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Unidade VII Recursos

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
UNIDADE VII – Recursos
Dos Recursos
Recurso é o meio pelo qual a parte pode requerer que a decisão exarada no processo em que faz parte, possa ser revista. “Os recursos não constituem meio de impugnação autônomo, mas sim instrumento de impugnação da decisão dentro da mesma relação jurídico-processual em que foi prolatada a decisão, pois pressupõe a lide pendente na qual ainda não se formou a coisa julgada”, segundo Mauro Schiavi.
Mas o recurso também é uma forma de controle dos atos jurisdicionais pelas instâncias superiores. A doutrina aponta como fundamentos dos recursos:
Aprimoramento das decisões judiciais (o juiz procuraria dar uma decisão sempre melhor e mais completa para não ver reformada);
Inconformismo da parte vencida (é do ser humano a possibilidade de impor seus argumentos e reverter decisão desfavorável);
Falibilidade humana (o homem é falível inclusive o juiz);
Os recursos são fundados em alguns princípios e violar um princípio é mais que violar uma norma, é violar todo o sistema de normas. Dentre eles, podemos destacar:
Princípios dos recursos trabalhistas
1.1.1 Duplo grau de jurisdição
É a possibilidade de controle dos atos jurisdicionados dos órgãos inferiores pelos órgãos judiciais superiores, possibilitando assim, a reforma da decisão e o aperfeiçoamento das decisões do Poder Judiciário.
Há uma crítica dos estudiosos em relação a tal princípio porque o duplo grau de jurisdição levaria à demora do processo, indo de encontro ao princípio da celeridade.
Há ainda uma discussão doutrinária se seria um princípio constitucional, vez que o art. 5º, LV, diz que são garantias fundamentais “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” e que tal princípio também teria sido objeto dos arts. 8º § 10 do Tratado Interamericano dos Direitos Humanos, ratificado pelo Brasil.
O entendimento que vem prevalecendo é o de que apesar de constar na CF/88 tal dispositivo, esse recurso tem se referido ao princípio do duplo grau de jurisdição, e que apesar do interprete sempre ter por melhor fazer a interpretação aos olhos da Constituição, o legislador preferiu deixar o regramento dos recursos as custas de leis com medidas de efetividade e celeridade dos processos.
Acerca do assunto, o TST tem Súmulas que restringem o duplo grau, como se vê:
SUM-303 FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016 I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. 
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em: a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente deresolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em 03.06.1996) 
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996)
E
SUM-356 ALÇADA RECURSAL. VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26.06.1970, foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo.
1.1.2. Taxatividade
Tal princípio diz que somente são cabíveis os recursos previstos na lei processual trabalhista, tanto na CLT como na legislação extravagante.
No processo do trabalho, estão previstos os seguintes recursos:
Recurso Ordinário (art. 895 da CLT);
Recurso de Revista (art. 896 da CLT);
Embargos para o TST (art. 894 da CLT);
Agravo de instrumento (art. 897 da CLT);
Agravo de Petição (art. 897 da CLT);
Embargos de declaração (art. 897-A CLT);
Agravo regimental (art. 709, § 1º da CLT);
Pedido de revisão do valor atribuído à causa (art. 2º, §1º da Lei nº 5.584/70 da CLT);
Há ainda a possibilidade de interposição de recurso extraordinário, mas esse não é um recurso trabalhista stricto sensu. 
1.1.3. Unirrecorribilidade ou Singularidade
 Para cada decisão cabe somente um recurso. Nos caso dos recursos ordinário, de revista, embargos de divergência ou extraordinário, poderá ainda caber embargos de declaração como possibilidade alternativa, mas um vez interporto esse recurso, deverá ser ter nova decisão para que caiba o recurso ordinário ou o de revista.
1.1.4. Fungibilidade
Se a parte interpuser o recurso equivocado e esse puder ser reaproveitado, o Juiz ou Tribunal o receberá em nome de outros princípios tais como a celeridade e a economia processual, albergados pelo princípio do aproveitamentos dos atos processuais.
Para que ocorra esse aproveitamento, se faz necessário que o recurso inadequado preencha alguns pressupostos, tais como: a dúvida deverá ser subjetiva e não objetiva, ou seja, quando houver fundada discussão sobre qual o recurso cabível para a situação; e quando não houver erro grosseiro na interposição de recurso ou má-fé, como no caso da lei vir disciplinando expressamente qual o recurso cabível e a parte ajuizar recurso absolutamente distinto.
Vale ressaltar a OJ nº 412da SDI-I, que diz que:
OJ-SDI1-412 AGRAVO INTERNO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE DECISÃO COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 209/2016 – DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 É incabível agravo interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art. 557, §1º, do CPC de 1973) ou agravo regimental (art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão colegiado. Tais recursos destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática nas hipóteses previstas. Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante a configuração de erro grosseiro
E ainda, quanto ao princípio da fungibilidade o TST editou Súmula que cita:
SUM-421 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 932 do CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC de 1973. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado. II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o aopronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015
1.1.5. Princípio da irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias
Decorre do princípio da oralidade e consiste no fato da parte não poder recorrer de imediato das decisões interlocutórias, mas somente quando do momento do recurso.
Assim, versa a CLT:
Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos:
(...)
  § 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.
        
1.2. Da remessa necessária ou recurso de ofício
Quando houver condenação quanto à fazenda Pública, em razão do Decreto/Lei nº 779/69, necessariamente o processo estará sujeito ao duplo grau de jurisdição obrigatório ou remessa de ofício também chamada de recurso de ofício.
Quanto ao assunto, resta a previsão da Súmula 203 do TST:
SUM-303 FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016 I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. 
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em: a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente deresolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 
III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em 03.06.1996) 
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996)
 1.3.Recursos e direito intertemporal
Conforme os princípios previstos nos arts. 912 e 915 da CLT e 1046 do CPC, os recursos são regidos pela lei vigente à época da interposição, em consonância com o princípio da irretroatividade da Lei. Se a parte protocoliza o recurso com esteio na lei proposta a época e a lei modifica-se antes do julgamento do recurso, a parte não poderá ser prejudicada, pois terá se dado a preclusão consumativa.
