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Módulo V - Conceitos Clínicos e Socioantropológico de Surdez.
INTRODUÇÃO
O debate histórico acerca do conceito de surdez e suas implicações na organização do currículo escolar geraram dois modelos opostos que subsistem ainda hoje e determinam destinos diversos na vida familiar e escolar das pessoas surdas (SKLIAR, 1997). O conceito clínico e o conceito sócio-antropológico de surdez subsidiam as principais tendências filosófico-políticas de educação para surdos dentro da área da surdez: filosóficas, porque compreendem o sentido e políticas, porque constituem um direcionamento para a ação. É crucial, para os profissionais que atuam nessa área educacional, identificar qual é o conceito de surdez e de pessoa surda que respalda os modelos de atendimento, os currículos e os métodos escolhidos para educar as pessoas surdas (SLOMSKI, 2000). 
De acordo com MACHADO (2002), o surdo pode ser integrante ativo de sua própria cultura, que se concretiza, entre outros aspectos, na língua de sinais. Esta se contrapõe ao conceito clínico de surdez, tão bem absorvido pelo oralismo no contexto escolar. 
BEHARES (1995) informa que desde o século XVIII a língua de sinais era conhecida, porém foi somente nas últimas décadas que essa modalidade viso-espacial da língua foi reconhecida cientificamente pela linguística.
Como os surdos são privados do sentido da audição e como desenvolvem a visão como um canal sensorial para o processamento cognitivo, necessitam construir uma modalidade de língua diferente dos ouvintes. Tal modalidade garante e desempenha todas as funções de uma língua reconhecida pela linguística (BEHARES, 1995; FERNANDES, 1990; QUADROS, 1997).
CONCEITOS CLÍNICOS E SOCIOANTROPOLÓGICO DE SURDEZ
 Historicamente os surdos tem sofrido uma imposição linguística dos ouvintes. Na maioria das vezes não tem escolha de qual grupo pertencer.  Isso não significa ignorar os ouvintes e sim possuir uma identidade própria!
A declaração de Salamanca 1994 considerou uma das características mais peculiar na educação dos surdos, “a importância da “linguagem” de sinais como meio de comunicação para todos os surdos”
Behars (1995), diz que desde o século XVIII a língua de sinais era conhecida, porem foi somente nas ultimas décadas que essa modalidade viso-espacial da língua foi reconhecida cientificamente pela linguística.
Skliar (1997) relata que depois de quase um século da criação da escola pública para jovens e adulto de Paris, criada por abade L’ epee 1764, os estudantes surdos eram alfabetizados e instruído na mesma proporção que os ouvintes e a quantidade de professores surdos e crianças surdas nessas escolas alcançava o índice de 50%.
A partir do congresso de Milão 1880, o oralismo foi eleito e imposto como um método mais adequado para educação de surdos, pela possibilidade de integração do indivíduo na sociedade.
Skliar - Os surdos foram objetos de uma única e constante preocupação por parte dos ouvintes: a aprendizagem da língua oral e, como se fosse uma consequência direta de sua integração ao mundo dos demais... Ouvintes normais.
Conceito clínico de surdez: em busca da normalização
Skliar 1997  - Procura ver a surdez como uma patologia que, se não tratada ocasionaria outras deficiências ou incapacidade. Esse modelo esta fundada em uma concepção Etnocêntrica do homem e da sociedade.
Associada a visão oralista do conceito de surdez, esta a noção de incapacidade cognitiva dos surdos, a dificuldade de construir frases orais e escrita na língua de seu país é muito grande, essa dificuldade é explicada pelos oralista como decorrente de vários problemas mentais gerados pelo surdez, ou é justificadas pela falta de vontade dos surdos em aprender.
Conceito Socioantropológico de Surdez: A diferença reconhecida
A visão socioantropológica da surdez, pelo seu caráter inovador, ainda esta em construção (uma educação para surdos que considere suas características sociais, descartando a patologia e a aproximação do surdo com o modelo ouvinte).
Skliar - dois aspectos contribuíram para o fortalecimento da perspectiva socioantropológica nessa áreas de conhecimentos:
1 - A existência de uma comunidade que se articula e se identifica pelo usa de uma língua própria, a língua de sinais, formando portanto uma comunidade linguística;
2- A confirmação de algumas características dos surdos filhos de pais surdos, que os diferenciam dos surdos filhos de pais ouvintes, melhores níveis acadêmicos e maiores habilidade para aprendizagem da língua oral e escrita, alem de não apresentarem os problemas sociais e afetivos observados no comportamento dos surdos filhos de pais ouvintes. 
 MACHADO, Paulo César.  A Política educacional de integração/inclusão: um olhar sobre o egresso surdo. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2008.
 Módulo VI - Língua Brasileira de Sinais, aspectos legais.
INTRODUÇÃO
Em 22 de dezembro de 2005, a lei de Libras e regulamentada pelo decreto 5.626. Podemos considerar esse decreto o “divisor de águas” no que tange a inclusão de sujeitos surdos e a formação de TILSP, pois e nesse decreto que aparece pela primeira vez o termo “Tradutor e Interprete de LIBRAS – Língua Portuguesa” e a determinação da formação desse profissional em nível superior.Posterior a publicação do decreto 5.626/05 e criado o primeiro curso superior de bacharelado em Letras/Libras promovido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Santos (2010) coloca que o curso foi criado para atender a legislação que determina a formação de TILSP em nível superior e que a formação do TILSP, anterior a formação em nível superior, acontecia por meio de cursos livres promovidos por associações de surdos, pela FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos), por instituições religiosas e por extensões universitárias com o objetivo de familiarizar o interprete com alguns tipos específicos de interpretação. Porem, Lacerda (2009) nos mostra que a formação de TILSP no Brasil já acontecia antes da criação do Letras/Libras e iniciaram-se, formalmente em nível superior, em meados de 2004 e 2005 em iniciativas de algumas universidades como, por exemplo, a Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)/SP, Estácio de Sá/RJ e PUC/MG. 
	  
	Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL  DE 2002.
	 
	Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
        Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
        Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
        Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
        Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
        Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.
        Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituira modalidade escrita da língua portuguesa.
        Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
        Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de  25.4.2002
  
	Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.
	 
	Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
        DECRETA:CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
        Art. 1o  Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
        Art. 2o  Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
        Parágrafo único.  Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.
CAPÍTULO II
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR
        Art. 3o  A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
        § 1o  Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério.
        § 2o  A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
CAPÍTULO III
DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS
        Art. 4o  A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.
        Parágrafo único.  As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
        Art. 5o  A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe.
        § 1o  Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no caput.
        § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
        Art. 6o A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada por meio de:
        I - cursos de educação profissional;
        II - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior; e
        III - cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por secretarias de educação.
        § 1o  A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da sociedade civil representativa da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III.
        § 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
        Art. 7o  Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser ministrada por profissionais que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis:
        I - professor de Libras, usuário dessa língua com curso de pós-graduação ou com formação superior e certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação;
        II - instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação;
        III - professor ouvinte bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa, com pós-graduação ou formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da Educação.
        § 1o  Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão prioridade para ministrar a disciplina de Libras.
        § 2o  A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as instituições de ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de Libras em seu quadro do magistério.
        Art. 8o  O exame de proficiência em Libras, referido no art. 7o, deve avaliar a fluência no uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua.
        § 1o  O exame de proficiência em Libras deve ser promovido, anualmente, pelo Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade.
        § 2o  A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a função docente.
        § 3o  O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento em Libras, constituída por docentes surdos e lingüistas de instituições de educação superior.
        Art. 9o  A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos:
        I -  até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição;
        II -  até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição;
        III -  até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e
        IV -  dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição.
        Parágrafo único.  O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar-se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas.
        Art. 10.  As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa.
        Art. 11.  O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste Decreto, programas específicos para a criação de cursos de graduação:
        I - para formação de professores surdos e ouvintes, para a educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa como segunda língua;
        II - de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda língua para surdos;
        III - de formação em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa.
        Art. 12.  As instituições de educaçãosuperior, principalmente as que ofertam cursos de Educação Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de pós-graduação para a formação de professores para o ensino de Libras e sua interpretação, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
        Art. 13.  O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa.
        Parágrafo único.  O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia.
CAPÍTULO IV
DO USO E DA DIFUSÃO DA LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O
ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO
        Art. 14.  As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a educação infantil até à superior.
        § 1o  Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições federais de ensino devem:
        I -  promover cursos de formação de professores para:
        a) o ensino e uso da Libras;
        b) a tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa; e
        c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para pessoas surdas;
        II - ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da Libras e também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;
        III - prover as escolas com:
        a) professor de Libras ou instrutor de Libras;
        b) tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa;
        c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas; e
        d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos;
        IV - garantir o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos surdos, desde a educação infantil, nas salas de aula e, também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização;
        V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos;
        VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes com aprendizado de segunda língua, na correção das provas escritas, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística manifestada no aspecto formal da Língua Portuguesa;
        VII - desenvolver e adotar mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em Libras, desde que devidamente registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos e tecnológicos;
        VIII - disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de informação e comunicação, bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com deficiência auditiva.
        § 2o  O professor da educação básica, bilíngüe, aprovado em exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, pode exercer a função de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, cuja função é distinta da função de professor docente.
        § 3o  As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva.
        Art. 15.  Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como:
        I - atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental; e
        II - áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior.
        Art. 16.  A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação, resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade.
        Parágrafo único.  A definição de espaço para o desenvolvimento da modalidade oral da Língua Portuguesa e a definição dos profissionais de Fonoaudiologia para atuação com alunos da educação básica são de competência dos órgãos que possuam estas atribuições nas unidades federadas.
CAPÍTULO V
DA FORMAÇÃO DO TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS - LÍNGUA PORTUGUESA
        Art. 17.  A formação do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa deve efetivar-se por meio de curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras - Língua Portuguesa.
        Art. 18.  Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a formação de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de:
        I - cursos de educação profissional;
        II - cursos de extensão universitária; e
        III - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.
        Parágrafo único.  A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III.
        Art. 19.  Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, as instituições federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais com o seguinte perfil:
        I - profissional ouvinte, de nível superior, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação em instituições de ensino médio e de educação superior;
        II - profissional ouvinte, de nível médio, com competência e fluência em Libras para realizar a interpretação das duas línguas, de maneira simultânea e consecutiva, e com aprovação em exame de proficiência, promovido pelo Ministério da Educação, para atuação no ensino fundamental;
        III - profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais de outros países para a Libras, para atuação em cursos e eventos.
        Parágrafo único.  As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.
        Art. 20.  Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, o Ministério da Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade promoverão, anualmente, exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa.
