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RESUMO DE DIREITO AGRARIO

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DIREITO AGRÁRIO
O Direito agrário é considerado um novo ramo do direito, possuindo inúmeros conceitos, alguns de forma mais técnica, mais formal e outros de maneira mais singela e um tanto objetiva. Entrementes, elencamos alguns conceitos, para melhor elucidar pedagogicamente a definição de Direito agrário. Dentre os conceitos citamos primeiramente, Paulo Torminn Borges :
“É o conjunto de normas jurídicas que visam disciplinar as relações do homem com a terra, tendo em vista o progresso social e econômico do rurícola e o enriquecimento da comunidade.” (BORGES, 1994, pág. 17).
Vê-se que na visão de Paulo Torminn Borges o Direito agrário é alimentado por normas jurídicas autônomas, visando as relações do homem com a terra. Pensando assim, acreditamos que o Direito agrário é ramo autônomo do direito, com princípios próprios e que não podemos negar sua importância e seu peso nas relações jurídicas entre o ser humano e o campo. Além disto, também é possível compreender que no mesmo Direito agrário existam regras que enfatizam o interesse coletivo em detrimento do particular, uma vez que é no Direito agrário que as relações entre o homem e o campo, absorvem a produção agrícola, pecuária, leiteira, florestal e daí, sem dúvida a produção alimentar que assegura a sobrevivência da humanidade
Política Agrícola: O Estatuto da Terra, não se limitou a definir, do ponto de vista legal, o que é Reforma Agrária. Também cuidou em definir o que chamou de “Política Agrícola”, fazendo-o no § 2o do mesmo art. 1o, com a seguinte redação: Art. 1o [...] § 2o Entende-se por Política Agrícola o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no sentido de garantir lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de industrialização do País. É discutível o emprego do adjetivo agrícola, para qualificar a política ali definida, porquanto, ao que se sabe, o termo é costumeiramente empregado para adjetivar as atividades relacionadas com a produção de gêneros alimentícios de natureza vegetal. Na linguagem cabocla, distingue-se a lavoura da pecuária. Esta cuida da produção animal, aquela da produção vegetal. Mas não é somente entre os produtores rurais que se adota essa terminologia. Também o nosso Código Civil classifica o penhor rural em “penhor agrícola” e “penhor pecuário” (arts. 1.442 a 1.444). A partir do Estatuto da Terra passou-se a adotar uma nova linguagem, utilizando-se a palavra agrícola para adjetivar a política destinada a amparar o produtor rural. Teria sido melhor chamá-la de “Política de Desenvolvimento Rural”, como, aliás, terminou fazendo a Lei no 4.504/64, em seu Título III, onde foram definidas as ditas providências preconizadas na definição de “política agrícola”, as quais pertencem ao campo da economia rural, e se destinam a todas as atividades agropecuárias e não somente aos misteres da produção agrícola. O mesmo Estatuto da Terra deixou clara essa distinção, pois, no Título II, cuidou da “Reforma Agrária”, e, no Título III, da “Política de Desenvolvimento Rural”
Reforma agrária: Reforma Agrária se situa entre os mais importantes no estudo do Direito Agrário. Com certo exagero, há quem chegue mesmo a confundi-la com o próprio Direito Agrário, sugerindo que a disciplina seja denominada “Direito da Reforma Agrária”. Daí a pertinência da colocação feita anteriormente, no sentido de que o tema deve ser visto sob a ótica sociológica, econômica, política, histórica e outras. Foi demonstrada a nocividade gerada pelo regime sesmarial empregado no processo de colonização do país. Afirmou-se, alhures, que esse regime foi, seguramente, um dos responsáveis pela latifundização das terras brasileiras. Também foi realçado o período extralegal que se impôs ao nosso país, depois da extinção das sesmarias, em 1822, até o advento da “Lei de Terras” (Lei no 601, de 1850).
	Imóvel Rural
- Independe da localização
- agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista.