1.4. Decisões irrecorríveis no processo
1.4.1. Decisão interlocutória
Como a CLT não conceitua o que seja a decisão interlocutória, por força do art. 769 do mesmo instrumento, recorre-se ao CPC, em seu art, 203, §§ 1º e 2º:
Art. 203.  Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o
A diferença entre a sentença e a decisão interlocutória é que a primeira tem o fim de encerrar o processo ou a fase de conhecimento, enquanto essa última não tem. A finalidade de não se ter recurso contra a decisão interlocutória de imediato, já que toda decisão será recorrida, só que as interlocutórias somente em recurso ordinário, é exatamente para que se possa cumprir o fim maior do processo em capidez, com esteio no princípio da oralidade.
A exceção se dará por força da Súmula 214 do TST, qual seja:
SUM-214 DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: 
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; 
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Como exemplo clássico da alínea “b”, tem-se os casos de liminares concedidas ou denegadas por relatores em tutelas de emergência ou em mandados de segurança, quando será cabível Agravo Regimental.
Doutrina e especialmente jurisprudência têm exigido que a parte irresignada com a decisão proferida, tenho lançado protestos no momento da decisão, não permitindo precluir seu direito. Lembrando que o protesto não é previsto em legislação alguma, mas se trata de um costume utilizado, vez que por interpretação dos arts. 794 e 795, sem tem como meio hábil para evitar a preclusão.
1.4.2. Irrecorribilidade nos dissídios de alçada
Os dissídios de alçada, ou ações que tramitam no rito sumário previsto na Lei nº 5.584/70, que têm o valor da causa inferior a dois salários mínimos, não serão passíveis de recurso ordinário e o TST, em questionamentos sobre a constitucionalidade dessa Lei, tendo em vista o teto da alçada em salários mínimos, já se pronunciou:
SUM-356 ALÇADA RECURSAL. VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26.06.1970, foi recepcionado pela CF/1988, sendo lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo.
Bom frisar que o valor de alçada não superior ao dobro do mínimo legal, deverá ser assim auferido quando do ajuizamento da petição inicial, como bem preceitua a Súmula 71 do TST.
1.4.3. Despachos
Da mesma forma, do despacho também não caberá recurso, cujo conceito a CLT não dispõe, orientando-nos pelo CPC, art. 203:
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
1.5. Pressupostos recursais
Pressupostos são situações que se antepõem ao principal, ou seja, que devem ser analisadas anteriormente ao fim proposto. Os pressupostos recursais são requisitos que devem ser analisados, antes mesmo de se chegar à análise de qualquer recurso e também são denominados de requisitos de admissibilidade. São, portanto, pressupostos também processuais e condições da ação na esfera processual.
Na justiça laboral, esses pressupostos sofrem um duplo juízo de admissibilidade de forma que devem ser observado pelo juízo a quo, embora seja dirigido ao ad quem e também por ele, portanto, seja analisado.
Esses pressupostos, segundo a classificação posta pela doutrina, podem ser: 
Intrínsecos: quando dizem respeito à decisão em si, tais como conteúdo e forma da decisão (cabimento, legitimação e interesse para recorrer);
Extrínsecos: que dizem respeitoaos fatores externos à decisão judicial, sendo esses, normalmente, posteriores a ela (tempestividade, regularidade formal, inexistência de fato impeditivo ou modificativo do direito de recorrer e o preparo);
1.5.1. Pressupostos intrínsecos
1.5.1.1. Cabimento
Os recursos devem ser cabíveis à decisão a ser impugnada. A decisão inicialmente deve ser recorrível e o recurso apresentado deve ser o adequado a impugnar a decisão.
Se a decisão não for passível de recurso ou o recurso apresentado não for o adequado, o recurso deixará de ser conhecido com base nesse pressuposto, qual seja o cabimento.
1.5.1.2. Legitimidade
 Trata-se da pertinência subjetiva de recorrer, ou seja, se quem protocolizou o recurso era a pessoa de fato, indicada a recorrer.
Por não ter matéria tratada na CLT, vamos ao que preceitua o CPC:
Art. 996.  O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único.  Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
 
Assim, podem recorrer: as partes no processo, o MP como parte ou quando tiver atuada como fiscal da lei e terceiros interessados juridicamente.
Acerca da participação do MP, o TST tem entendimento via OJ nº 237, da SDI-I:
OJ-SDI1-237 MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. ILEGITIMIDADE PARA RECORRER. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EMPRESA PÚBLICA (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 338 da SBDI-I) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06, 1º e 04.07.2016 
I - O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para recorrer na defesa de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de economia mista. 
II – Há legitimidade do Ministério Público do Trabalho para recorrer de decisão que declara a existência de vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública, após a Constituição Federal de 1988, sem a prévia aprovação em concurso público, pois é matéria de ordem pública
Quanto à participação do terceiro, tem-se que esse pode recorrer, ainda que não participando da fase anterior do processo, caso venha a sofrer os efeitos da sentença, como ocorre no caso da intervenção de terceiros e assistência, mas como já dito outrora, essa análise é prerrogativa do juiz que poderá entender coo nenhum benefício às partes a participação do terceiro e indeferí-la, entendendo por sua ilegitimidade para recorrer.
Exemplos de terceiros clássicos são o sócio e empresa do mesmo grupo econômico e INSS que também poderá recorrer com relação às contribuições que lhe são devidas, especialmente, em sentenças homologatórias de transações que englobam as contribuições a essa instituição.
1.5.1.3. Interesse recursal
É a relação entre o bem indeferido e o benefício que o recorrente teria com o indeferimento, ou seja, a parte teria que ter tido a sucumbência total ou parcial para que tivesse i interesse em recorrer.
Duas situações atípicas e bem discutidas na doutrina são os casos daqueles que tiveram o processo julgado extinto sem julgamento do mérito ou daqueles que mesmo tendo total deferimento do que pedido, se teria o interesse recursal.
A primeira situação, o TST vem entendendo que lhe falta interesse processual, senão vejamos:
Processo: RR 3059700772008509 3059700-77.2008.5.09.0007
Orgão Julgador: 2ª Turma
Publicação: DEJT 30/08/2013
Julgamento: 21 de Agosto de 2013
Relator: José Roberto Freire Pimenta
Ementa:
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO POR AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA E RECURSO ORDINÁRIO ASSINADOS POR ADVOGADA SEM PODERES NOS AUTOS. PRETENSÃO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO PROCESSO. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL.
