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artrite reumatoide AV3 patologia

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FACULDADE SANTA MARIA
BACHARELADO EM ODONTOLOGIA
IGOR HENDY
INGRID VIEIRA
ISADORA ALBUQUERQUE
LUCAS LACERDA
TALYS ALENCAR
DOMINGOS NETO
SUSANA ASSIS
ARTRITE REUMATÓIDE
CAJAZEIRAS-PB
2017
IGOR HENDY
INGRID VIEIRA
ISADORA ALBUQUERQUE
LUCAS LACERDA
TALYS ALENCAR
DOMINGOS NETO
SUSANA ASSIS
ARTRITE REUMATÓIDE
Trabalho apresentado a Disciplina de Patologia Geral como requisito para a terceira avaliação da aprendizagem.
Prof.: Glériston Moura
CAJAZEIRAS-PB
2017
INTRODUÇÃO
A artrite reumatoide (AR) é um distúrbio inflamatório sistêmico que pode afetar diversos tecidos e órgãos: pele, vasos sanguíneos, coração, pulmões e músculos, mas ataca principalmente as articulações, produzindo uma sinovite proliferativa e inflamatória não supurativa que em geral progride para a destruição da cartilagem articular e anquilose das articulações. Apesar da causa da artrite reumatoide permanecer desconhecida, a pré-disposição genética, ambiental e autoimune desempenha papéis importantes no desenvolvimento, progressão e cronicidade dessa doença.
Inicialmente, há uma atividade autoimune voltada contra a membrana sinovial, gerando sinovite, com o aumento do líquido sinovial e proliferação do tecido da membrana, levando à formação do “pannus”. Ocorre, uma intensa migração e ativação de linfócitos B e macrófagos, com grande produção de diversas citocinas, determinando a perpetuação do processo inflamatório sinovial com expansão progressiva do pannus. O processo acaba se expandindo para tecidos próximos, gerando erosão da cartilagem articular e do osso subcondral. Os linfócitos B se transformam em plasmócitos e passam a secretar diversos anticorpos, entre eles o fator reumatoide.
EPIDEMIOLOGIA
A artrite reumatoide é uma doença que ataca aproximadamente 0,5% e 1% da população mundial adulta. Mas se forem considerados apenas indivíduos entre 55 e 75 anos de idade, esse percentual aumenta para 4,5%.
Pessoas de todas as origens estão sujeitas a desenvolver a artrite reumatoide. Contudo, aparentemente, ela é menos comum na África e na Ásia do que nos Estados Unidos e na Europa. Alguns estudos sugerem que a incidência está diminuindo nos países do norte da Europa em relação aos demais desse continente.
No Brasil, um estudo de 2004 mostrou que a ocorrência de artrite reumatoide é de 0,46%, o que equivaleria a quase 900 mil pessoas, levando em conta a população do País registrada no censo de 2010.
Essa doença pode se manifestar em qualquer idade. Entretanto, é mais frequente entre os 40 e 70 anos. Além disso, ela é três vezes mais comum nas mulheres do que nos homens – em geral, melhora na gravidez e piora durante a amamentação, possivelmente em razão das mudanças hormonais.
Sabe-se que a taxa de mortalidade dos pacientes com artrite reumatoide é maior do que a da população normal e que a expectativa de vida cai de acordo com a gravidade da doença e de quando ela começou.
DIAGNÓSTICO
O curso da artrite reumatoide varia entre os pacientes, mas os períodos de crises e remissões são típicos da doença. A inflamação dos tecidos indica que a artrite reumatoide está ativa, ao passo que a sua diminuição caracteriza a remissão, podendo ficar inativa – de forma espontânea ou pelo tratamento – durante semanas, meses ou até anos. Em geral, a artrite reumatoide inflama várias articulações em um padrão simétrico, ou seja, ambos os lados do corpo são afetados. Os primeiros sintomas podem ser sutis. As pequenas articulações de ambas as mãos e os punhos estão frequentemente envolvidos.
 Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, o diagnóstico da artrite reumatoide depende da associação de uma série de sintomas e sinais característicos, além da realização de exames laboratoriais e por imagens que ajudam a confirmar a doença e fazer o monitoramento nos pacientes. Para o ministério é necessário apresentar quatro dos setes itens que compõem os critérios de diagnostico durante, pelo menos, seis semanas. Porém, pacientes que apresentam dois ou três critérios não estão excluídos de desenvolver a doença no futuro.
São sete critérios sendo eles: rigidez matinal, artrite em três ou mais áreas, artrite nas articulações das mãos e punhos, artrite simétrica, nódulos reumatoides, fator reumatoide sérico e alterações radiográficas.
ATIVIDADE DA DOENÇA
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a mensuração da atividade da doença, que permite ajustar individualmente o tratamento e avaliar a sua eficácia, leva em consideração quatro fatores básicos: a avaliação dos sintomas e estado funcional, avaliação do envolvimento articular e manifestações extra articulares, marcadores laboratoriais e estudos radiológicos.
 A avaliação dos sintomas e estado funcional é caracterizada pela graduação da dor articular, rigidez matinal e severidade da fadiga.
Na avaliação do envolvimento articular e manifestações extra articulares, as articulações devem ser avaliadas quanto ao edema, dor, perda de movimento e deformidade. Manifestações extra articulares, incluindo as sistêmicas, como febre, anorexia, náuseas e perda de peso, devem ser investigadas.
Os marcadores laboratoriais são aqueles que refletem o grau de inflamação por meio de provas da fase aguda, que são a proteína C reativa e a velocidade de hemossedimentação.
Nos estudos radiológicos, o acompanhamento com radiografias a cada seis meses de tratamento e sua comparação com as feitas inicialmente podem indicar a atividade da doença. Diminuição da massa óssea (osteopenia) e/ou erosões articulares e redução do espaço das articulações são alguns desses indicativos.
 A artrite reumatoide pode ser caracterizada de acordo com o grau de atividade da doença por leve, moderada e grave. Na atividade leve o paciente apresenta dor em, ao menos, três articulações, na moderada de seis a vinte, e na grave mais de vinte articulações.
TRATAMENTO
Como ainda não há cura para a artrite reumatoide, até hoje o tratamento da doença tem como objetivo reduzir a inflamação articular e a dor, maximizar a função articular, evitar a destruição das articulações e a deformidade dos membros. A intervenção médica precoce é importante para melhorar os resultados.
A terapia ideal varia conforme as características individuais dos pacientes e a resposta a eventuais tratamentos anteriores. O tratamento é personalizado de acordo com fatores como: atividade da doença, tipos de articulações envolvidas, saúde geral, idade e ocupação do paciente.
Além disso, envolve uma combinação de medicamentos, repouso, exercícios de fortalecimento, proteção articular e educação do paciente e de sua família. O tratamento é mais bem-sucedido quando há uma estreita cooperação entre o médico, o paciente e os familiares.
Durante as consultas regulares, o reumatologista irá controlar a atividade da AR e prevenir o acometimento de outros órgãos – caso isso aconteça, ele estabelecerá o tratamento mais indicado. Os medicamentos específicos são seguros para uso a longo prazo, e os possíveis efeitos colaterais são controláveis e de fácil prevenção.
É necessário manter o tratamento específico por um longo tempo após o controle da doença. Em alguns casos, pode-se diminuir ou até suspender os medicamentos, dependendo da avaliação do reumatologista. Porém, mesmo que isso aconteça, o acompanhamento deve continuar regularmente para detectar possíveis recaídas.
Visto isso, existem três formas de tratamento: o tratamento não farmacológicos, medicamentoso e cirúrgico.
O tratamento não farmacológicos e preventivos serve como base da terapia para todos os pacientes. O medicamentoso é sempre individual. Muda de acordo com a resposta de cada paciente, o estágio da doença, a sua atividade e a gravidade. E o cirúrgico é indicado para alguns pacientes com anormalidades funcionais, chegando até a ser necessário o uso de próteses articulares.
