Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Oncologia de Mama para Estudantes de Medicina Princípios de Radioterapia Dr. Arthur Accioly Rosa Especialista em Radioterapia Delfin Radioterapia Hospital Portugues Hospital São Rafael arthur.rosa@terra.com.br Especialidade médica que utiliza a radiação ionizante com objetivos terapêuticos Tratamento de Doenças Benignas e Malignas Quelóides, pterígio, anti-inflamatória, etc... Neoplasias (maioria das indicações) Radioterapia Conceitos Básicos Objetivo da Radioterapia Morte celular Perda da capacidade proliferativa Perda da integridade reprodutiva Mecanismo Lesão do DNA Acúmulo de danos subletais. Alteração no DNA impede divisão e reprodução S S S S S S S S A A P P P P P P T T C C G G 2 nm 4 nm p+ e- O H H OH- Mecanismo de Lesão Celular p+ e- Ação Indireta Ação Direta Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins Produtos da Lesão Celular Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins Dano Letal Dano Sub-letal Reparo Mutação Apoptose Dano Potencialmente letal Aberrações Cromossômicas Letais: Dicêntrico Ponte em Anáfase Não Letais: Translocação simétrica Deleções pequenas Aberrações Cromossômicas Dicêntrico DICÊNTRICO NORMAL Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins dano letal Aberrações Cromossômicas Ponte de Anáfase NORMAL PONTE EM ANÁFASE Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins dano letal Aberrações Cromossômicas Translocação Simétrica Quebras em dois cromossomos antes da fase S Pontos de quebra são trocados Ativação de oncogenes Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins dano não letal Aberrações Cromossômicas Deleção Duas quebras no mesmo braço de um mesmo cromossomo Perda do material genético entre as duas quebras Associado a carcinogênese (perda de gene supressor) Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins dano não letal Dano Letal Dano Sub-Letal Danos Letal e Sub-letal 0.2 0.1 0.05 0.02 0.01 0.005 M G1 S G2 1.0 0.1 0.01 0.001 7.1 Gy G2/M G1 S Inicial S tardia 5.0 10.0 15.0 Dose (Gy) F ra çã o d e S o b re v id a Fase do Ciclo Celular Efetividade no Ciclo Celular Sobrevida Celular x fases da célula Zeeman EM Gunderson and Tepper Clinical Radiation Oncology 1st Ed -2000- Churchil Livingston Mesma dose de radiação em diferentes fases do ciclo celular Efetividade no Ciclo Celular M G2 G1 S (fase de síntese de DNA) (Mitose) Radiosensibilidade Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins 0.1 100 0 2 4 Dose, mGy 0.01 10 1 0.001 A B C D fr a çã o d e s o b re v id a Chinese Hamsters Cells E Concentração de Oxigênio Efeito da Radiação A: air (210,000 ppm) B: 2200 ppm O2(0.25%) C: 355 ppm O2 D: 100 ppm O2 E: 10 ppm O2 Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins Concentração de Oxigênio Efeito da Radiação 100 75 50 25 0 1 2 3 4 5 6 7 8 90 C o n tr o le L o ca l Anos após tratamento > 13 g/dl < 13 g/dl P=0.01 100 75 50 25 0 1 2 3 4 5 6 7 8 90 S o b re v id a g lo b a l Anos após tratamento > 13 g/dl < 13 g/dl P=0.01 Fein DA, et al. J Clin Oncol 1995;13:2077–83. Níveis de Hemoglobina Pré-tratamento Influenciam o Controle Local e a Sobrevida de Pacientes com Tumores T1 e T2 de laringe Glótica Os “R” da Radioterapia horas dias Re-oxigenação Redistribuição Reparo Repopulação Intervalo entre frações M o rt e C el u la r Reparo ao dano sub-letal