A consequência da inexistência dos atos processuais, conforme consignado nos precedentes colacionados pelas próprias reclamadas, é justamente a extinção do processo sem resolução de mérito por ausência de pressuposto processual de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Assim, tendo o processo já sido extinto sem resolução de mérito, ainda que por fundamento diverso, mas também de forma favorável às reclamadas, não se consta o seu indispensável interesse recursal. Além disso, ao contrário do que pretendem as reclamadas, a inexistência do ato não importa no desaparecimento absoluto do processo do mundo jurídico. Recurso de revista não conhecido. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. MULTA DE 1% SOBRE O VALOR DA CAUSA. ARTIGO 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. (...) Recurso de revista não conhecido
Da mesma forma que recorrer de decisão em que se tenha tido o provimento integral do pretendido, em tese não configuraria o interesse recursal, mas há situações em que a parte por receio de ver sua decisão reformada, como por exemplo, no caso da oitiva de uma testemunha indeferida, poderia entender interesse em demonstrar a necessidade da oitiva daquela referida testemunha.
O TST também entende, que falta interesse processual a essa parte:
TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA AIRR 164937020105040000 16493-70.2010.5.04.0000 (TST)
Data de publicação: 04/11/2011
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA ADESIVOINTERPOSTO PELO RECLAMANTE. PARTE NÃO SUCUMBENTE NO ACÓRDÃO REGIONAL. AUSÊNCIA DE INTERESSE EM RECORRER . BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Neste caso, em relação à base de cálculo do adicional de insalubridade, o reclamante não foi sucumbente no acórdão regional, uma vez que a decisão foi proferida em conformidade com a sua pretensão, tendo em vista que o Tribunal Regional deu provimento ao seu recurso ordinário para, reformando a sentença, em que se estipulou o salário mínimo como base de cálculo para o adicional de insalubridade, determinar que esse adicional fosse computado com base no salário básico do autor. Nesses termos, constata-se que o reclamante, ora recorrente, carece de interesse recursal, na medida em que, nesta matéria, nãofoi sucumbente. Verifica-se que a pretensão da parte, na realidade, mediante a interposição de recurso ordinário adesivo, foi apenas impugnar o recurso principal, o que não é compatível com a via processual eleita. Agravo de instrumento adesivo não conhecido.
Pessoalmente, entendo que, nesse caso, o recurso adesivo deveria ser a melhor forma de não deixar de assistir ao interesse da parte, pois a audiência e a prova, também fazem parte do pedido, não se consumando o pedido somente na petição inicial, embora ela deva trazer o pedido por escrito. Com o recurso adesivo, não es estaria ferindo os princípios da celeridade e da economia processual.
1.5.2. Pressupostos extrínsecos dos recursos
1.5.2.1. Preparo
Preparo significa o pagamento das taxas e despesas processuais para o recurso ser conhecido. Doutrina tem entendido que o depósito recursal tem integrado também o preparo do recurso, embora esse não tenha caráter de taxa judiciária.
Lembrando que o valor da causa não poderá ser confundir com o valor da condenação, sem esse último o valor que seria o somatório dos benefícios patrimoniais obtidos pelo autor no processo. O valor das custas deverá vir fixado em sentença como requisito essencial a essa (art. 832, §2º). 
1.5.2.2. Depósito recursal
Consiste em valor a ser depositado na conta vinculada do FGTS do reclamante, devido quando há condenação em pecúnia como condição para conhecimento do recurso interposto pelo reclamado, figurando assim, como requisitos extrínseco do recurso e, portanto, condição de conhecimento do mesmo.
A CLT dispõe:
Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora
        § 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vêzes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recursoinclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz
        § 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito corresponderá ao que fôr arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo de Direito, até o limite de 10 (dez) vêzes o salário-mínimo da região
        § 3º -       (Revogado pela Lei nº 7.033, de 5.10.1982)
       § 4º - O depósito de que trata o § 1º far-se-á na conta vinculada do empregado a que se refere o art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, aplicando-se-lhe os preceitos dessa Lei observado, quanto ao respectivo levantamento, o disposto no § 1º.      
       § 5º - Se o empregado ainda não tiver conta vinculada aberta em seu nome, nos termos do art. 2º da Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, a empresa procederá à respectiva abertura, para efeito do disposto no § 2º. 
        § 6º - Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas, exceder o limite de 10 (dez) vêzes o salário-mínimo da região, o depósito para fins de recursos será limitado a êste valor.
    § 7o  No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar.       
      § 8o Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7odeste artigo.            
Diz-se pela doutrina que tem o fim de garantir a execução, pois uma vez revertida a execução, o depósito deverá ser liberado à parte, mas também de se evitar recursos meramente protelatórios, ou pelo menos, se não obstar, dificultar a interposição de recurso com esse fim exclusivo.
O empregado, ainda que condenado em eventual reconvenção, não deverá realizar o depósito recursal, pois aí se apresenta uma exteriorização do protecionismo processual em favor do empregado.
Não havendo condenação em pecúnia, por exemplo, como por exemplo em ações de obrigação de fazer ou não fazer, assim como sentenças declaratórias ou constitutivas, não é necessário o depósito recursal. Assim diz o TST:
SUM-161 DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT (ex-Prejulgado nº 39).
Assim deverão ser realizados pela reclamada, nos recursos ordinário, de revista, de agravo de instrumento e extraordinário (art. 899 da CLT, c/c Instrução Normativa nº 03/93 do C. TST).
Em ações de rito sumário (lei nº 5.584/70) também serão obrigatórios os depósitos recursais, observando-se apenas, outro requisito atinente ao rito, qual seja, se a decisão tratar de matéria constitucional. 
Em execução, por óbvio, se não houver mais necessidade de garantia, não há exigência de depósito recursal, como se vê da Súmula, 128, II do TST:
SUM-128 DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-I) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
(...)
II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-I - inserida em 08.11.2000) 
(...)
Ainda na mesma Súmula se vê que, em havendo mais de um condenado, solidariamente, apenas um terá a obrigação de efetuar o depósito recursal, a menos que este requeira a exclusão da lide:
III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (exOJ nº 190 da SBDI-I - inserida em 08.11.2000)
	
Ainda em previsão da Súmula acima referida, o inciso I, diz que a parte deverá efetuar novo depósito a cada recurso que o exija, caso a condenação não esteja totalmente garantida e, em caso contrário, garantido, não será mais requerido. Assim, o valor limite do recolhimento é o valor da condenação ou o teto do depósito recursal, caso o primeiro seja superior ao valor estipulado de teto:
I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-I - inserida em 27.11.1998)
Quanto ao Agravo de Instrumento, deverá ser realizado depósito recursal para sua interposição, mas não cabendo esse ônus ao reclamante, segundo o doutrina, pois assim seria negar a principiologia da Justiça do trabalho, que aufere ao reclamante, a proteção.
