente entre solo e planta e entre animais e solo. 
Pode−se dizer que o intemperismo biológico é uma categoria do intemperismo químico
em que as reações químicas que ocorrem nas rochas são propiciadas por seres vivos.
INTEMPERISMO BIOLÓGICO 
O intemperismo químico possui um poder de desagregação da rocha muito maior do
que o intemperismo físico. 
Deste modo, solos gerados em regiões onde há a predominância do intemperismo químico tendem a ser mais profundos e mais finos do que aqueles solos formados em locais onde há a predominância do intemperismo físico. 
Além disto, obviamente, os solos originados a partir de uma predominância do intemperismo físico apresentarão uma composição química semelhante à da rocha mãe, ao contrário daqueles solos formados em locais onde há predominância do intemperismo químico.
INFLUENCIA DO INTEMPERISMO NO TIPO DE SOLO
A água é um fator fundamental no desenvolvimento do intemperismo químico da rocha. 
Deste modo, regiões com altos índices de pluviosidade e altos
valores de umidade relativa do ar tendem a apresentar uma predominância de intemperismo do tipo químico, o contrário ocorrendo em regiões de clima seco.
INFLUENCIA DO CLIMA NO TIPO DE SOLO
Classificação do solo quanto a sua origem e formação 
 solos residuais 
São solos que permanecem no local de decomposição da rocha. Para que eles ocorram é necessário que a velocidade de decomposição da rocha seja maior do que a velocidade de remoção do solo por agentes externos.
A velocidade de decomposição depende de vários fatores, entre os quais a temperatura, o regime de chuvas e a vegetação. As condições existentes nas regiões tropicais são favoráveis a degradações mais rápidas da rocha, razão pela qual há uma predominância de solos residuais nestas regiões (centro sul do Brasil, por exemplo).
Como a ação das intempéries se dá, em geral, de cima para baixo, as camadas
superiores são, via de regra, mais trabalhadas que as inferiores. Este fato nos permite
visualizar todo o processo evolutivo do solo, de modo que passamos de uma condição de rocha sã, para profundidades maiores, até uma condição de solo residual maduro, em superfície.
Os solos sedimentares ou transportados são aqueles que foram levados ao seu local atual por algum agente de transporte e lá depositados. 
As características dos solos sedimentares são função do agente de transporte.
Cada agente de transporte seleciona os grãos que transporta com maior ou menor facilidade, além disto, durante o transporte, as partículas de solo se desgastam e/ou quebram.
Resulta daí um tipo diferente de solo para cada tipo de transporte. Esta influência é tão marcante que a denominação dos solos sedimentares é feita em função do agente de transporte predominante.
:
SOLOS SEDIMENTARES 
Ventos (Solos Eólicos)
Águas (Solos Aluvionares)
§ Água dos Oceanos e Mares (Solos Marinhos)
§ Água dos Rios (Solos Fluviais)
§ Água de Chuvas (Solos Pluviais)
Geleiras (Solos Glaciais)
Gravidade (Solos Coluvionares)
Os agentes naturais citados acima não devem ser encarados apenas como agentes de transporte, pois eles têm uma participação ativa no intemperismo e portanto na formação do próprio solo, o que ocorre naturalmente antes do seu transporte.
Pode−se listar os agentes de transporte, por ordem decrescente 
As dunas são exemplos comuns de solos eólicos nordeste do Brasil). A formação de
uma duna se dá inicialmente pela existência de um obstáculo ao caminho natural do vento, o que diminui a sua velocidade e resulta na deposição de partículas de solo 
As dunas 
A deposição continuada de solo neste local acaba por gerar mais deposição de solo, já que o obstáculo ao caminho do vento se torna cada vez maior. Durante o período de existência da duna, partículas de areia são levadas até o seu topo, rolando então para o outro lado. Este movimento faz com que as dunas se desloquem a uma velocidade de poucos metros por ano, o que para os padrões geológico é muito rápido.
Formado por deposições sobre vegetais que ao se decomporem deixam seu molde no maciço, 
o Loess é um solo bastante problemático para a engenharia, pois a despeito de uma capacidade de formar paredões de altura fora do comum e inicialmente suportar grandes esforços mecânicos, podem se romper completa e abruptamente devido ao umedecimento.
O Loess, comum na Europa oriental, geralmente contêm grandes quantidades de cal, responsável por sua grande resistência inicial. 
Quando umedecido, contudo, o cimento calcáreo existente no solo pode ser dissolvido e solo entra em colapso.
 Solos Loessicos 
São solos resultantes do transporte pela água e sua textura depende da velocidade da água no momento da deposição, sendo freqüente a ocorrência de camadas de granulometrias distintas, devidas às diversas épocas de deposição.