Redistribuição no ciclo celular Repopulação a partir de clone resistente Reoxigenação a partir de uma célula hipóxica Hall EJ et Al Radiation for the Radiologist 5th Ed -2000- Lippincott Williams & Wilkins Fracionamento Objetivo: Permitir a recuperação dos tecidos normais entre os tratamentos (repopulação) Diminuir a morbidade aguda da radiação (reparo) Frações habituais diárias: 180-200 cGy/dia Tipos de Fracionamento em RXT Convencional 1.8 a 2.0 Gy em 5 frações/semana Total de 6 a 8 semanas Objetivo de minimizar complicações tardias Fracionamento Acelerado 1.8 to 2.0 Gy em duas a três frações/dia Dose total similar (menor tempo de tratamento) Diminuição da repopulação (aumento no controle local) Aumento nas complicações agudas Hiperfracionamento 1.0 to 1.2 Gy duas a três vezes por dia, 5 dias/semana Tempo de tratamento usual Aumento na dose total Aumenta potencialmente o controle local Taxas equivalentes de complicações tardias Elevação na taxa de complicações agudas Tipos de Fracionamento em RXT Razão Terapêutica Células Normais e Tumorais dose 100 50 0 p e rc e n tu a l d e p a ci e n te s complicação controle local do tumor D2 D1 D3 Q P Razão Terapêutica = D2/D1 Perez C Principles and Practice of Radiation Oncology 3rd Ed -1997- LWW 1895 Descoberta dos Raios X Wilhelm Conrad Roentgen �27/03/1845 † 10/02/1923 Descobriu os Raios X 8 de novembro de 1895 Pesquisa de Raios Catódicos Prêmio Nobel de Física (1901) Lenard’s TubePlatinocianato de Bario Aparato de Raios X de Roentgen Mão da Berta 1895 Descoberta dos Raios X 1896 Descoberta da Radioatividade Henri Becquerel �15/12/1952 † 25/08/1908 Descobriu a Radioatividade Experimentos com Sais de Urânio Prêmio Nobel de Física (1903) Placa Radiográfica mostrando os efeitos da radioatividade Pioneiros Marie Sklodowska Curie �07/11/1867 † 04/07/1934 Descoberta da Radioatividade Isolou os elementos Thorio, Radium e Polônio Pesquisas com eletrômetro de Pierre Curie Premio Nobel de Física (1903) Premio Nobel de Química (1911) Morreu de Anemia Aplástica Pioneiros Pierre Curie �15/05/1859 † 19/04/1906 Descoberta da Radioatividade Isolou os elementos Thorio, Radium e Polônio Desenvolveu o eletrômetro de Curie Premio Nobel de Física (1903) 1896 Primeiros Tratamentos Leopold Freund �04/04/1868 † 07/01/1943 Radiologista Judeu Austríaco Professor de Radiologia da Universidade de Viena Primeira pessoa a usar as radiações ionizantes com efeitos terapêuticos Tratamento com sucesso de um volumoso nevus cutâneo, nas costas de uma criança de 5 anos em 1986. O caso foi publicado em 1901 Escreveu o primeiro livro de radioterapia em 1903 1896 Primeiros Tratamentos Emil Grubbe �01/01/1875 † 26/03/1960 Médico Americano (Medical College of Chicago) Registros que tratou um tumor recorrente de mama 17 dias apos a publicação de Roentgen Publicação formal realizada somente em 1901 Diversos problemas de saúde • Anemia • Dermatite actínica • Mais de 90 intervenções cirúrgicas inclusive a amputação do braço esquerdo • Morreu com múltiplos CEC metastáticos 1906 Radiobiologia Bergonie e Tribondeau Descobriram a Radiosensibilidade Lei de Bergonie e Tribondeau A sensibilidade da célula a radiação é proporcional a sua atividade reprodutivae inversamente proporcional ao seu grau de diferenciação Quanto mais madura e especializada é a célula, menos sensível ela é a