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Portfólio Tec a serviço da ed inclusiva

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ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO | NÚCLEO DE PRÁTICAS | PORTFÓLIO 
TECNOLOGIA A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Por Carla Beneli, 1813268
Polo PAP Assis
03/09/2017
Fonte: Site Educarja
A tecnologia na educação inclusiva é uma realidade em diversas escolas pelo país, possibilitando que muitos alunos que possuam alguma deficiência encontrem nessas ferramentas um auxílio no processo de aprendizagem, com apoio dos professores no âmbito escolar. No Decreto nº 5.296 de 2004, temos reunidas as normas tanto no atendimento, quanto os critérios para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência. Com base nisso, a professora Beatriz do 5º Ano, integrou a tecnologia em suas aulas para contribuir para o ensino dos alunos Joaquim e Laura, com dez e nove anos respectivamente, deficientes auditivos, na escola Luz do Amanhã, no interior do Estado de São Paulo, na cidade de Assis, com o aplicativo Hand Talk que traduz gêneros textuais em Libras, ampliando as abordagens educacionais. 
Segundo a Professora Dra. Elvira Bezerra Pessoa, “percebe-se que a educação inclusiva (...) ainda apresenta um caminho à percorrer de conquistas, pois as escolas regulares praticamente não tem professores especializados em Libras para receber estes alunos. No tocante a pessoa surda, à documentação legal específica que reconhece e impõe a divulgação da forma de comunicação deste no meio social, atribui os profissionais da educação a estarem atualizados, é destacado como um ganho no reconhecimento da identidade da pessoa surda”, desta maneira, a professora contribuiria não apenas na evolução educacional, mas em aspectos estruturais da vida da criança com deficiência e seu aprimoramento profissional.
Antes da aplicação efetiva do aplicativo em sala de aula, algumas medidas tiveram de ser estabelecidas, iniciando pela fase de treinamento por parte da professora para o uso correto, em seguida estabelecer a metodologia que guiaria esta inserção tecnológica, estando de acordo com a Política Nacional de Educação Inclusiva, para assim aplicar no dia a dia escolar. Segundo a Folha Vitória, que realizou uma pesquisa entorno dos “recursos tecnológicos que promovem a inclusão”, apontou o aplicativo Hand Talk como o Melhor Aplicativo Social do Mundo em 2013 reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de “um tradutor de texto e áudio em Libras, onde todo o texto digitado ou falado é interpretado por um personagem”, dessa forma o aluno com deficiência terá uma compreensão em tempo hábil em meio às atividades.
Ao partir da ideia de que a tecnologia é importante e que esta parte do conhecimento prévio do aluno, pois uma grande parte deles já nasce inserida nessa realidade, manuseando celulares, computadores dentre outros, a inclusão do aplicativo por parte da professora Beatriz terá um suporte importante: a habilidade que esta criança já possui, tornando o exercício mais motivador, tornando o aprendizado mais agradável. 
O método escolhido para a utilização do recurso foi estabelecido do seguinte modo: a professora, ao passar o texto na lousa, numa aula de Língua Portuguesa, faz todas as explicações necessárias, aponta as atividades acerca do texto e enquanto desenvolve a atividade, ela encaminha os alunos Joaquim e Lara para a sala de informática, coloca o texto no Hand Talk e realiza a conversão deste para Libras, em que o personagem do aplicativo transmite as informações para eles. Dessa forma, não são necessárias atividades distintas para cada aluno, mas o aprendizado é colocado igualmente, mas atendendo as particularidades de cada criança.
Para que esta situação transcorresse de forma tranqüila, a professora teve uma conversa com os demais alunos para que eles compreendessem os alunos com necessidades específicas, o que auxiliou para uma boa interação entre todos da sala. Percebemos que esta atitude contribuiu até para o desenvolvimento social dos alunos que não tinham deficiência. Enquanto que para os Joaquim e Laura, pode ser notada uma melhor evolução no processo educacional, assimilando melhor os conteúdos selecionados pela professora. 
No tocante da educação inclusiva, a pesquisadora e jornalista Taíza Torres aponta que esta “foi criada para dar a todas as crianças e adolescentes o direito de estudar e fazer parte do sistema regular do ensino. O objetivo não é tratar todos como iguais, mas mostrar que as pessoas são diferentes e que isso precisa ser respeitado. Estudos já mostraram que crianças que convivem com as diferenças crescem e se tornam adultos mais tolerantes e menos preconceituosos”. Ao se proporcionar um conhecimento com as mesmas atividades, apesar de métodos distintos, podemos perceber no caso da professora Beatriz e sua sala, que os alunos, estão na mesma trilha do conhecimento, aprendendo todos os conteúdos em conjunto, auxiliando nas relações sociais entre eles, fomentando o respeito.
A maior vantagem de utilizar recursos metodológicos como o Hand Talk, estaria na questão de não apenas passar o conhecimento para os alunos com deficiência visual, mas dar a oportunidade destes construírem o seu próprio conhecimento, permitindo maior autonomia até em momentos de leitura de livros, em que todos os alunos podem ser colocados na mesma sala. Enquanto o aplicativo transmite a história, os demais escutam a narração da professora. Beatriz com o apoio da escola buscou uma maior integralização dos deficientes com os outros alunos, desmistificando preconceitos e harmonizando o convívio escolar, que além de ajudar no ensino, também afeta a empatia, respeito e senso de amizade entre as crianças.

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