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1 DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES É O CONJUNTO DE NORMAS JURÍDICAS QUE REGULAMENTAM AS OBRIGAÇÕES. CONCEITO DE OBRIGAÇÕES: É a existência de um vínculo jurídico (liame entre credor e devedor), onde, existe uma pluralidade de sujeitos (PF/PJ) no qual o polo passivo deve realizar uma prestação (realizar um dever sendo a atividade do devedor em satisfazer o credor) em favor do polo ativo. A prestação se trata do objeto da obrigação, podendo ser obrigação de: 1- Dar – ex: pagar + 2- Fazer – ex: construir + 3- Não Fazer – ex: não construir – Os polos são ativo e passivo, o polo ativo é integrado pelo credor no qual tem direito a receber a prestação. Já o polo passivo é integrado pelo devedor sendo necessário realizar uma prestação em favor ao credor. Caso o devedor não realize de forma espontânea a tradição, o credor pode exigir judicialmente o cumprimento da prestação, pois o vínculo jurídico é integrado por um direito subjetivo (direito de exigir a realização da prestação), para exigir a obrigação é necessário um conteúdo econômico em seu objeto (Direitos de Créditos). VÍNCULO JURÍDICO DEVEDOR - CREDOR + 2 A obrigação pode ser cumprida das seguintes formas: A- Penhora de bens (dar) B- Multa diária (fazer) C- Não fazer (destruir) ELEMENTOS DAS OBRIGAÇÕES: 1- Subjetivo ou Pessoal: São os SUJEITOS. Obs1: Podem ter mais de dois Obs2: Podem ser determinados ou indeterminados (ex: rifa) Ativo/Credor + = Tem direito a receber a prestação Passivo/Devedor - = Tem o dever de realizar a prestação. 2- Objetivo ou Material: É a Prestação e o OBJETO da prestação. O Objeto deve ser licito, possível, determinado e determinável. (art. 104, cc). Possui 2 objetos: Objeto Direto/Imediato= Prestação em si mesmo (dar, fazer, não fazer); Objeto Indireto/Mediato = Coisa em si mesmo o objeto da prestação (ex: carro); 3- Ideal ou Material: É o vinculo jurídico entre o Credor e o Devedor. Explicada pela Teoria Eclética: Vínculo jurídico= DÉBITO + OBRIGAÇÃO DE SATISFAZER O DÉBITO são essenciais. FONTES DAS OBRIGAÇÕES: São Fontes das Obrigações porque deram origem às obrigações que vinculam o Devedor ao Credor. As Fontes podem ser: 3 Imediata: A Lei, pois é uma fonte primaria e comum, onde que as outras fontes se baseiam. Mediata = São fontes que derivam da lei. E são: Ato jurídico em sentido estrito = ação humana que gera obrigação por ter consequências jurídicas. Ex: Achar algo na rua e não devolver. Negócios jurídicos = são os atos jurídicos que tem a intenção negocial, atos fundados na autonomia da vontade e que regulam interesses entre as partes. Pode ser dividido em: Contratos (bilateral) e Atos unilaterais da vontade, ex: recompensa ao achar algo. Ato ilícito = são os atos que violam o direito da pessoa ou causam danos à pessoa. Gera obrigação. OBRIGAÇÕES DE DAR: (Art.233 ao 246, CC) Obrigação positiva, ou seja, o devedor deve agir (exige ação) para realizar a prestação. Ex: Devedor deve entregar o carro ao credor. Obrigação DE DAR se divide em: • Dar Coisa Certa = Objeto certo/determinado (Possui quantidade; qualidade; gênero). Ex: A deve dar para B 200 camisetas (quantidade) brancas (gênero) de algodão da marca alfa (qualidade). • Dar Coisa Incerta = Objeto incerto/determinável (Possui quantidade; gênero, mas, NÃO possui qualidade certa). Ex: A deve entregar a B 100 (quantidade) canetas (gênero) – falta cor modelo (qualidade). As espécies de prestação da obrigação de dar se divide em: • ENTREGAR (propriamente dita) = Devedor deve transferir a propriedade da coisa ao credor, promovendo a tradição. Ex: Entregar o carro após o pagamento. 4 • RESTITUIR= Devedor deve devolver algo que já pertencia ao credor. Não existe transferência da posse do bem. Ex. A emprestou carro para B. B tem que devolver carro para A. • PAGAR= O devedor tem obrigação de pagar quantia financeira ao credor podendo ter multa juros e perdas e danos. Ex: C estaciona carro por 30 dias em estacionamento pago C tem que pagar estacionamento. E se subdivide em: DÍVIDA PECUNIÁRIA: prestação em dinheiro (quantia fixa em dinheiro, independentemente do poder aquisitivo – ex.: 1.000 reais). Obs.: o credor assume o risco da desvalorização da moeda. DÍVIDA DE VALOR: prestação cujo valor é determinado pelo poder aquisitivo correspondente ao objeto da prestação (ex.: alimentos, indenização por ato ilícito). Obs.: o devedor assume o risco da desvalorização da moeda. DÍVIDA REMUNERATÓRIA: pagamento de montante proporcional ao tempo de utilização de certa quantia (ex.: juros remuneratórios). Obs.: é obrigação acessória, que acompanha a sorte da principal. • CONTRIBUIR= Devedor é obrigado a contribuir com a preservação da coisa. Ex. Taxa de condomínio. