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A soberania e a globalização

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Qual o conceito de soberania de Jean Boldin?
Para Jean Boldin, o poder soberano é reflexo do poder divino e o povo deve transferir todo seu poder para as mãos do governante. Só existe soberania para ele se o povo coloca totalmente o poder no seu soberano.
Qual o conceito de soberania de Thomas Hobbes?
Segundo Thomas Hobbes, a soberania é a união do poder que se encontrava fragmentado em cada súdito e afora transferiu-se para o soberano. Nesse caso, a soberania é absoluta, ilimitada e irrevogável.
Qual a diferença entre ambos em termos de poder?
A diferença entre os dois é que para Boldin a soberania pertencia ao povo antes de transferir-se ao soberano, já para Hobbes, a soberania surge pela união do poder, não existia soberania no povo antes da transferência.
Qual o conceito de soberania de Jellinek?
Para Jellinek, a soberania é um poder ilimitado e ilimitável, que tende ao absolutismo, já que ninguém pode-o limitar, nem ele mesmo. Isto ocorre porque a vontade soberana não pode ser comprometida.
Qual o conceito de soberania para Kelsen?
Kelsen trabalha com a ideia de que soberania é a fonte primordial de valor de um sistema de normas.
Quais as definições de soberania do século XIX?
As definições de soberania no século XIX traziam a ideia de ilimitada, em duas podemos ver esse fenômeno exemplificado:
Para Blackstone: Soberania é “a autoridade suprema, irresistível, absoluta, ilimitada.”
Para Burgees: Soberania é “o poder originário, absoluto, ilimitado e universal sobre os súditos individualmente e sobre as associações de súditos.”
Quais os motivos levaram autores acreditar na possibilidade de adequação do conceito de soberania?
Os motivos que levaram autores acreditar na adequação do conceito de soberania são: desenvolvimento das telecomunicações, dos transportes; maior difusão de conhecimentos; enfim, a globalização.
O monopólio de informações pode afetar a soberania?
Sim, pois se existe o monopólio de informações, a população pode ficar extremamente controlada, mas o Estado ficará fora do cenário internacional globalizado. Se existir total acesso à informação, perderá seu principal instrumento de controle.
A globalização e o comércio internacional podem interferir no conceito de soberania antiga?
Sim, pois com a globalização e a consequente integração dos mercados, não é necessário mais ser invadido por exércitos, ser dominado para deixar de ser soberano. Nessa nova ordem, é possível controlar a economia e modificar os valores dos habitantes de determinado país, ocorrendo uma perda da soberania mais camuflada.
Para Paulo Napoleão, como proteger a soberania para que ela não perca seu total poder?
Paulo Napoleão acredita que para não perder totalmente a soberania, deve-se ceder um pouco dela em função de associações com terceiros para que se expanda o potencial de autoridade nacional de cada um deles em face do mercado globalizado.
As associações, blocos econômicos e tratados têm feito um compartilhamento de soberanias? O conceito de uma, indivisível, inalienável e imprescritível foi prejudicado?
Sim, com as associações, blocos econômicos e tratados houve uma cessão de parcelas de soberanias dos Estados.
O conceito de soberania deixou de ser una, indivisível, inalienável e imprescritível; nesse momento esse conceito depende da subordinação à ordem jurídica internacional.
As associações (comunidades de Estado) trazem benefícios? Quais os benefícios e prejuízos?
Existe sim o benefício em participar de uma associação, como por exemplo a proteção dos Estados, um maior poder econômico, político e militar, maior integração no comércio internacional. Mas deve-se salientar que existe o prejuízo de perder parte da soberania, para o bem maior da comunidade de Estados.
Quando falamos de Direitos Humanos, Direito Ambiental e Comércio Internacional é possível respeitar a soberania de outro Estado? Em especial o respeito às normas de outros Estados? E o respeito ao bem comum não deve ser levado em consideração?
O que tem acontecido é uma maior pressão para que os Direitos Humanos e o Direito Ambiental sejam cobrados por países em relação a outros, por considerarem um problema de toda a humanidade e não específico. Se há essa busca pelo bem comum, o antigo conceito de soberania deve ser deixado de lado e pode-se ter a possibilidade de interferência externa, tentando ao máximo respeitar as normas de todos os Estados. Em todo momento o bem comum tem de ser levado em consideração.
Já o Comércio Internacional tem sucumbido a possibilidade de países terem o mínimo de soberania, já que há possibilidade de retaliações. Ora, se isso acontece, não há uma democratização das relações, o que acaba com qualquer soberania de países mais frágeis.
Faça um breve resumo sobre o seu entendimento do assunto.
O que se discorre no artigo é a evolução do conceito de soberania, desde os primeiros pensadores até os dias de hoje. É importante salientar como a globalização vem transformando o sentido de soberania e como os Estados tem se adequado às novas ordens mundiais. Mesmo que fuja da ideia de um Estado mais forte que o outro na nova definição, fica nítido com alguns exercem enorme influência sobre ouros.

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