radiação Louis Tribondeau Jean Alban Bergonie Tratamentos nos Primórdios Hemangioma tratado em 1907 2 fontes de Radium (5 doses de 1h) Crossfire Technique Wickhan & Degrais Textbook 1910 Hemangioma tratado em 1910 Crossfire Technique 15’ 4x/sem por 5 meses Wickhan & Degrais Textbook 1910 RXT em neoplasia de pescoço 1934 Bomba da Radium de Flint Londres - UK RXT em neoplasia de pescoço 1930 Bomba da Radium de Bryan Simmons Westminster Hospital - UK Tratamentos nos Primórdios Tratamento de CBC - 1905 Tubos de Radium RXT para Epitelioma de face - 1915 London’s Hospital - UK Referencia a tratamentos de CBC e Mama Tratamentos nos Primórdios RXT em neoplasia de cabeça e pescoço - 1920 Moldes de Radium RXT em neoplasia de pescoço - 1925 Bomba da Radium de Sluys & Kessler 13 fontes de Radium Tratamentos nos Primórdios Equipamento de Raios X- 1905 London’s Hospital - UK Referencia a tratamentos de CBC e Mama Outras aplicações terapêuticas ... Década de 1920 Compressas com Radium Década de 1920 Propaganda de Creme Radiotativo Embelezador TOXICIDADE e FRACIONAMENTO 2o ICR- Padronização Início da Aplicação Prática do Conceito do Fracionamento Henri Coutard Claudius Regaud Normatização Normas técnicas para atividades envolvendo radiação Parte Clínica de Radioterapia – ICRU 38 – braquiterapia ginecológica – ICRU 50 – teleterapia – ICRU 58 – braquiterapia intersticial – ICRU 62 – suplemento 50 – ICRU 71 – elétron terapia – ICRU 82 – IMRT Em 1950 foi criado o ICRU www.icru.org Volumes GTV – “gross tumor volume” CTV – “clinical target volume” PTV – “planned target volume” OAR – “organ at risk” PRV – “planning organ at risk” IM – “internal margin” SM – “setup margin” Prescrição C B GTV CTV C T V Internal Margin (IM) Setup Margin (SM) Década de 1950 Ortovoltagem Stabilipan Década de 1950 1951 1a Unidade de Co60 London - On 1953 1oLINAC Newcastle LINAC Stanford - H. Kaplan 1956 Unidades de Cobaltoterapia Megavoltagem (energia média de 1,25Mv) Primeira grande evolução da radioterapia Permitiu uma melhor abordagem de estruturas profundas Meia vida de 5,26 anos Diminuição de investimento em tecnologia depois do aparecimento dos aceleradores lineares Prevalência das máquinas até a década de 1990 Década de 1960 Gamma Knife 1968 Lars Leksell �23/11/1907 † 1986 Inventor da Radiocirurgia 1949 Prótons Década de 1980 Aceleradores Lineares Computadorizados Megavoltagem (fótons e elétrons, até 25Mv) Independência de fontes radioativas Desenvolvimento Eletrônico Adaptação de acessórios de colimação (MLC) Controle de imagem Melhor segurança Década de 1980 Braquiterapia Moderna Sistemas de Planejamento Computadorizados Guiada por imagem HDR Década de 1990 RXT 3D Características – Tridimensional – Anatomia radiológica e volumétrica – Margens de setup menores – Campos conformados – Maior precisão Década de 1990 #1995# Radioterapia de Intensidade Modulada - IMRT – Tratamento tridimensional – Possibilidade de esculpir a dose de radiação – Heterogeneidade de dose – Redução de dose em tecidos sadios e redução de morbidade – Escalonamento de dose 3D CRT IMRT Formato dos campos Direção dos feixes Variação na intensidade do feixe no campo de tratamento Décadas de 1990-2000-... Radiocirurgia Moderna Geração IGRT, Estereotaxia e Tratamento Volumétrico Elekta - Synergy Geração IGRT, Estereotaxia e Tratamento Volumétrico Varian