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* * Direito das Obrigações Prof. Ms. Thiago Paluma * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA A) Preliminares a.1) Conceito: “A assunção de dívida é o negócio jurídico que se verifica quando um terceiro, em princípio estranho à relação obrigacional, assume a posição do devedor originário na mesma relação, com anuência do credor”. Nelson Rosenvald. * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA a.2) Partes envolvidas: - Devedor originário: quanto a ele, a assunção de dívida é liberatória, pois se exonera da responsabilidade avocada pelo assuntor. - Assuntor: é o terceiro que assumirá o débito. - Credor. a.3) Natureza jurídica: em regra, é um negócio jurídico trilateral, envolvendo o devedor originário, o assuntor e o credor. * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA B) Modalidades b.1) liberatória: está disposta nos artigos 299 a 303 do CC. Propicia a liberação do devedor originário, situação na qual há verdadeira transmissão particular do débito. b.2) cumulativa: é aquela em que o novo devedor assume o débito juntamente com o devedor primitivo. Ambos passam a responder perante o credor. Não contém previsão legal. * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA *Quanto aos modos de realização: b.3) expromissória: há uma relação jurídica bilateral. É celebrada mediante contrato entre o credor e o novo devedor, sem a anuência ou qualquer participação do devedor primitivo. b.4) delegatória: implica relação trilateral, pois, inicialmente, há um acordo entre o antigo e o novo devedor, sendo que aquele delega o débito a este. É necessário o expresso consentimento do credor ao acordo. * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA C) Requisitos c.1) Consentimento do credor: sem a sua expressa adesão, não poderá o devedor originário transferir a obrigação ao terceiro e, portanto, exonerar-se do pagamento. Não havendo a manifestação de vontade do credor, ou seja, ausente um dos requisitos de existência do negócio jurídico, o ato será inexistente. Exceção: a única hipótese em que se aceita a anuência tácita do credor é a exposta no art. 303. É a hipótese em que o novo devedor adquire um imóvel hipotecado. O novo devedor substitui o proprietário anterior e se o credor notificado não impugnar a transferência do débito em 30 dias, será tácito o seu consentimento. A dispensa da anuência se justifica por inexistir risco ao credor que já possui uma garantia real. - Assunção de débito cumulativa (Nelson Rosenvald): dispensa o consentimento do credor, pois não há para ele qualquer agravamento da situação. * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA C) Requisitos c.2) Validade do negócio jurídico: capacidade das partes; objeto lícito, possível e determinado/determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. c.3) Solvência do novo devedor: se o novo devedor já se encontra insolvente quando da assunção da dívida, sem que tal fato fosse do conhecimento do credor, será o devedor primitivo sancionado com a manutenção de sua responsabilidade pelo pagamento, agora ao lado do novo devedor. * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA D) Efeitos d.1) Liberação do devedor primitivo, com subsistência do vínculo obrigacional. Exceção: assunção cumulativa, em que o devedor primitivo continua respondendo pela dívida. d.2) Transferência do débito a terceiro. d.3) Cessação dos privilégios e garantias pessoais do devedor primitivo, de forma que o novo devedor não terá o direito de invocar asexceções (defesas) pessoais do antigo sujeito passivo. Exemplo: remissão, confusão, compensação, etc. * * ASSUNÇÃO DE DÍVIDA d.4) Sobrevivência das garantias reais (penhor, hipoteca), prestadas pelo devedor originário, com exceção das garantias especiais (fiança, aval) que foram constituídas em atenção à pessoa do devedor. Exceção: menção expressa do devedor primitivo no sentido de que permanecerão as garantias especiais. d.5) Se houver anulação da substituição do devedor, haverá a restauração da dívida, com todas as suas garantias, salvo as prestadas por terceiro, a não ser que ele tivesse ciência do vício que inquinava a obrigação, pondo fim à assunção.
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