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA (e acessórios) (Art. 233, CC) Gravitação Jurídica: é a obrigação de Dar os acessórios juntamente com a coisa certa, pois determina que os acessórios segue o bem principal. Pertenças: é um bem que foi feito para utilizar no bem principal mas não é parte integrante dele. PERDA, DETERIORAÇÃO E MELHORAMENTOS: VIDE ESQUEMA 5 6 OBRIGAÇÃO DE FAZER (Art. 247 ao 249, CC) CONCEITO: obrigação positiva em que o devedor deve prestar um serviço em favor do credor. E se subdivide em: FUNGIVEL/GENÉRICA = devedor ou terceiro podem executar. INFUNGIVEL/PERSONALISSIMA= não admite substituição do devedor em decorrência da vontade das partes ou natureza da prestação. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (Art. 250 e 251, CC) CONCEITO: obrigação negativa onde o devedor não deve agir. Caso o devedor pratique o ato proibido: S/ CULPA DO DEVEDOR = resolução sem perdas e danos. C/ CULPA DO DEVEDOR = Pode ser: • REVERSÍVEL = cumprimento forçado ou autotutela (ambas vindo a ser obrigação de fazer). • IRREVERSIVEL = perdas e danos virando obrigação de fazer. OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA (Fenômeno da Concentração) (Art. 252 ao 256, CC) OBRIGAÇÃO SIMPLES = tem apenas uma prestação. OBRIGAÇÃO COMPOSTA = tem duas ou mais prestações. E pode ser ainda: o Cumulativa: Todas as obrigações devem ser cumpridas. o Alternativa: Apenas uma das obrigações pode ser cumprida, ou uma coisa ou outra. E a escolha é do devedor. 7 Art. 252, § 1: O devedor não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. Art. 252, § 2: prestações periódicas: cumpridas de tempos em tempos e o devedor pode escolher qual prestação cumprirá em cada período. Art. 252, § 3: pluralidade de optantes, não tendo acordo unânime, o juiz decide. Art. 252, § 4: Permite que a escolha seja feita por terceiro, desde que conste no contrato. Art. 253: Se uma das duas prestações tornar-se impossível ou inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. Art. 256: Se todas as prestações se tornarem impossíveis ou inexequíveis: Sem culpa do devedor: Extingue-se a obrigação. Com culpa do devedor: Depende de quem escolhe a prestação: • Art. 254: cabendo a escolha ao DEVEDOR, o devedor deve pagar o valor da última prestação + perdas e danos (se houver). • Art. 255: Cabendo a escolha ao CREDOR, o credor poderá exigir o valor de qualquer uma das prestações + perdas e danos. o Se uma das prestações tornar-se impossível, o credor pode requerer ou o valor da prestação que se tornou impossível ou exigir a prestação que restou + perdas e danos. OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS CONCEITO: A escolha é somente pelo devedor e pode substituir a obrigação principal por uma subsidiaria. Ex. A deve para B 10 toneladas de soja, mas, para facilitar o adimplemento A pode entregar 20 toneladas de milho. Consequências do inadimplemento:Se a prestação se tornar impossível: o S/ culpa do devedor: a obrigação se extingue o C/ culpa do devedor: tornam-se em perdas e danos. 8 OBRIGAÇÕES DIVISIVEIS CONCEITO: são obrigações que admitem seu cumprimento de forma parcial. Que pode ser dividida/fracionada. Ex. 10 sacos de areia pagar 2x de 5 sacos. • Presunção (relativa) de fracionamento: Art. 257, CC: Havendo pluralidade de credor ou devedor em uma obrigação divisível, a prestação deve ser dividida de forma igual entre os credores ou devedores gerando obrigações distintas para cada credor e devedor. OBRIGAÇÕES INDIVISIVEIS (Art. 258, CC) CONCEITO: são obrigações que não admitem sua divisão e sua tradição deve ser realizada de forma integral. Ex.: um quadro. Tipos de Indivisibilidade: Indivisibilidade Física/Material/Natural = a matéria da prestação não pode ser dividida pois perde seu valor. Ex.: um carro. Indivisibilidade Legal/Jurídica = a lei não permite sua divisão. Ex.: o pagamento de pensão alimentícia atrasado. Não pode parcelar o valor. Indivisibilidade Convencional/Contratual = as partes se manifestam em contrato contra a divisibilidade da prestação. Indivisibilidade Judicial = não pode ser fracionada em virtude de sentença judicial. PERDA DA INDIVISIBILIDADE (Art. 263, CC): trata de uma obrigação anteriormente indivisível que por culpa do devedor se perdeu o objeto vindo a ser divisível pelos devedores se resolvendo em perdas e danos. Ex.: A e B devem entregar carro X para C no valor de R$ 40.000,00, porém o carro pegou fogo e com isso surgem perdas e danos divisíveis onde, A e B pagam R$ 20.000,00 cada um. §1º: Culpa de todos os devedores: todos pagam por perdas e danos; §2º: Culpa apenas de 1 devedor, apenas este paga Perdas e Danos. 