True Beam Cyber Knife Proton Beam IGRT / x-ray Radioterapia Intra-operatória intrabeam Novac 7 Cone no LINAC Colimações Fixação e Posicionamento Planejamento Antes Características – Bidimensional – Anatomia radiológica e topográfica – Margens de setup maiores – Campos maiores – Menor precisão – Dependência de Criatividade Planejamento - Agora Planejamento - Agora Planejamento - Agora Planejamento - Agora Parotidas Planejamento - Agora LNFs Primários Micro- Extensões Metástases Sub-clinicas Células circulantes L o g 1 0 c e ll s 9 6 3 C ir u rg ia R a d io te ra p ia Q u im io te ra p ia Im u n o te ra p ia Perez CA et al Semin Oncol 4:387-397,1977 Câncer Indicações de Tratamento R a d io te ra p ia Princípios de Radioterapia Indicações de Tratamento Radical Exclusiva Neoadjuvante ( +QT ) Adjuvante ( +QT ) Concorrente ( +QT ) Paliativa Anti-álgica Desobstrutiva Hemostática IMRT (Intensidade Modulada) Convencional (2D) Conformacional (3D) Radiocirurgia Princípios de Radioterapia Modalidades de Teleterapia IORT (Intra-operatória) Radioterapia Exterotáxica IGRT (guiada por imagem) Convencional Princípios de Radioterapia Modalidades de Teleterapia Radioterapia Tridimensional Aquisição de Imagens Conformada 3D Princípios de Radioterapia Modalidades de Teleterapia MLC Alloy Princípios de Radioterapia Colimação Individualizada Histograma Dose-Volume Cálculo 100 75 50 25 25 50 75 % Volume Dose Gy 3DCRT IMRT Reto 3D CRT IMRT Formato dos campos Direção dos feixes Variação na intensidade do feixe no campo de tratamento Modulação do Feixe Fluência IMRT IGRT Radiocirurgia Radiocirurgia Indicações Usuais Lesões Benignas Neurinoma do Acústico Neuralgia do Trigêmio M.A.V. Adenoma Hipófise Metástases Cerebrais Melanomas Uveais Tumores Cerebrais (GBM, Gliomas, Etc..) Reforço MAV 6 meses pos 1ª SRS 6 meses pos 2ª SRS Radioterapia Intra-operatória intrabeam Novac 7 Cone no LINAC Total Body Irradiation Total Skin Irradiation Mycosis Fungoides Linfoma cutâneo de células T Intra-luminal Intersticial Intra-cavitária Contato Braquiterapia Braquiterapia Intra-luminal Braquiterapia Intra-cavitária Braquiterapia Intersticial Braquiterapia Contato Câncer de Mama Histórico Egito 1a descrição de ca.de mama 1600 AC Hipocrates descreve um caso de câncer de mama 400 AC Galeno Vasos sanguíneos envolvendo o tumor (pernas de caranguejo) 200 DC Virchow células epiteliais invasão local e centrifuga 1899 1889 Halsted primeira mastectomia radical 1906 Ombredanne Retalho de músculo peitoral para reconstrução imediata Fisher Conceito de doença sistêmica 1960 Patey mastectomia radical modificada 1948 1987 Hellman Hipótese do espectro local e sistêmico St. Bart’s Hospital tumorectomia + implante de radium 1930 Fisher NSABP B-06 tumorectomia + RXT = mastectomia 1989 1990 Veronesi Milan I, II e III quadrantectomia + RXT = mastectomia Câncer de Mama Histórico - Radioterapia 1993 David Krag Linfonodo Sentinela Mama 1997 Danish Trial British Columbia Trial RXT pós mastectomia com ganho de sobrevida 1994 RXT Parcial Braquiterapia 2001 Veronesi IORT 1998 IMRT Final da década de 90 2004 Mammosite BQT HDR Comportamento Surge dentro dos ductos. Distribuição segmental (multifocalidade) Não invasivo Não causa metástase. Câncer de Mama CDIS Burstein HJ, et al. N Engl J Med 2004;350:1430-41. Cirurgia Mastectomia Radical Cura em 98%. Recorre em até 15 anos Metade das recorrências são invasivas. EXCISÃO LOCAL ISOLADA Recorrência local 13 a 60% 50% invasivas Maior no comedo SÉRIE DE LAGIOS 79 cdis não palpável Tumorectomia sem rxt ou cirurgia axilar Recorrência de 19% 15 anos 50% invasivas Câncer de Mama CDIS Lagios et al - Cancer 1982;50:1309-14 NSABP B06 Estudo Retrospectivo e Randomizado. 