- ITR
- União
	Imóvel Urbano
- Localizado na zona urbana
- destinado a moradia, comércio ou indústria.
- IPTU
- Município 
Propriedade Familiar: 
- Direto e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família 
- lhes absorve toda a força de trabalho.
- garantir a subsistência e o seu progresso social e econômico.
- a ser= modulo rural
- com ajuda eventual de terceiros.
Latifúndio:
- Extensão: é o imóvel que, tendo as dimensões equivalentes a de um até 600 módulos, "seja mantido inexplorado em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja, deficiente ou inadequadamente explorado";
Exceção: Desde que seja tombada por patrimônio publico (ex. reserva de mata) ou que seja de Exploração florestal (reconhecido como área para exploração). 
- {Explorado: até 600x módulo rural, inexplorado, independente explorado} Não ocupar a função social da propriedade.
Módulo rural: É a quantidade mínima de terras admitidas no imóvel rural para que ele não caia no vicio do minifúndio. É a unidade básica da terra em sentido horizontal equivalente a área da propriedade familiar variável de região para região e conforme o tipo de exploração da terra.
Características: - Uma medida de área.
- suficiente para absorver a mão de obra do agricultor e sua família.
- varia de região para região.
- varia de acordo com o tipo de exploração.
- deve possibilitar o progresso social e econômico do homem que nela trabalha.
O QUE SE ENTENDE POR JUSTIÇA SOCIAL E QUAIS O REQUISITOS.
Direitos fundamentais expectativas normativas PEGAR NO XEROX
Direito de propriedade: principio 
AULA 2
Tipicidade da propriedade Rural
A propriedade rural deveria ser do tamanho do modulo
A própria família deveria trabalhar para o objetivo comum, absorvendo toda a força de trabalho.
Exceção: eventual ajuda de terceiros em épocas pontuais (colheita e plantação).
Empresa Rural
Igual ou maior que o módulo até 600x o modulo, onde cumpre a função social de propriedade, diferenciando o latifúndio por exploração.
Minifúndio:
É um imóvel rural com área e dimensão inferior ao módulo Rural.
Não cumpre a função social da propriedade (requisitos: atingir níveis satisfatórios de produtividade e garantir o progresso social e econômico de quem trabalha no campo)
Propriedade Familiar x Empresa Rural
Na propriedade familiar temos uma área de tamanho e dimensões iguais ao modulo Rural, na empresa rural a área pode ser superior ao módulo podendo chegar até 600x a sua área. Na propriedade familiar tem-se como objetivo a subsistência e o progresso social e econômico da família que trabalha no campo já na empresa rural o objetivo primordial é a lucratividade progressiva. Na propriedade família encontramos o pequeno agricultor que não possui de regra conhecimentos técnicos avançados, já na empresa rural temos a figura do empresário que possui conhecimentos técnicos avançados sabendo a melhor forma de explorar a terra de forma eficiente. Na propriedade familiar não temos o uso de tecnologia avançada, no entanto na empresa rural o uso é cada vez mais freqüente. Na propriedade familiar com objetivo é criar um sentimento de coletividade no seio familiar, a ajuda de terceiros na exploração é permitida somente pó exceção, no entanto na empresa rural, como o objetivo é a lucratividade o uso de mão de obra alheia é a regra que prepondera.
FMP = Fração mínima de parcelamento
Pequena propriedade: 1 a 4 unidades fiscais
Média propriedade: 4 até 15 unidades fiscais
Grande propriedade: 15 unidades fiscais.
Explorações Rurais típicas:
Hortigrangeira: Aquela penquena propriedade rural que tem plantações de tomate, cebola, alface, ou seja, alimentos básicos para sobrevivência e animais de pequeno porte.
Lavoura temporária: Culturas sazonais duram por certo tempo e precisam ser replantados (soja, trigo..)
Lavoura permanente: Não precisam ser replantados, por exemplo, o café, kiwi...
Pecuária: Animais de médio e grande porte.Exploração florestal: Exploração de arvores.