MEDICAMENTOS
Atualmente, existem cinco classesde medicamentos que apresentam efeitos benéficos: analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), corticosteroides e drogas modificadoras do curso da doença (DMCDs). Na classe das DMCDs temos as sintéticas (ou convencionais) e as biológicas.
Os analgésicos e os AINEs são geralmente usados para aliviar a dor, reduzir a inflamação do tecido e o inchaço, mas não alteram o curso da doença. Portanto, não podem ser a única forma de tratamento. Já os corticosteroides além de serem mais potentes do que os AINEs na redução da inflamação e na restauração da mobilidade articular, são capazes de reduzir a taxa de progressão da doença. Sua administração pode ser via oral, intramuscular, endovenosa e intra-articular.
As drogas modificadoras do curso da doença se dividem em convencionais e biológicas. Sendo as convencionais um grupo variado de medicamentos com potencial para reduzir ou prevenir o dano articular, preservando a integridade e a funcionalidade articular. Enquanto que as biológicas possuem como alvo as citocinas ou as células do sistema imunológico e têm efeito imunossupressor e a sua ação é mais rápida que a das DMCDs convencionais.
EXAMES
Não existe um exame específico para detectar a artrite reumatoide, mas há alguns que ajudam a confirmar o diagnóstico e fazer o monitoramento da doença através de exames de sangue e exames por imagem. Nos exames de sangue, temos como sinais indicadores a anemia, o Fator Reumatoide, anticorpo Antipeptídeo Citrulinado Cíclico (anti-CCP), Velocidade de Hemossedimentação (VHS) e Proteína C Reativa (PCR). Já em exames por imagem, pode ser utilizado o raio-x e a ressonância magnética.
AVANÇOS
Um estudo alemão de 2008 do Journal of Periodontology, mostrou que as pessoas com Artrite Reumatoide têm oito vezes mais probabilidades de desenvolver doença periodontal em comparação com pessoas que não têm. Outro estudo de setembro de 2013 da revista PLoS Pathogens descobriu que a bactéria que provoca doença periodontal, Porphyromonas gingivalis, aumenta a gravidade da AR levando o início mais cedo da doença e causando sintomas de progressão mais rápido. Em 2016, a revista Arthritis & Rheumatology publicou um estudo sugerindo que a P. gingivalis pode ser um possível desencadeador da doença autoimune em um subconjunto de paciente com AR. 
Os médicos não sabem ao certo como elas estão ligadas, mas ambas têm inflamação em comum. Um dos médicos responsáveis afirma que é possível que o sistema imunológico seja estimulado pela inflamação da boca, desencadeando uma cascata de eventos onde a inflamação se desenvolve no local de articulações ou artrite.
Pesquisadores do Centro de Pesquisas em Doenças Inflamatórias (CRID) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, desenvolveram um “kit diagnóstico” para pacientes que não respondem ao tratamento inicial com o metotrexato para que possam iniciar o tratamento correto o mais breve possível, e assim, evitar que as juntas sejam comprometidas pela doença.
REFERÊNCIAS
ROBBINS e COTRAN, bases patológicas das doenças/ Vinay Kumar... [et al.]; [tradução de Patrícia Dias Fernandes... et al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Artrite Reumatoide. Disponível em URL: <http://www.artritereumatoide.com.br/artrite-reumatoide/.> Acessado em 30 de maio de 2017.
COSTA, Celso da. Doenças Periodontais vs Artrite Reumatoide. Disponível em URL: <https://ohigienistaoral.com/2016/11/14/doencas-periodontais-vs-artrite-reumatoide/> Acessado em 30 de maio de 2017.
TALAMONE, Rosemeire Soares. Avanços no diagnóstico e tratamento da artrite reumatoide. Disponível em URL: <http://ribeirao.usp.br/?p=1261.> Acessado em 30 de maio de 2017.

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