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Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) Universidade Federal do Rio de Janeiro Disciplina: Saúde Coletiva A nossa comida é segura? Segurança de Alimentos = Alimentos sem Perigos à Saúde do Consumidor FONTES DE CONTAMINAÇÃO • solo e água • plantas • utensílios • trato intestinal • manipuladores de alimentos • ração animal • pele dos animais • ar e pó Doenças transmitidas por alimentos (DTA) Definição: são patologias causadas por agentes veiculados por alimentos e decorrem da ingestão de alimentos contaminados por agentes físicos, biológicos e químicos. • Biológicos bactérias, fungos, vírus ... e seus produtos. • Físicos sujidades, fragmento de vidro, irradiação ... • Químicos resíduos de pesticidas e medicamentos de uso veterinário, produtos formados durante o processamento, aditivos, metais, poluentes ... PERIGOS NOS ALIMENTOS Biológicos 75% Químicos 25% Metal 24% Vidro 10% Insetos e sujidades 47% Contaminantes físicos responsáveis por ações Aspectos Gerais das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) 1 - Aspectos epidemiológicos - Morbidade, mortalidade e letalidade - Modo de transmissão - Distribuição geográfica - Modo de contaminação - Período de incubação - Suscetibilidade e resistência - Agentes etiológicos mais comuns Distribuição geográfica: universal. incidência - varia de acordo com diversos aspectos: educação, condicões socioecônomicas, saneamento, fatores ambientais, culturais e outros. Aspectos Gerais das DoençasTransmitidas por Alimentos (DTA) 1 - Aspectos epidemiológicos Morbidade, mortalidade e letalidade – poucas DTA estão incluídas no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; - não se conhece sua magnitude. - importância no grupo etário de menores de 5 anos (decorrência da elevada mortalidade por diarreia); imunodeprimidos e idosos. Aspectos Gerais das DoençasTransmitidas por Alimentos (DTA) 1 - Aspectos epidemiológicos Modo de contaminação – pode ocorrer em toda a cadeia alimentar, desde a produção primária ate o consumo (plantio, manuseio, transporte, cozimento, acondicionamento, etc.). -maiores responsáveis por surtos: alimentos de origem animal e os preparados para consumo coletivo. Modo de transmissão – ingestão de alimentos e/ou água contaminados. Aspectos Gerais das DoençasTransmitidas por Alimentos (DTA) 1 - Aspectos epidemiológicos Período de incubação – varia conforme o agente etiológico (frações de hora a meses). Suscetibilidade e resistência – geral. Certos grupos como: crianças, idosos, imunodeprimidos (indivíduos com AIDS, neoplasias, transplantados) ... Agentes etiológicos mais comuns – os de origem bacteriana Salmonella spp, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Shigella spp, Bacillus cereus e Clostridium perfringens. Aspectos Gerais das DoençasTransmitidas por Alimentos (DTA) 2 - Aspectos clínicos e etiológicos - de acordo com o agente envolvido -Sintomas digestivos : anorexia, náuseas, vômitos e/ou diarreia, acompanhada ou não de febre; - afecções extra-intestinais em diferentes órgãos e sistemas: • Fígado (aflatoxinas) • Neurológico (botulismo) -intoxicações alimentares: ingestão de alimentos contendo toxinas bacterianas pré-formadas (liberadas quando estes se multiplicam, esporulam ou sofrem lise na luz intestinal) • infecções alimentares: ingestão de alimentos contendo micro- organismos patogênicos, denominados invasivos, com capacidade de penetrar e i.vadir tecidos, – Clostridium botulinum (toxina botulínica) – intoxicação estafilocócica - enterotoxina termo-estável – intoxicação por Bacillus cereus- toxina - diarréica (termo-lábil) e emética (termo-estável). -Escherichia coli enterotóxica (verotoxina:diarreia hemorrágica e insuficiência renal). – salmonelose (Salmonella) – campilobacteriose (Campylobacter jejuni) – yersiniose (Yersinia enterocolitica) – shigelose (Shigella) – gastroenterite (E.coli) Classificação das DTAs • -intoxicações não bacterianas – quando outros agentes não bacterianos estão envolvidos. – metais tóxicos (PB, Hg, As, Cd) – agrotóxicos – (organofosforados, carbamatos ...) – fungos - plantas - vírus - animais marinhos Classificação das