Condomínio e indivisibilidade:
Condomínio: conjunto de vários moradores.
Condomínio pró diviso: proprietários em conjuntos com propriedade limitada.
Nesta comunhão existe a propriedade em conjunto do objeto ao qual permite-se que os condôminos estabeleçam-se na propriedade comum com posses exclusivas sobre determinadas áreas delimitadas.
Este estado de fato, verdadeira divisão ou partilha provisória apesar de limitar os direitos dos condôminos as respectivas posses não alteram os direitos dos mesmos relativos a propriedade do objeto.
Características: 
Podem os condôminos usar dos interditos possessórios contra os demais condôminos.
Cada condômino usufrui parte do imóvel com exclusividade.
do que cada condômino colher, nada terá que repartir.
Também não poderá exigir rateio de despesas
As benfeitorias que edificar serão próprias e não entrarão na partilha futura, se houver.
Se na divisão alguma benfeitoria feita pelo condômino vier a localizar-se fora do seu quinhão, dará ao condômino que fez a benfeitoria direito a indenização.
Por ocasião da partilha do imóvel, se dará direito de preferência ao condômino sobre o local possuído, salvo má fé.
Condomínio pro indiviso: todos podem explorar o todo, sem que haja a delimitação.
Nesta espécie de condomínio não há uma delimitação da área de posse de cada condômino sobre partes determinadas sobre o imóvel comum, sendo portanto, verdadeira comunhão de direito e de fato.
Características:
O condômino ao pode desfrutar da comunhão na proporção de sua parte ideal.
Ao exercer seu direito, não pode o condômino contrariar os interesses da comunhão
Nenhum condômino pode impedir que os demais condôminos exerçam seus direitos na comunhão.
Quanto ao direito de dispor, também não pode ser exercido em prejuízo da comunhão
Não pode o condômino alienar a sua parte de forma onerosa (venda, dação em pagamento) sem dar preferência aos demais condôminos.
Caso o B queira vender sua cota parte:
Legalmente para se valer a notificação deve se passar pelo cartório, e tem um prazo de 30 dias para se manifestar. A parte notificada tem 30 dias para se manifestar, caso não ocorra pode B vender para terceiros.
A notificação deve ser inequívoca, ser judicial ou extrajudicial
Se a notificação não for feita e o B venda a terceiros, o A tem preferência e tem até 6 meses, depositando o valor que foi pago por 3 e anulando a venda para o terceiro, passando a propriedade para quem tem preferência.
 
Direito de preferência no imóvel indivisível:
Determinou o legislador que na propriedade condominial existe o direito de preferência dos condôminos na aquisição da cota condominial que uma das partes busca alienar, em ocorrendo a intenção da alienação, em havendo oferta de terceiros para aquisição da propriedade condominial deverá o condômino que busca aliená-la notificar os outros condôminos sobre a proposta do terceiro para que este possa exercer o direito de preferência garantido pela norma legal. A notificação deve ser inequívoca, podendo ser de forma extrajudicial desde que prove o conteúdo da mesma. De regra, ela deverá ser feita através do cartório correspondente (cartório de protestos), pode ainda ser feita traves de ação judicial, salienta-se que no conteúdo da mesma deverá constar o nome do terceiro interessado e sua qualificação completa. Após a notificação terá o notificado o prazo de 30 dias para se manifestar sobre o exercício do direito de preferência podendo esse prazo ser aumentado pelo notificante, se o notificado não se manifestou no prazo ou se manifestou negativamente ao exercício da preferência poderá o notificante concretizar o negócio com o terceiro.
Em não sendo notificado o condômino, violando o seu direito de preferência poderá o mesmo no prazo de até 6 meses do registro da alienação do bem ingressar com ação de direito de preferência, depositando o valor da alienação, requerendo a anulação da transferência e a adjudicação compulsória do imóvel que se dará pela sentença.