        Parágrafo único.  O exame de proficiência em tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo conhecimento dessa função, constituída por docentes surdos, lingüistas e tradutores e intérpretes de Libras de instituições de educação superior.
        Art. 21.  A partir de um ano da publicação deste Decreto, as instituiçõesfederais de ensino da educação básica e da educação superior devem incluir, em seus quadros, em todos os níveis, etapas e modalidades, o tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, para viabilizar o acesso à comunicação, à informação e à educação de alunos surdos.
        § 1o O profissional a que se refere o caput atuará:
        I - nos processos seletivos para cursos na instituição de ensino;
        II - nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos curriculares, em todas as atividades didático-pedagógicas; e
        III - no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades-fim da instituição de ensino.
        § 2o  As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.
CAPÍTULO VI
DA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS OU
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
        Art. 22.  As  instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:
        I - escolas e classes de educação bilíngüe, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngües, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental;
        II - escolas bilíngües ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes, para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes das diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade lingüística dos alunos surdos, bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras - Língua Portuguesa.
        § 1o  São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no desenvolvimento de todo o processo educativo.
        § 2o  Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do atendimento educacional especializado para o desenvolvimento de complementação curricular, com utilização de equipamentos e tecnologias de informação.
        § 3o  As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a formalização, pelos pais e pelos próprios alunos, de sua opção ou preferência pela educação sem o uso de Libras.
        § 4o  O disposto no § 2o deste artigo deve ser garantido também para os alunos não usuários da Libras.
        Art. 23.  As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação.
        § 1o  Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações sobre a especificidade lingüística do aluno surdo.
        § 2o  As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.
        Art. 24.  A programação visual dos cursos de nível médio e superior, preferencialmente os de formação de professores, na modalidade de educação a distância, deve dispor de sistemas de acesso à informação como janela com tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa e subtitulação por meio do sistema de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas às pessoas surdas, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
CAPÍTULO VII
DA GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
        Art. 25.  A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Sistema Único de Saúde - SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em todas as esferas da vida social, devem garantir, prioritariamente aos alunos matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas, efetivando:
        I - ações de prevenção e desenvolvimento de programas de saúde auditiva;
        II - tratamento clínico e atendimento especializado, respeitando as especificidades de cada caso;
        III - realização de diagnóstico, atendimento precoce e do encaminhamento para a área de educação;
        IV - seleção, adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora, quando indicado;
        V - acompanhamento médico e fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica;
        VI -  atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional;
        VII - atendimento fonoaudiológico às crianças, adolescentes e jovens matriculados na educação básica, por meio de ações integradas com a área da educação, de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno;
        VIII  - orientações à família sobre as implicações da surdez e sobre a importância para a criança com perda auditiva ter, desde seu nascimento, acesso à Libras e à Língua Portuguesa;
        IX - atendimento às pessoas surdas ou com deficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou para sua tradução e interpretação; e
        X - apoio à capacitação e formação de profissionais da rede de serviços do SUS para o uso de Libras e sua tradução e interpretação.
        § 1o  O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos ou com deficiência auditiva não usuários da Libras.
        § 2o  O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal, do Distrito Federal e as empresas privadas que detêm autorização, concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à saúde buscarão implementar as medidas referidas no art. 3o da Lei no 10.436, de 2002, como meio de assegurar, prioritariamente, aos alunos surdos ou com deficiência auditiva matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas.
CAPÍTULO VIII
DO PAPEL DO PODER PÚBLICO E DAS EMPRESAS QUE DETÊM CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, NO APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS
        Art. 26.  A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação, conforme prevê o Decreto no 5.296, de 2004.
        § 1o  As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras.
        § 2o  O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, e as empresas privadas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às pessoas surdas ou com deficiência auditiva o tratamento diferenciado, previsto no caput.
        Art. 27.  No âmbito da administração pública federal, direta e indireta, bem como das empresas que detêm concessão e permissão de serviços públicos federais, os serviços prestados por servidores e empregados capacitados para utilizar a Libras e realizar a tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesaestão sujeitos a padrões de controle de atendimento e a avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, sob a coordenação da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em conformidade com o Decreto no 3.507, de 13 de junho de 2000.
        Parágrafo único.  Caberá à administração pública no âmbito estadual, municipal e do Distrito Federal disciplinar, em regulamento próprio, os padrões de controle do atendimento e avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, referido no caput.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
        Art. 28.  Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, devem incluir em seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste Decreto, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
        Art. 29.  O Distrito Federal, os Estados e os Municípios, no âmbito de suas competências, definirão os instrumentos para a efetiva implantação e o controle do uso e difusão de Libras e de sua tradução e interpretação, referidos nos dispositivos deste Decreto.
        Art. 30.  Os órgãos da administração pública estadual, municipal e do Distrito Federal, direta e indireta, viabilizarão as ações previstas neste Decreto com dotações específicas em seus orçamentos anuais e plurianuais, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores, servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
        Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
        Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184o da Independência e 117o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2005
Módulo VII - Breve histórico da educação de surdos.
INTRODUÇÃO    
Muito se diz a respeito da educação de surdos, língua de sinais, oralidade, implante coclear e etc. Mas para que não sejamos levados - como é muito comum hoje em dia - a pensar com a cabeça alheia; e trata-se de conduzir e não de sermos conduzidos.
Vamos entender o contexto histórico que os surdos viviam, e como esse contexto influencia a educação nos dias de hoje. Chesterton, diz que o homem não é verdadeiramente um homem enquanto não vê o mundo de pernas para o ar e de cabeça para baixo. Pode-se praticar esse exercício sem muita fadiga, estudando História.
     Ao se familiarizar com outros tempos, outras épocas, outras civilizações, adquire-se o salutar hábito de desconfiar dos critérios de seu tempo: eles evoluirão, como outros evoluíram. É a ocasião de revisar, dentro de si próprio, o mecanismo de pensamento, suas próprias motivações etc. por confronto com o outro.
     O estudo da História da educação dos surdos nos permite avaliar melhor como se deu essa movimento para chegarmos ao reconhecimento da língua de sinais nos dias de hoje, e pode nos ajudar a eliminar erros que foram cometidos no passado.
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE SURDOS
 No passado, os surdos eram considerados incapazes de serem ensinados, por isso eles não frequentavam escolas. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.
Em 1880, foi realizado o II Congresso Internacional, em Milão, que trouxe uma completa mudança nos rumos da educação de surdos e, justamente por isso, ele é considerado um marco histórico. O congresso foi preparado por uma maioria oralista com o firme propósito de dar força de lei às suas proposições no que dizia respeito à surdez e à educação de surdos. As decisões tomadas no Congresso de Milão levaram a que a linguagem gestual fosse praticamente banida como forma de comunicação a ser utilizada por pessoas surdas no trabalho educacional.
 