9 INDIVISIBILIDADE COM PLURALIDADE DE: DEVEDORES (Art.259 CC:) • Cada devedor se obriga pela divida toda; • §Único: O devedor que pagar a divida sozinho passa a ser credor do outro devedor. • O credor é obrigado a aceitar a prestação por inteiro de um dos codevedores, sob pena de incorrer em mora accipiendi (art. 394 e 400, CC); • A prescrição e a nulidade aproveitam a todos os devedores. • O inadimplemento de um dos devedores não prejudica o credor; Ex. A e B devem entregar uma escultura para Z, A exerce a tradição em face de Z. Com isso A vem a ser credor tendo o direito de cobrar quotas partes de B. CREDORES (Art.260 e 261, CC) • Cada cocredor pode exigir a tradição por inteiro de forma judicial ou extrajudicial. • O(s) devedor(res) extingue sua obrigação de: o Pagando todos os cocredores de forma conjunta; ou o Pagando a um, e esse credor devendo pagar os outros credores, onde, os credores podem exigir judicialmente suas devidas partes. REMISSÃO DA DIVIDA PELO CREDOR = Perdão da divida pelo credor em obrigação indivisível, previsão legal no art. 262 do CC, um credor que remitir sua parte os outros credores ainda tem direito de sua parte, porém, a parte do credor remisso deve ser descontada. Ex. Julia tem que dar a Pedro, Maltael e Zeca um carro de R$ 30.000,00. Mas Zeca remitiu. Então Pedro e Maltael devem pagar para Julia R$ 10.000,00 para ter o carro. Isso ocorre para que os credores não tenham vantagem indevida pelo devedor que teve uma parte de sua obrigação perdoada. OBS: esse desconto só deve ocorrer quando houver vantagem financeira indevida. O artigo 262 do CC, § único, também fala que esse critério do desconto será usado quando houver: o Remissão = Perdão da divida 10 o Transação = Art. 840 CC, se define por um negócio jurídico bilateral em que as partes fazem concessões recíprocas se previnem ou extinguem obrigações duvidosas ou litigiosas. o Novação = Art. 360 CC, se conceitua por um ato que cria uma nova obrigação. o Confusão = Art. 381 CC, se define quando o credor e devedor são a mesma pessoa extinguindo a obrigação. o Compensação = Art. 368 CC, se dá quando duas pessoas são tanto credoras quanto devedoras existindo obrigações entre si sendo dividas recíprocas. Nos casos citados a obrigação não ficará extinta aos demais credores quando um credor remitir ou algum dos casos citados. Os demais credores só podem exigir com a parte/quota do credor remitente. ANULABILIDADE E INCAPACIDADE RELATIVA se estendem a todos cocredores em obrigação indivisível. (Art 105 e 177, CC.) OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS (Arts. 264 a 285, CC) CONCEITO: é aquela em que existe pluralidade de credores/devedores onde cada credor tem o direito da prestação por inteiro ou cada devedor deve cumprir na mesma obrigação. o A solidariedade não se presume, devendo ter previsão legal ou convencional/contratual. o As obrigações solidárias admite o princípio da variabilidade com previsão legal no art. 266 CC, onde, os cocredores ou codevedores podem ser diferenciados sendo assim pode ser uma obrigação pura e simples para um codevedor ou cocredor porém para outros codevedores ou cocredores a obrigação pode estar sujeita a termo/prazo, condição ou exigida em lugar diferente. o A variabilidade seria condição, prazo/termo pagável em lugar diferente. Exemplo: João e Pedro devem a Maria R$ 100.000,00. O contrato prevê que João 11 pague em 30 dias a vista ou Pedro, caso o pagamento for aprovado pelo banco. FORMA DA TRADIÇÃO DIFERENTE OBRIGAÇÃO PURA E SIMPLES= não esta sujeita a condição termo ou encargo. Ex. A credor emprestou para X e H, o valor de R$10.000,00. No caso X ou H devem pagar de forma simples. Caso não fosse solidaria a obrigação seria dividida em quotas. OBS: É necessária a previsão contratual da obrigação solidaria OBRIGAÇÃO SOLIDARIA ATIVA = Uma obrigação com pluralidade de credores e cada credor tem direito a tradição por inteiro. Ex. A deve para X, Y e Z R$ 2.000,00. E se A pagar somente a X, a tradição será cumprida. (Y e Z têm direito a exigir a divida de A). EFEITOS Art. 268 e 269, CC: O credor que demanda judicialmente o devedor é o que deve receber a prestação exonerando os outros credores. Art 270, CC: Caso um codevedor venha a falecer o herdeiro só pode requerer a prestação sendo bem indivisível, caso o contrario não. Art 271, CC: A prestação convertida em perdas e danos, por inadimplência, não mudará a solidariedade, ou seja qualquer credor pode demandar perdas e danos. Art 272, CC: O cocredor que receber a tradição ou remitir a divida responde perante aos outros cocredores, recebendo suas partes nas dividas. Art 273, CC: Exceção é a defesa que pode ser usada em juízo pelo devedor. Ex.: Pagamento, excesso de execução, juros exorbitantes, exceção do contrato não cumprido, compensação de dividas, forma de correção monetária não permitida em lei, etc. Exceção Pessoal é a defesa de caráter pessoal se tratando da relação entre devedor e um dos credores e não em relação ao objeto. Sendo assim o devedor não pode contrapor uma exceção pessoal a um dos credores solidários se essa defesa disser a respeito de outro credor. Porém, a obrigação em si 12 pode existir uma exceção. Exemplo: B, F e H são credores solidários de U (devedor) por força de contrato. B ajuizou ação judicial contra U para cobrar a quantia devida, porém, U alega que foi coagida por H para assinar o contrato (exceção pessoal), porém se compete somente a H tal exceção pessoal, não a B. Ou seja o devedor não pode opor exceções pessoais aos credores que agiram de boa fé. Art 274, CC: Alcance da coisa julgada: o