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Ghissia Hauser Thais Caetano Bochi SMART CITY: CENÁRIOS URBANOS DA INOVAÇÃO Inovação e as novas dinâmicas sociais e econômicas nas cidades TENDÊNCIAS Apoio: Hauser, Ghissia; Bochi, Thais Caetano Smart city: Cenários urbanos da inovação [Recurso eletrônico on-line] : Inovação e as novas dinâmicas sociais e econômicas nas cidades/ Hauser, Ghissia; Bochi, Thais Caetano – Brasília, DF: ANPROTEC, 2017. 41 p. : il. – (ANPROTEC – Tendências) Inclui referências ISBN: 978-85-87196-40-8 Modo de acesso: www.anprotec.org.br/site/menu/publcacoes-2/e-books/ 1. Empreendimentos. 2. Desenvolvimento econômico – Aspectos ambientais. 3. Sociologia do conhecimento. 4. Smart City. 5. Inovações tecnológicas. Catalogação na publicação por: Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 03 CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl 04 Introdução 05 Contexto 07 ConCeItos, Vertentes e termInologIas 13 dImensões das CIdades IntelIgentes ElEMENTOS CONSTITuTIvOS INFRAESTRuTuRA ECONOMIA MEIO AMBIENTE PESSOAS GOvERNANçA QuAlIDADE DE vIDA TECNOlOGIA 25 Casos e InICIatIVas lIvING lABS ECONOMIA COMPARTIlHADA PlATAFORMAS DE COMPARTIlHAMENTO DE INFORMAçãO 34 reflexão fInal Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 04 Introdução Este ebook, da série Tendências, tem por objetivo propiciar uma dinâmica reflexão sobre a evolução dos conceitos em ambientes de inovação em função do surgimento de novos tipos de mecanismos de geração de empreendimentos e de novos tipos de áreas de inovação. Este é, por definição, um documento eletrônico que deve estar em constante construção, permitindo que nossa comunidade reflita sobre e aperfeiçoe os conceitos e entendimentos sobre os ambientes de inovação que caracterizam o movimento do empreendedorismo inovador no Brasil. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 05 Contexto Análises sobre as transformações das cidades e metrópoles no mundo contemporâneo, relacionadas aos avanços das novas tecnologias de informação e comunicação, começaram a aparecer desde os anos 1980. vários autores (Friedmannn e Wolff, 1982; Smith e Feagin, 1987; Castells, 1989; Harvey, 1989; Santos, 1990; Sassen, 1991; Soja, 1993) repensaram a pesquisa urbana, dando ênfase às interações entre as transformações do modelo produtivo mundial e o processo de estruturação do território. A reestruturação do capitalismo e o surgimento de um novo modelo de organização sociotécnica, que Castells (1989) denomina de modo de desenvolvimento informacional, configuraram uma nova geografia econômica mundial e o protagonismo de um número crescente de aglomerações urbanas. A organização territorial baseada em relações centro-periferia foi substituída por uma trama emaranhada de redes globais de caráter financeiro, produtivo e de consumo, tendendo a abarcar todo o planeta (SASSEN, 1998; MATOS, 2010; HAuSER, 2016). CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 06 Associados a esse debate, surgiram, também, novos conceitos e/ou terminologias, novas políticas públicas, novas práticas urbanas, inúmeros aplicativos e a disponibilidade de ferramentas que permitem conhecer as transformações da vida humana e do espaço urbano em tempo real, modificando o planejamento das cidades e gerando uma miríade de novos empreendimentos. Smart city ou cidade inteligente é o conceito relacionado a essas transformações, e living lab (ll) é a metodologia de inovação aberta para a geração de soluções urbanas em cocriação com as partes interessadas, com testes em ambientes reais de uso. Inúmeros países têm sido influenciados pelas discussões sobre o tema, porém o termo “inteligente” é empregado de diferentes maneiras (American urban land Institute, 2007; Thorns, 2002; Coe et al., 2000; Nova Zelândia Smart Growth Network, 2000; Eger, 1997). Percebe-se que o adjetivo inteligente implica, claramente, algum tipo de inovação e mudança tecnológica urbana positiva por meio de da utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC. Há, no entanto, autores que associam smart city a diferentes temas, tais como cabeamento (Dutton, 1987), digital (Ishido, 2002), telecomunicações (Graham e Marvin, 1996), informacional (Castells, 1995) ou inteligente (Komninos, 2002). Outros relacionam à implementação de “e-governança” (Eurocities, 2007; van der Meer e van Wilden, 2003), a comunidades de aprendizado social (Coe et al., 2000) ou a questões de crescimento urbano e sustentabilidade social e ambiental (Smart Growth Network, 2007; Polese and Stren, 2000; Satterthwaite, 1999) (HOllANDS, 2008). Há vários questionamentos relacionados às smart cities. O rótulo inteligente apresenta problemas em sua definição, bem como em suas dimensões mais normativas e ideológicas, sobretudo no que se refere aos pressupostos relacionados às transformações das cidades e a questões urbanas subjacentes. Há dúvidas, também, sobre as motivações que levaram à viralização desse conceito. Considera-se que parte do problema diz respeito ao uso dessa rotulagem urbana com o objetivo de autopromoção. Isso dificulta distinguir as experiências que utilizam o termo para fins de marketing de lugar (Begg, 2002; Harvey, 2000; Short et al., 2000) daquelas que se referem a mudanças reais de infraestrutura, com evidências de resultados viáveis e de políticas de TI eficazes. Em suma, trata-se de um tema que vem gerando uma significativa agenda de pesquisa, sobretudo devido à forma como o termo “inteligente” é empregado (BEGG, 2002; HOllANDS, 2008; WOlFRAM, 2012). O adjetivo inteligente implica, claramente, em algum tipo de inovação e mudança tecnológica urbana positiva. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 07 Conceitos, Vertentes e Terminologias A ampla gama de novos discursos urbanos, tais como inteligentes, inovadores, cabeados, digitais, criativos e culturais, costuma vincular dois temas: as transformações tecnológicas e as transformações econômicas, políticas e socioculturais. Smart city é um conceito emergente e difuso, utilizado de diferentes maneiras, nem sempre de acordo umas com as outras. Ou seja, não existe uma definição única sobre o tema e há vários autores buscando aprofundar esse conceito (CHOuRABI et al., 2012). A viralização do debate sobre smart cities parece ter sido influenciada por alguns fatores que vêm gerando grandes desafios para a definição de políticas públicas e práticas urbanas. NÃO ExISTE UMA DEfINIÇÃO úNICA SOBRE O TEMA, E HÁ VÁRIOSAUTORES BUSCANDO ApROfUNDAR ESSE CONCEITO. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 08 A qUESTÃO AMBIENTAl As agendas políticas contempo- râneas necessitam incorporar dois temas desafiadores: as mudanças climáticas e a escassez mundial de recursos. No entanto, estudos sobre a dinâmica desses temas e de suas complexas interações com as recentes mudanças socioeconômicas tornaram-se disponíveis apenas no final dos anos 1990 (Stern, 2007). Além disso, a crise financeira de 2009 revelou as vulnerabilidades do modelo capitalista atual e, em particular, o papel das cidades nesse modelo (Harvey, 2010), criando pressões crescentes para a ação nas cidades. fATORES INflUENCIADORES DESSA DISSEMINAÇÃO. segundo Wolfram (2012) A CRESCENTE URBANIzAÇÃO O crescimento da população urbana, as demandas de recursos espacialmente diferenciados, as pressões ambientais e as desi- gualdades socioeconômicas ampliaram o protagonismo das ci- dades e regiões urbanas, que vêm ganhando cada vez mais impor- tância quando se trata de elaborar políticas que respondam a esses desafios. A CONVERGÊNCIA TECNOlóGICA Os componentes do sistema de TIC vêm ampliando a convergên- cia tecnológica, o que permite a integração de várias tecnologias e facilita a interconexãode dados e a comunicação direta entre vários usuários e ambientes em redes de grande escala. Exemplo disso diz respeito ao desenvolvimento de aplicativos de sistemas de Internet e embar- cados (banda larga móvel, computação em nuvem, internet das coisas, “arquiteturas orienta- das a serviços”, Web 2.0, etc.). A CONVERGÊNCIA INDUSTRIAl Convergência é a tecnologia e a técnica de interligar as redes de informação de uma cadeia produ- tiva industrial, com o objetivo de formar dados inteligentes para a tomadade decisões. À medida que as infraestruturas de TIC se inte- gram cada vez mais com outras infraestruturas e tecnologias (re- des elétricas, redes de transporte, componentes de construção, apli- cações domésticas, etc.), ocorre também uma aproximação dos principais ramos industriais. Essa convergência das cadeias de valor industrial com as infraestruturas e aplicativos urbanos inteligentes vêm sendo impulsionada pela indústria e pelos governos para ampliar a participação nos cres- centes mercados emergentes. A INfORMATIzAÇÃO DA SOCIEDADE As práticas sociais em nível indi- vidual, organizacional (públicas e privadas) e interorganizacional estão se transformando. As soluções de TIC permitem ex- plorar novas opções para coletar, promover intercâmbio, analisar e comunicar dados em rede, de forma descentralizada. Os novos usos de TIC, especial- mente em contextos urbanos, vêm sendo intensamente incor- porados às atividades cotidianas, tanto profissionais quanto privadas/pessoais. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 09 Muitos desses aspectos aparecem no discurso das smart cities e, para delinear o conceito, apresentam-se quatro significados possíveis: • Utilização de uma ampla gama de aplicativos eletrônicos e digitais para comunidades e cidades que efetivamente trabalham com ideias relacionadas à cidade cibernética, digital, cabeada, informacional ou baseada no conhecimento; • Utilização das tiCs para transformar a vida e o trabalho dentro de uma região de forma significativa e fundamental (um pouco semelhante à ideia das comunidades inteligentes) (roy, 2001; Coe et al., 2000); • Forma como as tiCs são incorporadas na cidade; • Forma como os territórios espaciais reúnem as tiCs e as pessoas para melhorar a inovação, a aprendizagem, o conhecimento e a resolução de problemas (a agenda do crescimento inteligente). Fonte: Komninos (2002). A existência de uma série de conceitos e/ou terminologias que remetem à noção de smart city estimulou a realização de revisões bibliográficas sistemáticas sobre o tema. Recentemente, um estudo realizado por Cocchia (2014) apresentou alguns desses conceitos, suas respectivas definições e a referência bibliográfica principal. O quadro a seguir apresenta a síntese desse estudo. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 10 qUADRO 01. SIGNIfICADOS DE SMART CITY (OU CONCEITOS RElACIONADOS à SMART CITY) CONCEITO DEfINIÇÃO REfERÊNCIA CIDADE VIRTUAl A cidade virtual concentra-se em representações e manifestações digitais das cidades. Schuler, 2002 CIDADE UBíqUA Cidade ubíqua (u-City) é uma extensão adicional do conceito de cidade digital, ou seja, uma cidade ou região com tecnologia de informação onipresente. Anthopoulos et al., 2010 CIDADE INTElIGENTE Territórios com alta capacidade de aprendizagem e inovação, construído a partir dos seguintes aspectos: i. criatividade de sua população; ii. instituições relacionadas ao conhecimento; iii. infraestrutura digital para a comunicação; e iv. gerenciamento de conhecimentos. Komninos, 2006 CIDADE DA INfORMAÇÃO Cidades da informação são ambientes digitais que coletam informações oficiais e não oficiais das comunidades locais para distribuí-las ao público através de portais web. Anthopoulos et al., 2010 CIDADE DIGITAl A cidade digital é uma representação abrangente, baseada na web, que reproduz vários aspectos ou funções de uma cidade real específica, aberta a não especialistas. A cidade digital tem várias dimensões: social, cultural, política, ideológica e também teórica. Couclelis, 2004 COMUNIDADE INTElIGENTE uma área geográfica de tamanho variado (pode ser um bairro da cidade até uma região composta por vários municípios) cujos moradores atuam em conjunto com organizações públicas e não governamentais, indústrias e educadores de forma cooperativa. Esses atores utilizam as TICs para promover importantes transformações em suas regiões. Califórnia Institute, 2001 CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 11 CONCEITO DEfINIÇÃO REfERÊNCIA CIDADE DO CONHECIMENTO Trata-se de uma cidade que