Buscar

AULA 6 CONTEUDO,METODOLOGIA E PRATICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 6
É importante iniciar esta aula dizendo que todos nós, falantes da língua portuguesa no Brasil, possuímos diferenças na fala e, em algumas situações, até mesmo na escrita, em decorrência das questões geográficas, sociais, históricas, de grupos e familiares que irão determinar um estilo, um perfil no modo de falar de cada membro. Desse modo, cada brasileiro fala do jeito próprio da região onde vive, a nossa Língua Portuguesa é composta por vários dialetos.
Entende-se por dialeto não apenas as variações de pronúncia, vocabulário e gramática, pertencentes a uma determinada língua, mas também, as variedades regionais originadas das diferenças de região ou território, de faixas etárias, de sexo, de aspectos sociais, históricos e, também, estilísticas.
Devemos considerar estas diferenças dialetais com o objetivo de não apenas buscar entender e aprender tais peculiaridades de cada grupo ou região, mas também, assumir uma postura de respeito e permitir que cada indivíduo fale do modo que é próprio ao grupo que pertence sem que a comunicação torne-se prejudicada pelo preconceito do interlocutor. O que deve ser considerado em questão é o valor da transmissão da informação e da compreensão desta no contexto estabelecido.
Um aspecto que também devemos mencionar com relação ao dialeto é referente ao estilo, ou a questão estilística que é determinada pelo contexto de uso da língua. Quanto maior o conhecimento ou domínio da língua, a produção do falante pode ser de modo coloquial ou formal conforme o ambiente inserido.
----Por exemplo, em situações familiares ou em grupos de amigos, a linguagem coloquial seria a mais oportuna.
----Já em grupos acadêmicos, reuniões empresariais, palestras técnicas e audiências jurídicas, por exemplo, a linguagem formal seria a mais apropriada
Logo, devemos saber que, para cada momento, para cada espaço social, a fala deve ser produzida adequadamente ao contexto de modo que o interlocutor compreenda e possa ter sentido para a situação.
Por isso, o conceito de certo, errado e diferente deve pressupor a relação do falante com os espaços sociais, regionais e os níveis formais e informais por ele inserido para que este use adequadamente a produção oral sem que estabeleça uma inadequação de sentido.
É preciso, para isso, que a escola seja o espaço da diversidade, do entendimento, do aprendizado dos diferentes modos de produção da fala em seus níveis sociais, regionais e históricos para que cada indivíduo, ao conhecer a linguagem própria de cada grupo, saiba que todos possuem uma riqueza em sua diferença e característica própria.
Assim, mais do que aprender a falar a língua portuguesa, o aluno aprenderá a ser um falante competente e habilitado a transitar oralmente em todos os grupos sociais.
Pois, como Freire já dizia, um indivíduo pode até falar “pra mim fazer”, mas cabe à escola e ao professor apresentar também o nível formal da língua oral para que, mais tarde, este, ao estar em outros grupos de maior prestígio, possa ter o domínio da fala “para eu fazer”, entendendo deste modo que a língua e a sua produção têm um caráter também político e social, sem que este mesmo falante perca as suas origens e deixe de produzir “pra mim fazer” quando estiver de volta ao seu grupo.
Para aquele que aprende a língua portuguesa, as palavras devem ter a dimensão de liberdade de escolha e adequação conforme as necessidades de que o falante tenha para suprir a sua comunicação com o interlocutor. Fazer uso da palavra de modo que caiba ao falante a sua liberdade pressupõe domínio das estruturas e diversidades para que expresse seus pensamentos, ideias, sentimentos, sensações.
Para expressar-se de forma plena com todas as palavras, o indivíduo deve ser inserido ao mundo com toda liberdade, mas também, consciência e criticidade de modo a ser coerente e ter clareza na transmissão e construção das frases e ideias.
Afinal, de acordo com Luft (1993)1, a língua “não é propriedade privada de gramáticos ou linguistas, professores, doutores ou escritores” (p.66).
Logo, o falante nativo da língua não deve ser proibido, cerceado, ou policiado no uso das palavras. Nesse sentido, a escola não pode ser um espaço de repressão na fala do aluno. Ela deve, sim, considerar que o uso da língua e o aprendizado de outros níveis da língua, sejam eles, formais ou informais, pressupõem liberdade de expressão.
Em contrapartida, com relação à escrita, nós temos regras normativas padronizadas e que devem, sim, serem respeitadas e seguidas na construção de textos diversos, pois, num país de dimensões continentais como o Brasil e com tanta diversidade regional e social, se tivéssemos diferenças nos textos escritos, teríamos muita dificuldade de compreensão das informações, principalmente, em situações formais da língua, como por exemplo:
Na verdade, ao estabelecer um padrão convencional para a escrita, não se pretendia e não devemos prever um cerceamento e controle social da língua e determinar o que é certo ou errado na fala e na escrita. Convencionou-se assim, na escrita, por uma questão de facilitar a todos os falantes uma forma de escrita que evite desentendimento, incoerência e inexatidão nas informações que se quer transmitir.
Nesse sentido, a escola tem um papel importante na definição das diferenças entre a produção oral e escrita. Ao professor cabe informar e apresentar ao aluno as diferenças entre a fala e a escrita, demonstrando que cada um pode sim produzir conforme a sua comunidade linguística na qual ele está inserido, mas que ao escrever deve saber que precisa obedecer uma regra – a da escrita – para não cometer erros de coerência e coesão que tornam o texto de difícil leitura e entendimento.

Outros materiais