Havendo uma decisão judicial desfavorável a um dos credores, esse julgamento não atinge os demais credores que não provocaram a jurisdição, pois, o cocredor não teve o direito de se defender, assim sendo os outros credores podem ajuizar outra ação. o Havendo decisão favorável ao autor, os outros credores serão atingidos por decisão favorável. Assim, os outros credores terão o direito de exigir o cumprimento da sentença.o Caso credor que não participe da ação exija o cumprimento da obrigação estipulada, o devedor pode opor contra ele, exceção pessoal. Art. 201, CC: A suspensão da prescrição em favor de um credor somente aproveita aos demais se a obrigação for indivisível. • É beneficio personalíssimo, pois somente a pessoa que foi beneficiada pela lei com a suspenção da prescrição pode invocar esse beneficio a seu favor = Princípio da Intangibilidade da Suspensão. Art. 204, §1º (1ª parte), CC: A interrupção da prescrição por um dos credores solidários aproveita aos outros. OBRIGAÇÃO SOLIDARIA PASSIVA = Uma obrigação com pluralidade de devedores onde cada devedor é obrigado pela dívida toda. Ex. A é credor de J, L e M no valor de R$ 20.000,00, no caso A cobra quem e da forma que ele quiser. Se J pagar a divida toda a A, além de ficar extinta, J pode cobrar de L e M o que lhe devem. 13 EFEITOS ART 275 CC: • O credor pode escolher qualquer devedor para cumprir a prestação podendo ser essa cobrança parcial ou inteira da prestação. Exemplo: A emprestou para X, Y e Z a quantia de R$ 29.000,00. A, pode cobrar os 29 mil integralmente de qualquer um deles ou cobrar uma parte de cada um. • Se houver pagamento parcial da dívida, todos os devedores solidários ficarão solidariamente obrigados pelo que restou da dívida. § único: Se o Credor ajuizar uma ação contra apenas um dos (ou uns) devedores solidários, isso não significa que o Credor renunciou à solidariedade aos demais devedores solidários. ART 276 CC: • O falecimento de um dos devedores solidários não põe fim à solidariedade, sendo que os demais devedores solidários continuarão obrigados pela totalidade da dívida. • Os herdeiros serão obrigados a pagar somente a dívida até a quota que corresponder aos sues quinhões hereditários, exceto se a obrigação for indivisível, caso em que serão obrigados pela totalidade da dívida. • Todos os herdeiros, do devedor solidário, reunidos serão considerados com um devedor solidário em relação aos demais devedores solidários. Art. 277, CC: • Pagamento parcial: feito por um dos devedores solidários, a solidariedade entre os outros todos os devedores permanece, inclusive o que pagou parcialmente, mas o credor deve descontar o que já foi pago. • Remissão: um dos devedores solidários pode pagar a sua parte equivalente da dívida e obter o perdão da divida ou um devedor pode pagar menos da sua parte e 14 obter a remissão da dívida ou ainda, o devedor pode não pagar nada e obter sua remissão. O credor perdoando, os outros devedores solidários devem ser cobrados descontando a parte do credor remisso a sua cota-parte da dívida. Art. 278, CC: • Os devedores solidários serão obrigados somente pelo o que eles concordaram entre si. Se forem feitas novas disposições, ela só produzirá efeitos de obrigação se todos os devedores concordarem com os termos. Art. 279, CC: • Pela dívida ou pelo equivalente, todos os devedores serão obrigados a responder; Pelas perdas e danos, somente o devedor solidário que deu causa à impossibilidade da prestação. Art. 280, CC: • Todos os devedores solidários respondem pelos juros de mora perante o Credor (mesmo aqueles devedores que não tiveram culpa pelo atraso), pois os juros de mora são acessórios da obrigação principal. O devedor solidário, culpado pelo atraso, responderá perante os demais devedores solidários pela obrigação acrescida, pois há o Princípio da Responsabilidade Pessoal e Exclusiva do Ato Culposo, ou seja, o ato culposo é pessoal e exclusivo. Art. 281, CC: Exceções Pessoais: são defesas que dizem respeito unicamente ao devedor que está alegando (não dizem respeito aos demais devedores); é a relação entre o devedor que está alegando a exceção e o credor. Não diz respeito ao objeto da obrigação. Ex: os vícios de consentimento (erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo), incapacidade do agente; compensação de dividas, novação, confusão, etc. • O Devedor Solidário pode opor ao Credor as exceções que lhe forem pessoais; • A um dos devedores solidários não aproveitam aos demais devedores solidários. 