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PROCESSO CIVIL

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PROCESSO CIVIL
Dos deveres das partes e seus procuradores
Art. 77 Caput: 
O caput traz a ideia de dever, ou seja não se refere a um ônus, você não terá um bônus se cumprir com os deveres, é obrigatório sem ganhar nada em troca por isso.
 Partes procuradores e todos aqueles que de alguma forma participarem do processo terão alguns deveres processuais. Exemplo: advogados, ministério público, peritos etc. 
Todos os deveres processuais tem em seu cumprimento elementos básicos, tais como a probidade (honestidade), a lealdade, e a boa-fé objetiva (comportamentos) e subjetiva (intenção) 
	A probidade consiste em fazer a sua defesa e acusação dentro dos princípios éticos e morais, não sendo admitido um processo fraudulento (que frauda a lei), e nem um processo simulado que frauda terceiros, sob pena de anulação dos atos do processo sem resolução do mérito CPC ART.142 e possibilitando rescisão de sentença baseada em processo fraudulento CPC art.966,III
Todos aqueles participantes do processo que descumprirem algum dos deveres processuais sofrera sanções processuais previstas no art. 79 a 81 do CPC, independente do resultado da demanda. 
Os elementos básicos são presumidos, portanto a parte que alegar a falta de boa-fé da outra parte terá o ônus de provar a circunstância alegada e se conseguir, obter as vantagens processuais correspondentes 
Art. 77, I 
	Deve se expor em juízo os fatos conforme a verdade. Não se pode mentir, omitir, inventar circunstancias ao fato. Relatar o fato de uma forma que não ocorreu realmente. 
	Não se deve alegar a verdade do direito deve se alegar a verdade do fato pois do direito o juiz já conhece 
	A verdade subjetiva vem dizer que a parte que fala deve acreditar no que ela está falando.
Ex: Perito, falar um resultado de perícia adverso do real para beneficiar uma das partes. 
Art. 77, II
 Não se deve apresentar pretensão ou apresentar defesa, quando se tem a ciência de que tal atitude não possui fundamento. 
	Ex.: Eu pedir que dada empresa de seguro forneça o serviço que já não está mais contratado, ou eu defender que o acusado não cometeu o ilícito sendo que uma perícia já comprovou que cometeu. Ex. Caso da Yoki e da barata 
Art.77, III
	As partes processuais não podem produzir provas ou praticar atos inúteis a declaração e a defesa do direito.
	Ex: não se pode querer provar um casamento por meio de testemunhas, só poderá ser produzida a prova documental (certidão de registro civil). 
Ex2: não se pode entrar com agravo de instrumento várias vezes seguidas, pois isso caracterizará que você está querendo protelar o processo 
Art.77 IV, 
		As partes não podem deixar de cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais provisórias ou finais e não podem criar embaraços a efetivação da justiça.
	Ex; Deixar de pagar uma dívida que já foi aclamada por decisão transitada em julgado. 
Obs.: Caso descumpra esse dever, ao devedor faltoso é imposta multa de 10% sobre o valor total da condenação e honorários advocatícios também no percentual de 10%, como penalidade (CPC 523 § 1.º).
Art. 77 V. 
		As partes devem falar no primeiro momento que lhes couber o endereço residencial ou profissional onde irá receber intimações, atualizando-o sempre que ocorrer uma alteração temporária ou definitiva. 
Art. 77 VI.
		As partes não podem modificar de forma ilegal o estado do bem ou do objeto em litigio. 
Ex: Vender bens para se tornar insolvente após a sua citação (fraude à execução).
Art.77 Par.1º e 2º Violação dos inc. IV, e VI
	Em caso do não cumprimento de sentença seja qual for desde uma decisão interlocutória, liminar, sentença definitiva ou um despacho de mero expediente ou em caso de mudança do estado do bem ou do direito em litigio, o juiz advertirá o autor da infração, e a infração poderá ser interpretada como um ato atentatório a dignidade da justiça, e o juiz poderá impor ao infrator sem prejuízo de sanções criminais, cíveis e processuais cabíveis , multa de até 20% do valor da causa dependendo da gravidade da conduta.
Art. 77 Par. 3º 
		Se a multa do inciso anterior não for paga no prazo fixado pelo juiz esta será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após transito em julgado da sentença que a fixou e sua execução observará os procedimentos da execução fiscal (Lei 6830/80). Revertendo-se aos fundos previstos no art., 97 p/ a modernização do poder judiciário. 