visa ao seu desenvolvimento através do incentivo, de forma contínua, à geração, ao compartilhamento, à avaliação, à renovação e à atualização de conhecimentos. Isso pode ser conseguido por meio da interação contínua entre seus próprios cidadãos e, ao mesmo tempo, entre eles e os cidadãos de outras cidades. A cultura do compartilhamento de conhecimentos dos cidadãos, bem como o design adequado da cidade, as redes e infraestruturas de TI, são os elementos que fornecem suporte a essas interações. Ergazakiset et al., 2004 CIDADE DE ApRENDIzAGEM Trata-se de cidades que investem no aprendizado individual e institucional. O aprendizado individual refere-se à aquisição de conhecimentos e habilidades de maneira formal ou informal. Muitas vezes essas cidades incentivam a aprendizagem ao longo da vida, enão apenas a escolaridade inicial e o treinamento. Considera-se que, dessa forma, os indivíduos ampliam as oportunidades de emprego e de melhores salários, enquanto a sociedade se beneficia por ter uma força de trabalho mais flexível e tecnologicamente atualizada. OECD, 1999 learning cities: the new recipie in regional development CIDADE SUSTENTÁVEl A cidade sustentável usa tecnologias para reduzir as emissões de CO2, produzir energia eficiente, melhorar a eficiência dos edifícios, etc. Seu principal objetivo é tornar-se uma cidade verde. Batagan, 2011 CIDADE VERDE A cidade verde segue a cartilha do “Crescimento verde”, um novo paradigma que promove o desenvolvimento econômico, reduzindo a emissão de gases com efeito estufa e poluição, minimizando resíduos e o uso ineficiente de recursos naturais e mantendo a biodiversidade. OECD, 2010 Green cities Program Fonte: adaptado de Cocchia, 2014 . CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 12 A cacofonia de definições sobre smart city vem estimulando a realização de pesquisas acadêmicas. De qualquer forma, a amplitude do conceito demandou algumas definições de trabalho para a realização de atividades práticas e acadêmicas relacionadas ao tema. Apresentam-se a seguir algumas dessas definições: qUADRO 02. DEfINIÇõES DE TRABAlHO SOBRE SMART CITY DEfINIÇÃO REfERÊNCIA Cidade que atua de forma prospectiva com relação à economia, às pessoas, à governança, à mobilidade, ao meio ambiente e à vida, com base em combinação inteligente de atividades realizadas por cidadãos autodeterminados, independentes e conscientes. Giffinger et al., 2007 Cidade que monitora e integra todas as suas infraestruturas críticas, incluindo estradas, pontes, túneis, trilhos, metrôs, aeroportos, portos marítimos, comunicações, água, energia, até grandes edifícios, terá melhores condições para otimizar seus recursos, planejar suas atividades de manutenção e monitorar sua segurança, ao mesmo tempo que maximiza a qualidade dos serviços prestados a seus cidadãos. Hall, 2000 Cidade que conecta a suas infraestruturas físicas, de TI, social e de negócios para alavancar a inteligência coletiva da cidade. Harrison et al., 2010 Cidade que se esforça para tornar-se mais inteligente, ou seja, mais eficiente, mais sustentável, mais equitativa e mais habitável. Natural Resources Defense Council Cidade que combina TICs e Web 2.0 com outros esforços organizacionais, de design e de planejamento para desmaterializar e acelerar seus processos burocráticos. Além disso, busca identificar soluções inovadoras para a complexa gestão da cidade, a fim de melhorar sua sustentabilidade e habitabilidade. Toppeta, 2010 Cidade que utiliza tecnologias de computação inteligentes para tornar seus serviços e suas infraestruturas críticas (administração da cidade, educação, saúde, segurança pública, imobiliário, transportes e utilitários) mais inteligentes, interconectados e eficientes. Washburn et al., 2010 Fonte: Chourabi et al. (2012). CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 13 Dimensões das Cidades Inteligentes INfRAESTRUTURA ElEMENTOS CONSTITUTIVOS pESSOAS ECONOMIA GOVERNANÇA MEIO AMBIENTE qUAlIDADE DE VIDA TECNOlOGIA CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 14 Elementos Constitutivos As dimensões da smart city tratam dos diferentes sistemas, atividades e funções que constituem e ocorrem na cidade, tais como transporte, energia, educação, saúde, edificações, entre outros. Diversos autores defendem a importância da integração entre essas dimensões para a concepção de uma cidade inteligente (DIRKS, KEElING, 2009 apud GIFFINGER, GuDRuN, 2010; CHOuRABI et al, 2012; HAll, 2000) e sua utilização para a elaboração de Rankings e avaliações de desempenho das cidades a partir de indicadores. Em 2007, o Centro de Ciências Regionais da universidade de Tecnologia de viena elaborou o Ranking de Cidades Inteligentes para cidades médias (Giffinger et al, 2007). A metodologia utilizada neste ranking foi baseada em teorias do crescimento e desenvolvimento urbano que englobam competitividade regional, transporte e economia das TIC’s, recursos naturais, capital humano e social, qualidade de vida e participação dos membros da sociedade. Para a definição dos indicadores foram identificadas seis dimensões: economia, mobilidade, ambiente, pessoas, vida e governança. A mensuração dessas dimensões subsidia a análise do grau de inovação da cidade, além de servir como um guia para a identificação de seus problemas e potencialidades. Assim, é possível estabelecer objetivos e estratégias que visem o desenvolvimento de uma cidade inteligente em seus diferentes aspectos. Essas dimensões reúnem fatores ou atividades relacionadas, conforme mostra a seguir. AS DIMENSõES DA SMART CITY TRATAM DOS DIfERENTES SISTEMAS, ATIVIDADES E fUNÇõES qUE CONSTITUEM E OCORREM NA CIDADE. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 15 ECONOMIA INTElIGENTE (competitividade) GOVERNANÇA INTElIGENTE (participação) AMBIENTE INTElIGENTE (recursos naturais) pESSOAS INTElIGENTES (capital humano e social) MOBIlIDADE INTElIGENTE (transportes e TIC) VIDA INTElIGENTE (qualidade de vida) • Espírito inovador • Empreendedorismo • Imagem econômica e marcas registradas • Produtividade • Flexibilidade do mercado de trabalho • Integração internacional • Capacidade/habilidade de transformar • Participação na tomada de decisões • Serviços públicos e sociais • Governança transparente • Estratégias políticas e perspectivas • Combate à poluição e boas condições naturais • Proteção ambiental • Gestão de recursos sustentáveis • Nível de qualificação • Afinidade para a aprendizagem ao longo da vida • Pluralidade social e étnica • Flexibilidade • Criatividade • Cosmopolitismo/ mentalidade aberta • Participação na vida pública • Acessibilidade local • Acessibilidade nacional/internacional • Disponibilidade de infraestrutura de TIC • Sistema de transporte sustentável, inovador e seguro • Equipamentos culturais • Condições de vida saudáveis • Segurança individual • Qualidade habitacional • Equipamentos para educação • Roteiros turísticos • Coesão social Fonte: Giffinger et al., (2007) e Giffinger & Gudrun (2010). qUADRO 03. DIMENSõES E fATORES DA SMART CITY CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 16 M A H Iz H N A N ( 19 9 9 ) G If f IN G E R e t a l ( 2 0 0 7 , 2 0 10 ) E G E R (2 0 0 9 )¹ T H U z A R ( 2 0 11 )² B A R R IO N U E V O (2 0 12 )³ N A M e p A R D O ( 2 0 11 ) K O M N IN O S (2 0 0 2 , 2 0 10 ) K O U R T IT E N Ij K A M p (2 0 12 ) C H O U R A B I e t a l (2 0 12 ) l O M B A R D I e t a l ( 2 0 12 ) D A M E R I e C O C C H IA (2 0 14 ) N ú M E R O D E O C O R R Ê N C IA S EDUCAÇÃO 2 INfRAESTRUTURA 5 ECONOMIA 7 MOBIlIDADE 2 MEIO AMBIENTE 4 pESSOAS 8 GOVERNANÇA 6 qUAlIDADE DE VIDA 5 TECNOlOGIA 4 EMpREGO/ MERC. TRAB 1 SOCIAl 2 EMpREENDEDORISMO 1 INDúSTRIA 1 TERRA 1 1. considerou-se “desenvolvimento econômico” como “economia” 2. considerou-se “recursos naturais” como “meio ambiente” 3. considerou-se a dimensão “institucional” como “governança”. elaboração das autoras, baseado em Albino 2015. As dimensões da Smart City são amplamente discutidas. Albino et al., (2015) sintetizaram os estudos de diversos autores em uma tabela, apresentando, um apanhado geral dos termos utilizados. Com base nessa síntese e em outros estudos, elaborou-se um quadro com as dimensões da Smart City e suas respectivas frequências. qUADRO 04. fREqUÊNCIA DAS OCORRÊNCIAS DAS DIMENSõES DE CIDADE INTElIGENTE. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 17 De uma maneira geral, todas as dimensões citadas são tratadas pelos autores. Alguns, porém, se utilizam de termos e classificações diferentes. Ou seja, enquanto um autor cita a mobilidade como uma dimensão a ser avaliada separadamente (p.e., GIFFINGER et al., 2007, e lOMBARDI et al., 2012), outro inclui essa função como integrante da dimensão econômica (p.e., CHOuRABI et al., 2012). A partir da análise da frequência em que as dimensões são citadas, foram identificadas 07 dimensões principais, que serão apresentadas nas próximas páginas. INFRAESTRUTURA TECNOLOGIA MEIO AMBIENTE PESSOAS GOVERNANÇA ECONOMIA QUALIDADE DE VIDA CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 18 Infraestrutura A dimensão da infraestrutura é entendida por muitos autores como sendo um elemento essencial, pois está diretamente associada aos insumos necessários para a realização das atividades nas cidades, abrangendo tanto a infraestrutura virtual (Chourabi et al., 2012), incluindo elementos das TICs como softwares, fibras ópticas e redes de telecomunicação, quanto a infraestrutura física (ruas, pontes, edifícios, ferrovias). Dessa forma, diversos autores incluem a mobilidade nessa dimensão, considerando que essa atividade está fortemente relacionada à infraestrutura viária disponível (Damieri e Cocchia, 2013). Ou seja, a forma de deslocamento das pessoas está fortemente relacionada à oferta de meios de transporte, sendo infraestrutura viária e mobilidade fortemente relacionadas entre si. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 19 Economia Essa dimensão está associada ao setor econômico da cidade, abrangendo as funções e atividades relacionadas ao mercado de trabalho e à indústria. Inclui-se ainda nessa dimensão inovação e empreendedorismo, no que se refere ao desenvolvimento de tecnologias de ponta, à produtividade e à flexibilidade do mercado de trabalho a fim de promover a integração entre a economia local e a global (CHOuRABI et al., 2012). Essa dimensão está associada à vitalidade e à competitividade da cidade. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 20 Meio Ambiente Refere-se aos recursos e às questões associadas ao meio ambiente, como a proteção e a utilização racional dos recursos naturais, visando a uma gestão ambiental eficiente. Ações voltadas ao meio ambiente impactam na sustentabilidade e na habitabilidade da cidade, por isso devem ser levadas em consideração ao se examinarem as iniciativas de cidades inteligentes (CHOuRABI et al, 2012). CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 21 pessoas É a principal dimensão, pois as pessoas são os atores fundamentais em todo o processo de criação de uma cidade inteligente. Pessoas mais informadas, qualificadas e participativas possibilitam o desenvolvimento de projetos de inovação nas mais diversas áreas. Conhecer e discutir os desejos e as necessidades de comunidades e grupos permite implementar a gestão urbana participativa. As cidades inteligentes devem ser sensíveis ao equilibrar as necessidades de várias comunidades (CHOuRABI et al., 2012; DAMIERI e COCCHIA, 2013). CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 22 Governança Essa dimensão se refere a aspectos de gestão pública e governo, abrangendo os serviços sociais e públicos, a transparência de governo e as ações participativas. A governança inteligente visa à maior influência da população na tomada de decisões, a partir do uso de ferramentas TIC que permitam a interação entre a sociedade e o governo. Essa Governança abrange uma ampla gama de tecnologias, pessoas, políticas, práticas, recursos, normas sociais e informações, apoiando atividades e ações do poder público nas cidades (FORRESTER apud CHOuRABI et al., 2012). É importante salientar que essas ferramentas devem ser de fácil manipulação para dar acesso a uma gama cada vez maior de pessoas, com diferentes níveis de instrução, tornando- se realmente eficazes e democráticas. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 23 qualidade de Vida vários fatores podem interferir na qualidade de vida do cidadão, tais como o acesso: à educação; aos meios de transporte rápidos, seguros e econômicos; à saúde; à cultura; ao lazer; dentre muitos outros. Embora essa dimensão seja tratada por alguns autores como um objetivo a ser alcançado pelo bom desempenho da cidade de forma integrada (AlBINO et al., 2015; DAMERI e COCCHIA, 2014), entende-se que, devido à sua abrangência e importância, deve ser avaliada separadamente, considerando os diversos fatores que a impactam: existência de equipamentos culturais; condições de vida saudáveis; segurança individual; qualidade habitacional;equipamentos para educação; roteiros turísticos; coesão social; entre outros. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 24 Tecnologia As TICs são os principais impulsionadores das iniciativas das cidades inteligentes. A integração das TICs com os projetos de desenvolvimento pode oferecer uma série de oportunidades que podem melhorar a gestão e o funcionamento de uma cidade, mas também podem aumentar as desigualdades e promover uma divisão digital. Assim, os gerentes de cidades devem considerar certos fatores ao implementar as TICs em relação à disponibilidade de recursos, capacidade, disposição institucional e também em relação à desigualdade, à divisão digital e à mudança de cultura e hábitos (CHOuRABI et al., 2012). CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 25 Casos e iniciativas A rápida disseminação do conhecimento em ambientes urbanos densos permite a difusão de novas ideias, ao mesmo tempo ao mesmo tempo que que dá voz a múltiplos atores. Os conceitos relacionados à smart city surgiram num contexto de problemas urbanos agudos, associados a um ambiente de colaboração, para resolver algumas das dificuldades da vida nas cidades. O desafio é como estimular ainda mais a inovação de forma econômica e com baixo risco, de modo que, mesmo as cidades com recursos mais restritos, possam investir na prosperidade local e abordar os principais objetivos de sustentabilidade. Essa mudança de paradigmas oferece, às autoridades municipais, oportunidades de promover transformações focadas na qualidade de vida dos cidadãos, independentemente do nível de renda, da idade ou de outros aspectos demográficos. Problemas como a poluição dos recursos hídricos, muitas vezes causada por vínculos complexos entre os comportamentos de indivíduos, organizações e instituições, em lugar de “correções técnicas”, necessitam de mudanças profundas a partir de padrões do comportamento cotidiano. Esses problemas ultrapassam a esfera de influência do prefeito da cidade, na medida em que derivam de fenômenos tais como a falta de educação ambiental, os desequilíbrios demográficos e os efeitos devastadores das mudanças climáticas (World Bank, 2015). Nesse cenário de desafios urbanos, algumas cidades já estão aplicando modelos de inovação aberta, originalmente desenvolvidos para o mundo dos negócios, incentivando desenvolvedores de softwares a cocriar ferramentas e aplicativos em colaboração com os cidadãos e aproveitarem o conhecimento gerado em redes locais e internacionais. De fato, os serviços da cidade, agora, podem utilizar dados em tempo real, coletados através das redes, de sensores ou compartilhados por cidadãos. Experimentos desse tipo costumam ser realizados em living labs (ll), laboratórios que buscam conectar a capacidade de inovação de empresas, governos, universidades e pessoas através de redes colaborativas, testando ideias para novos projetos, com estratégias de inovação aberta, inovação social ou design centrado no usuário. Os lls têm elementos comuns, mas diferentes implementações (ENOll). Outra característica das smart cities diz respeito à economia compartilhada. Trata-se de um conjunto de mudanças de hábitos que estimularam o surgimento de uma espécie de consumo colaborativo, além de alternativas de compartilhamento de informações para resolver problemas cotidianos na cidade. A economia compartilhada possibilita uma maior interação entre as pessoas, causando uma importante alteração nos hábitos, na tecnologia e nos modelos de negócio. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 26 living labs A premissa do living lab é que a cidade pode ser usada como um campo de testes do mundo real para gerar novas ideias e tecnologias. Ao longo dos anos, o conceito do living lab evoluiu. Seu foco, inicialmente, era observar os padrões de vida dos usuários em uma casa inteligente e, atualmente, seu objetivo é estimular projetos de grande escala que melhoram a inovação, a inclusão, a utilidade e a usabilidade das TIC e suas aplicações na sociedade (Cosgrave et al., 2013). Nos livings labs, empresas, universidades, autoridades públicas e cidadãos podem trabalhar juntos para criar, desenvolver, validar e testar novos serviços, negócios e tecnologias da vida real, tais como as redes colaborativas virtuais entre as diferentes partes interessadas de um determinado contexto, permitindo aos diferentes atores não só participar, mas também contribuir no processo de inovação. Os lls podem ser categorizados de acordo com ator que dirige as atividades de operação e de inovação da rede: • empresas que lançam e promovem Living Labs para desenvolver seus negócios; • universidades (que podem ser organizações de desenvolvedores, instituições de ensino, universidades ou consultores); • atores do setor público, organizações não governamentais e financiadores (cidades, municípios ou organizações da área do desenvolvimento); • comunidades de usuários. As grandes empresas de tecnologia vêm investindo na criação de lls com o objetivo de desenvolver produtos e serviços testados e adaptados aos usuários. Alguns exemplos são os lls: de smart grid (redes inteligentes de transmissão e distribuição de energia) da Siemens; de internet das coisas do Thingstitute da IBM em parceria com a Intel e outros; de soluções urbanas como o Sidewalk lab, integrante da Alphabet Company, conglomerado de empresas Google. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 27 O Sidewalk lab desenvolve produtos e ferramentas que utilizam a conectividade para resolver problemas urbanos. O processo de criação engloba idealização, desenho/projeto, teste e execução. As atividades no Sidewalk são distribuídas em quatro laboratórios: 1. Build lab: focado na acessibilidade à habitação, explora novas tecnologias para construções mais flexíveis e de menor custo, como o uso de novos materiais, design digital e fabricação automatizada; 2. Care lab: focado nos desafios de saúde enfrentados por cidadãos de baixa renda, explorando novos modelos de atendimento integrado a serviços de saúde e serviços sociais, incluindo intervenções locais, reembolso de valores e melhores formas de conectar pacientes a uma rede; 3. Semaphore: focado na mobilidade urbana, explora a tecnologia de sensores para detectar pedestres, ciclistas, carros e trânsito de veículos, favorecendo uma mobilidade segura e fluída através de intersecções urbanas congestionadas; 4. Model lab: explora ferramentas que auxiliem na construção de um consenso quanto às necessidades de acessibilidade, sustentabilidade e transporte nas comunidades, produzindo modelos complexos e flexíveis a partir do fluxo de dados, tornando-os acessíveis a todas as pessoas. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeSdAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 28 A iniciativa com maior destaque do Sidewalk lab é o linkNYC, na cidade de Nova York. Trata-se de uma rede de totens que disponibiliza serviços gratuitos de internet wi-fi de alta velocidade, chamadas telefônicas, plugs para carregamento de energia e consulta a mapas e serviços da cidade. Os totens substituirão 7.500 telefones públicos pagos em pelo menos cinco bairros de Nova York nos próximos oito anos. linkNYC é financiado por meio da publicidade e prevê gerar mais de meio bilhão de dólares em receita para a cidade de Nova York. O mapa da figura 02 mostra a abrangência da rede de linkNYC. Figura 02: mapa de abrangência das estruturas LinkNYC em Nova York. Figura 03: Estrutura/Totem LinNYC. Figura 04: Totem LinkNYC. 1. Wi-fi grátis. 2. Acesso a serviços da cidade, mapas e rotas. 3. Chamadas grátis para qualquer lugar dos Estados unidos, plugando seu fone de ouvido pessoal. 4. Botão para chamadas de emergência. 5. Carregamento da carga de dispositivos pessoais, utilizando porta uSB. 6. Design retilíneo, favorecendo a utilização da calçada. 7. Display para anúncios publicitários e de utilidade pública. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 29 As universidades também vêm investindo na criação de lls com diferentes objetivos. A Universidade Comunitária de St. Clair é um bom exemplo de utilização do ambiente construído do Campus como ll para revitalizar a educação universitária. As instalações do campus fornecem uma variedade de oportunidades de aprendizagem de sustentabilidade dinâmica para estudantes em programas acadêmicos e técnicos (telhados verdes, captação de água da chuva, serviços alimentares, etc.). Figura 05: o Campus de St. Clair como Living Laboratory. Fonte: COHEN e LOVELL (2014). CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl PARKING Develop financial models for lighting retrofits, study student attitudes toward ride-sharing FOOD SERVICES Redesign college composting procedures, analyze cost of recyclable bottles and flatware, turn waste into bio-diesel fuel CONSTRUCTION AND LAND USE Assess waste remediation practices, benchmark facilities against LEED criteria, restore native plants TRANSPORTATION Develop business plan for alternative-fuel campus fleet GROUNDS Assess campus pesticide use, build rainwater harvesting tank BUILDINGS Install building sensors, monitor energy use, calculate return on investment for renewable sources Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 30 Renomadas universidades, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT), possuem diversos lls que reúnem especialistas em diferentes áreas de pesquisa, formando equipes multidisciplinares. O Senseable City lab e o MIT Media lab são exemplos de lls do MIT. O Senseable City lab, fundado em 2005, estuda a interface entre cidades, pessoas e tecnologias, e investiga como o aumento do uso de dispositivos digitais e das várias redes de telecomunicações está afetando a vida urbana. Seu objetivo é antecipar tendências e trabalhar ideias inovadoras. um dos projetos desenvolvidos pelo Senseable City lab é o WikiCity. Trata-se de um sistema de controle em tempo real que possui quatro componentes-chave: 1. local ou entidade a ser monitorada; 2. Sensores, capazes de obter informações em tempo real; 3. Inteligência, capaz de avaliar o desempenho do sistema em relação aos resultados desejados; 4. Atuadores físicos, capazes de operar sobre o sistema para realizar a estratégia de controle. O WikiCity foi implementado em Roma, denominado Real Time Rome, e apresentado, simultaneamente, na Bienal de veneza em 2006. O projeto consiste na utilização de dados de celulares e de dispositivos GPS localizados em ônibus e táxis para delinear os padrões de movimento/deslocamento das pessoas e o uso espacial e social de ruas e bairros. Essas informações são disponibilizadas em uma plataforma de livre acesso em tempo real. Dessa forma, o projeto traz informações que orientam as pessoas para atuar no sentido de melhorar a eficiência dos sistemas urbanos. Embora a cidade já contenha vários mecanismos de controle, como semáforos e sinalização de rua, o projeto mostra que a tecnologia pode ajudar os indivíduos a se tornarem atuadores do sistema ao tomarem decisões que contribuam para o melhor uso de seu ambiente. O projeto discute se, a longo prazo, será possível reduzir as ineficiências dos sistemas urbanos atuais, abrindo caminho para cidades mais sustentáveis. Esse projeto também foi implementado em Copenhague e Amsterdã. WikiCity Rome. Fonte: http://senseable.mit.edu/wikicity/rome/ WikiCity Rome. Fonte: http://senseable.mit.edu/realtimerome/ CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 31 Outro ll do MIT é o Media lab. Fundado em 1980, seus pesquisadores estão distribuídos em vários grupos de pesquisa, dentre eles, o City Science. Destaca-se o projeto City I/O, que oferece um conjunto de ferramentas de visualização de dados que auxiliam o planejamento e desenho urbano, tais como: • Simulação Urbana com Realidade Aumentada; • Participação Pública Remota: permite que os usuários colaborem expressando suas opiniões; • Plataformas de Protótipos. Real Time Copenhagen. Fonte: http://senseable.mit.edu/realtimecopenhagen/ Plataforma de protótipo de Andorra. Boston BRT CityI/O Street-scale. Utilização de Realidade Aumentada para Andorra. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Esse sistema permite que os usuários conheçam as propostas de intervenção urbana, através de protótipos ou da realidade aumentada, e emitam sua opinião sobre essas propostas. Dessa forma, é possível ter um um processo coletivo de tomada de decisões. Esse sistema pode ser acessado simultaneamente por diversos usuários, com diferentes dispositivos, facilitando o acesso tanto a profissionais de planejamento urbano como ao público em geral. Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 32 Economia Compartilhada Outras iniciativas muito difundidas atualmente são as ferramentas de economia compartilhada, as quais permitem o uso de equipamentos, ferramentas e espaços por diferentes pessoas, racionalizando a utilização dos recursos materiais e financeiros. Nesse caso, destacam-se como atores as empresas fornecedoras da tecnologia e as pessoas que a utilizam. Como exemplo, podemos citar: Figura 10: Uber. Figura 11: Aluguel de imóveis por temporada. Fonte: https://aptohome.com.br/airbnb-alu- guel-de-curta-temporada-por-aplicativo/ Figura 12: Bla Bla Car. Fonte: https://chickenorpasta. com.br/2016/blablacar/ Figura 13: Rent the Runway Fonte: https://www.ren- therunway.com/ plataformas que viabilizam o aluguel de imóveis ou acomodações por noites ou temporadas para viajantes.Bla Bla Car e Moovit Carpool: comunidade composta por condutores e viajantes que compartilham as suas viagens de carro, reduzindo as despesas, criando uma forma alternativa de viajar. visa à realização de trajetos de forma mais econômica, social e ecologicamente consciente. A diferença entre esses apps e o uber ou o 99 é que os motoristas não podem fazer mais de duas corridas por dia, sendo incapazes de transformar o carro em instrumento de trabalho. Rent the Runway: permite que os usuários da plataforma ofereçam roupas e acessórios próprios para aluguel. Site: https://www.renttherunway.com/ freelancer: plataforma de compartilhamento de serviços autônomos. Site: https://www.freelancer.com Kickstarter: plataforma de financiamento coletivo de projetos. Site: https://www.kickstarter.com/ UBER, Cabify, 99pOp: aplicativos de celular que permitem o uso de carros particulares para prestação de serviços análogos aos fornecidos pelo táxi. O uso desse serviço pode diminuir a quantidade de veículos nas ruas, contribuindo para a diminuição dos engarrafamentos e a melhoria da qualidade do ar. Airbnb, Couchsurfing: CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 33 plataformas de Compartilhamento de Informação Nessa categoria de iniciativas, o foco é o compartilhamento de informações e dados que possam auxiliar o usuário de alguma forma, seja para se deslocar ou para informar-se sobre temas específicos. Os atores se destacam conforme o tipo de aplicativo ou plataforma. Seguem abaixo alguns exemplos. Moovit: guia do transporte público presente em mais de 1.500 cidades no mundo. O aplicativo reúne sugestões de caminhos para ônibus, trens, metrôs, balsas e até mesmo aplicativos de carona paga, como o uber. Site: https://www.moovitapp.com/ Figura 14: app Moovit. Fonte: divulgação Figura 16: Para Onde foi meu dinheiro? Fonte: http://paraondefoiomeudinheiro. org.br/dataset/bh-belo-horizonte-2016 Figura 17: Farmsquare. Fonte: http://commitblogger.blogspot. com.br/2016/12/farmsquare-o-app- de-troca-e-doacao-de.html Onde fui Roubado: permite o registro de situações de roubo/furto. Site: http://www.ondefuiroubado.com.br para Onde foi meu Dinheiro?: aplicativo disponibilizado pela Rede Nossa São Paulo, com o apoio do W3C Brasil, que ajuda o cidadão, monitorar a execução dos orçamentos municipal, estadual e federal. A ferramenta permite também ao internauta saber quais empresas ou pessoas físicas receberam os valores pagos pelo governo estadual. O sistema desenvolvido replica as informações e os dados públicos disponibilizados pelos três níveis de governo, utilizando uma nova concepção visual e de funcionalidade. Site: http://paraondefoiomeudinheiro.org.br farmsquare: ferramenta social com o objetivo de promover o encontro entre quem quer doar alimentos saudáveis e quem busca por eles, reduzindo barreiras burocráticas e deslocamento. Tudo conduzido diretamente entre os interessados, sem intermediários. Site: https://www.farmsquare.com.br CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Figura 15: Onde fui roubado Fonte: http://www.ondefuiroubado. com.br/ Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 34 Reflexão final O aumento da população mundial e a crescente concentração de pessoas em espaços urbanos exigem que as cidades passem a lidar com desafios complexos, de diversas naturezas. Temas como mudanças climáticas, congestionamento do tráfego, poluição, falta de habitação adequada e acessível, educação e saúde de boa qualidade, governança participativa, entre muitos outros problemas urgentes, demandam novas formas de orientar o planejamento urbano. A smart city, com seus diferentes conceitos, surge como alternativa para o enfrentamento desses desafios, gerando três diferentes agendas: de pesquisa, de políticas públicas e de práticas urbanas. A utilização das TICs para melhorar a vida na cidade é o elemento comum a todas as definições, porém as diferenças são muito significativas. Tudo pode ser considerado inteligente. O papel das tecnologias e da inovação, os requerimentos ambientais, o desenvolvimento econômico e social e o uso das TICs são as características comuns para Cocchia (2014). Transformar a cidade em um ambiente de inovação aberta, com a inovação dirigida pelos usuários, ampliando a