    A educação dos surdos sempre foi um tema muito polêmico na área educacional, pois é diferenciado pela sua especificidade linguística. Após a promulgação do Decreto 5626 (dezembro de 2005) que regulamentou a lei 10.436 (abril de 2002) reconheceu-se e oficializou-se a Libras como a primeira língua dos surdos, ou seja, deu o direito ao surdo a uma educação bilíngue, inserindo o intérprete de língua de sinais na sala de aula. No presente trabalho, buscamos refletir as consequências da atual promulgação do Decreto 5626 sobre a educação dos sujeitos surdos, tendo por objetivo, discutir como se poderia pensar uma escola que fosse inclusiva para eles, não apenas sob o ponto de vista dos pesquisadores ouvintes, mas dos próprios surdos.
São três as propostas de educação para os surdos:  
 1. Oralismo - para os oralistas, a linguagem falada é prioritária como forma de comunicação dos surdos e a aprendizagem da linguagem oral é preconizada como indispensável para o desenvolvimento integral das crianças. De forma geral, sinais e alfabeto digitais são proibidos, embora alguns aceitem o uso de gestos naturais, e recomenda-se que a recepção da linguagem seja feita pela via auditiva (devidamente treinada) e pela leitura orofacial. 
2. Comunicação Total -  é a prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação e alfabeto digital para fornecer inputs linguísticos para estudantes surdos, ao passo que eles podem expressar-se nas modalidades preferidas". O objetivo é fornecer à criança a possibilidade de desenvolver uma comunicação real com seus familiares, professores e coetâneos, para que possa construir seu mundo interno. A oralização não é o objetivo em si da comunicação total, mas uma das áreas trabalhadas para possibilitar a integração social do indivíduo surdo. A comunicação total pode utilizar tanto sinais retirados da língua de sinais usada pela comunidade surda quanto sinais gramaticais modificados e marcadores para elementos presentes na língua falada, mas não na língua de sinais. Dessa forma, tudo o que é falado pode ser acompanhado por elementos visuais que o representam, o que facilitaria a aquisição da língua oral e posteriormente da leitura e da escrita.
3. Educação Bilíngue - essa proposta de educação contrapõe-se ao modelo oralista porque considera o canal viso-gestual de fundamental importância para a aquisição de linguagem da pessoa surda. E contrapõe-se à comunicação total porque defende um espaço efetivo para a língua de sinais no trabalho educacional; por isso advoga que cada uma das línguas apresentadas ao surdo mantenha suas características próprias e que não se "misture" uma com a outra. Nesse modelo, o que se propõe é que sejam ensinadas duas línguas, a língua de sinais e, secundariamente, a língua do grupo ouvinte majoritário, no caso do Brasil a língua portuguesa.
O objetivo da educação bilíngue é que a criança surda possa ter um desenvolvimento cognitivo-linguístico equivalente ao verificado na criança ouvinte, e que possa desenvolver uma relação harmoniosa também com ouvintes, tendo acesso às duas línguas: a língua de sinais e a língua majoritária.
 