15 Exceções Comuns são as exceções que atingem todos os devedores solidários ou dizem respeito ao objeto da obrigação. Ex.: Pagamento da dívida, Prescrição, Simulação, Objeto ilícito, Exceção do contrato não cumprido, impossibilidade física ou jurídica da obrigação, etc. • O Devedor Solidário pode opor ao Credor as exceções que forem comuns a todos os devedores solidários; • Aproveitam a todos os devedores solidários (codevedores); Art. 282, CC: o credor pode renunciar a solidariedade (credor aceita que cada um apenas cumpra a sua parte na obrigação) de todos (renúncia absoluta), alguns ou um devedor (renuncia relativa). • Renúncia absoluta são efeitos que a solidariedade da obrigação se extingue (cada devedor é obrigado pela divida toda) e agora só cada um paga por sua parte; • Renúncia relativa a solidariedade persiste para os demais, porém deve ser descontado o valor pago pelo devedor renunciado. Caso o credor renuncie o devedor sem que ele não pague nada, o devedor pagará a sua cota-parte da divida. • A renúncia da solidariedade pode ser: o Expressa: quando o credor fizer constar expressamente em um documento, ou for declarado verbalmente, que houve a renúncia da solidariedade; o Tácita: quando as circunstancias demonstrarem que o credor quis renunciar a solidariedade. Art. 283, CC: o devedor que pagar a dívida por inteiro tem o direito de exigir, mediante ação regressiva, as cotas referentes da obrigação satisfeita (Direito de Regresso): 1ª parte do art. A cota do devedor solidário insolvente (se houver) deverá ser suportada por todos os codevedores em partes iguais: 2ª parte do art. Presumem-se iguais (presunção relativa) as quotas de todos os codevedores. Art. 284, CC: Após ação de regresso onde um devedor arcou com toda a obrigação, havendo um devedor insolvente (não consegue pagar) os demais devedores inclusive o 16 devedor que tenha sido excluído sua solidariedade (art 282 cc) deverão fazer rateio em partes iguasi para contribuir com a parte do devedor insolvente. Art. 285, CC: Se um dos devedores solidários foi o único beneficiado pela dívida, este devedor responderá por toda a dívida sozinho perante os demais devedores solidários. Nesse caso, não haverá rateio entre os devedores. Exemplo: Maltael fez empréstimo de R$ 500 mil no banco Itau. Mihos foi o fiador. Ambos são devedores solidário. Se Maltael pagar todav a divida sozinho, não tem o direito de exigir o direito de regresso contra Mihos, pois Maltael foi o único beneficiário. Se Mihos Pagar a divida no banco sozinho, ele pode exigir de Maltael o direito de regresso. Art. 204, §1º (2ª parte), CC: a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros INDIVISIBILIDADE + PLURALIDADE DE PARTES ≠ SOLIDARIEDADE Vide quadro 17 18 TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES CONCEITO: é a transferência de uma obrigação de uma pessoa (PF/PJ) para outra pessoa (PF/PJ), ou seja, pode transferir o credor ou devedor. E compreende: o Cessão de Crédito, art 286 ao 298, CC; o Assunção da Dívida, art 299 ao 303, CC. CESSÃO = é a transmissão negocial. Acontece por meio de título gratuito ou oneroso e pode ser de um direito, de um dever, de uma ação ou de um complexo de direitos, deveres e bens. OBS: CEDENTE = CREDOR QUE CEDEU O CRÉDITO; CESSIONARIO = PESSOA QUE RECEBE O CRÉDITO; • Quando a transmissão da obrigação é dada na parte ativa, ou seja, o credor transfere o seu direito de crédito. É Cessão de Crédito. • Quanto à extensão, a cessão de crédito pode ser:o Total (quando credor transmite todos os seus direitos de créditos para outra pessoa). o Parcial (quando credor transmite apenas parte de seus direitos de crédito para outra pessoa). • Quanto às vantagens, a cessão de crédito pode ser a título: o Gratuito (transfere o crédito gratuitamente). o Oneroso (transfere o crédito em troca de remuneração). • Quanto a origem, a cessão de crédito pode ser o Convencional (livre vontade do cedente e do cessionário); o Legal (resulta de disposição legal. Ex.: Art. 287, CC); o Judicial (por decisão Judicial. Ex.: Inventário). • Quanto à finalidade, a cessão de crédito pode ocorrer de duas formas distintas: o Pró soluto onde o cedente só garante a existência do crédito, não a solvência do devedor; o Pró solvendo garante o crédito e sua solvência, caso o devedor não cumpra, sendo insolvente, o cedente responde a divida. 19 REQUISITOS PARA A CESSÃO DE CRÉDITO: SUBJETIVOS = cedente e cessionário devem ser capazes e legítimos. Obs: falido e inventariante precisam de autorização judicial. OBJETIVOS • São naturalmente incessíveis: Direitos da personalidade; créditos indeterminados; créditos alimentares não podem ser cessados. • São legalmente incessíveis: herança de pessoa viva; crédito penhorado, se o credor souber da penhora; obrigação de fazer infungível (somente o devedor pode fazer); direito de preferencia; direito de revogar a doação por ingratidão, o beneficio da justiça gratuita. • São Convencionalmente incessíveis: Pacto de non cedendo = quando as partes estabelecem em contrato a não cessão de crédito; • A cessão de crédito engloba os acessórios da obrigação principal como multa, salvo pacto em sentido diverso. Ex.: Juros, multa, fiança, aval, direitos de preferencia, hipoteca, penhor, etc FORMAIS o Para ser eficaz perante terceiros é necessário seguir os requisitos do art 228, CC: • Transmissão mediante instrumento público (art. 215, CC); ou • Instrumento particular registrado no Registro de Títulos e Documentos (art. 654, CC). o Para ser eficaz perante o devedor-cedido exige (art. 290, CC): • Notificação (judicial ou extrajudicial) ao devedor-cedido com declaração de ciência, mas se o devedor não for notificado não se extingue a dívida (art. 293, CC) após a cessão de crédito o novo credor pode praticar atos conservatórios de seu direito, como notificar e inserir o credor no SPC; Obs: títulos de crédito não precisa de notificação. 