infraestrutura para educação e inovação e a articulação entre empresas, governo e cidadãos, visando ao bem- estar das cidades, é a ideia de Schaffers et al. (2011). Nesse âmbito, os living labs assumem importante papel como metodologias para implementar políticas de inovação urbana. A amplitude do conceito de smart city demandou algumas definições de trabalho para a realização de atividades práticas e acadêmicas relacionadas ao tema. A narrativa da smart city aborda a implantação de diferentes aplicativos que afetam uma gama de questões de sustentabilidade urbana. Ela evoca uma imagem de áreas conectadas para permitir operações mais eficientes e tomadas de decisão em temas estruturadores da cidade, tais como energia, mobilidade, edifícios, governança (WOlFRAM, 2012). Associado a esse debate, há autores que abordam o tema da economia compartilhada e o seu impacto na agenda de sustentabilidade global. Cohen e Kietzmann (2014) destacam a importância de avaliar as transformações da cidade decorrentes da noção de compartilhamento em setores-chave, como de bens (p. ex., Rent the Runway), serviços profissionais (Elance), transporte (uber), espaço físico (Airbnb) e recursos financeiros (Kickstarter). O estudo das smart cities mostra que várias cidades criaram programas buscando adotar uma imagem de inteligente. Muitas delas utilizam o termo visando à sua autopromoção. Batty et al. (2012) salientam que as cidades só poderão ser inteligentes se adotarem funções de inteligência capazes de utilizar os dados e as tecnologias disponíveis para propósitos como melhorar a eficiência, a equidade, a sustentabilidade e a qualidade de vida nas cidades. Preocupa o fato de a marca inteligente assumir, automaticamente, que haverá impacto positivo das TICs na forma urbana, sobretudo porque várias cidades inteligentes enfrentam dificuldades para lidar com a questão do aumento da desigualdade e da polarização social (HOlANDS, 2008; WOlFRAM, 2012). CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 35 Nelas, em lugar de de aumentar o nível de vida de todos os moradores urbanos, a tecnologia da informação mostrou que é possível aprofundar a divisão social nas cidades, podendo resultar na produção de bairros altamente gentrificados, excluindo as comunidades tradicionais e os residentes mais pobres. Além disso, as smart cities apresentam limitações para lidar com temas contraditórios e estratégicos, tais como equilibrar objetivos de sustentabilidade local e global ao criar práticas integradas de desenvolvimento urbano e TICs. Isso implicaria abrir o debate sobre o desenvolvimento da cidade para a deliberação dos cidadãos e das partes interessadas. Dessaforma, seria possível ampliar a compreensão de problemas e riscos e contribuir para a cocriação de visões locais como parte integrante de um sistema de governança projetado para promover a mudança urbana (WOlFRAM, 2012). A cidade inteligente real poderá utilizar as TICs para melhorar o debate democrático sobre o tipo de cidade que quer ser e em que tipo de cidade as pessoas querem viver. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 36 As autoras GHISSIA HAUSER Arquiteta e urbanista pela universidade Federal do Rio Grande do Sul (uFRGS). Mestre em Desenvolvimento Econômico e Social pela université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Doutora em Educação em Ciências pela uFRGS e Especialista em Marketing pela uFRGS. Atua na Diretoria de Incentivo ao Desenvolvimento da Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional do Rio Grande do Sul – METROPlAN. Foi Secretária Adjunta de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul, Diretora do CEITEC, Supervisora de Desenvolvimento Tecnológico de Porto Alegre e Gerente do Porto Alegre Tecnópole. Atua como professora convidada pela université de Nantes no Mestrado de Inovação da Foreign Trade university de Hanoi, vietnam. Tem como áreas de interesse: smart city, parques tecnológicos, ambientes de inovação, planejamento urbano e regional. THAíS CAETANO BOCHI Mestre em Planejamento urbano e Regional pelo Programa de Pós-Graduação em Planejamento urbano e Regional da universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROPuR-uFRGS) e arquiteta urbanista pela universidade Federal de Santa Maria (uFSM). Atualmente é técnica na Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional (METROPlAN) e atua em atividades relacionadas ao planejamento do transporte público de passageiros na Região Metropolitana de Porto Alegre, com enfoque em transporte hidroviário. Possui artigos publicados na área de desenho urbano, planejamento da paisagem, percepção ambiental e recursos hídricos. CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 37 Referências bibliográficas AlBINO, v. et al., Smart cities: Definitions, dimensions, performance, and initiatives. Journal of urban Technology, fevereiro de 2015. DOI: 10.1080/10630732.2014.942092 BARRIONuEvO, J.M.; Berrone, P. e Ricart, J.E. “Smart Cities, Sustainable Progress,” IESE Insight 14, 2012. 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CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 40 sites: https://www.sidewalklabs.com https://www.link.nyc http://senseable.mit.edu https://www.media.mit.edu https://www.media.mit.edu/projects/cityio/ https://www.uber.com/pt-BR https://cabify.com/pt-BR https://99pop.com.br https://www.airbnb.com.br https://www.couchsurfing.com https://www.blablacar.com.br https://www.renttherunway.com https://www.freelancer.com https://www.kickstarter.com https://www.moovitapp.com http://www.ondefuiroubado.com.br http://paraondefoiomeudinheiro.org.br https://www.farmsquare.com.br CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Coleção AnproteC • tendênCiAs | smart city: cenários urbanos da inovação 41 CAPA Sumário introdução Contexto ConCeitoS, VertenteS e terminologiAS dimenSõeS dAS CidAdeS inteligenteS CASoS e iniCiAtiVAS reFlexão FinAl Acesse também: capa sumário introdução Introdução Contexto Conceitos, Vertentes e Terminologias Dimensões das Cidades Inteligentes Casos e iniciativas Reflexão Final
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