A cada direito a uma ação que a segura
SEGUNDA PARTE DA MATÉRIA
CONTRATOS AGRÁRIOS:
É o contrato pelo qual um contratante denominado de arrendador sede ao outro contratante denominado de arrendatário o uso e o gozo de imóvel rural para ser usado para fins agrícolas, pecuários ou agroindustriais por um determinado lapso de tempo pré determinado ou não mediante o pagamento de um preço ou aluguel. 
- Arrendador: É a pessoa que cede o imóvel rural em arrendamento para usá-la e gozá-la dentro de certo lapso de tempo mediante o pagamento de um aluguel.
- Arrendatário: é a pessoa que recebe o direito de usar e gozar imóvel rural alheio mediante determinado lapso de tempo pagando para tanto um aluguel.
Para ser arrendador não precisa ser arrendatário, precisa ter permissão ou uso real.
Características: 
- Contrato típico nominado
- Contrato consensual
- bilateral e sinalagmatico 
- oneroso (gera vantagem patrimonial entre as partes)
- personalíssimo 
- de trato continuado
 
capacidadeRequisitos:
legitimidade- Subjetivos: 
Determinado
Possível
Licito- Objetivos:
Formais: A forma é livre.
Prova de existência: 
- Por documento escrito
- por testemunha independente do valor do contrato
- Se uma das partes for analfabeto exige-se para o ato a assinatura a rago, com 4 testemunhas.
Venda de imóvel rural e conseqüências:
Em ocorrendo a venda, não ocorrerá a extinção automática do contrato agrário em vigor, para tanto deverá ser respeitado o direito de preferência do arrendatário sobre o imóvel, não exercendo esse o direito de preferência a notificação de preferência será considerada também uma notificação de desocupação se o tempo mínimo do contrato já foi observado.
Requisitos dos contratos agrários escritos:
Lugar e assinatura do contrato
Nome completo e endereço dos contratantes.
Características do arrendatário ou parceiro outorgado (pessoa física ou jurídica ou conjunto familiar).
Características do arrendador ou parceiros outorgantes.
Objeto do contrato (arrendamento ou parceria), tipo de atividade ou exploração, e destinação dos imóveis e demais bens.
Identificação do imóvel, e numero do seu registro no cadastro de imóveis rurais (INCA)
Descrição da Gleba (Localização, limites, confrontações, área em hectares e fração), e numeração das benfeitorias dos equipamentos e dos demais bens que fazem parte do contrato.
Prazo de duração, preço do arrendamento ou condições da partilha dos frutos produtos ou lucros havidos, com expressa menção dos modos, formas e épocas do pagamento ou partilha.
Foro do contrato.
Normas de proteção social e econômica dos arrendatários e parceiros outorgados:
Concordância do arrendador ou parceiro outorgante á solicitação de crédito rural feita pelos arrendatários ou parceiros outorgados junto aos estabelecimentos de crédito.
Cumprimento das vedações legais do art. 93 do estatuto.
Direito e oportunidade de dispor dos frutos ou produtos repartidos da seguinte forma:
Nenhuma das partes poderá dispor dos frutos ou produtos antes de efetuada a partilha, devendo o parceiro outorgado avisar o outorgante com antecedência da data que iniciará a colheita
Ao parceiro outorgado será garantido o direito de dispor livremente dos frutos e produtos que lhe cabem no contrato.
Em nenhum caso será dado em pagamento ao credor do parceiro outorgante ou do parceiro outorgado o produto da parceria antes de efetuada a partilha.
Vedações Legais:
Prestação de serviços gratuitos pelo arrendatário ou parceiro outorgado.
Exclusividade da venda dos frutos ou produtos ao arrendador ou parceiro outorgante.
Obrigatoriedade de beneficiamento da produção em estabelecimento determinado pelo arrendador ou parceiro outorgante. 
Obrigatoriedade da aquisição de produtos em estabelecimentos indicados pelo arrendador ou parceiro outorgante.
Aceitação de vales, ordens ou qualquer outra forma de pagamento substitutiva da moeda.