Pequeno Histórico dos últimos 23 anos no Brasil:
 
1977 - Criado no Rio de Janeiro a Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos, FENEIDA, com diretoria de ouvintes.
Final da década de 70 - Introduzida a Comunicação Total no Brasil sob a influência do Congresso Internacional de Gallaudet.
1981 - Início das pesquisas sistematizadas
sobre a Língua de Sinais no Brasil.
1982 - Elaboração em equipe de um projeto subsidiado pela ANPOCS e pelo CNPQ intitulado "Levantamento linguístico  da Língua de Sinais  dos Centros Urbanos Brasileiros (LSCB) e sua aplicação na educação". A partir desta data, diversos estudos linguísticos sobre LIBRAS são efetuados sobre a orientaçãoda linguista L. Brito, principalmente na UFRJ. A problemática da surdez passa a ser alvo de estudos para diversas Dissertações de Mestrado.
1983 - Criação no Brasil da Comissão de Luta pelos Direitos dos Surdos.
1986 - O Centro SUVAG (PE) faz sua opção metodológica pelo Bilinguismo, tornando-se o primeiro lugar no Brasil em que efetivamente esta orientação passou a ser praticada.
1987 - Criação da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS), EM 16/05/87, sob a direção de surdos.
1991 - A LIBRAS é reconhecida oficialmente pelo Governo do Estado de Minas Gerais (lei nº 10.397 de 10/1/91).
1994 - Começa a ser exibido na TV Educativa o programa VEJO VOZES (out/94 a fev/95), usando a Língua de Sinais Brasileira.
1995 - Criado por surdos no Rio de Janeiro o Comitê Pró-Oficialização da Língua de Sinais.
1996- São iniciadas, no INES, em convênio com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pesquisas que envolvem a implantação da abordagem educacional com Bilinguismo em turmas da pré-escola, sob a coordenação da linguista E. Fernandes.
1998 - TELERJ - do Rio de janeiro, em parceria com a FENEIS, inaugurou a Central de atendimento ao surdo - através do número 1402, o surdo em seu TS, pode se comunicar com o ouvinte em telefone convencional.
1999- Em março, começam a ser instaladas em todo Brasil telessalas com o telecurso  2000 legendado.
2000 -  Closed Caption, ou legenda oculta, ela transcreve o que é dito. Após três anos de funcionamento no Jornal Nacional ela é disponibilizada aos surdos também nos programas Fantástico, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Jornal da Globo e programa do JÔ. É o fim da TV "muda".
 
