Buscar

Casos Concretos Penal II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Caso Concreto 01
CARLOS, funcionário público de um determinado Ente Federativo, auxiliado por seu irmão SÉRGIO, vendedor autônomo, no dia 14 de janeiro de 2016, apropriou-se, em proveito de ambos, de alguns Notebooks pertencentes à repartição pública em que se achava lotado, os quais eram utilizados, diariamente, para a realização de suas tarefas administrativas. Levado o fato ao conhecimento da autoridade policial, instaurou-se o competente inquérito, restando indiciados CARLOS e SÉRGIO, sendo o primeiro como incurso no art. 312, caput, e o segundo no art. 168, ambos do Código Penal. Pergunta-se: Está correta tal classificação?
Não. No caso, há um concurso de pessoas, Carlos e Sergio, praticando o crime próprio de peculato, essa conclusão se coaduna com a regra traçada pelo art. 30 do código penal por ser a condição de funcionário público elementar do peculato, comunica-se a quem participa do crime, desde que dele tenha conhecimento.
Caso Concreto 02
“SÃO PAULO - Uma farmácia foi assaltada quatro vezes pelo mesmo ladrão em São Carlos, a 229 km da capital paulista. Nesta quinta-feira, ele foi preso. As câmeras de segurança da farmácia gravaram a ação. O vídeo mostra o assaltante chegando à farmácia e pedindo um xarope à atendente. Em seguida, ele anuncia o assalto com uma faca e pede todo o dinheiro no caixa. Ele fez dois assaltos seguidos à farmácia: na manhã de quarta-feira e nesta quinta-feira. O cara virou meu sócio. Todo dia ele vem sangrar meu caixa. Eu não aguento mais - desabafou o dono da farmácia, Paulo César Castilho. Atos Henrique Pinto, de 26 anos, acabou preso. ” (Fonte: Jornal O Globo, 08/04/2011). Analisando a reportagem acima, podemos dizer que Atos responderá pelos crimes de roubo, em qual modalidade de concurso de crimes? Explique, inclusive se haverá exasperação ou cumulação das penas.
Crime continuado, quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, e pelas condições lugar, maneira de execução e outras semelhantes. De acordo com o art. 71 do CP, aplica-se a pena de um só dos crimes, em exasperação.
Caso Concreto 03
O Juiz da Décima Vara Criminal da Comarca da Capital do RJ condenou ANACLETO a uma pena privativa de liberdade que foi substituída por uma pena restritiva de direitos de perda do seu automóvel Gol, ano 2010 (CP, art. 43, II), que fazia parte de seu considerável acervo patrimonial. Em fase de Execução da Pena, ANACLETO vem a falecer, ocasião em que o Estado vem a se habilitar em seu inventário judicial. Em defesa, ANATÉRCIA, viúva de ANACLETO, sustentou a inconstitucionalidade da referida atividade estatal trazendo como fundamento constitucional que a pena estaria passando da pessoa do condenado. Considerando a situação hipotética, indaga-se se assiste razão à defesa de ANATÉRCIA e qual(is) o(s) princípio(s) a ser(em) invocado(s) ?
Não houve violação a qualquer preceito constitucional uma vez que a perda de bens está dentro do limite do espólio (patrimônio já transitada em julgada). A garantia constitucional de que a pena não passa da pessoa é para vedar a substituição do agente passivo da condenação, ou seja, que o condenado transmita as consequências da condenação a 3° pessoa. No caso em pauta, não há qualquer violação a norma constitucional, uma vez que o objeto “perdido” na condenação é de propriedade exclusiva do condenado. O que não se pode admitir é a incidência dos efeitos da condenação sobre pessoas diferentes do condenado. 