2072 mulheres EC I/II. 76 com CDIS Tumorectomia vs Tumorectomia + Rxt vs Mastectomia. Sem Quimioterapia. Recorrência Local Tumorectomia 56%. Tumorectomia + Rxt 7% Mastectomia 0% Câncer de Mama CDIS - Radioterapia Fisher B, et al: N Engl J Med 2002;347:1233-41 NSABP B17 818 pctes com CDIS pós-tumorectomia. Radioterapia X Observação. Sem dissecção Axilar. 391 tumorectomias 399 Tumorectomias + RXT Câncer de Mama CDIS - Radioterapia Solin LJ, et al: J Clin Oncol 1996;14:754-63. NSABP B17 Recidiva Local 13, 4 X 8,2% Recidiva como CA Invasivo 13,3 X 3,9% Necrose e margens (+) Risco de CA homolateral. Microcalcificacões Recorrência. Todas se beneficiaram com RXT Limitações Extensão das margens Sem mamografia Câncer de Mama CDIS - Radioterapia Solin LJ, et al: J Clin Oncol 1996;14:754-63. Radioterapia - Resumo Indicado nas pacientes submetidas a cirurgia conservadora. Dose: 44-50,4 Gy/25fx. 1,8-2Gy/dia Volume de Tratamento: - Mama residual. - Não tratar cadeias de drenagem. Técnica de campos tangentes. Boost Pode ser utilizado em pacientes com margens exíguas. Seu benefício definitivo não está bem estabelecido Câncer de Mama CDIS - Radioterapia SchnittSJ, et al: Cancer 1994;74:1746-51. Bartelink H,et al : N Engl J Med 2001;345:1378-87. Cirurgia Radical Mastectomia Radical Clássica (Halsted) Mastectomia Radical Modificada. Pattey Madden Cirurgia Conservadora Quadrantectomia Tumorectomia Cirurgia Radical X Cirurgia Conservadora Excisão Local + Rxt = Mastectomia + Esv. Axilar NCI Tratamento primário (EC I/II) Relação Tumor x Mama. Câncer de Mama Câncer Ductal Invasivo Sir William Halsted NSABP B06 2163 pacientes Tumorectomia + Esv. Axilar + Rxt vs MRM 1200 pacientes com tumor < 4cm e Axila (-) Axila (+) Quimioterapia Rxt em 5 semanas sem reforço Recorrência Local Com Rxt = 1% Sem Rxt = 4-5% SLD T + EA + Rxt = MRM Câncer de Mama Câncer Ductal Invasivo Fisher B, et al: N Engl J Med 2002;347:1233-41 Câncer de Mama NSABP-B06 Fisher B, et al: N Engl J Med 2002;347:1233-41 Conclusões O tratamento conservador, associado a QT adjuvante em mulheres com Linfonodos(+), é apropriado para pacientes com câncer de mama ECI/II, desde que as margens estejam livres de tumor Os resultados estéticos são satisfatórios após 20 anos de seguimento Câncer de Mama Tratamento Conservador MILAN I Não há papel para MRM em tumores pequenos MILAN II Cirurgia conservadora deve ter margens (-) e incluir RXT MILAN III Rxt pós quadrantectomia reduz risco de recorrência local Conclusões: volume ressecção recorrência local RXT é muito eficaz RXT recorrência local mesmo se margens (-) margens livres não deve eliminar ttos adicionais margens positivas 2x risco de recidiva componente intraductal extenso = re-excisão Veronesi U, et al: N Engl J Med 2002;347:1227-32 Câncer de Mama Tratamento Conservador Reforço sobre Leito Cirúrgico EORTC 5569 pacientes T1-T2,N0-1,M0 Tumorectomia + Esv. Axilar + 50Gy/25fx toda a mama Observação X Reforço 16Gy/8fx Seguimento médio de 5 anos Redução do risco de recidiva local principalmente em pacientes abaixo de 50 anos (6,4% X 4,3% p<0,0001) Bartelink H, N Engl J Med 2001;345:1378-87 Câncer de Mama Tratamento Conservador Reforço sobre Leito Cirúrgico Lyon 1024 pctes com Tumores <3cm. Excisão local + 50Gy/20fx. Observação X Boost de 10Gy com elétrons. Recorrência Local 4,5% X 3,6%.