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As excludentes de ilicitude

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As excludentes de ilicitude estão previstas no artigo 23 do Código Penal brasileiro e é utilizada em uma Situação em que, mêsmo a pessoa praticando um crime, ela não será considerada uma criminosa, pois para que haja ilicitude em uma conduta típica, independentemente do seu elemento subjetivo, é necessário que inexistam causas justificantes. As causas excludentes de ilicitude são: estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito.
ESTADO DE NECESSIDADE
    Está previsto no art.24 do Código Penal Para que se caracterize a excludente de estado de necessidade é necessário dois requisitos: existência de perigo atual e inevitável e a não provocação voluntária do perigo pelo agente. desde que no momento da ação não for exigido do agente uma conduta menos lesiva.
 Existe no estado de necesidade dois ou mais bens jurídicos tutelados em perigo, sendo que para proteção de um sacrifica-se o outro.
    O perigo deve ser atual, nem o passado nem o futuro podem justificar o ataque. Ainda, o perigo deve ser independente da vontade do agente, não pode ter sido provocado pelo mesmo, bem como não existir outra forma de evitar o perigo, sendo o seu sacrifício a única maneira possível de evitar o perigo
b) Legítima Defesa
Entende-se em legítima defesa aquele que, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Esta é a definição de legítima defesa prevista no art. 25 do Código Penal.
Além do direito próprio, a legítima defesa engloba direitos de terceiros.
Assim como no estado de necessidade deve tratar-se de perigo atual, presente, ou que esteja prestes a ocorrer. Não se faz necessário que o agressor agrida o bem jurídico tutelado. Nos casos de ameaça ao bem jurídico, a agressão repelida injustamente também é considerada legítima defesa.
A agressão deverá ser injusta, não havendo que se falar em legítima defesa quando a agressão ao bem jurídico decorrer da provocação do autor.
Ainda, os meios utilizados para a legítima defesa de direito próprio ou de outrém devem ser moderados, proporcionais à gravidade da ameaça ou agressão, podendo punir-se a agressão em excesso. A avaliação da gravidade é subjetiva e deverá ser analisada no caso concreto. 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
 
 Esta excludente de ilicitude está prevista no art.23 do Código Penal, todavia ao contrário das excludentes que já vimos, não possui definição prevista em lei.
 Podemos dizer que uma ação em decorrência de dever legal não implica em ocorrência de crime, mesmo sendo aquela prevista como tal, ou seja, embora haja a prática de um fato típico, este não o será, vez que o agente cumpriu uma obrigação imposta por lei. 
Para isto, o agente que pratica tal ato deve saber estar praticando um fato imposto pela lei, caso contrário implicará em delito.
Ainda, o excesso praticado pelo agente será punido.
 EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
 
 Trata-se de excludente de ilicitude onde também não há crime quando estiver o agente em exercício regular de direito. Qualquer pessoa pode exercitar um direito e uma faculdade imposta pela lei penal ou extrapenal. 
Assim como todas as excludentes de ilicitudes, deve obedecer aos limites legais e haverá punição em caso de excesso na conduta do agente.
Com relação aos ofendículos, estes são obstáculos utilizados para a proteção do bem jurídico, tais como arame farpado, cerca elétrica para segurança de uma residência. Estes aparatos devem ser visiveis, funcionando como meio de advertência e proteção da propriedade e qualquer outro bem jurídico.  Já quanto aos meios mecânicos predispostos são aparelhos ocultos com a mesma finalidade dos ofendículos. Por este motivo, configuram-se quase sempre delitos dolosos ou culposos.
Aplicação no processo penal
Depois de analisar detalhadamente os requisitos das excludentes de ilicitude, será estudado a aplicação destas excludentes no processo penal. O parágrafo único do artigo 310 do Código de Processo Penal dispõe:
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas consições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
Percebe-se que o legislador tratou de forma privilegiada o agente que venha a ser preso em flagrante, caso tenha cometido o delito sob uma das excludentes elencadas no artigo 23, do Código Penal. 
O artigo 314 do Código de Processo Penal repete a mesma redação do dispositivo anterior, proibindo o decreto da prisão preventiva, caso o agente tenha praticado o delito sob qualquer circunstância que exclua o crime. 
Fonte
https://paulacidale.jusbrasil.com.br/artigos/148680618/as-excludentes-de-ilicitude-e-as-suas-consequencias-no-processo-penal visitado em 26/11/2017 
http://monografias.brasilescola.uol.com.br/direito/excludentes-ilicitude.htm

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