Caso Concreto 04
JONATAS, 28 anos, aproveitando-se do caos que se instalou no Estado do Espírito Santo, por conta da manifestação de greve da polícia militar, subtraiu de uma grande estabelecimento empresarial varejista, na cidade de Vitória, uma televisão de 40 polegadas. Sua atividade ilícita foi filmada por câmeras da Prefeitura e passada em Programa Jornalístico de grande audiência nacional. O jovem, envergonhado perante seus familiares, deliberadamente no dia seguinte devolve a res furtiva, sendo processado criminalmente pelo seu ato. O Juiz, no momento da aplicação da penal criminal, entendendo que ao caso concreto nenhuma pena seria necessária ao réu, considerando a vergonha que este passou, deixou de aplicar a pena tendo em vista que o CP, no seu art. 59 preconiza que o juiz estabelecerá conforme seja “necessário” e “suficiente” para reprovação e prevenção do crime. Considerando o caso acima, aponte, fundamentadamente, a legalidade da decisão judicial.
Corrente doutrinária majoritária entende que o juiz não poderá conceder o perdão judicial por 2 motivos: 1º o perdão judicial é causa extintiva de punibilidade que só pode ser aplicada quando houver expressa disposição em lei (o que não está prevista na hipótese de furto); 2º a pena prevista em lei é de aplicação obrigatória ao condenado de acordo com o princípio da inderrogabilidade (o juiz não pode se eximir de prestar jurisdição). Além do mais, em favor do réu, Jonatas, poderia ser alegado o arrependimento posterior (voluntário) previsto no art.16 do CP, o que lhe beneficiaria em minorante reduzindo a pena para aquém do mínimo legal.
Caso Concreto 05
ANACLETO SOARES subtraiu para si coisa alheia móvel mediante violência contra a pessoa. Por se tratar de réu primário, com bons antecedentes, maior de dezoito e menor de 21 anos, o juiz, atento aos ditames do art. 59, do Código Penal, fixou a pena-base no mínimo legal (quatro anos de reclusão), desconsiderando, no cálculo da pena intermediária, a atenuante da menoridade prevista no art. 65, do Código Penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda de forma objetiva e fundamentada se o magistrado agiu corretamente de acordo com a jurisprudência majoritária.
Sim, o Juiz não pode deixar a pena menor que o mínimo legal, de acordo com a Súmula 231 STJ “A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal”.
Caso Concreto 06
Carlos foi condenado pelas práticas de lesão corporal grave (art. 129, §2º, I, do CP), à pena de 02 anos de reclusão, e furto simples (art. 155, do CP), às penas de 01 ano de reclusão e 10 D.M., em concurso material. Há possibilidade de fazer incidir pena alternativa em qualquer das condenações? Qual o regime prisional a ser fixado, considerando que Carlos é primário, de bons antecedentes e menor de 21 anos? Fundamente (XLII Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do Estado do Rio de Janeiro).
Não poderá ocorrer a substituição da pena prevista de leberdade por restritiva de 
direito, no crime de lesão corporal, pois, o Art. 44 C.P. veda a substituição quando ocorre 
violência ou grave ameaça contra pessoa. Contudo, no caso de crime de furto simples, Carlos 
preenche os requisitos objetivos e subjetivos do Art. 44 C.P.
Não poderá ocorrer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, no crime de lesão corporal, pois, o art. 44 CP, veda a substituição quando ocorre violência ou grave ameaça contra a pessoa, contudo, no caso de crime de furto simples, Carlos preenche os requisitos objetivos do art. 44 do CP. O regime de cumprimento de pena será o aberto, que demonstra ser suficiente para reprimir a conduta criminosa de Carlos e atende aos preceitos da teoria da pena.
Caso Concreto 07
Jonas foi condenado às penas do art. 302 da Lei 9503/97 (CTB), em concurso formal próprio, por ter atropelado, na direção de veículo automotor, cinco pessoas que estavam paradas num ponto de ônibus. Considerando que Jonas já possuía em suas anotações criminais condenação transitada em julgado por crime de Latrocínio na forma tentada, cuja pena fora totalmente cumprida há dois anos, o juiz que o condenou pelos novos crimes cometidos, não substituiu sua pena privativa de liberdade definitiva por restritiva de direitos sob a fundamentação de se tratar de réu reincidente. Considerando o caso hipotético, analise a decisão do magistrado quanto ao seu fundamento.
A decisão judicial que negou ao condenado a substituição da pena de prisãopor restritiva de direito foi equivocada porque a lei só impede a substituição ao reincidente em crime doloso e ainda se a reincidência tenha se operado pela pratica do mesmo crime, o que não é o caso.