Após a regulamentação da Libras foram implantados diferentes atendimentos especializados para os alunos surdos entre eles:
 
Intérprete de Libras/língua portuguesa
Profissional com competência linguística em Libras/língua portuguesa, que atua no contexto do ensino regular no qual há alunos surdos matriculados.
O intérprete não substitui a figura do professor em relação à função central na mediação do processo de aprendizagem. Sua atuação será a de mediador na comunicação entre surdos e ouvintes, nas diferentes situações de aprendizagem e interação social.
Instrutor surdo de Libras
Profissional surdo que atua em serviços especializados, desenvolvendo atividades relacionadas ao ensino e a difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras e de aspectos socioculturais da surdez na comunidade escolar.
Centro de Atendimento Especializado
Serviço de apoio educacional, em horário oposto ao  das aulas, destinado a alunos surdos matriculados na Educação Básica.
Dispõe de professor especialista na área da surdez, cuja função é realizar um trabalho integrado com o ensino regular para atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos surdos.
Tem como objetivo complementar o atendimento educacional comum, por meio do desenvolvimento de uma proposta de educação bilíngue - Libras/língua portuguesa - para surdos.
Instituições especializadas
Serviço especializado que oferece atendimento
educacional e/ou de natureza terapêutica (Psicologia e Fonoaudiologia entre outros), para alunos surdos matriculados na Educação Básica.
Dispõe de equipe técnico-pedagógica especializada para atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos surdos.
Escola Especial para surdos (Educação Básica)
Serviço especializado com proposta pedagógica de educação bilíngue que oferece escolarização formal, na Educação Infantil, Ensino Fundamental e/ou Ensino Médio.
Pode oferecer atendimentos complementares de natureza terapêutica (Psicologia e Fonoaudiologia entre outros).
 
Bibliografia:  
ROCHA, Solange. Histórico do INES. Revista Espaço: edição comemorativa 140 anos – INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos, Belo Horizonte: Editora 
Líttera, 1997. 
 Módulo VIII - Garantia de Educação para todos e Educação Especial
INTRODUÇÃO
A educação brasileira passou por grandes transformações nas últimas décadas, que tiveram como resultado uma ampliação significativa do número de pessoas que têm acesso a escolas, assim como do nível médio de escolarização da população. No entanto, estas transformações não têm sido suficientes para colocar o país no patamar educacional necessário, tanto do ponto de vista da equidade, isto é, da igualdade de oportunidades que a educação deve proporcionar a todos os cidadãos, quanto da competitividade e desempenho, ou seja, da capacidade que o país tem, em seu conjunto, de participar de forma efetiva das novas modalidades de produção e trabalho deste fim de século, altamente dependentes da educação e da capacidade tecnológica e de pesquisa. Este trabalho tem por objetivo apresentar, em grandes linhas, as características do sistema educacional brasileiro, identificar os principais problemas de equidade, qualidade e eficiência em cada um de seus níveis, analisar as principais transformações que vêm ocorrendo sobre os temas educacionais.
No que tange a educação dos surdos essa equidade é ainda mais difícil de alcançar, não incapacidade da pessoa surda, mas sim pela metodologia de trabalho que continua o mesmo, ou suja, trabalhar português como primeira língua quando deveria ser trabalhada como língua estrangeira. Não é somente a questão linguística, mas também a questão cultural que deve ser levado em conta nesse contexto para os surdos sejam contemplados nessa “educação para todos”.
 