O ideal, porém, é que a parte requeira a dispensa do pagamento da referida:
TST - RECURSO DE REVISTA RR 8638800442003502 8638800-44.2003.5.02.0900 (TST)
Data de publicação: 03/10/2008
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE. JUSTIÇA GRATUITA. HONORÁRIOS PERICIAIS. A OJ-SBDI-I n.º 269 estipula que o benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso. Idêntico raciocínio pode ser encontrado no art. 6º da Lei n.º 1060 /50 e no atual art. 790 , § 3º , da CLT . Agravo de Instrumento conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EPI. UTILIZAÇÃO. (...). Recurso de Revista conhecido e provido. (...)
OJ-SDI1-269 JUSTIÇA GRATUITA. REQUERIMENTO DE ISENÇÃO DE DESPESAS PROCESSUAIS. MOMENTO OPORTUNO (inserido item II em decorrência do CPC de 2015) - Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 – republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017
I - O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso; 
II - Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal, cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7º, do CPC de 2015)
Também no prazo do recurso, deverá ser comprovado o depósito recursal, como bem determina a Súmula 245 do TST:
SUM-245 DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.
No que se refere às pessoas jurídicas de direito público externo e das pessoas de direito publico contempladas no decreto –lei nº 779, por força da IN 03/93 do TST, não é exigido depósito recursal.
Acerca do depósito recursal em recurso ordinário de ação rescisória, vejamos o que diz a Súmula 99 do TST:
SUM-99 AÇÃO RESCISÓRIA. DESERÇÃO. PRAZO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 117 da SBDI-II) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 Havendo recurso ordinário em sede de rescisória, o depósito recursal só é exigível quando for julgado procedente o pedido e imposta condenação em pecúnia, devendo este ser efetuado no prazo recursal, no limite e nos termos da legislação vigente, sob pena de deserção. (exSúmula nº 99 - alterada pela Res. 110/2002, DJ 15.04.2002 - e ex-OJ nº 117 da SBDI-II - DJ 11.08.2003
O TST após advento do CPC decidiu que a deserção só configura vício sanável quanto ás custas, não se aplicando em relação ao depósito recursal, por força do art. 10 da IN 39/16:
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo único do art. 932 do CPC, §§ 1º a 4º do art. 938 e §§ 2º e7º do art. 1007. 
Parágrafo único. A insuficiência no valor do preparo do recurso, no Processo do Trabalho, para os efeitos do § 2º do art. 1007 do CPC, concerne unicamente às custas processuais, não ao depósito recursal.
Por fim, tem-se que o TST estabeleceu novas diretrizes acerca do depósito recursal por meio da Resolução nº 168/10, que deverá ser observada amiúde.
1.5.2.3. Regularidade formal
No que diz respeito à formatação dos recursos, o art. 899 preceitua que basta que sejam feitos por simples petição, havendo, assim a devolução ampla e irrestrita de toda a matéria a ser revista, como se não fossem necessárias sequer as razões de recorrer.
Porém, o TST já decidiu sobre o assunto, pois um recurso genérico, sem atacar os fundamentos da sentença que se quer ver revisados, fere o contraditório e a ampla defesa, não permitindo ampla impugnação pela parte contrária:
SUM-422 RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicada no DEJT divulgado em 01.07.2015 
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida. 
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática. 
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.
Acrescido à Súmula, temos o fato de que o recurso de revista é um recurso técnico, que abrange requisito para interposição e que só rediscutirá as matérias estipuladas (arts. 896 e 896-A da CLT) e o agravo de petição, no qual a parte deverá delimitar as matérias e valores objeto da controvérsia. Dessa forma, não há como se fazer uma simples leitura do art. 899 dissociado dos demais.
1.5.2.4. Assinatura
Deverão assinar a petição de recurso, o reclamante, seu advogado, o reclamado, o advogado da reclamada, não podendo o preposto assinar recurso, pois a preposição é outorga de poderes ao representado em audiência, acabando ali mesmo, seus poderes.
Com o advento do CPC/2015 a ausência de procuração passou a ser vício sanável, diante do que dispõe o art. 932, parágrafo único do CPC, que se aplica subsidiariamente ao processo do trabalho, em consonância com a OJ º 120 da SDI – I:
OJ-SDI1-120 RECURSO. ASSINATURA DA PETIÇÃO OU DAS RAZÕES RECURSAIS. ART. 932, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC DE 2015. (alterada em decorrência do CPC de 2015) Res. 212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016 I - Verificada a total ausência de assinatura no recurso, o juiz ou o relator concederá prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o recurso será reputado inadmissível (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015). II - É válido o recurso assinado, ao menos, na petição de apresentação ou nas razões recursais. 
1.5.2.5. Tempestividade
O requisito da tempestividade estará preenchido quando o recurso for interposto dentro do prazo previsto pela lei processual para o respectivo recurso, que em sua grande maioria, no processo do trabalho, se dá em 8 dias, sendo exceção apenas os embargos de declaração e o recurso extraordinário.
Os prazos dos recursos são contados excluindo-se o dia do início e incluindo-se o dia do vencimento (art. 775 da CLT):
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada.  
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.
 Por força da Lei nº 13.467/17 que trouxe a reforma trabalhista, os prazos passarão a ser contados em dias úteis, como se vê:
Art. 775.  Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito.
Se protocolizado antes do início da contagem do prazo, esse não será mais considerado extemporâneo, como se vê do entendimento firmado por cancelamento da Súmula nº 434. Assim, resta aplicado ao processo do trabalho, o art. 218, § 4 º, do CPC:
Art. 218.  Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.
§ 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo
1.6. Dos efeitos dos recursos trabalhistas
1.6.1. Do efeito devolutivo
Esse termo é utilizado da época em que para se ter vista sua decisão revista, se devolvia os processos aos Imperadores e, assim pudessem rever se tal possibilidade. 
