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© T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 1 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II Resolução da Lista de Exercícios 2 – Probabilidade 1) Suponha que a probabilidade de que um embrião seja fixado na parede do útero seja de 5%. Se forem implantados três embriões, qual a probabilidade de que todos os três tenham êxito? Solução: Sejam os eventos: Ei : embrião i se fixar na parede do útero, i = 1, 2, 3. P(E1) = P(E2) = P(E3) = 5% = 0,05 Todos os três terem êxito significa ocorrer o evento: (E1 e E2 e E3) Como os eventos Ei´s são independentes, então P(E1 e E2 e E3) = P(E1 ∩ E2 ∩ E3) = P(E1)P(E2)P(E3) = (0,05)(0,05)(0,05) = 0,053 = 0,000125 2) Um critério bastante aceito para definir hipertensão arterial na população é considerar um indivíduo como hipertenso se ele apresentar: pressão arterial sistólica (PAS) maior que 140 mm Hg, pressão arterial diastólica (PAD) maior que 90 mm Hg ou ambas. Sejam definidos os eventos: A = PAS > 140 mm Hg e B = PAD > 90 mm Hg. Se a P(A) = 0,15; P(B) = 0,1 e P(A e B) = 0,08, qual a probabilidade de um indivíduo, selecionado aleatoriamente, ser hipertenso? Solução: Foram definidos os eventos:. A = PAS > 140 mm Hg e B = PAD > 90 mm Hg. Foram dados: P(A) = 0,14; P(B) = 0,10 ; P(A e B) = 0,08 Ser hipertenso equivale ao evento: A ou B P(A ou B) = P(A ∪ B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B) = 0,15 + 0,10 – 0,08 = 0,17 3) Considere que a probabilidade de um indivíduo apresentar diabetes seja de 18%, a probabilidade de ser hipertenso seja de 25% e a probabilidade de ser simultaneamente diabético e hipertenso de 10%. Determine a probabilidade de um indivíduo: a) Ser hipertenso e diabético; b) Não ser hipertenso e nem diabético; c) Ser diabético, mas não ser hipertenso; d) Ser hipertenso, mas não ser diabético. Solução: A resolução fica simplificada por meio da construção da tabela das probabilidades, em que são considerados os eventos: D : apresentar diabetes e H: ser hipertenso. Foram dadas: P(D) = 18%; P(H) = 25% e P(D e H) = 10% A tabela fica então completada pelos seguintes percentuais (em vermelho) © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 2 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II Respostas serão leituras diretas: a) Ser hipertenso e diabético; P(D e H) = 10% b) Não ser hipertenso e nem diabético; P(�� e ��) = 67% c) Ser diabético, mas não ser hipertenso; P(D e ��) = 15% d) Ser hipertenso, mas não ser diabético. P(�� e H) = 8% 4) A tabela a seguir mostra a distribuição de uma amostra de 6.800 pessoas de certa população considerando a cor dos olhos e a cor dos cabelos. Cor dos olhos Cor dos cabelos Total Loiro Castanho Preto Ruivo Azul 1.768 807 189 47 2.811 Verde 946 1.387 746 53 3.132 Castanho 115 438 288 16 857 Total 2.829 2.632 1.223 116 6.800 Faça o que se pede: 1) Qual a probabilidade de uma pessoa sorteada aleatoriamente dessa amostra: a) Ter os olhos azuis? �� ��� ≅ 0,413 b) Ter cabelos castanhos? � � ��� ≅0,387 c) Ter cabelos castanhos e olhos castanhos? � � ��� ≅ 0,064 D �� Total H 10% 8% 18% �� 15% 67% 82% Total 25% 75% 100% © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 3 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II d) Ter olhos verdes ou cabelos ruivos? �� �� ��� = �� ��� ≅ 0,47 e) Ter os olhos verdes, se a pessoa sorteada tiver os cabelos pretos? �� �� ≅ 0,61 f) Não ter cabelos loiros sabendo-se que tem olhos castanhos? � ������ ��� = ���� � ��� ≅ 0,866 2) Verifique se a cor dos olhos e a cor dos cabelos são eventos independentes. P(olho azul e cabelo loiro) = � � ��� ≅0,26 (*) P(olho azul) = �� ��� ≅0,4134 P(cabelo loiro) = �� ��� ≅0,416 Tem-se que P(olho azul) P(cabelo loiro) = (0,4134)(0,416) ≅ 0,172 (**) Considerando os resultados em (*) e (**) verifica-se que P(olho azul e cabelo loiro) ≠ P(olho azul) P(cabelo loiro) Donde se conclui que a cor dos olhos e a cor dos cabelos NÃO são eventos independentes. 