GARANTIA DE EDUCAÇÃO PARA TODOS E EDUCAÇÃO ESPECIAL
            A Declaração Universal dos Direitos do Homem adotada e proclamada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 10 de novembro de 1948, reafirma, no seu artigo XXVI, que:
“Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A Instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.”
             A partir da década de 90, com a Declaração de Salamanca de 1994 (Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada pela UNESCO, em Salamanca na Espanha) a qual teve como objetivo específico de discussão a atenção aos alunos com necessidades especiais reafirma-se o compromisso com a educação para todos da Declaração de Jomtien de 1990 (Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien na Tailândia). Ao assinar esta Declaração (Salamanca), o Brasil comprometeu-se com o alcance dos objetivos propostos, que visam a transformação dos sistemas de educação em sistemas educacionais inclusivos. Merece ser ressaltada a Convenção de Guatemala (Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Pessoas Portadoras de Deficiência em 1999) onde foi reafirmado que as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o de não ser submetido a discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade de são inerentes a todo ser humano.
            A Declaração Universal dos Direitos do Homem tem embasado as decisões da Secretaria de Educação Especial do MEC com os princípios que dizem que: todo ser humano é valioso e este valor é inerente às próprias potencialidades, portanto deve ser foco e o centro de todas as estratégias para sua promoção. Cada ser carrega em si possibilidades reais para seu desenvolvimento e tem o direito de reivindicar condições apropriadas de vida e aprendizagem como membro atuante de uma comunidade fazendo jus assim à igualdade de oportunidades e deve ser tratado com respeito independente do credo, cor, classe social ou qualquer outra característica que possa lhe diferenciar dos demais.  
            São necessárias providências na organização própria da escola, como a distribuição dos espaços físicos, a maneira como as salas são preparadas para receber os alunos, as relações entre alunos e professores, alunos e comunidade escolar, na metodologia,na avaliação e outras relações normalmente esquecidas quando se organiza o trabalho no ambiente escolar. Devemos ter como objetivo dar condições, as melhores possíveis, para possibilitar a inclusão escolar, certos de que a criança portadora de necessidades especiais é capaz de uma aprendizagem excelente.
            Muito embora a educação inclusiva seja um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular, o seu entendimento não impede a manifestação do preconceito, embora contribua, muito, para o seu enfrentamento ao proporcionar a possibilidade da percepção entre diferentes valores e filosofias no cotidiano escolar.
            Em relação à educação de surdos, o intérprete é o suporte garantido pela lei 10.436 de 24 de abril de 2002 onde a LIBRAS é reconhecida “como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil”. A filosofia de educação de Surdos que atualmente vigora é o bilinguismo, assegurado pela referida lei, que consiste no convívio de duas línguas co-existindo no ambiente escolar. E que entendi na pesquisa como sendo a LIBRAS a primeira língua e o português a segunda.
 