Atualmente, o efeito devolutivo significa devolver a jurisdição ao Poder Judiciário, para que esse, através de outro juiz (sendo exceção ao mesmo julgador) possa rever toda a matéria vinculada ao processo e talvez, modificar a decisão.
A discussão seria se se pode devolver toda a matéria e o Tribunal há de examinar inclusive o que não lhe foi posto a decidir, mas o que se entende por esse efeito é que o Tribunal deverá avaliar somente a matéria impugnada, ou seja, se a sentença for parcialmente procedente, a matéria não impugnada, não será devolvida.
Por outro lado, ainda que o Juiz não tenha se manifestado sobre alguma tese jurídica, o Tribunal poderá fazê-lo, sendo facultado a esse verificar todas as provas e teses existentes no processo,
Como a CLT é omissa em relação ao efeito devolutivo do Recurso Ordinário, aplica-se o CPC, art. 1.013, §§ 1º e 2º:
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
1.6.2. Efeito suspensivo
Outro efeito que se diz aplicável ao processo trabalhista e seus recursos é o efeito suspensivo, que significa que ficará suspensa a decisão enquanto não for julgado o recurso em face dela interposto.
No processo trabalhista, os recursos em geral, não têm efeito suspensivo, de maneira que a sentença trabalhista poderá ser executada provisoriamente, por força do art. 899 CLT
        Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora
Vale ressaltar o que diz 414 do TST:
SUM-414 MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. 
II - No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antesda sentença, cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio. 
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.
1.7. Do processamento dos recursos trabalhistas
Os recursos trabalhistas se sujeitam a um duplo exame de admissibilidade, se entendendo por esse, a avaliação da peça recursal no que diz respeito ao preenchimentos dos requisitos imposto por lei, ou seja, dos pressupostos.
Apesar do advento no CPC/15 que trouxe e seu art. 1010 somente um juízo de admissibilidade, o TST, mediante IN 39/16 entendeu inaplicável tal artigo, de forma que o duplo juízo de admissibilidade remanesce no processo trabalhista.
O recurso deverá ser interposto no juízo do qual se recorre (a quo) requerendo o recorrente que o recurso seja encaminhado ao Tribunal competente para apreciá-lo. Uma vez interporto, o recorrido será intimado a apresentar manifestação, cujo nome receberá de contrarrazões e que deverão ser apresentadas por escrito no mesmo prazo do recurso interposto.
CLT
Art. 900 - Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas razões, em prazo igual ao que tiver tido o recorrente.
Há quem entenda que a parte recorrida poderá somente pela permanência da decisão, enquanto outros doutrinadores entendem que as contrarrazões funcionam como contestação e deverão ser argumentados todos os motivos de defesa, inclusive, matérias que o Tribunal possa conhecer sozinho (condições da ação e pressupostos processuais), requerimento de litigância de má fé.
Quanto à prescrição, o TST se manifestou que:
SUM-153 PRESCRIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Não se conhece de prescrição não argüida na instância ordinária (ex Prejulgado nº 27).
No Recurso de revista, o duplo juízo de admissibilidade também ocorrerá e uma vez chegando ao tribunal, será distribuído ao Relator, de acordo com o regimento interno de cada TRT:
Art. 930.  Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único.  O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo 
Após análise do Relator esse “devolverá” o processo à secretaria para análise do revisor caso haja no Tribunal, e o processo irá a julgamento. Na sessão, o relator lê o relatório, depois concede a palavra ao recorrente, ao recorrido e ao MP, caso haja a intervenção desse, sucessivamente, pelo prazo de 15 minutos a cada (art. 937 do CPC.)
Proferidos os votos, o Presidente anuncia o julgamento e designa quem redigirá o voto, que deverá ser quem emitiu o voto ganhador. Se houver voto dissidente deverá constar como parte integrante do Acórdão.
Vale ressaltar que a Súmula 435 do TST trouxa a aplicabilidade do art. 932 do CPC, como se vê:
SUM-435 DECISÃO MONOCRÁTICA. RELATOR. ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO TRABALHO - (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973)
CPC
Art. 932.  Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
 
Assim, houve um aumento do poder jurisdicionado do relator, que poderá ser do TRT ou do TST, que analisando o recurso, poderá julga-lo manifestamente inadmissível, não conhecendo do recuso ou ainda podendo dar ou negar provimento ao recurso se estiver contrário Súmulas ou de acordo com essas, de acordo com o teor do art. 932 acima transcrito.
Da decisão do relator acima apontada, caberá o Agravo regimental ou interno, para a turma competente para o julgamento do recurso no Tribunal, no prazo de 8 dias. Poderá haver retratação pelo relator no prazo de 5 dias. Nõ havendo retratação, o recurso seguirá para julgamento.
O Agravo interno poderá ser julgado manifestamente protelatório, condenando o Tribunal ao recorrente, o pagamento de multa no valor de 1 a 5 % do valor atualizado da causa e cujo recurso posterior se sujeitará ao pagamento prévio dessa multa (art. 1.021 do CPC e ainda OJ 389 d SDI – I).
Dos recursos em espécie
Do Recurso Ordinário
2.1.1. Conceito e requisitos
O recurso ordinário será a medida adequada a se ver reformada a decisão de 1º grau proferida, como sentença, podendo ser definitiva (quando aprecia o mérito), terminativa (quando não aprecia o mérito) ou ainda declaratória (sem teor condenatório, mas somente de declaração de direito), constitutiva (com teor somente condenatório e prevendo condenação) ou improcedente (com pedido condenatório, mas sem condenação).
Prevê o art. 895 da CLT:
        Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: (Vide Lei 5.584, de 1970)
         I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e      (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).
        II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos
Em sentenças sem resolução do mérito com fundamento em um dos incisos do art. 485, o §7º do CPC , é possível a retratação do juiz em 5 dias e a IN 39/16 do TST recebeu tal artigo, afirmando ser aplicável ao processo do trabalho:
Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:
(...)