(p=0 .044). Redução significativa do risco de recidiva local sem comprometimento estético importante. Romestaing P, et al: J Clin Oncol, 1997,15,963-96 Câncer de Mama Tratamento Conservador Reforço sobre Leito Cirúrgico – Conclusões Benefício em trials, questionável de forma absoluta Em pctes com margens desconhecidas ou positivas existe redução do risco de recidiva local Necessidade de resultados em 10 anos para avaliação da influência do reforço no controle local e sobrevida Pctes idosas e com bom prognóstico não devem ser elegíveis para reforço Diversas alternativas técnicas para administração ASTRO 2006 Câncer de Mama RXT axilar estudo n follow up recidiva nota Halverson Washington University 75 5 anos 3% Sem dissecção Galper Harvard 418 8 anos 1,4% Sem dissecção ou dissecção limitada Wazer Tufts 73 5 anos 1,4% Sem dissecção Pacientes >65 anos Haffty Yale 327 10 anos 3% Sem dissecção Todas as idades Controle axilar com radioterapia em axila negativa não dissecada Haffty B, Arthur .D in ASTRO 2005 Refresher Course Câncer de Mama RXT axilar – Relação com campos tangentes Cobertura freqüente dos níveis I e II com campos tangentes habituais. Goodman RL et al: Int J Radiat Oncol Biol Phys 2001; 50:99-105 Câncer de Mama Resultado Cosmético Pobre Ressecções grandes em mama pequena Mamas volumosas Radioterapia em toda a mama com dose >50Gy Dose fração superior a 2 Gy/dia Campos sobrepostos O principal fator preditor de sobrevida na doença inicial é o status linfonodal e não a escolha da terapia A presença de doença N1 não compromete a decisão de tratamento conservador vs. mastectomia O principal fator preditor de falha local no tratamento conservador é a margem de ressecção cirúrgica Câncer de Mama Tratamento Conservador Câncer de Mama Radioterapia – Noções Técnicas Com Filtro Sem Filtro Radioterapia Planejamento – Campos Tangentes Radioterapia Planejamento 3D Radioterapia IMRT Vicini F, et al: : Int J Radiat Oncol Biol Phys 2002; 54(5) Não Compensado IMRT Radioterapia IMRT/ 3DCRT – RTOG 0319 (fase I/II) Vantagens Potenciais Não invasivo Homogeneidade ótima Desvantagens Potenciais Mobilidade da mama Erros de setup Volume de tecido mamário Haffty B, Arthur .D in ASTRO 2005 Refresher Course Radioterapia Braquiterapia Intersticial 37 meses 10 meses 2 meses Chen et al. (William Beaumont Hospital) 199 pacientes f/u mediano de 6.4 anos (avaliações em 6m, 2a e 5a) Cosmese de boa a excelente em 95-99% Melhora de dor, edema, eritema e hiper-pigmentação com o tempo Fibrose e hipo-pigmentação aumentam até 2anos quando estabilizam Necrose gordurosa (11%) Teleangectasia (34%), quase todas GI (<2mm) Limbergen EV, et al. Curr Opin Oncol 2006; 18:555-62 Kuske et al. (RTOG 95-17) 99 pacientes – fase I/II f/u médio de 2,7 anos Toxicidade aguda G3 e G4: LDR (9%) e HDR (3%) Toxicidade tardia limitada e comparável com XRT Radioterapia Braquiterapia - Mammosite Vicini F, et al.: Cancer 2005; 104:1138-1148 American Society of Breast Surgeons 1419 pacientes 87 Instituições 