Caso Concreto 09
João Inácio, 27 anos, mora com seu tio, Franklin Galvão, 63 anos, há exatos três anos. A Residência em que se dá a referida coabitação é situada numa área nobre da cidade do Rio de Janeiro. Em viagem de férias, pelo sul da Bahia, neste último verão, junto com seu referido sobrinho, Franklin Galvão sentiu falta de seu relógio de ouro. Chegando ao Rio de Janeiro, João Inácio, mostrando-se arrependido, confessou a um amigo seu que foi ele quem subtraiu o relógio de seu tio objetivando o vender para comprar drogas, fato este que realmente aconteceu no âmbito de seu passeio pelo sul da Bahia. O amigo de João Inácio, advogado criminalista, sugeriu-lhe contar todo o ocorrido ao seu tio, mostrando seu real arrependimento, até porque se trata de fato penal que desafia ação penal pública condicionada à representação. Considerando o caso acima, indaga-se se assiste razão ao advogado amigo de João Inácio. Responda fundamentadamente.
Assiste razão ao advogado. A previsão legal da necessidade de representação decorre do fato de os crimes de ação penal pública condicionada afetarem mais o interesse privado do que o interesse público, que então fica em segundo plano. O art. 182, III, do CP autoriza que o crime de furto seja processado mediante ação penal pública condicionada à representação, se é cometido em prejuízo de tio ou sobrinho com quem o agente coabita. Não importa onde ocorreu o crime.
Caso Concreto 10
Condenado pela prática do crime de furto por 2 anos e 7 meses, JOÃO, que já possui uma condenação pelo crime de lesão corporal culposa, com extinção da pena pelo seu cumprimento há dez anos, vinha cumprindo sua nova pena em regime semiaberto, quando regrediu de regime pelo cometimento de falta grave. Passado o cumprimento de mais de um terço de sua pena, JOÃO requereu seu livramento condicional ordinário, nos termos do CP, art. 83, I que lhe foi negado sob os seguintes fundamentos: 1) possui maus antecedentes e 2) cometimento de falta grave. Analise, fundamentadamente, as teses defensivas de JOÃO em sede da Vara de Execuções Penais, objetivando a concessão da referida medida penal.
De acordo com entendimento do STJ, ao condenado primário, portador de maus antecedentes, aplica-se o disposto no artigo 83, inciso I, do Código Penal, e a falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional (súmula 441). Sendo assim, assiste a Joao o direito de obter o livramento condicional. De acordo com entendimento do STJ, ao condenado primário, portador de maus antecedentes aplica-se o disposto no artigo 83, inciso, I, do código penal, e a falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional (súmula 442). Sendo assim, assiste a João o direito de obter o livramento condicional.
442). Sendo assim, assiste a João o direito de obter o livramento condicional.
Caso Concreto 11
João foi denunciado como incurso no art. 157, § 2º, I, do CP. Instaurado o incidente de insanidade mental, o laudo constata que o réu é portador de doença mental de natureza psicótica, e ao tempo da ação era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Esclarecem os peritos que o réu necessita de medicação antipsicótica, devendo manter-se sob acompanhamento e tratamento psiquiátrico ambulatorial, não havendo necessidade de internação em hospital de custódia e tratamento. A prova produzida demonstra a autoria. Em alegações finais, o Ministério Público requer a absolvição, face a inimputabilidade, com a imposição da medida de segurança de internação, pois o crime praticado é punido com reclusão, a periculosidade é presumida, e o art. 97, do CP, constitui norma cogente. De acordo com os estudos em sala de aula, o que pode ser alegado em defesa de João? (Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - modificada)
Em regra, o artigo 97 determina que, se o doente mental praticou um fato típico, apenado com reclusão, deve sofrer medida de internação hospitalar e se praticou um fato apenado com detenção, deve sofrer medida de tratamento ambulatorial, no entanto de acordo com a tendência jurisprudencial, a depender do caso concreto, é possível o juiz aplicar a medida de segurança ao réu que seja recomendada pelo laudo psiquiátrico, mesmo que não obedeça a regra geral prevista no artigo 97.