VIII - art. 485, § 7º (juízo de retratação no recurso ordinário);
E já podemos ver jurisprudência nesse sentido:
TST - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 32971720105010000 3297-17.2010.5.01.0000 (TST)
Data de publicação: 09/09/2011
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA - IMPUGNAÇÃO AO INDEFERIMENTO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA NA AÇÃO ORIGINÁRIA - JUÍZO DE RETRATAÇÃO EXERCIDO - SUPERVENIÊNCIA DE DECISÃO CONCESSIVA DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - PERDA DO OBJETO. O ato impugnado pela impetrante no presente mandado de segurança, consubstanciado no indeferimento daantecipação de tutela pretendida na ação originária, não mais subsiste, em face do exercício do juízo de retratação pela autoridade coatora, com o deferimento da antecipação de tutela e a determinação de reintegração da reclamante, ora impetrante. Assim, tem-se que a medida extrema perdeu seu objeto. Processo extinto sem resolução de mérito.
Encontrado em: Subseção II Especializada em Dissídios Individuais DEJT 09/09/2011 - 9/9/2011 RECURSO ORDINARIO
Vale lembrar que há ações de competência originária do TRT e desses Acórdãos, caberá recurso ordinário ao TST, sendo essas ações, aquelas previstas no art. 225 do Regimento Interno do TST, quais sejam: I – ação anulatória; II – ação cautelar; III – ação declaratória; IV – agravo regimental; V – ação rescisória; VI – dissídio coletivo; VII – habeas corpus; VIII – habeas data e IX – mandado de segurança.
O recurso ordinário será recebido apenas no efeito devolutivo e somente poderá lhe ser atribuído o efeito suspensivo por ajuizamento da ação cautelar inominada para tal fim.
A petição deverá ser simples, mas fundamentada no direito e expondo as razões que entende para a reforma da decisão, tendo a jurisprudência entendido que só poderá ser por petição genérica, em caso do jus postulandi (art. 791 da CLT).
Assim, Súmula 422, III do TST:
SUM-422 RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicada no DEJT divulgado em 01.07.2015 
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida. 
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática. 
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.
Deverão ser pagas custas pela reclamada (juntamente como depósito recursal), e o reclamante só as pagará se a reclamação trabalhista for totalmente improcedente ou se os pedidos forem extintos sem resolução do mérito (podendo ser dispensadas). A petição será protocolizada no órgão que emitiu a sentença ou Acórdão e direcionada ao órgão que irá revisar a decisão.
Ao receber o recurso ordinário, o órgão recebedor irá notificar a outra parte para que essa apresente as contra-razões e analisará os pressupostos recursais, remetendo ao órgão julgador para que esse também verifique os pressupostos e julgeu o recurso.
2.1.2. Teoria da causa madura e sua aplicação no processo ordinário trabalhista
O novo CPC trouxe em seu texto que:
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
(...)
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
Tais arts. por não estarem em desalinho com o CPC, são plenamente aplicáveis ao processo trabalhista. Tais situações não são mais faculdade do Tribunal, mas sim obrigação daquele, devendo enfrentar o mérito sem ser necessário o retorno dos autos ao grau.
E sobre essas situações, o TST já decidiu:
SUM-393 RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE. ART. 1.013, § 1º, do CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de 1973 - (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 
I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. 
II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos
2.1.3. O art. 938 do CPC no processo do trabalho
Tem-se ainda o referido dispositivo que diz que:
Art. 938.  A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão.
§ 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
§ 2o Cumprida a diligência de que trata o § 1o, o relator, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do recurso.
§ 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
§ 4o Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1o e 3o poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.
	
Não havendo matéria específica na CLT, esse seria plenamente aplicável ao processo do trabalho. O TST entendeu ser aplicável ao processo do trabalho, mediante art. 10 da IN 39/16, que dispõe dessa forma:
Art. 10. Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do parágrafo único do art. 932 do CPC, §§ 1º a 4º do art. 938 e §§ 2º e 7º do art. 1007.
Assim, havendo como o Tribunal realizar diligência resultante de nulidade, o fará e caso não seja possível, remeterá ao 1º grau para que lá seja realizado. Se por exemplo, não houve perícia em processo que se requer adicional de insalubridade, o Relator determinará a nulidade parcial da sentença com relação a tal pedido, determina a realização da diligência, o juízo de 1º grau complementa a sentença no que foi anulado, as partes serão intimadas do complemento e o Tribunal prossegue o julgamento.
Do Recurso de revista
Recurso de natureza extraordinária, o recurso de revista serve apenas para corrigir questões específicas na sentença e acórdão, ainda que essa tenham sido de forma considerada injusta pela parte. Se interpõe em face de acórdãos proferidos pelos Tribunais Regionais do Trabalho, tratando-se de recurso técnico, com pressupostos rígidos de conhecimento, que não apreciará mais fatos contidos no processo.
A CLT o traz no art. 896, como se vê:
       Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:        (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
        a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;          (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
        b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a;       (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
         c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.      (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
         § 1o O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo,será interposto perante o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo.           (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:           (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista;            (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional;            (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte.           (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
        § 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.       (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)
    § 3o Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua jurisprudência e aplicarão, nas causas da competência da Justiça do Trabalho, no que couber, o incidente de uniformização de jurisprudência previsto nos termos do Capítulo I do Título IX do Livro I da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).            (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
        § 4o Ao constatar, de ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho, a existência de decisões atuais e conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o tema objeto de recurso de revista, o Tribunal Superior do Trabalho determinará o retorno dos autos à Corte de origem, a fim de que proceda à uniformização da jurisprudência.            (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
        § 5o A providência a que se refere o § 4o deverá ser determinada pelo Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, ao emitir juízo de admissibilidade sobre o recurso de revista, ou pelo Ministro Relator, mediante decisões irrecorríveis.            (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
         § 6o Após o julgamento do incidente a que se refere o § 3o, unicamente a súmula regional ou a tese jurídica prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho servirá como paradigma para viabilizar o conhecimento do recurso de revista, por divergência.            (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 7o A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.            (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 8o Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com indicação da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.            (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal.            (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 10.  Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7 de julho de 2011.            (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 11.  Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito. 
§ 12.  Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.            (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 13.  Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere o § 3o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno.        
Não caberá recurso de revista de agravo de instrumento, por força da Súmula 218 do TST:
SUM-218 RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prolatado em agravo de instrumento
Bom ainda lembrar que:
OJ-SDI1-334 REMESSA "EX OFFICIO". RECURSO DE REVISTA. INEXISTÊNCIA DE RECURSO ORDINÁRIO VOLUNTÁRIO DE ENTE PÚBLICO. INCABÍVEL (DJ 09.12.2003) Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta.