O INTÉRPRETE DE LIBRAS
 
            Embora em 1855 o Conde (que era surdo) tenha chegado ao Brasil com a intenção de abrir uma escola para iniciar um trabalho de educação para pessoas surdas, através de sinais, pelo método do abade L’Epée. E fundou em 26 de setembro de 1857 (por isso o dia 26 de setembro é o Dia Nacional do Surdo) com o apoio do Imperador D. Pedro II o Imperial Instituto de Surdos Mudos, na cidade do Rio de Janeiro. Na época, o Instituto era um asilo, onde só eram aceitos surdos do sexo masculino. Eles vinham de todos os pontos do país e muitos eram abandonados pelas famílias. Existindo até hoje, com atividades relacionadas à educação e assistência aos Surdos com o nome de INES Instituto Nacional de Educação de Surdos. Por um bom tempo e por questões culturais manteve-se o mito da existência de um língua única (português) e que, portanto necessitava ser imposta aos surdos. Posteriormente, enquanto no discurso aceitava-se a Língua de Sinais, como fator de integração, no seu uso recorrente ela era tragada pela gramática normativa da Língua Portuguesa.
            As línguas de sinais são línguas naturais, porque, da mesma maneira das línguas orais, surgiram espontaneamente da interação entre pessoas. Por ser uma língua, e como toda língua, a LIBRAS a Língua Brasileira de Sinais segue sua evolução natural adequando-se as necessidades do momento vivido, sua dinâmica, é viva, circula e mistura-se nos diversos discursos sociais.
            O Intérprete da Língua de Sinais é a pessoa que traduz e interpreta a língua de sinais para a língua falada (português) e vice-versa em qualquer modalidade que se apresentar (oral e escrita). A tradução do português oral para a Língua de Sinais é o resultado do estudo e treinamento de profissionais intérpretes, conhecedores do vocabulário e as palavras componentes de ambas as línguas. Entretanto os significados das palavras podem variar de acordo com os contextos, com as pessoas que participam do processo comunicativo e impreterivelmente com o intérprete, sua formação, seu entendimento quanto a sua função e a visão que a instituição onde está trabalhando tem de sua função. Especialmente quando esta instituição é uma instituição educacional ou seu evento tenha, mesmo que momentaneamente, um objetivo educacional. Mesmo que a postura do intérprete fosse neutra, o que é impossível em qualquer ato comunicativo comprometeria todo o ato educativo.
            A postura do intérprete em sala de aula não deve causar a redução das oportunidades comunicativas, pois está incluído em seu papel o atendimento das necessidades imediatas, de situar o aluno no tempo e no espaço.
ENTRE A NECESSIDADE REAL E O IDEAL
            No Brasil o código de ética utilizado é o que faz parte do Regimento Interno do Departamento Nacional de Intérpretes que serve de orientação aos intérpretes no modelo de relações a serem estabelecidas no ambiente de trabalho, inclusive o intérprete educacional.
            Considerando a filosofia do bilinguismo é válido ressaltar que para que a educação dos surdos ocorra com base da Língua de Sinais, e no espaço escolar o processo de ensino-aprendizagem deve contar com materiais e métodos específicos para o atendimento ao aluno surdo.
            Para possibilitar o acesso à comunicação, à informação e à educação, a atuação do intérprete deve ocorrer de forma a estabelecer padrões de linguagem, a interpretação deve ser feita de maneira que o significado seja estabelecido diante das diferenças lexicais e culturais, visando possibilitar uma completa compreensão.
            Para que a escola assuma uma postura inclusiva, visando ao atendimento de qualquer tipo de necessidade especial principalmente ao surdo,   cuja comunicação se dá em outra língua, é de grande importância que todos participem ativamente dessa proposta educativa, uma vez que a comunicação é condição indispensável à inclusão.
            Compete ao professor liderar a classe no processo de ensino-aprendizagem, resumir as aulas para as anotações pertinentes e avaliar os alunos. E ao intérprete interpretar somente e não explicar o conteúdo, porém, no caso do não entendimento pelo aluno surdo o processo fica interrompido em decorrência de uma barreira comunicativa entre o professor e ao aluno surdo. Assim a ação do interprete, que não seja um estranho na educação, na sala de aula é fator preponderante para inclusão. O interprete passa a ser parte integrante do sistema.
            Apesar de tudo que tem sido discutido a respeito de inclusão, do processo de aprendizagem do indivíduo surdo, da postura do professor, do intérprete e suas competências muito ainda precisa ser estudado e avaliado. Precisamos compreender o processo ensino-aprendizagem como um “ato” que não existe sem o relacionamento. Um melhor aproveitamento do profissional intérprete de LIBRAS pode promover ganhos significativos ao aluno surdo, ao professor e porque não ao próprio intérprete.
                                               ... concebe-se que, numa ação pedagógica centrada no diálogo entre professor-aluno, aluno-aluno, aluno-intérprete, professor-intérprete, teoria-prática, o conhecimento construído e adquirido ocorre por meio da negociação. Nela, as avaliações constituem um processo interativo, em que se busca o consenso entre pessoas de valores diferentes, respeitando-se, porém as dissensões.” A informação acerca dos resultados obtidos com os alunos deve levar a um replanejamento dos objetivos e conteúdos, das atividades, dos materiais utilizados e das variáveis envolvidas em sala de aula. (SIQUEIRA, 2006 p.27)
 
            É indispensável ao professor, especialmente ao trabalhar com o aluno surdo, estar atento aos tipos ou modelos de avaliação e das atividades que objetivam a construção do conhecimento. Estes modelos devem atender as necessidades do aluno surdo e para tanto é necessário que o professor entenda as potencialidades e limitações do aluno surdo. Para superar as necessidades e dificuldades será praticamente impossível com a formação tradicional do professor. Ter o auxilio do intérprete é a saída para superar as dificuldades encontradas, já que o intérprete é um profissional pesquisador da surdez.  
Bibliografia:
QUADROS, R. M. O tradutor e Interprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Brasília: MEC; SEESP, 2002.

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