8,1% infecção 92% cosmese de boa a excelente Distância da pelecomo fator de complicação (<7mm) 13% de suspensão de tratamento por: proximidade com a pele incongruência balão/cavidade achados patológicos Radioterapia IORT Grupo de Milão (Elliot) Maior experiência até o momento 21Gy dose única com elétrons pós quadrantectomia Série publicada com 590 pacientes (2003) f/u mediano de 20 meses Recidiva 1% Necrose gordurosa 2,5% Aguarda maior seguimento Intra Beam Novac 7 TARGIT IORT vs WBXRT Resultado equivalente (pop selecionada) Vaidya JS et al.: Semin Radiat Oncol 2005; 15:84-91 Radioterapia Radioterapia Acelerada Parcial da Mama O que é? Redução do tempo da radioterapia de 6 semanas para 5 dias Volume de tecido irradiado reduzido -cavidade da tumorectomia com margem de 1-2cm Dose/dia aumentada -3.4Gy bid X 5 dias = 34 Gy Administração de dose altamente conformada - Braquiterapia /3D-CRT Haffty B, Arthur .D in ASTRO 2005 Refresher Course Radioterapia Radioterapia Acelerada Parcial da Mama O que é REALMENTE? Desafio ao paradigma atual de tratamento - mama total vs mama parcial - princípios da multi-focalidade e multi-centricidade Desafio ao esquema standartizado de administração de dose - moderada/protraida vs intensa/condensada Haffty B, Arthur .D in ASTRO 2005 Refresher Course Haffty B, Arthur .D in ASTRO 2005 Refresher Course Tratamento conservador Padrão de falha fora de leito tumoral referencia casos follow up (meses) falhas fora do leito tumoral Sem RXT Com RXT Veronesi U Instituto Europeu 579 109 8/273 (2,9%) 2/294 (0,68%) Clark RM PMH Canada 837 43 15/421 (3,5%) 4/416 (0,96%) Liljegren G. Uppsala Suécia 381 33 3/194 (1,5%) 1/187 (0,53%) Marrow M. NEJM 2002; 347: 1270-71 Tratamento conservador Racional para terapia local no cancer de mama Baseado na experiência de 20 anos dos estudos NSABP B06 e Milan III Suportam o conceito que existe um padrão novo de doença que ocorre dentro da mama e que a radioterapia convencional de todo parenquima é incapaz de controlar Esses dados continuam a substanciar que o impacto da radioterapia pós-operatória no controle local de doença acontece no sítio primário de doença Radioterapia Parcial Acelerada da Mama Critérios de Seleção Haffty B, Arthur .D in ASTRO 200r Refresher Course Arthur D. Brachytherapy 2003 Arthur D. J Surg Oncol 2003 Outras indicações provavelmente aceitáveis Ca. lobular infiltrante DCIS Componente intra-ductal extenso Idade? Radioterapia NSABP B39 / RTOG 0413 Pacientes elegiveis pós nodulectomia Avaliação com TC Estratificação Estádio: 0 vs I/II lnf– vs I/II lnf+ Status menopausal Status do receptor hormonal Intenção de receber quimioterapia RXT Mama 50-50.4Gy iem 25-28 frações em toda mama, seguido de boost com elétrons no leito operatório com margens até 60-66.4 Gy RXT Acelerada Parcial da Mama 34 Gy em 3.4 Gy bid x 5 dias Braquiterapia intersticial ou Mammosite ou 38.5 Gy em 3.85 Gy bid x 5 dias 3D Conformal External Beam Randomização Marrow M. NEJM 2002; 347: 1270-71 Radioterapia Acelerada Parcial da Mama Conclusões para sustentar estratégia Baixo padrão de falha clinica local Não existem dados atuais para refutar o conceito de APBI Crescimento no número de publicações e experiência Estudos Fase III em andamento Diversas questões a serem respondidas – Definição do volume alvo (2mm – 2cm) – Melhor modalidade de tratamento – Controle local tardio – necessita de maior embasamento – Toxicidade tardia Recomendações atuais: – Escolha adequada de pacientes – Definição clara e sistemática dos volumes alvo – Controle de qualidade Cordeiro PG et al (MSKCC), Plast.