DTAs Normalmente associados à presença de alguns fatores de risco: -alimento preparado várias horas antes de seu consumo; -acondicionamento inadequado; - falhas na cadeia de refrigeração de alimentos; - manipuladores com práticas de higiene pessoal inadequada ou portadores de lesões ou doenças passíveis de contaminação; - falhas no processo de higienização de utensílios e equipamentos utilizados no preparo de alimentos; - utilização de matéria prima contaminada; - utilização de água cuja potabilidade não é controlada. surtos de DTA Cuidado no preparo de alimentos Cuidado na higiene pessoal Manter limpas todas as áreas e superfícies da cozinha Cozimento adequado dos alimentos Refrigeração dos alimentos Manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais – controle de vetores Utilizar água limpa (potável) Prevenção Individual das DTA Prevenção Coletiva das DTA Vigilância Sanitária Garantir o alimento seguro, atuando na redução e/ou eliminação de fatores de risco que comprometam a qualidade e inocuidade Vigilância Epidemiológica Monitorar as doenças de origem alimentar (perfil, causas, características, variações). Surto de DTA Episódio em que duas ou mais pessoas apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem Notificação compulsória • Individual Botulismo, cólera, febre tifóide • Surtos (Investigação de acordo com VE-DTA) Surto de DTA Falha no Preparo ou conservação DTA e/ou surto o crescente aumento da população; o processo de urbanização desordenado; as facilidades atuais de deslocamento da população; a necessidade de produção de alimentos em grande escala; a maior exposição das populações a alimentos destinados ao pronto consumo coletivo "fast - foods“; o consumo de alimentos em vias públicas; (CENEPI,MS,2001 ). fatores que contribuem para a emergência dessas doenças: micotoxinas • Agentes químicos produzidos durante o metabolismo de alguns fungos filamentosos. Botulismo Intoxicação alimentar produzida pela toxina da bactéria Clostridium botulinum 1879 - Ermengen (Bélgica) Botulismo - “botulus”: salsicha Clostridium botulinum Bactéria anaeróbica Gram-positiva Formadora de esporos resistentes ao calor Toxina botulínica Neurotoxina Alta toxicidade Produzida no interior da célula Liberada durante a autólise Natureza protéica (130-170 kda) resistente ao pH ácido do estômago Termolábil (inativada a 800C/ 30min. ou 100oC/ 10min.) Toxina botulínica tipos de toxinas: A, B, C, D, E, F e G diferentes antigenicamente A, B, E e raramente F: botulismo humano C e D: pássaros e bovinos G : não confirmado como causador de doença Principais alimentos veiculadores deClostridium botulinum Conservas caseiras (vegetais, cogumelos, palmitos) -72% Baixa acidez (não se desenvolve em pH < 4,6 ) produtos cárneos cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada em gordura – “carne de lata”); Alimentos processados industrialmente (enlatados) Mecanismo de ação 1- ligação da cadeia leve aos receptores na membrana 2- internalização da toxina ativa 3- translocação da toxina p/ o interior da célula (pinocitose) 4- bloqueio da liberação da acetilcolina (o músculo não contrai, ocorrendo a paralisia) Sintomas • náuseas • vômitos • sintomas neurológicos: • enfraquecimento visual • perda das funções normais da boca e garganta • fadiga, falta de coordenação motora • paralisia flácida dos nervos cranianos • insuficiência respiratória • parada cárdio-respiratória • óbito, na ausência de tratamento rápido e suporte vital adequado. Efeitos tóxicos • O período de incubação da doença pode variar de 2 horas a 10 dias, com período médio de 12 a 36 horas, dependendo da quantidade de toxina ingerida. • Dose letal: 10µg da toxina A Tratamento • Neutralização da toxina com anti-toxina (não reverte a paralisia já ocorrida) • Traqueostomia ou ventilação Controle do botulismo Destruição dos esporos Processamento térmico de alimentos (acima de 800C) Irradiação Controle do desenvolvimento do C. botulinum Refrigeração, congelamento aW acidificação(pH abaixo de 4,6) Nitrito de sódio Defumação Destruição da toxina calor (acima de 800C) A toxina botulínica e a juventude “eterna”
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