O transporte pela água é bastante semelhante ao transporte realizado pelo vento,
porém algumas características importantes os distinguem:
SOLOS ALUVINARES
Viscosidade − por ser mais viscosa a água tem uma capacidade de transporte maior, transportando grãos de tamanhos diversos.
b) Velocidade e Direção − ao contrário do vento que em um minuto pode soprar com forças e direções bastante diferenciadas, a água têm seu roteiro mais estável; suas variações de velocidade tem em geral um ciclo anual e as mudanças de direção estão condicionadas ao próprio processo de desmonte e desgaste do relevo.
c) Dimensão das Partículas − os solos aluvionares fluviais são, via de regra, mais grossos que os eólicos, pois as partículas mais finas mantêm−se sempre em suspensão e só se sedimentam quando existe um processo químico que as flocule (isto é o que acontece no mar ou em alguns lagos).
d) Eliminação da Coesão − vimos que o vento não pode transportar os solos argilosos
devido a coesão entre os seus grãos. A presença de água em abundância diminui este efeito; com isso somam−se as argilas ao universo de partículas transportadas pela água
A água das chuvas pode ser retida em vegetais ou construções, podendo se evaporar a partir daí. Ela pode se infiltrar no solo ou escoar sobre este e, neste caso, a vegetação rasteira funciona como elemento de fixação da parte superficial do solo ou como um tapete impermeabilizador (para as gramíneas), sendo um importante elemento de proteção contra a erosão.
A água que se infiltra pode carrear grãos finos através dos poros existentes nos solos grossos, mas este transporte é raro e pouco volumoso, portanto de pouca relevância em relação à erosão superficial. 
De muito maior importância é o solo que as águas das chuvas levam ao escoar de pontos mais elevados no relevo aos vales. Os vales contém rios ou riachos que serão alimentados não só da água que escoa das escarpas, como também de matéria sólida.
 SOLOS PLUVIAIS 
solos fluviais 
Os rios durante sua existência têm várias fases. Em áreas de formação geológicas mais recentes, menos desgastadas, existem irregularidades topográficas muito grandes e por isso os rios têm uma inclinação maior e conseqüentemente uma maior velocidade. Existem vários fatores determinantes da capacidade de erosão e transporte dos rios, sendo a velocidade a mais importante. Assim, os rios mais jovens transportam mais matéria sólida do que os rios mais velhos.
. O transporte fluvial pode ser descrito sumariamente da seguinte forma:
a) Os rios desgastam o relevo em sua parte mais elevada e levam os solos para sua
parte mais baixa, existindo com o tempo uma tendência a planificação do leito. Rios mais velhos têm portanto menor velocidade e transportam menos.
b) Cada tamanho de grão será depositado em um determinado ponto do rio,
correspondente a uma determinada velocidade, o que leva os solos fluviais a terem uma
grande uniformidade granulométrica. Solos muito finos, como as argilas, permanecerão em suspensão até decantar em mares ou lagos com água em repouso.
As ondas atingem as praias com um pequeno ângulo em relação ao continente. Isso faz com que a areia, além do movimento de vai e vem das ondas, desloquem−se também ao longo da praia.
 Obras que impeçam esse fluxo tendem a ser pontos de deposição de areia, o que pode acarretar sérios problemas.
SOLOS MARINHOS
Os solos formados pelas geleiras, ao se deslocarem pela ação da gravidade, são comuns nas regiões temperadas. 
São formados de maneira análoga aos solos fluviais. A corrente de gelo que escorre de pontos elevados onde o gelo é formado para as zonas mais baixas, leva consigo partículas de solo e rocha, as quais, por sua vez, aumentam o desgaste do terreno.
SOLOS GLACIARES
São solos formados pela ação da gravidade. 
Os solos coluvionares são dentre os solos transportados os mais heterogêneos granulometricamente, pois a gravidade transporta indiscriminadamente desde grandes blocos de rocha até as partículas mais finas de argila.
Entre os solos coluvionares estão os escorregamentos das escarpas da Serra do Mar
formando os Tálus nos pés do talude, massas de materiais muito diversos e sujeitos a
movimentações de rastejo.
SOLOS COLUVINARES
Os tálus são solos coluvionares formados pelo deslizamento de solo do topo
das encostas. 
No sul da Bahia existem solos formados pela deposição de colúvios em áreas
mais baixas, os quais se apresentam geralmente com altos teores de umidade e são propícios a lavoura cacaueira. 
Encontram−se solos coluvionares (tálus) também na Cidade Baixa, em Salvador, ao pé da encosta paralela à falha geológica que atravessa a Baia de Todos os Santos.
 De extrema beleza são os tálus encontrados na Chapada Diamantina, Bahia. 
A parte mais inclinada dos morros corresponde à formação
original, enquanto que a parte menos inclinada é composta basicamente de solo coluvionar
OS TÁLUS 
De extrema beleza são os tálus encontrados na Chapada Diamantina, Bahia. 
