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Resumo do Livro de Miguel Reale- Lições Preliminares de Direito

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Capítulo IV
O MUNDO ÉTICO
As normas éticas não envolvem apenas juízos de valor sobre os 
comportamentos humanos, mas também, implicam no reconhecimento da 
obrigatoriedade de um comportamento, é o que caracterizamos como imperatividade 
do Direito, sendo assim, toda norma enuncia um comportamento que deve ser 
obrigatório, é um juízo de valor imperativo. Juízo de valor é todo caráter que nós 
atribuímos a determinada coisa. Bom, no caso do Direito, o juizo de valor ocorre 
quando o legislador decide como um homem deve agir ou não agir, prevendo uma ou 
mais consequências caso não exista obediência à norma.
Entende-se assim que, as normas éticas não são necessariamente normas de 
ordem, é um dever suscetível da decisão do homem de seguir ou não, isto é, as 
normas éticas se caracterizam pela possibilidade de sua violação, elas não excluem a 
liberdade do indivíduo, pressupõe-se que este terá discernimento suficiente para não 
infrigir a norma, porém, prevê-se ainda o que acarreta o descumprimento dela.
A norma é configurada como uma delimitação do agir, uma regra proveniente 
da necessidade de uma boa convivência entre os homens, por meio daquilo que 
devemos ou não fazer. 
A Ética pode ser vista de diferentes prismas, sob diferentes valores, quando 
ocorre um desmedido apego à um determinado valor sobre o outro, cria-se o que 
chamamos de aberrações éticas. Esses valores podem ser:
• BELO – são os valores estéticos, são feitos por homens que dão demasiada 
importância à realização do que é bonito, é o caso dos artistas, dos poetas.
• ÚTIL – são os valores econômicos sobre o que cada homem necessita para 
viver bem, é o chamado “útil-vital”, torna-se materialismo quando excede-se a 
importância dada a este valor.
• SANTO – são os valores religiosos, que podem ser demasiadamente utilizados 
para nortear a vida de homens que só vivem do valor sacro.
• AMOR – são os valores que estabelecem uma relação emocional entre dois 
seres.
• PODER – são os valores que organizam uma sociedade, os valores do Estado,
quando prevalecem sobre os demais valores criam-se os chamados Estados 
Totalitários.
• BEM INDIVIDUAL – conduta realizada em função da intencionalidade do 
indivíduo, a Ética vista desse ângulo é chamada de Moral.
• BEM COMUM - são os valores dentro das relações intersubjetivas, valores da 
coletividade, expressados na Moral Social e no Direito.
Capítulo V
DIREITO E MORAL
Pode-se dizer que Moral é uma conduta espontâneta de cada homem, isto é, 
vem de dentro dele a intencionalidade de agir corretamente, o Prof. Miguel Reale diz 
que, o Direito é uma moral obrigatória, ou seja, o “agir corretamente” ao invés de vir de
uma intencionalidade do próprio indivíduo, provém de circunstâncias exteriores à sua 
vontade.
Diz ainda que o Direito possui o chamado “mínimo ético”, que consiste em dizer
que o Direito tem apenas a moral suficente necessária à sociedade para que possa 
sobreviver sem grandes conflitos, assim sendo, o Direito não se ve separado da Moral 
e sim como uma grande parte dela.
Bom, dizendo que a Moral do Direito é obrigatória e alheia a vontade do 
indivíduo, requer-se uma obediência às regras sociais que essa Moral estabelece. O 
professor ainda salienta que a Mora só é autêntica quando o respeito à essa regra 
resulta de um “movimento espiritual espontâneo”, sendo assim não se pode conceber 
o ato de Moral como sendo algo forçado. Ninguém pode ser bom pela violência.
Nesse ponto o professor expõe uma distinção entre Direito e Moral, enquanto o
primeiro é coercitivo, o último não é passível de coerção, partindo desse pressuposto, 
enquanto a Moral é o ato de bondade espontâneo o Direito é a ordenação coercitiva 
da boa conduta humana, estando aí a principal diferença entre ambos. 
Como já foi citado anteriormente, existe um caráter de “alheiedade” do 
indivíduo no Direito, isso é o que chamamos de Heteronomia, o Direito é heterônomo 
visto que é posto por terceiros o que somos obrigados a cumprir, além disso, a Moral 
se distingue do Direito num elemento chamado bilateralidade atributiva, que nada mais
é do que o fato de que o Direito só existe quando duas ou mais pessoas se relacionam
de maneira objetiva, o que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente algo.
Historicamente Direito e Moral sempre estiveram em discussão, vários 
estudiosos tenderam a estudar ambos os conceitos como independentes e sempre 
com distinções, no mundo moderno, grandes pensadores entenderam Direito e Moral 
como conceitos que se complementam e não apenas como estudos antagônicos. 
Porém, o que existe até hoje é um conflito com as normas de trato social, que são as 
regras seguidas pela sociedade por força de costume, o que as coloca em numa 
situação intermediária entre Direito e Moral. Essas normas compartilham da 
espontaneidade da Moral e também da sua incoercibilidade, isto é, ninguém pode ser 
obrigado, por exemplo, a cumprimentar um amigo ou conhecido, é uma de trato social 
que foi se adquirindo pelo costume, porém essa norma conicide com a heteronomia do
Direito, já que provém de forças externas e alheias a vontade do indivíduo, é apenas 
uma questão de adequação. São bilaterais como a Moral, mas não adquirem a 
característica de atributividade, já que ninguém pode exigir um cumprimento 
respeitável de outra pessoa, a atributividade só surge quando o costume se torna fonte
de norma jurídica, a chamada norma consuetudinária ou quando o ato de 
cumprimentar alguém torna-se obrigação jurídica

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