20 • Cessionário de crédito hipotecário pode fazer averbar a cessão na matrícula do imóvel (art. 289, CC). Observações: Crédito Hipotecário = é um direito de garantia de natureza real para assegurar a eficácia de um direito pessoal Cedente do Crédito Hipotecário = é o Credor que transfere o seu crédito hipotecário para outra pessoa. Cessionário de Credito Hipotecário = Pessoa que recebe o crédito hipotecário do Credor. Averbação no registro do imóvel = é o ato de inserir modificações que possam ter havido no registro do imóvel. ART. 291 DO CC/2002: Havendo pluralidade (ilícita) de cessões do mesmo crédito (pelo mesmo cedente a cessionários diferentes), somente vale a cessão completada com a tradição do título de crédito cedido. RESPONSABILIDADE DO CEDENTE PELA EXISTENCIA DO CRÉDITO (Nomen Verum) Art. 295, 1ª parte, CC: Na cessão onerosa, o cedente responde mesmo que não se responsabilize expressamente. Art. 295, 2ª parte, CC: Na cessão gratuita, o cedente responde somente se estiver de má-fé, ou seja, o cedente gratuito de boa-fé (que desconhece a insolvência) não responde pela existência do débito. RESPONSABILIDADE DO CEDENTE PELA SOLVÊNCIA DO DEVEDOR- CEDIDO - (Nomen Bonum) Art. 296, CC: O cedente responde pela solvência do devedor somente mediante estipulação expressa em contrato nesse sentido, caso contrário, o cedente não responde pelas possibilidades econômicas de cumprir com a dívida. 21 Art. 297, CC: A responsabilidade de cedente pela solvência do devedor-cedido não ultrapassa o valor recebido do cessionário, acrescido dos respectivos juros, das despesas do cessionário com a cessão e com a cobrança da divida. EXONERAÇÃO DO DEVEDOR • Art. 290, CC (notificação), o devedor deve ser notificado para cessão ter eficácia. • Art. 292, CC: • Se o devedor não for notificado da cessão de crédito, tal fica desobrigado (extingue obrigação) se pagar a divida ao credor originário (primitivo); (devedor pagando ao credor originário fica desobrigado a pagar ao cessionário); • Havendo pluralidade de cessão de créditos o devedor fica obrigado a pagar o cessionário que possuir o titulo de crédito cedido; • Havendo mais de uma cessão do mesmo crédito feita por escritura pública, o devedor deve pagar ao cessionário que o notificou primeiro. ART 298 CC: diz que o crédito penhorado não pode ser cessado pelo credor que tiver conhecimento da penhora e o devedor pagando não sendo notificado fica exonerado da responsabilidade, onde responde somente o cedente. EXCEÇÕES (DEFESAS) OPONÍVEIS PELO DEVEDOR-CEDIDO: (Art. 294, CC) • A partir da notificação, o devedor pode opor exceções pessoais (ex. Incapacidade, dolo, erro, coação, etc) e objetivas (ex. pagamento, prescrição) cabíveis contra o cessionário, bem como as exceções objetivas cabíveis contra o cedente. • Até a notificação, o devedor pode opor exceções pessoais (ex. Incapacidade, dolo, erro, coação, etc) e objetivas (ex. pagamento, prescrição) cabíveis contra o cedente. 22 CESSÃO DE DÉBITO/ASSUNÇÃO DA DIVIDA CONCEITO: É negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor (cedente), com anuência expressa ou tácita do credor (cedido), transfere a um terceiro, chamado (assuntor ou cessionário), os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua posição na relação obrigacional, responsabilizando-se pela dívida, que subsiste com todos os seus acessórios. TIPOS DE ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: Expromissão = a assunção é feita entre o credor e terceiro sem anuêcia do devedor. Se divide em: • liberatória= sucessão integral do débito exonerando devedor primitivo. • cumultativa= sucessão parcial do débito onde o novo devedor se junta ao devedor primitivo (responsabilidade do novo devedor não é solidaria). Delegação = a assunção é feita entre devedor primitivo e terceiro com anuencia do credor. Se divide em: • liberatória= sucessão integral do débito exonerando devedor primitivo. • cumultativa= sucessão parcial do débito onde o novo devedor se junta ao devedor primitivo (responsabilidade do novo devedor não é solidaria) Requisitos para assunção da divida: Concordancia expressa do credor sobre o assuntor (terceiro novo devedor), pois o assuntor pode ser insolvente ou incapaz de pagar a dívida. Obs: existe a possibilidade de concordancia tacita do credor onde o adquirente de imovel hipotecado assume a dívida, notifica o credor e ele não se manifesta em 30 dias. Obs: existe a possibilidade de pluralidades de assuntores desde que com a concordância do credor. Art 299, CC. 23 DIFERENÇA ENTRE ASSUNÇÃO DA DIVIDA E OUTROS INSTITUOS JURIDICOS