A parte mais inclinada dos morros corresponde à formação original, enquanto que a parte menos inclinada é composta basicamente de solo coluvio
Formados pela impregnação do solo por sedimentos orgânicos preexistentes, em geral
misturados a restos de vegetais e animais. 
Podem ser identificados pela cor escura e por possuir forte cheiro característico. Têm granulometria fina, pois os solos grossos tem uma permeabilidade que permite a "lavagem" dos grãos, eximindo−os da matéria impregnada.
SOLOS ORGÂNICOS
Solos que encorporam florestas soterradas em estado avançado de decomposição. 
Têm estrutura fibrilar composta de restos de fibras vegetais e não se aplicam aí as teorias da Mecânica dos Solos, sendo necessários estudos especiais. 
Têm ocorrência registrada na Bahia, Sergipe, Rio Grande do Sul e outros estados do Brasil.
Turfas
TEXTURA E ESTRUTURA DOS SOLOS
O estudo da textura dos solos é realizado por intermédio do ensaio de granulometria
. Pela sua textura os solos podem ser classificados em dois grandes grupos: 
solos grossos (areia, pedregulho, matacão) 
solos finos (silte e argila). 
De uma forma geral, pode−se dizer que quanto maior for a relação área/volume ou área/massa das partículas sólidas, maior será a predominância das forças elétricas ou de superfície. Estas relações são inversamente proporcionais ao tamanho das partículas, de modo que os solos finos apresentam uma predominância das forças de superfície na influência do seu comportamento. 
 O tipo de intemperismo influencia no tipo de solo a ser formado. 
Pode−se dizer que partículas com dimensões até cerca de 0,001mm são obtidas através do intemperismo físico, já as partículas menores que 0,001mm provém do intemperismo químico
 formato e tamanho das particulas
Nos solos grossos, por ser predominante a atuação de forças gravitacionais, resultando em arranjos estruturais bastante simplificados, 
O comportamento mecânico e hidráulico está principalmente condicionado a sua compacidade, que é uma medida de quão próximas estão as partículas sólidas umas das outras, resultando em arranjos com maiores ou menores quantidades de vazios. Os solos grossos possuem uma maior percentagem de partículas visíveis a olho nu (f ³ 0,074 mm) e suas partículas têm formas arredondadas, poliédricas e angulosas
SOLOS GROSSOS
São classificados como pedregulho as partículas de solo com dimensões maiores que 2,0mm (DNER, MIT) ou 4,8mm (ABNT).
 Os pedregulhos são encontrados em geral nasmargens dos rios, em depressões preenchidas por materiais transportados pelos rios ou atémesmo em uma massa de solo residual (horizontes correspondentes ao solo residual jovem o saprolito).
PEDREGULHOS
As areias se distinguem pelo formato dos grãos que pode ser angular, subangular e arredondado, sendo este último uma característica das areias transportadas por rios ou pelo vento. 
A forma dos grãos das areias está relacionada com a quantidade de transporte sofrido pelos mesmos até o local de deposição. Classificamos como areia as partículas com dimensões entre 2,0mm e 0,074mm (DNER), 2,0mm e 0,05mm (MIT) ou ainda 2,0mm e 0,06mm (ABNT).
O formato dos grãos de areia tem muita importância no seu comportamento mecânico,
pois determina como eles se encaixam e se entrosam, e, em contrapartida, como eles deslizam entre si quando solicitados por forças externas. 
Por outro lado, como estas forças se transmitem dentro do solo pelos contatos entre as partículas, as de formato mais angulares são mais susceptíveis a se quebrarem.
AS AREIAS 
Nos solos formados por partículas muito pequenas, as forças que intervêm no processo de estruturação do solo são de caráter muito mais complexo
. Os solos finos possuem partículas com formas lamelares, fibrilares e tubulares e é o mineral que determina a forma da partícula.
 O comportamento dos solos finos é definido pelas forças de superfície (moleculares, elétricas) e pela presença de água, a qual influi de maneira marcante nos fenômenos de superfície dos argilo−minerais.
OS SOLOS FINOS 
A fração granulométrica do solo classificada como argila (diâmetro inferior a 0,002mm) se caracteriza pela sua plasticidade marcante (capacidade de se deformar sem apresentar variações volumétricas) e elevada resistência quando seca. É a fração mais ativa dos solos.
ARGILA 
Apesar de serem classificados como solos finos, o comportamento dos siltes é governado pelas mesmas forças dos solos grossos (forças gravitacionais), embora possuam alguma atividade. 
Estes possuem granulação fina, pouca ou nenhuma plasticidade e baixa resistência quando seco. 
escala granulométrica adotada pela ABNT (NBR 6502):
SILTES

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