& Rec.Surg., 2004 Câncer de Mama Reconstrução Imediata e Radioterapia Estudo retrospectivo n=156 Período de 1995 a 2001 Grupo controle com 75 pacientes não irradiadas, randomicamente selecionadas na casuística do Hospital 81 pcts receberam rxt pos-mastectomia conforme algorítimo de tratamento ao lado f/u mínimo de 1 ano (médio 33m) Cordeiro PG et al (MSKCC), Plast.& Rec.Surg., 2004 Câncer de Mama Reconstrução Imediata e Radioterapia Classificação de Contratura (Baker) I – Aparência normal II – Aparência normal com maior rigidez à palpação III – Firme com distorção visível e palpável IV – Distorção esférica óbvia dura e dolorosa 40% 11% Cordeiro PG et al (MSKCC), Plast.& Rec.Surg., 2004 Câncer de Mama Reconstrução Imediata e Radioterapia Cordeiro PG et al (MSKCC), Plast.& Rec.Surg., 2004 Câncer de Mama Reconstrução Imediata e Radioterapia Conclusões Radioterapia aumenta risco de: complicações cirúrgicas contratura de cápsula Mantidas altas taxas de satisfação das pacientes A reconstrução com implante/expansor é uma alternativa cirúrgica aceitável, mesmo nas pacientes que receberão radioterapia adjuvante. Pacientes não candidatas a reconstrução autógena são o melhor grupo para esta estratégia. Algorítimo de Reconstrução MD Anderson Mastectomia “ skin sparing” + espansor sub-muscular (enchimento de solução salina de 100% do voume sugerido pelo fabricante) acesso a LHP definitivo consulta com radioterapia Estágio 1 Sem indicação de RXT PM Estágio 2 Reconstrução definitiva de mama TRAM ou SGAP Flap LD + implante Implante permanente Indicação de RXT PM Desinsuflar expansor Re-insuflar expansor após RXT TRAM ou SGAP Flap LD + implante Reconstrução retardada da mama Kronowitz SJ, et al: Plast Reconstr Surg 2004; 114:950-60 Câncer de Mama Contra-Indicações para Tratamento Conservador Absolutas Gravidez (parto deve preceder RXT) Radioterapia prévia na mama Dois ou mais focos de malignidade em quadrantes separados na mesma mama Áreas extensas suspeitas de malignidade na mamografia Relativas Relação tumor x mama Tumor subareolar (central) Componente intra-ductal extenso Colagenoses Câncer de Mama Complicações da Radioterapia Queimaduras Pioram com QT associada Edema de mama prolongado Fibrose Linfedema de MS homolateral Plexopatia Braquial Redução na mobilidade do Braço Necrose e fraturas de costela Segundo primário pulmão e esôfago: não confirmado Doença Coronariana Queda com técnicas modernas Pneumonia sintomática Incidência em queda (mamária interna) Câncer de Mama Indicações de Radioterapia - Standard Tratamento Conservador “Sempre” Boost não standartizado Pós-Mastectomia Doença residual Tumores T3 e T4 GIII Axila positiva 4 ou mais linfonodos positivos em axila (loco-regional) Invasão angio-linfática e perineural Ìndice de necrose e aneuploidia Neo-adjuvante Paliação Câncer de Mama Indicações de Radioterapia (direções futuras) Radioterapia acelerada parcial da mama IMRT HDR Mammosite Elétrons OrtoRx Melhor conhecimento da biologia tumoral para seleção adequada de pacientes Tratamentos personalizados Importância do Diagnóstico Precoce
Compartilhar