2.2.1. Requisitos específicos do recurso de revista
 2.2.1.1. Pressupostos extrínsecos
a) regularidade formal: a petição deverá ser acompanhada das razões e demonstrações de preenchimento dos pressupostos de admissibilidade e por força da Súmula 245, não poderá ser apresentado pela própria parte, mas somente por advogado.
b) depósito recursal: obrigatório, o dobro do recurso ordinário, limitado ao teto da condenação;
c) demonstração obrigatória de ser uma das hipóteses previstas nas alíneas “a”, “b” ou “c” do art. 896: necessariamente, deverá ser interposto somente em uma dessas hipóteses.
d) acórdão do TRT: somente cabível contra acórdão do TRT proferido em dissídio individual.
e) preencher os requisitos do art. 896 §1º-A: trata da realização do prequestionamento e sua demonstração.
O prequestionamento, que antes era exigido apenas por imposição jurisprudencial, agora é previsto em lei e deverá ser demonstrado pelo recorrente de forma expressa, como se vê do art. supra transcrito.
O não atendimento das alíneas acarretará o não conhecimento do recurso e o TST já ratificou a matéria mediante súmula:
SUM-422 RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO (redação alterada, com inserção dos itens I, II e III) - Res. 199/2015, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.06.2015. 
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida. 
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática. 
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.
2.2.1.2. Pressupostos intrínsecos
a) legitimidade: da mesma forma dos recursos, poderão interpor RR, as partes do processo, MP como fiscal ou como parte e terceiro juridicamente interessado;
b) interesse: quando a parte legítima tiver sido sucumbente em parte ou totalmente, ou ainda quando não obteve tudo o que queria noprocesso;
c) prequestionamento: significa o debate das teses jurídicas aventadas no processo. Deverá o julgador enfrentar toda a matéria posta no processo, dizendo-se que a matéria está prequestionada quando a decisão aprecia expressamente a matéria questionada pelas partes.
Sobre o prequestionamento, o TST indicou os EDs como recurso cabível para tal finalidade:
SUM-297 PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. 
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. 
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração
O inciso III da Súmula acima apontada traz o prequestionamento tácito ou ficto, pois uma vez alegado pela parte o prequestionamento através de EDs e o Tribunal ainda que não entenda ser importante se pronunciar acerca do assunto, se considerará prequestionado o assunto. Tal espécie de prequestionamento foi também trazido no novo CPC, no art. 1025.
Ocorrerá a dispensa do prequestionamento quando a violação tiver ocorrido na própria decisão recorrida. OJ 119 da SDI – I do TST e ainda quando houver teses explícita sobre a matéria prequestionada, não havendo apenas o dispositivo lega OJ 118 do TST. 
 
d) Vedação de reexames e provas: difícil dissociação dos fatos à ofensa de dispositivos, pois o direito do trabalho é um direito essencialmente de fatos. 
 
Vejamos a jurisprudência:
TST - EMBARGOS DECLARATORIOS RECURSO DE REVISTA E-ED-RR 9951800902006509 9951800-90.2006.5.09.0004 (TST)
Data de publicação: 02/03/2012
Ementa: RECURSO DE EMBARGOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DE DOENÇA OCUPACIONAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. SÚMULA 126 /TST. RECURSO DE REVISTA NÃO CONHECIDO. ÓBICE PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE TESE DA C. TURMA. A c. Turma não adentra no exame do tema, tão somente mantendo a decisão do eg. TRT que entendeu razoável o valor arbitrado à indenização por danos morais, aplicando a Súmula 126/TST. Nesse sentido, a ausência de tese da c. Turma sobre o tema torna inviável a análise da divergência jurisprudencial trazida a confronto. Recurso de revista não conhecido
2.2.2 Hipóteses de cabimento
a) Divergência jurisprudencial em Lei federal
Pelo art. 896, “a’, se poderá ajuizar recurso de revista, quando a decisão proferida pelos TRTs, houver sido dissidente em relação a outras decisões sobre a mesma matéria por outros TRTs ou contrariarem Súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante. 
A referida divergência deverá ser de interpretação da lei e não poderá ser objeto do RR por essa alínea, se a divergência se der entre turmas de um mesmo TRT.
A Lei nº 13.015/14 fixou hipótese de cabimento de RR por violação à Súmula vinculante do STF, que tem por objetivo restringir o manejamento de recurso extraordinário para o STF quando houver questão constitucional discutida em decisão do TST.
A Súmula 296 do TST tem o seguinte texto:
SUM-296 RECURSO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. ESPECIFICIDADE (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 37 da SBDI-I) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 
I - A divergência jurisprudencial ensejadora da admissibilidade, do prosseguimento e do conhecimento do recurso há de ser específica, revelando a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal, embora idênticos os fatos que as ensejaram. (ex-Súmula nº 296 - Res. 6/1989, DJ 19.04.1989)
II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo revisional, conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso
A prova do dissenso da jurisprudência passou a poder ser comprovado extraído de repositório oficial da internet, desde que o recorrente transcreva o trecho, aponte o sítio de onde foi extraído, decline o número do processo, órgão prolator do acórdão e data da respectiva publicação no DEJT (Súmula 337, IV do TST), que antes deveria ser juntada a certidão de julgamento ou cópia do acórdão paradigma.
Divergência jurisprudencial (interpretação de lei estadual, CCT, ACT, sentença normativa ou regulamento da empresa)
Será cabível o RR também quando houver divergência jurisprudencial na interpretação dos institutos normativos acima citados, entre TRTs, entre TRT e seção de dissídio individual do TST.
A OJ nº 147 da SDI-I do TST, dispõe que:
OJ-SDI1-147 LEI ESTADUAL, NORMA COLETIVA OU NORMA REGULAMENTAR. CONHECIMENTO INDEVIDO DO RECURSO DE REVISTA POR DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL (nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial nº 309 da SBDI-I) - DJ 20.04.2005 
I - É inadmissível o recurso de revista fundado tão-somente em divergência jurisprudencial, se a parte não comprovar que a lei estadual, a norma coletiva ou o regulamento da empresa extrapolam o âmbito do TRT prolator da decisão recorrida. (ex-OJ nº 309 da SBDI-I - inserida em 11.08.2003) 
II - É imprescindível a argüição de afronta ao art. 896 da CLT para o conhecimento de embargos interpostos em face de acórdão de Turma que conhece indevidamente de recurso de revista, por divergência jurisprudencial, quanto a tema regulado por lei estadual, norma coletiva ou norma regulamentar de âmbito restrito ao Regional prolator da decisão. 