5) A tabela abaixo apresenta os resultados do eletrocardiograma de esforço como um indicador de estenose das coronárias quando a doença está presente em metade dos homens examinados. O diagnóstico foi obtido por arterioscopia, “padrão ouro”. © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 4 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II Calcule o que pede: a) A prevalência da estenose nesse grupo; b) A especificidade do eletrocardiograma de esforço; c) A sensibilidade do teste; d) O valor de predição positiva e o negativo; e) A proporção de falso positivo e a de falso negativo; Solução: Essas medidas são obtidas pelo cálculo direto das probabilidades. a) Prevalência é a P(D+) = ��� ��� ≅ 0,533 b) Especificidade é a P(T- | D-) = �� �� ≅ 0,923 c) Sensibilidade é a P(T+ | D+) = �� ��� ≅ 0,539 d) Valor de Predição Positiva (VPP) é a P(D+ | T+) = �� �� ≅ 0,887 e o Valor de Predição Negativa (VPN) é a P(D- | T-) = �� ��� ≅ 0,632 e) Proporção de Falso Positivo (PFP) é a P(D- | T+) = � �� ≅ 0,113 , também obtido pelo complementar de VPP, ou seja, PFP = 1 – VPP = 1 – 0,887 ≅ 0,113 Analogamente, Proporção de Falso Negativo (PFN) é a P(D+ | T-) = �� ��� ≅ 0,368 , também obtido pelo complementar de VPN, ou seja, PFN = 1 – VPN = 1 – 0,632 ≅ 0,368 T: Eletrocardiograma de Esforço Mais de 79% de Estenose Total D+ D- T+ 55 7 62 T- 49 84 133 Total 104 91 195 © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 5 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II 6) A tabela abaixo mostra os resultados de um ensaio com 154 pacientes que apresentavam dor abdominal. Ao grupo Tratamento (T) foi administrado Brometo de Pinavério (dois comprimidos/dia) e ao grupo Controle foi administrado um placebo. Faça os cálculos necessários para testar a eficiência do uso do sal no tratamento da dor abdominal. Passo 1 : Verificando se as variáveis em análise são independentes ou se estão associadas, por meio da estatística qui-quadrado . Valores Observados (O) Valores Esperados (E) Grupo Permanência da dor abdominal Total Grupo Permanência da dor abdominal Total Sim Não Sim Não Tratamento 6 57 63 Tratamento 14,7 48,3 63 Controle 30 61 91 Controle 21,3 69,7 91 Total 36 118 154 Total 36 118 154 O cálculo da estatística X2 pode ser resumido em uma tabela: A tabela é 2x2, logo o valor de X2 será comparado com o valor teórico da qui-quadrado com 1 grau de liberdade, considerando = 5%, ou seja, P(X2 > x) = 0,05. O valor tabelado corresponde ao valor 3,84. Grupo Permanência da Dor abdominal Total Sim Não Tratamento 6 57 63 Controle 30 61 91 Total 36 118 154 Componentes do Teste O E (" − $) � $ 6 14,7 5,1490 57 48,3 1,5671 30 21,3 3,5535 61 69,7 1,0859 Estatística X2 = 11,36 © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 6 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II Como a estatística observada X2 = 11,36 > 2 05,0;1χ = 3,84, o teste indica a existência de associação entre as variáveis em estudo. Passo 2 : A verificação da eficiência do uso do sal é feita por meio do cálculo da razão das chances. Em relação à permanência da dor abdominal: Chancedo Grupo Tratamento: Chtratamento = � �� ≅0,1053 Chance do Grupo Controle: Chcontrole = �� �� ≅0,4918 Razão das Chances: RCtratamento/controle = = 0,4918≅0,214 Conclusão: o tratamento, o sal, é protetor para a dor abdominal, pois a chance do tratamento em relação ao controle é menor que 1, ou seja, a dor abdominal no grupo controle é aproximadamente 4,67 (1/0,214) vezes mais frequente que a do grupo tratamento 7) No trabalho “Pesquisa sobre parassuicídio entre jovens da cidade de Itajubá”, apresentado na XIV Semana Médica da FMIt (1994) por Guimarães, A.L.G., os autores apresentaram os © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 7 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II resultados referentes À relação entre incidência de parassuicídio e o uso de tranquilizantes. Faça o teste e verifique se existe associação entre uso de tranquilizantes ou não e sua medida de efeito. Uso de tranquilizantes Parassuicídio Total Sim Não Sim 12 17 29 Não 20 102 122 Total 32 119 151 Passo 1 : Verificando se as variáveis em análise são independentes ou se estão associadas, por meio da estatística qui-quadrado . Valores Observados Valores Esperados Uso de tranquilizantes Parassuicídio Total Uso de tranquilizantes Parassuicídio Total Sim Não Sim Não Sim 12 17 29 Sim 6,1 22,9 29 Não 20 102 122 Não 25,9 96,1 122 Total 32 119 151 Total 32 119 151 O cálculo da estatística X2 pode ser resumido em uma tabela: Como a estatística observada X2 = 8,76 > 2 05,0;1χ = 3,84, o teste indica a existência de associação entre as variáveis em estudo. Passo 2 : A verificação do parassuicídio em relação ao uso do tranquilizante é feita por meio do cálculo da razão das chances. Componentes do Teste O E (" − $) � $ 12 6,1 5,5767 17 22,9 1,4996 20 25,9 1,3256 102 96,1 0,3565 Estatística X2 = 8,76 © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 8 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II Em relação ao parassuicidio: Chance do Grupo que usou tranquilizante: Chsim = �� �� ≅0,7059 Chance do Grupo que não usou tranquilizante: Chnão = �� ��� ≅0,1961 Razão das Chances: RCsim/não ≅ 3,6 Conclusão: o parassuícidio no grupo que fazia uso do tranquilizante é aproximadamente 3,6 vezes mais frequente que a do grupo que não fazia uso do tranquilizante 8) Foi feito um estudo em certa escola pública para investigar uma crise de gastroenterite – inflamação das membranas do estômago e do intestino - nas crianças, depois de um lanche servido num evento comemorativo de homenagens aos pais. Os resultados coletados encontram-se na tabela a seguir: Crise de gastroenterite Comeram Sanduíche Total Sim Não Sim 109 4 113 Não 116 34 150 Total 225 38 263 Faça o teste e verifique se existe associação crise de gastroenterite e a ingestão do sanduíche e sua medida de efeito. Passo 1 : Verificando se as variáveis em análise são independentes ou se estão associadas, por meio da estatística qui-quadrado . Valores Observados Valores Esperados Crise de Gastroenterite Comeram Sanduíche Crise de Gastroenterite Comeram Sanduíche Total Sim Não Total Sim Não Sim 109 4 113 Sim 96,7 16,3 113 Não 116 34 150 Não 128,3 21,7 150 Total 225 38 263 Total 225 38 263 O cálculo da estatística X2 pode ser resumido em uma tabela: © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 9 Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II Como a estatística observada X2 = 19,07 > 2 05,0;1χ = 3,84, o teste indica a existência de associação entre as variáveis em estudo. Passo 2 : Verificação da crise de gastroenterite em relação à ingestão do sanduiche Em relação a crise de gastroenterite: Chance do Grupo que comeu o sanduíche: Chsim = ��� ��� ≅0,9397 Chance do Grupo que não comeu o sanduíche: Chnão = � �� ≅0,1176 Razão das Chances: RCsim/não ≅ 7,99 Conclusão: a crise de