INSTITUTO JURIDICO DIFERENÇA SEMELHANÇA PROMESSA DE LIBERAÇÃO DO DEVEDOR/ ASSUNÇÃO DE CUMPRIMENTO A PROMESSA DE LIBERAÇÃO É FEITA PERANTE O DEVEDOR EXCLUSIVAMENTE, SEM A PARTICIPAÇÃO DO CREDOR, QUE NÃO PODE EXIGI-LA DO PROMITENTE; A ASSUNÇÃO DE DÍVIDA É FEITA PERANTE O CREDOR. EM AMBOS OS CASOS ALGUÉM SE COMPROMETE A CUMPRIR UMA PRESTAÇÃO DEVIDA POR OUTREM . NOVAÇÃO SUBJETIVA POR SUBSTITUIÇÃO DO DEVEDOR NA NOVAÇÃO A DÍVIDA ANTIGA É EXTINTA COM TODOS OS SEUS ACESSÓRIOS, COM A CRIAÇÃO DE UMA OBRIGAÇÃO NOVA; NA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA A DÍVIDA CONTINUA A MESMA, COM A MUDANÇA DO DEVEDOR APENAS. EM AMBOS OS CASOS OCORRE A SUBSTITUIÇÃODO DEVEDOR FIANÇA O FIADOR SEMPRE RESPONDE SUBSIDIARIAMENTE, OU SEJA, APENAS SE O DEVEDOR PRINCIPAL NÃO PUDER PAGAR A DÍVIDA (BENEFÍCIO DA EXCUSSÃO – ART. 827 DO CC/2002); MESMO SENDO DEVEDOR PRINCIPAL, O FIADOR SEMPRE RESPONDE POR DÍVIDA ALHEIA (E FICA SUB-ROGADO NOS DIREITOS DO CREDOR); O ASSUNTOR RESPONDE POR DÍVIDA PRÓPRIA, SEM QUALQUER SUB- ROGAÇÃO. TANTO ASSUNTOR COMO FIADOR SE OBRIGAM PERANTE O CREDOR A CUMPRIR UMA PRESTAÇÃO DEVIDA POR OUTREM 24 ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO NA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO, O BENEFÍCIO DECORRE DE UMA NOVA PRESTAÇÃO CRIADA A FAVOR DO TERCEIRO; NA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA, O BENEFÍCIO RESULTA DA LIBERAÇÃO DO ANTIGO DEVEDOR. AMBAS ESTABELECEM VANTAGEM PATRIMONIAL EM FAVOR DE TERCEIRO, QUE FICA ALHEIO À OBRIGAÇÃO. EFEITOS DA ASSUNÇÃO DA DÍVIDA • O devedor primitivo é substituido por um novo devedor, salvo em assunção cumulativa. • O novo devedor não pode opor exceções pessoais em face da dívida adquirida art 302 cc garantias de terceiros (fiança/hipotéca/aval) dadas ao devedor primitivo são extintas ao novo devedor, salvo anuencia expressa do devedor primitivo. E garantias (reais) prestadas pelo próprio devedor primitivo subsistem, salvo renúncia expressa do credor. Obs: conforme disposto no art 301, CC, se a assunção for anulada (por algum vicio) o débito volta ao devedor primario menos as fianças dadas ao novo devedor caso o terceiro que de está garantia não saiba do vicio ocorrido. Obs: o adquirente de imóvel hipotecado pode assumir o crédito garantido, tendo o credor hipotecário 30 dias, a partir da notificação, para impugnar a assunção, sob pena de assentimento tácito (art. 303 do cc/2002). ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES • É o cumprimento/pagamento da obrigação. O pagamento, em termos jurídicos, nada mais é que o adimplemento da obrigação. Isso significa dizer que o cumprimento de uma obrigação tem por consequência a extinção desta. • O pagamento pode ser direto, ocasião na qual se dará o cumprimento regular do contrato pelo pagamento feito da maneira que no contrato foi acordado, ou 25 indireto sempre que o cumprimento da obrigação é feito de forma diversa da acordada. O pagamento da obrigação pode ser: PAGAMENTO DIRETO Entende-se por pagamento direto aquele que o cumprimento se dá nos exatos termos em que foi acordado. QUEM DEVE EFETUAR O PAGAMENTO DIRETO: • Em regra cabe ao devedor pagar, porém, qualquer terceiro interessado pode arcar com a dívida. Nos casos em que houver sub-rogação (terceiro paga a divida com direito a reembolso) se o terceiro que paga em seu próprio nome e arca com a dívida (assunção da dívida) existe o direito de reembolso, no caso em que terceiro arcar com a dívida em nome do devedor (familia paga a dívida) não é cabivel de subrogação e reembolso. Obs: o 3º não tem direito a reembolso se o devedor se opuser a dívida ou desconhecer que o 3º efetuou o pagamento, porém deve ter os meios de prova para evitar a cobrança. Obs: o pagamento só é valido a quem se deve pagar. QUEM SE DEVE PAGAR? • Credor ou representante • o pagamento a terceiro, só deve ser feito quando houver consentimento retificado do credor primitivo ou prova que reverteu em favor do credor. • também será considerado eficaz o pagamento feito a terceiro, nos termos do art. 309, à luz da teoria da aparência, no caso do credor putativo(credor putativo é aquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credor. Recebe tal denominação, portanto, quem aparenta ser credor, como é o caso do herdeiro aparente.). O que dá base principiológica a esta teoria é o princípio da boa-fé. O 26 que existe aqui é um pagamento feito de boa-fé, segundo o princípio da confiança, a quem aparenta ser credor sem ser mas o pagamento é eficaz, ainda provado depois que não era credor. É uma aplicação do direito civil constitucional (eticidade e boa fé) – em respeito à confiança que se tem na relação jurídica e à boa fé. Ou seja o pagamento feito a credor putativo (aparenta ser o credor) é valido mesmo após a comprovação que este não era credor. • quando o pagamento for feito a incapaz é invalido salvo nos casos em que o credor conheça a incompetencia. OBJETO DO PAGAMENTO • É a prestação combinada entre o credor e o devedor, o credor não pode