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História da Psicologia

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Universidade Estácio de Sá
História da Psicologia.
A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA PARA A PSICOLOGIA.
A História da Psicologia é antes de tudo a história de uma ciência. Ela tem início no fim do século XIX, mais precisamente no ano de 1879. Foi quando Wilhelm Wundt criou o primeiro laboratório de psicologia na Alemanha, o que é considerado o marco do surgimento da psicologia científica.
No entanto, desde os primórdios da vida humana buscam-se explicações para o que vem a ser a existência do homem. Assim, nos interessará também nesse estudo não apenas a história da psicologia (ciência), mas também o estudo da história das idéias psicológicas, ou seja, aqueles saberes que, antes mesmo da psicologia, perguntava-se sobre a vida humana, sua relação com a natureza e seus devires. 
A filosofia era o campo do saber que até o surgimento da psicologia era hegemônico na criação de concepções de mundo e de homem. Assim, nosso estudo se inicia na antiguidade, quando os primeiros filósofos gregos começaram a buscar respostas racionais para estas perguntas, deixando aos poucos o pensamento mítico, que era vigente desde as sociedades primitivas. Mas porque nos interessar por estas idéias psicológicas tão antigas, que não se confundem com a ciência psicológica? Aliás, qual a importância de uma História da Psicologia? Para responder tais perguntas precisamos entender a importância da história, e discutir algumas formas de se conceituá-la.
Toda história é uma narrativa, uma descrição de fatos que aconteceram, é a memória humana preservada. Sem essa memória não podemos ter o senso de uma continuidade, não poderíamos nem mesmo preservar a cultura e os saberes que nos constituem. A história nos ajuda a entender o tempo que vivemos, mesmo que saibamos que toda narrativa histórica é arbitrária, afinal é um historiador que conta a história e nada garante que ela seja contada do mesmo modo por outro historiador. Cada um irá destacar os fatos históricos que considera mais relevante. Assim, existem diversos modos de se fazer história. Vamos destacar alguns deles:
História Evolutiva – linear:
Concebe os fatos históricos numa cadeia linear na qual a evolução está sempre acontecendo, ou seja, o futuro é sempre a superação do passado. Nessa concepção seria possível acompanhar a evolução de um objeto no decorrer da história.
O passado interessa, como uma passagem para um presente ao qual se pretende também superar em nome de um futuro mais grandioso, mais aperfeiçoado. Há um suposto consenso coletivo que leva à evolução. Especificamente na história das ciências, é possível destacar também duas vertentes que se baseiam nessa noção evolutiva e que são modos diferenciados de se descrever a produção do saber científico.
A teoria personalista enfoca as realizações e contribuições de indivíduos que afetaram, significativamente, os processos de mudança. Considera que o progresso é decorrente da ação de pessoas que modificaram o curso da História. Comum fazer referência à figura do precursor.
A teoria naturalista considera que a época modela as pessoas e assim, os conhecimentos produzidos. O espírito de uma época ou “espírito do tempo”( Zeitgeist) determina a ação dos sujeitos históricos.
História Descontínua:
Nega o que seria o sentido evolutivo de qualquer história, (portanto a visão personalista, de precursores e mesmo do Zeitgeist, no âmbito científico). Cada momento histórico só pode ser entendido nele mesmo, em seu contexto político e social. Mesmo na ciência as questões políticas são relevantes, não há a suposta neutralidade científica. 
A história não se faz por consenso, este é sempre artificial. Ela é feita de confrontos, de lutas, nas quais normalmente é o vencedor que se coloca como detentor da verdade histórica, que narra certa história. Não há objetos evoluindo através do tempo, mas em cada contexto emerge um objeto diferente, definido pelas práticas humanas e também pelo acaso, que não pode ser negado. Por exemplo, como mostrou Michel Foucault em sua “História da Loucura”, o que o saber psiquiátrico definiu, na modernidade, como “doença mental” é um objeto que não se confunde com a loucura conforme entendida em outros momentos históricos. A loucura em épocas anteriores suscitava outras práticas sociais, que não a terapêutica médica, e assim ocupava outros lugares na vida da sociedade. Nesse sentido, a própria noção de loucura como doença mental pode ser pensada como uma construção, passível de transformação. Assim, o passado pode nos mostrar que nada é eterno e que o tempo que vivemos é também construído, no presente, por múltiplas forças sociais e políticas.
Assim, vemos que a História é de suma importância para o entendimento da psicologia como saber e também para percebermos de que modo o homem vem transformando seus modos de pensar a si mesmo e, principalmente, para termos a noção de que estamos construindo e utilizando um saber que não é universal, mas que tem sua própria história, e que, portanto, tem também seus limites espaço- temporais. Portanto a psicologia é um saber histórico, em transformação, inacabado, a ser construído.

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