Caso Concreto 12
JOÃO MARIA, pai de ANATÉRCIA, SEMPRÔNEA e CAIO, todos menores impúberes, foi condenado por estupro de vulnerável, afigurando-se como vítima, sua filha ANATÉRCIA. Na sentença condenatória o Juiz o julgou incapaz de exercer o poder familiar. Passado o período legal após o cumprimento da respectiva pena, JOÃO MARIA conseguiu sua reabilitação e dois meses depois está sendo acusado pelo crime de furto simples. Diante da situação narrada, pergunta-se: JOÃO MARIA voltará a exercer o poder familiar sobre seu(s) filho(s) em decorrência da reabilitação a ele concedida?
Não. Embora João e Maria tenham cumprido todos os requisitos, se for condenado por decisão definitiva pelo crime de furto, será reincidente, e, a menos que a pena a cumprir seja a de multa, terá sua reabilitação revogada, e como consequência, a incapacidade para o exercício do poder familiar. É o que consta no artigo 95 do CP.
Caso Concreto 13
PEDRO e CALVINO têm em comum o benefício da extinção da punibilidade em relação as suas pretéritas condenações transitadas em julgado. O primeiro foi beneficiado pela Anistia, enquanto o segundo pelo Indulto. Consultando os processos do Tribunal de Justiça, depreende-se que essas duas pessoas possuem novas condenações, assim observadas: PEDRO foi condenado por Tráfico de Drogas (Lei 11343/2006), enquanto que CALVINO foi condenado por Latrocínio consumado. Diante do caso acima narrado, indaga-se: PEDRO e CALVINO são considerados reincidentes? Resposta justificada.
Calvino é reincidente pois o indulto é causa extintiva de punibilidade que ocorre após a condenação, assim permanecem os efeitos secundários da condenação, dentre eles a reincidência. Quanto a Pedro no que se refere a anistia como ela promove a exclusão do crime imputável ao agente ela faz desaparecer todos os seus efeitos penais, sendo o principal delas a inclusão do nome do rol dos culpados sendo assim ele será considerado primário.
Caso Concreto 14
JOÃO subtraiu uma bicicleta e por este fato está sendo processado criminalmente pelo crime de Furto Simples (CP, art. 155). Ao final da instrução criminal JOÃO restou condenado à pena de um ano, tendo sua pena privativa de liberdade substituída por uma restritiva de direitos. A defesa recorre pedindo sua absolvição tendo a sentença transitado em julgado para o Ministério Público. Considerando o caso narrado, quanto tempo o Estado possui para publicar o acórdão evitando a prescrição? Esclarecendo, em tese, qual tipo de prescrição.´
O Estado possui 4 anos para publicar o acórdão, conforme o art. 109, inciso V, CP. Prescrição superveniente.
Caso Concreto 15
Reza o CP, art. 114, I que quando a pena de Multa foi a única cominada ou aplicada, o prazo prescricional é de dois anos. No entanto, conforme disposto no inciso II do indigitado artigo, caso a pena de Multa for alternativa ou cumulativa cominada ou cumulativamente aplicada com pena privativa de liberdade, a prescrição da multa ocorrerá no mesmo prazo estabelecido por aquela pena mais grave. ADALBERTO foi condenado a uma pena de um ano pelo crime de furto, que foi substituída por uma restritiva de direitos, pena esta que foi cumulada com uma pena de multa. Passados dois anos da publicação da sentença condenatória recorrível, o Tribunal ainda não decidiu sobre o único recurso que foi interposto pela defesa, que após este lapso temporal sustenta a ocorrência da prescrição, uma vez que a pena de Multa não foi cumulada com uma pena privativa de liberdade,mas com uma pena restritiva de direitos, razão pela qual, o referido prazo prescricional opera-se em dois anos e não em quatro. Pergunta-se: assiste razão à tese defensiva?
Não assiste razão à tese defensiva, posto que segundo o parágrafo único do art. 109 CP devem ser aplicadas às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade, a pena é de um ano e baseado no inciso V do mesmo artigo, o prazo prescricional é de 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1 (um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois) anos. Podemos perceber que se trata de prescrição de pretensão executória, visto que ocorre depois de transitar em julgado sentença final condenatória.

Continue navegando