Prazo mínimo dos contratos:
	Para fins agrícolas:				Para fins Pecuários:Lavoura temporária: 3 anos			Pequeno/Médio porte: 3 anos
		Lavoura permanente: 5 anos			Grande porte: 5 anos.
		Exploração Florestal: 7 anos
*Se não convencionado prazo, o mínimo que deve ser usado é o de 3 anos.
* Se for para agricultura se faz no prazo certo e por causa natural ocorre o retardamento, pode-se prorrogar, portanto determinou o legislador devido a função social do contrato e da sociedade, que havendo um retardamento da colheita, por causas naturais, estará prorrogado o contrato até a data da efetiva colheita, se for destinado para fins pecuários o término ficará vinculado a época das safras de animais de abate ou da parição de rebanhos.
Preço de arrendamento: Regulado pelo legislador. O decreto lei 59566—66 disciplinou o preço do contrato de arrendamento, este preço esta vinculado ao valor da terra (vTN) e o limite será 15% sobre o valor da vtn se for arrendamento total da área ou até 30% do vtn se houver o arrendamento parcial da terra.
*Se arrenda 30% da área + 30% da área não terá preço.
Na hora de calcular o preço do contrato de arrendamento, deve-se ter em mente sempre que houver arrendamento de área parcial na soma de áreas arrendadas, JAMAIS deverá ser ultrapassado o valor de 15% da área total.
	. Os 15% devem ser aplicados pelo prazo mínimo legal (3 anos) e aumentar gradativamente o valor.
	No Estatuto da Terra o legislador determinou o limite do preço do arrendamento sobre o contrato feito com as partes, no entanto, não determinou se esse limite incidirá sobre o prazo mínimo legal ou sobre o tempo contratado por questão lógica e interpretação teleológica sistêmica do dispositivo legal, entende-se que o valor do contrato a ser calculado deve ter por base o prazo mínimo legal do contrato efetuado, esta interpretação observa o principio da função social do proprietário, uma vez que se assim não fosse o alcance do bem estar do proprietário rural poderia não ser objetivado.
PAGAMENTO DO PREÇO DO ARRENDAMENTO
	Em relação a fixação do preço, o mesmo somente pode ser fixado em moeda corrente (saca de soja = nula de pleno direito, STJ, não se pode usar o costume para justificar, uma vez que a fonte subsidiaria e já existe lei, não tem lacunas. No entanto o pagamento do preço pode ser feito em frutos, desde que observado o preço mínimo do produto).
*Fixa-se em real, mas o pagamento pode se dar em frutos
	Ex.R$6.000 – saca de soja R$58,00
Financiamento feito pelo arrendador ao arrendatário
	Determinou o legislador que o próprio arrendador pode fornecer crédito ao arrendatário, no entanto a rentabilidade desse contrato não é de livre pactuação, ao contrario das instituições financeiras. Arrendador não poderá cobrar juros acima de 1% ao mês, sob pena de crime de usura, baseado na lei da usura.
	Lei da usura: Limite estabelecido para financiamento de quem não seja instituição financeira. 1% ao mês.
Reajuste do preço do arrendamento.
	O contrato de arrendamento pode ser reajustado anualmente pelas partes contratantes, no entanto esse reajuste devera estar convencionado. Mesmo que esteja convencionado e escolham as partes um índice de correção, esse reajuste estará limitado ao dispositivo legal que estabelece preço maximo do contrato de arrendamento.
CONTRATO DE PARCERIA
Parceiro outorgante: Cede o uso + gozo de imóvel para o parceiro outorgado explorá-lo conjuntamente mediante divisão dos lucros e dividendos do empreendimento.
Parceiro outorgado: 
Partilha dos rendimentos
Cota do parceiro outorgante: 
-até 20% Quando concorrer apenas com a terra nua (que precisa de preparação para receber a semeadura).
- até 25% Quando preparada para receber semeadura
- até 30% Terra preparada + casa de moradia.