Art.77 Par.4º 
		Pode se fixar multa do inc. II (não cumprimento de dever processual de não modificar o bem ou direito em litigio, e de cumprir as determinações jurisdicionais provisórias ou definitivas), independente dos casos de multa já previstos no art. 523,par1º (que versa sobre o pagamento de multa no caso do não cumprimento voluntario de sentença definitiva de exigência de obrigação de fazer) e também no art. 536 par 1º (que versa sobre multa ao não cumprimento de sentença que determine entrega de coisa)
Art. 77 Par.5º
		Em caso de valor da causa muito pequeno a multa poderá chegar ao valor de até 10x o salário mínimo vigente, podendo essa quantia ser superior se a parte que descumprir os deveres for muito rica e o valor da punição for muito pequeno.
Art. 77 Par,6º
		Aos advogados públicos ou privados e aos membros da defensoria pública e do MP não se aplicam os dispostos nos parágrafos 2 a 5, devendo eventual responsabilidade ser apurada por órgão da classe (OAB por exemplo) ou corregedoria (órgão que pune as irregularidades e os abusos de autoridades judiciárias e funcionários de justiça) que deve receber oficio do juiz. 
	Se as partes citadas ferirem deveres a obrigação de fazer cai p/ a parte e não para o advogado em si, mas em caso de prejuízos para as partes estas poderão mover ação de regresso contra os profissionais se acharem necessário 
	Os atos inerentes ao exercício da profissão do advogado ou do defensor público não devem ser controlados pelo juiz mas sim pela EOAB e defensoria publica 
	Ou seja em caso de advogado ou defensor público agir inadequadamente como representante da parte o juiz pune a parte que poderá mover ação de regresso contra o profissional ou o Estado. Agora se advogados ou defensores praticarem de forma errada atos inerentes a profissão serão penalizados pela Oab e pela defensoria e não pelo juiz 
Art. 77 Par.7º
		Se houver violação do inciso VI o juiz determinara o restabelecimento do estado anterior, podendo ainda proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado (resolução do problema), sem prejuízo da aplicação do parágrafo 2º
Art. 77. Par.8º 
		O representante da parte não pode cumprir obrigação em seu lugar 
Art. 78 Caput 
As partes envolvidas no processo não podem empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. Se isso ocorrer o juiz deverá advertir o ofensor para que ele não volte a agir assim e manda-lo riscar as palavras ofensivas de seu escrito. Essa manifestação do juiz deve ser dada de oficio O juiz deve ser mais tolerante com advogados para que eles possam exercer bem a função de defender seus clientes da melhor forma possível. A difamação e injuria imputadas em juízo não são passiveis de punição a não ser que guardem relação direta com o objeto da causa 
O Estatuto da OAB em seu artigo 7ºdiz que o advogado é imune profissionalmente não constituindo injuria difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte no exercício de sua atividade em juízo ou fora dele sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB pelos excessos que cometer. 
Art. 78. Parágrafo 1º 
As palavras ofensivas verbais devem ser advertidas pelo juiz para que isso não se repita sobre pena de cercear lhe a palavra, mas apenas em casos excepcionais e com advertência previa 
Art. 78 Parágrafo 2º 
O juiz de oficio ou a requerimento do ofendido determinará o risco das palavras ofensivas e a requerimento do ofendido ele determinara a expedição de certidão com o inteiro teor das expressões ofensivas a ser colocado à disposição dos interessados para que essese achar necessário processe por danos morais o ofensor 
Art. 79 
O réu, autor o interveniente que se portar como litigante de má fé terá responsabilidade sobre os efeitos da sua atitude controversa e responderá do que couber a perdas e danos, se ocorrerem danos extra processuais estes poderão ser indenizáveis em alguns casos a simples culpa por ato processual prejudicial a outra parte já vale indenização não sendo necessários a configuração de má fé propriamente dita. 
 A responsabilidade do litigante de má-fé que causa dano processual é aferida e determinada nos mesmos autos, não havendo necessidade de ser ajuizada ação autônoma para tanto.