gastroenterite no grupo que comeu o sanduíche é aproximadamente 8 vezes mais frequente que a do grupo que não comeu o sanduíche 9) Admitindo que os tempos de duração dos efeitos de uma determinada concentração de xilocaína, aplicada localmente, são distribuídos normalmente com média de 20 minutos e desvio-padrão de 3 minutos, determine: a) As probabilidades de o anestésico causar o efeito: i. Por mais do que 23 min. ii. Por mais de 18,5 min iii. Entre 21,5 e 23 min. b) Admitindo que se queira trabalhar com 90% de certeza de que o anestésico esteja funcionando, em quanto tempo deveria ser efetuada uma intervenção cirúrgica no local? Solução: Seja a variável aleatória, X: tempo de duração do efeito de uma determinada concentração de xilocaína, em minutos Componentes do Teste O E (" − $) � $ 109 96,7 1,5718 4 16,3 9,3070 116 128,3 1,1841 34 21,7 7,0112 Estatística X2 = 19,07 © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 10Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II X ~N(20; 3) a) i) P( X > 23) = a) i) P( X > 23) = − > 3 2023 .ZP = P(Z > 1 ) = 0,1587 (pela tabela 3.2) ou pela tabela 3.1: P(Z > 1) = 0,5 – P() < Z < 1) = 0,5 – 0,3413 = 0,1587 a) ii) P(X > 18,5) = − > 3 205,18 .ZP = P(Z > -0,5 ) = 0,6915 Pela tabela 3.1: P(Z > -0,5) = P(Z > 0) + P() < Z < 0,5) = 0,5 + 0,1915 Pela tabela 3.2: P(Z < -0,5) = P(Z > 0,5) = 0,3085 Então P(Z > -0,5) = 1 – P(Z < -0,5) = 1 – 0,3085 = 0,6915 X 2320 0,14 0,12 0,10 0,08 0,06 0,04 0,02 0,00 X D e n s it y 18,5 0,6915 20 Distribution Plot Normal; Mean=20; StDev=3 © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 11Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II ii) P ( 21,5 < X < 23) = − << − 3 2023 . 3 205,21 ZP = P(0,5 < Z < 1) Pela tabela 3.1: P(0,5 < Z < 1) = P(0 < Z < 1) – P(0 < Z < 0,5) = 0,3413 – 0,1915 = 0,1498 Pela tabela 3.2: P(0,5 < Z < 1) = P( Z > 0,5) – P( Z > 1) = 0,3085 – 0,1587 = 0,1498 b) P(X > x) = 0,90 → P(Z > z) = 0,90 que equivale a P(Z < z) = 0,10 Pela tabela 3.1: P( Z < z) = 0,10 = P(Z > z) equivale a P(0 < Z < z) = 0,40 → z ≅ 1,28, logo, por simetria tem-se z = -1,28 Pela tabela 3.2: P(Z < z) = P( Z > z) = 0,10 o qual corresponde a z = 1,28 Dessa maneira, tem-se que ⇒ − =−⇒ − = 3 2028,1 xxz σ µ x = (-1,28)(3) + 20 ≅ 16,16 minutos. X 21,5 2320 © T.F.Bogutchi – PUC-MG / 2014-1 12Medicina / 2º. Período / Betim Introdução à Pesquisa Médica II 10) Suponha que, para certa população, os níveis de ácido úrico sejam normalmente distribuídos com média 0,75 (g/24 horas) e desvio-padrão igual a 0,2 (g/24 horas). Estime: a) A probabilidade de um indivíduo apresentar uma taxa de ácido úrico: i. Maior do que 1 (g/24 horas) ii. Menor do que 0,8 (g/24 horas) iii. Entre 0,85 e 1,15 (g/24 horas) b) Qual é o nível de ácido úrico que delimita as 10% das maiores taxas? Respostas: a) i) 0,1056 ii) 0,5987 iii) 0,2858 b) 1,006 g/24 h 11) Para se identificar infecção bacteriana (Pseudomonas sp) no trato respiratório, foram coletadas amostras de pessoas sabidamente sadias e determinadas o número de colônias encontradas em cada uma dessas culturas. Os dadosencontram-se apresentados a seguir: 17 22 23 23 23 23 24 24 24 24 24 24 25 25 25 25 25 25 25 26 28 28 29 30 30 31 31 35 35 35 36 40 41 41 41 42 51 54 56 56 56 58 60 68 79 Construa faixas de referencia de 95% pelo método: a) Normal (curva de Gauss) b) Percentis – calculado pela ordem de posição dos dados; c) Percentis – estimado pelo percentual acumulado. Resolvido em sala de aula. 0,14 0,12 0,10 0,08 0,06 0,04 0,02 0,00 X D e n s it y 16,16 0,9 20 Distribution Plot Normal; Mean=20; StDev=3
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