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Bacharelado em Ciências Contábeis Teoria das restrições – TOC O físico israelense Goldratt, por volta dos anos 1970, percebeu que os sistemas de planejamento de requisição de materiais partiam do princípio de que a capacidade instalada estava disponível, e na verdade havia gargalos na produção e na execução dos serviços que acabavam por limitar a saída de forma frequente. Outro fato percebido foi que produzir excessivamente quando o gargalo existe não levaria a vendas, mas sim à excesso de produtos em elaboração. Este fato o levou a criação de um software conhecido como software OPT (Optmized Production Technology), ou Tecnologia de Produção Otimizada, filosofia de produção, orientando a empresa no planejamento e controle de duas atividades e no processo contínuo de aprimoramento (LUNKES, 2007). Para Goldratt e Cox (2002) apud Lunkes (2007) o problema nas empresas está na dificuldade de gerenciar o processo com visão mais sistêmica, ou seja, conhecer o processo como um todo. Assim, nos anos de 1980 Goldratt formalizou uma teoria conhecida como Theory of Constrains (TOC), a Teoria das Restrições, que busca melhorar os processos produtivos por meio de: Medição da capacidade do processo; Identificação das restrições do processo Gerenciamento dos gargalos; Coordenação de outros processos para as necessidades dos gargalos A TOC pode ser caracterizada como um método de administração para melhorar processo produtivos, medindo sua capacidade, identificando suas restrições e usando-as para melhorar sua eficácia, eficiência e economia, bem como a coordenação de outros processos necessários às necessidades de identificar e liminar os gargalos (HILTON, MAHER E SELTO, 2000 apud LUNKES, 2007). Por sua vez, Noreen, Smith e Mackey (1996) apud Lunkes (2007) afirmam que a TOC parte do pressuposto de que qualquer organização possui pelo menos uma restrição que a limita a atingir uma melhorar performance global. Desta forma a TOC. Desta forma, a TOC procurar identificar, gerenciar e controlar a restrição, utilizando a capacidade de maneira mais produtiva possível. Dentro do conceito de restrição podem existir aquelas que são consideradas físicas, como por exemplo, capacidade de determinadas máquinas ou ainda de setores inteiros, pessoal insuficiente ou ainda não capacitado ou capacitado de forma inadequada, ausência de pedidos dos clientes por alguma razão, não disponibilidade de matéria prima por parte dos fornecedores, dificuldades de logística para recebimento e entrega dos produtos, além de restrições que podem ter alguma relação com políticas da empresa, como normas, Bacharelado em Ciências Contábeis procedimentos e algumas práticas adotadas pela organização e que poderão, de alguma forma, comprometer o processo gerando um gargalo. Deve-se perceber que as melhores formas de custeio, sistemas de produção que sejam balanceados bem como todo o processo de gerenciamento da cadeia de recursos que atua na redução dos custos fixos e trabalha, também, com a otimização dos custos variáveis, irá motivar os gestores a procurar alternativas para problemas que são encarados de forma isolada, isso acontece porque eles começam a ter uma visão sistêmica, tão necessária no processo. O maior objetivo da TOC é aumentar a contribuição do ganho enquanto existe a diminuição dos investimentos e custos operacionais (custos fixos).Para Goldratt e Cox (2002) apud Lunkes (2007) a TOC se concentra em três variáveis básicas: Variável Definição Ganho Índice de geração de dinheiro. Corresponde ao índice no qual o sistema gera dinheiro por meio das vendas. Ele representa a diferença entre as receitas e o custo do material direto, que nesse modelo é considerado a única despesa variável. Corresponde à margem de contribuição do custeio variável onde todas as despesas são fixas à exceção do material direto. A consideração marcante dessa teoria é sempre a ênfase no curto prazo, período no qual as demais despesas podem ser consideradas como fixas. Essa simplificação viabilizou os resultados apresentados por essa teoria também pode ser considerada como sua principal limitação. Investimento Todo o dinheiro aplicado no sistema. Corresponde a todos os recursos que o sistema investe na compra de bens para o funcionamento da empresa. Despesa Operacional Todo o dinheiro que o sistema utiliza na transformação dos investimentos em ganho. Assim, corresponde, a todo o dinheiro que o sistema gasta para transformar os recursos investidos em ganho Quadro 1 – Variáveis