Violação literal a dispositivo de lei ou Constituição Federal
Será ainda cabível o RR quando o Acórdão do TRT violar dispositivo de Lei Federal ou da CF/88, podendo-se dizer que essa violação literal se dá quando, por exemplo, a lei autoriza quando ela nega e vice-versa.
Pela Súmula 221 do TST, deve-se indicar expressamente o dispositivo violado e demonstrar sua violação no caso concreto. Em setembro de 2012, o TST cancelou entendimento de súmula (221,II) que dizia que a interpretação razoável não daria ensejo ao conhecimento de RR, permitindo, então, em tese, uma amaior abrangência no conhecimento do referido recurso.
c.1.) Violação a princípios constitucionais
Há controvérsia na doutrina e jurisprudência acerca de se poder admitir recurso de revista por violação a princípio constitucional, vez que não há qualquer alínea no art. 896 que permita tal conhecimento de RR.
O princípios constitucionais por vezes, não vem previstos na literalidade do texto constitucional, mas a maior parte da doutrina entende que ferir um princípio constitucional, é ferir todo o ordenamento jurídico, defendendo o RR nessa possibilidade.
2.2.3. Execução de sentença
Dispõe o §2º do art. 896 que das decisões preferidas pelos TRTs ou por suas turmas em execução de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiros, não caberá RR salvo em hipótese de ofensa direta e literal de norma da CF, ou seja, em fase de execução, somente na hipótese dessas ofensas.
A Súmula 266 do TST traz que:
SUM-266 RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE. EXECUÇÃO DE SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A admissibilidade do recurso de revista interposto de acórdão proferido em agravo de petição, na liquidação de sentença ou em processo incidente na execução, inclusive os embargos de terceiro, depende de demonstração inequívoca de violência direta à Constituição Federal.
Ainda pela leitura do art. 896, § 10, se vê que é passível de RR, acórdão que verse sobre execução fiscal por multas aplicadas aos empregadores por órgãos de fiscalização do trabalho.
O RR só será conhecido quando for interposto por divergência jurisprudencial que não ultrapassada ou já decidida pelo TST ou STF (art. 896, §7º) e por força do art. 896, § 11, em havendo vício não grave, poderá o TRT sana-lo, concedendo 5 dias à parte para sana-lo ou complementada a documentação exigível.
Porfim, da decisão denegatória do RR, caberá agravo no prazo de 8 dias.
2.2.4. Recurso de revista no rito sumaríssimo
O Art. 896 dispõe que:
§ 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal
Tema a finalidade de imprimir maior celeridade e propiciar maior efetividade aos processos trabalhistas.
Vale lembrar a Sumula 442 do TST:
SUM-442 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, § 6º, DA CLT, ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000 (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 352 da SBDI-I) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.
2.2.5. Transcendência no Recurso de revista
 A transcendência, está prevista no art. 896-A, como se vê:
Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.        (Incluído pela Medida Provisória nº 2.226, de 4.9.2001)
Diante da enorme quantidade de recursos de revista que chegam no TST, o requisito da transcendência passa a ser um valioso instrumento a diminuir e ajudar os julgadores a acelerar o julgamento dos mesmos.
Há a crítica que afetaria o acesso à justiça, especialmente por se tratar de análise subjetiva, mas temos que ter em mente que já se trata de recurso técnico com vários pressupostos a serem reconhecidos previamente. 
A transcendência funciona como um filtro a fim de impedir que sejam admitidos recursos de revista que não tenham repercussão para a coletividade. Ainda será discutida se poderá funcionar como uma prejudicial de mérito ou como o mérito do próprio recurso, mas o fato é que necessitava de legislação para regulamentar e a reforma trabalhista irá alterar o texto celetário.
A CLT versava sobre o assunto da forma como foi transcrita acima, do art. 896-A, mas com a reforma trabalhista, Lei nº 13.467/17:
Art. 896-A
§ 1o  São indicadores de transcendência, entre outros:
I - econômica, o elevado valor da causa;
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado;
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista.
§ 2o  Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado.
§ 3o  Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
§ 4o  Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
§ 5o  É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria.
§ 6o  O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas
2.2.6. Efeitos do recurso de revista
 2.2.6.1. Efeito devolutivo
O recurso de revista será recebido apenas no efeito devolutivo, sendo objeto pelo TST somente as matérias nele carreadas.
Art. 896 da CLT:
         § 1o O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou denegá-lo
Há uma discussão na doutrina acerca da matéria de ordem a pública, se poderá a vir a ser objeto somente do RR, tendo em vista que poderá ser arguída a qualquer tempo, porém o TST já se pronunciou:
OJ-SDI1-62 PREQUESTIONAMENTO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE EM APELO DE NATUREZA EXTRAORDINÁRIA. NECESSIDADE, AINDA QUE SE TRATE DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA (republicada em decorrência de erro material) - DEJT divulgado em 23, 24 e 25.11.2010 
É necessário o prequestionamento como pressuposto de admissibilidade em recurso de natureza extraordinária, ainda que se trate de incompetência absoluta.
Assim, ainda que seja matéria de ordem pública, se for arguída somente no RR, ensejará o não conhecimento do recurso, vez que deverá ter havido o necessário prequestionamento.
2.2.6.2. Efeito suspensivo
O RR., como deverá ser recebido apenas no efeito devolutivo, não será recebido no efeito suspensivo a menos que seja realizado pedido ao Tribunal para tal fim.
Súmula nº 414, I do TST:
SUM-414 MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017, DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015.
Assim, vale ver o que preceitua o referido artigo do CPC:
Art. 1.029.  O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
§ 5o O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;                   
Por não ter matéria específica tratando do assunto, se aplica ao processo do trabalho por força do art. 769 da CLT.
2.2.7. Uniformização da Jurisprudência dos TRTs
A uniformização da jurisprudência, prevista no art. 896 §§ 3º, 4º, 5º e 6º, estará revogada pela Lei nº 13.467/17 que trata da reforma trabalhista e revogou tais artigos.
2.2.8. Incidente de solução de demandas repetitivas no TST
 Diz o art. 896-C:
Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal.        (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores, afetará um ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento pela Seção Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos repetitivos.         (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)
§ 2o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que

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