- até 40% Terra preparada + casa de moradia+ conjunto básico de benfeitorias
- até 50% Terra preparada + casa de moradia + conjunto básico de benfeitorias + fornecimento de maquinas e implementos agrícolas + sementes e os animais de tração.
Pecuária
- até 50% Quando o parceiro outorgante concorrer com animais de cria em proporção superior a 50% numero total de cabeças objeto de parceria.
- até 75% Nas zonas de pecuária ultra-extensiva em que tenham os animais de cria em preparação superior a 25% do rebanho e onde adotem a meação de leite com a comissão de 5% sobre o animal vendido.
Renovação dos contratos agrários
O proprietário não deseja explorar o imóvel diretamente nem existe oferta de terceiro oferecendo melhores condições.
- Se o contrato for por prazo determinado e estiver para vencer ocorrerá a renovação pelo mesmo prazo, nos mesmos termos contratuais. No entanto, até o período de 5 meses antes do término poderá o arrendatário optar por não renovar o contrato, notificando o arrendador ou o parceiro outorgante, terminando assim a contratação na data aprazada.
 - Se o contrato for por prazo indeterminado, deve sempre ser observado o prazo mínimo legal para o contrato, não podendo o arrendador ou parceiro outorgante denunciar o contrato antes desse prazo. No entanto, poderá o arrendatário denunciá-lo desde que o faça mediante aviso prévio para que não tenha que pagar multa contratual.
 
Existe proposta de terceiro.
- Existindo proposta de terceiro para explorar o imóvel para que haja concorrência a proposta deve ocorrer no prazo de até 6 meses antes do término do contrato. Sendo observado esse prazo terá que ser notificado o arrendatário ou parceiro outorgado para que o mesmo possa responder se aceita alterar o contrato pela proposta do terceiro, tendo um prazo de 30 dias se não concedido prazo maior para emitir a resposta. Sendo positiva, o contrato após o seu termo final sofrerá a alteração do preço.
Se o arrendatário ou parceiro outorgado não responder a notificação ou responder negativamente a mesma já servirá como notificação de desocupação e ao final do contrato terá que sair do bem.
 O proprietário quer explorar diretamente o imóvel.
- quando o proprietário quiser retomar o bem, deve ser observado se o prazo é indeterminado ou determinado. Se for determinado, terá que fazê-lo no prazo de até 6 meses antes do término do contrato. Se for indeterminado deve ser analisado e respeitado o prazo mínimo legal variando pelo tipo de exploração do bem.
Observando esse prazo mínimo, após o termino do mesmo pode o proprietário pedir a desocupação desde que observado o prazo de 6 meses de desocupação.
Causas de extinção:
Término do prazo contratual.
Pela resilição unilateral.
Pela resilição bilateral.
Pela resolução do contrato.
Por motivo de força maior que impossibilite a continuidade do contrato.
Por sentença judicial transitada em julgado.
Morte do arrendatário ou parceiro outorgado.
Por qualquer outra causa estabelecida pelas partes no contrato.
Direito de preferência na aquisição:
Em havendo proposta de compra do imóvel arrendado durante o período do contrato terá o arrendatário ou parceiro outorgado o direito de preferência na aquisição do bem, terá assim o proprietário que notificar o arrendatário ou parceiro outorgado para manifestar-se sobre o exercício do seu direito no prazo de 30 dias se não foi concedido prazo maior, se exercitado o direito de preferência o arrendatário ou parceiro outorgado passará a ser o proprietário do bem, se não exercitado poderá esta notificação servir como notificação de desocupação se tiver sido feita dentro do prazo de até 6 meses antes do término do contrato.
Se não for feita a notificação e for vendido o imóvel a terceiro poderá o arrendatário ou parceiro outorgado entrar com ação de direito de preferência do prazo de até 6 meses após o registro da venda, depositando o valor em juízo que foi pago para a compra do bem pedindo a anulação da venda e transferência por sentença da propriedade do bem ao autor da ação.

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