Advogado. A norma não sanciona o advogado da parte, de modo que se esta for reputada litigante de má-fé por conduta de seu advogado, terá de indenizar a parte contrária, podendo exercer o direito de regresso contra o advogado. Demandada em ação autônoma de indenização por litigância de má-fé por conduta de seu advogado, a parte poderá denunciá-lo à lide
Advocacia Pública e Defensoria Pública. Da mesma forma que ocorre com o advogado privado, estes profissionais deverão indenizar a parte prejudicada, de forma direta ou regressivamente
Art. 80 Caput.
Conceito de litigante de má-fé. É a parte ou interveniente que, no processo, age de forma maldosa, com dolo ou culpa, causando danos processual à parte contrária. É o improbus litigator, que se utiliza de procedimentos escusos com o objetivo de vencer ou que, sabendo ser difícil ou impossível vencer, prolonga deliberadamente o andamento do processo procrastinando o feito.
Resultado da demanda. Responde por perdas e danos processuais aquele que age de má-fé, independentemente do resultado da demanda. Até o vencedor pode ser reputado litigante de má-fé e condenado a indenizar a parte contrária
4. Direito de defesa. Antes de o juiz declarar o litigante como de má-fé e condená-lo às penas do CPC 80, deve dar-lhe oportunidade para defender-se (CF 5.º LV), salvo se a má-fé for evidente.
Art. 80 I 
Pretensão contraria ao texto da lei. 
Ex: negar a transferência de propriedade do carro após a concretização de alienação fiduciária.
Art.80 II 
Alterar a verdade dos fatos
Ex: Consiste em afirmar fato inexistente, negar fato existente ou dar versão mentirosa para fato verdadeiro
Ex: Dizer que a barata já estava na pipoca, quando na realidade ela foi colocada ali em momento posterior.
Art. 80 III 
Usar do processo para conseguir objetivo ilegal.
Ex: Simulação de ação de despejo para despejar o sublocatário. 
Ou seja o locatário simula com o locador um falso despejo p/ que o sublocatário sai prejudicado e tenha que deixar a casa (conluio), ou simular processo de divórcio para enganar credores 
Art. 80 IV 
Opuser resistência injustificada ao andamento do processo
Ex: Credor entra com ação de cobrança, devedor entra com ação declaratória de nulidade simplesmente p/ adiar a solução da ação de cobrança já que por certo estas estarão conexas.
Art.80 V 
Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo. 
Agir de forma diferente da habitual em qualquer ato ou incidente processual.
Ex: Pessoa que tenderia a não se manifestar se manifesta sem problema algum.
Art.80 VI
Provocar incidente manifestadamente infundado. 
Ex; Assim age a parte que maneja exceção de incompetência territorial com o escopo de suspender o andamento do processo para, exclusivamente, evitar a perda do prazo da contestação.
Art.80 VI 
Interpuser recurso com intuito manifestadamente protelatório 
A conduta tipificada como interposição de recurso com intuito manifestamente protelatório se configura quando há interposição de recursos “em que nenhum fundamento relevante é desenvolvido, assim como aqueles que distorcem a prova, os que invocam legislação impertinente ou jurisprudência sem relação com o caso, os que desafiam, sem fundamentos mais sérios, a jurisprudência do tribunal destinatário, do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal etc”.
Art. 81 Caput 
O juiz deverá de oficio ou a requerimento condenar o litigante de má fé a pagar multa de 1 a 10 % do valor da causa, indenizar a parte contraria pelos prejuízos que sofreu e arcar com os honorários advocatícios (independente de sucumbência) e todas as despesas que efetuou 
Art. 81. Par 1º
Se houver mais de um credor de má fé o juiz conderá cada um de forma proporcional ao interesse individual deles na causa, ou solidariamente aqueles que se coligarem p/ lesar a parte contraria. A parte lesada pode nesse caso exigir o pagamento completo da dívida por apenas um dos litigantes de má fé. Se esse efetuar o pagamento ele entrara com ação p/ exigir que os outros litigantes de má fé o paguem cada qual sua respectiva quota.
ART. 81 Par 2º
Se o valor da causa que será o parâmetro para a multa ao litigante de má fé for irrisório o juiz poderá fixar multa até 10x do salário mínimo 
Art. 81 Par 3º
Caso não seja possível mensurar o valor da indenização por perdas e danos esse valor será liquidado por arbitramento (avaliação pericial dos danos), ou seguindo procedimento comum nos próprios autos, seguindo as circunstancias processuais. Caso o valor da indenização seja mensurável o juiz irá fixa-la

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