ser obrigado a receber prestação diversa, mesmo que mais valiosa. OBS: quando o pagamento for pecuniario, se deve, utilizar a moeda corrente utilizada no território nacional podendo acrescer juros (não podendo ser abusivos) e correção monetaria. • o art 317, CC: dispõe que quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. PROVA DO PAGAMENTO • A prova do pagamento é o documento hábil a demonstrar o cumprimento da obrigação. De tal sorte, quem paga tem direito à prova do pagamento. Sendo assim, caso o credor se recuse a entregar documento hábil, poderá o devedor reter o pagamento. • O documento hábil a provar o cumprimento da obrigação (prova do pagamento) deve constar todos os elementos que identifique o devedor e a relação jurídica em questão, bem como o local e a data do pagamento. 27 QUANTO AO LUGAR DO PAGAMENTO Este deve ser respeitado para que a obrigação, de fato, dê-se por quitada. Requisitos: documento com valor da dívida; nome do devedor; tempo e lugar do pagamento; assinatura do credor ou representante. Obs: nos casos em que existir valor pecuniario e o débito seja quitado em parcelas, existe a presunção que o ultimo pagamento assegura o pagamento das prestações anteriores. TEMPO DO PAGAMENTO • O pagamento deve ser feito no momento do vencimento da dívida. Obs: no caso em que não houver data estipulada para o vencimento da dívida, o adimplemento pode ser exigido imediatamente. • Obrigação condicional vence com o cumprimento da condição, sendo dever do credor provar que o devedor tinha ciencia do implemento. • É permitido cobrar a dívida antes do vencimento nos casos de falencia; concurso de credores; penhora de bens; insuficiencia das garantias prestadas. PAGAMENTO INDIRETO • Pagamento indireto é sempre que o cumprimento da obrigação é feito de forma diversa da acordada. • o pagamento indireto se aplica nas seguintes hipoteses: o credor se recusa ou impossibilidade de receber o pagamento/dar quitação. o credor não recebe a prestação no local, tempo ou condições devidas. • credor é incapaz de receber a prestação ou o credor pode ser desconhecido ou ausente e o lugar pode ser incerto com dificil acesso. • dúvida sobre a legitimidade do credor. • conflito sobre a prestação. Obs: numerus apertus (lei pode ser entendida a partir de uma perspectiva mais ampla - considerando a validade de situações análogas àquela descrita por ela. ) ou seja observar os requisitos de validade do pagamento, de qual obrigação se trata (sendo alternativa ver 28 se o credor ou devedor escolhe a prestação) PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO CONCEITO: é a substituição de uma pessoa por outra no vinculo obrigacional, onde o terceiro adquire todos os direitos e ações da parte primitiva. São dois tipos de sub-rogação Sub-rogação legal= quem determina a substituição é a lei, independente da vontade das partes. Art.346: A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: i - do credor que paga a dívida do devedor comum; ii - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; iii - do terceiro interessado, que paga a dívida pelaqual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Sub-rogação convencional = quem determina a substituição é o contrato. Art. 347. A sub-rogação é convencional: i - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; ii - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. Obs: a extensão da sub-rogação é proporcional a quantia paga. Obs: havendo pagamento parcial e concorrendo 3º sub-rogado com o credor, este tem preferencia se o devedor for insolvente. 29 DAÇÃO EM PAGAMENTO É um acordo convencionado entre credor e devedor, onde o credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, mesmo que esta seja mais valiosa. Obs: havendo perda da nova prestação estabelecida se restaura a obrigação original. Obs: quando a nova prestação for determinada, seguem-se as regras da compra e venda. NOVAÇÃO= • Dá-se pela extinção da obrigação primitiva estabelecendo uma nova obrigação sendo extintos as obrigações acessorias da obrigação primaria, salvo em convenção contraria. • No caso a nova obrigação, pode alterar credor, devedor ou objeto. • Seus requisitos são os seguintes para que se tenha tal espécie de novação: a) o consentimento do devedor, que contrai uma nova obrigação perante um novo credor, ficando liberado da antiga dívida; b) o assentimento do antigo credor, que renuncia o seu crédito, permitindo ao devedor que se obrigue para com o novo credor; c) a anuência do novo credor, que aceita a promessa do devedor. É, ainda, possível, embora seja rara a novação subjetiva mista, quando houver simultânea mutação de credor e de devedor (cc, art. 360, ii e iii). Obs: a intenção da novação pode ser expressa ou tácita, devendo se analisar o caso concreto para a vontade das partes. Obs: o fiador ou terceiro que garante a obrigação, fica exonerado se não der seu consentimento expresso para assumir a nova obrigação.
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