da TOC Fonte: Goldratt e Cox (2002) apud Lunkes (2007) A TOC está baseada na gestão da cadeia de valor. Assim, para melhorar a cadeia de valor, é fundamental identificar quais pontos representam fatores críticos à melhoria da eficiência. A partir deste momento deve-se buscar a melhoria destes processos, procurando eliminar os problemas que afetam o desempenho. Assim, o maior objetivo é atacar os pontos mais fracos da cadeia , fortalecendo o elo. Assim, a TOC pode ser resumida como uma filosofia de gestão que considera: qualquer ação diferente do fortalecendo do ponto mais fraco, será um desperdício de tempo e dinheiro. HIPÓTESES QUE SUPORTAM A TOC Bacharelado em Ciências Contábeis Para Cogan (1999) apud Lunkes (2007) a TOC é sustentada por várias hipóteses: 1 A meta é fazer dinheiro agora e no futuro – esta meta está relacionada com o próprio nascimento da empresa, uma vez que uma entidade só é criada para que gere lucros aos seus proprietários e para que se mantenha em continuidade no mercado. 2 Ganho é definido como a receita menos os custos variáveis de materiais e energia – é preciso lembrar que alguns custos, como por exemplo, o custo com mão-de-obra por mais que seja considerado variável, irá ocorrer, um muitos casos independente da produção, uma vez que os funcionários contratados ganham por um determinado nível de produção, assim é importante a otimização deste recurso. 3 Existe pelo menos uma restrição em cada produto que limita a receita da empresa – este tipo de raciocínio levar a compreender que pode existir algum tipo de limitação interna ligada, por exemplo, a capacidade de produção, ou ainda pode ser uma restrição interna, ligada a falta de materiais, logística e até mesmo a falta de pedidos por parte dos clientes. 4 Existem três tipos de restrições: recursos escassos gargalo, recursos não gargalos, recursos com restrição de capacidade – Neste quesito é preciso compreender que existem recursos cuja capacidade é igual ou menor do que a demanda colocada nele, ou seja, uma máquina, por exemplo, que não atende à produção. Já os recursos não-gargalos são aqueles cuja capacidade é maior que a demanda colocada nele. 5 A maioria das operações de fabricação tem pelo menos alguns recursos com restrição de capacidade, o que torna fácil controlá-los – é fácil localizar qual o recurso que possui restrição de capacidade dentro do processo produtivo, podendo estar ser uma máquina, ou ainda, restrição de pessoal. 6 Existem eventos dependentes que resultam em interações entre recursos e produtos. 7 Dentro de todos os ambientes de fabricação ocorrem flutuações estatísticas e randômicas – Os itens 6 e 7 devem ser entendidos em conjunto e devem levar a produção a trabalhar com uma programação e priorização do fluxo do produto, sendo que isto acaba por dar um enfoque na produção de curto prazo. 8 O sistema de tecnologia de produção otimizada é implicitamente estável – a qualquer tempo dado, os gargalos são identificados, e o mix do pedido é estável com relação aos recursos dados. CADEIA DE VALOR E GARGALOS O gargalo pode ser considerado, de forma geral, como um processo, atividadeou ainda tarefa que restringe ou limita a capacidade de execução. A restrição á atividade com menor capacidade dentro doa cadeia de valor, limitando assim, a capacidade produtiva global da empresa. Para que seja aumentada a produtividade da cadeia de valor, deve-se aumentar a capacidade da atividade. A restrição pode ser dos seguintes tipos: Bacharelado em Ciências Contábeis De mercado – sempre para uma entidade a demanda máxima de um produto desta limitada ao mercado, ou seja, quanto este mercado está disposto a comprar. Assim, para que esta seja satisfeita a empresa deverá trabalhar com sua capacidade de cobrir fatores como preço, rapidez na entrega, entre outros que levem os clientes a desejar o produto; De materiais – Limitação da quantidade de materiais, tanto em quantidade quanto em qualidade adequada. Pode se considerar que a falta de materiais no curto prazo é dada por uma programação equivocada, atribuição ou ainda falta de qualidade; De capacidade – Relacionada ao fato de ter uma equipe com capacidade técnica limitada, por exemplo; Logística – Relacionada ao sistema de planejamento e controle de produção. Caso as regras desta etapa sejam estabelecidas de forma equivocada o fluxo da produção poderá ser afetado de forma desfavorável; Administrativa – Relacionada a estratégias e políticas que definidas pela empresa que acabam por limitar a questão relacionada ao fluxo dos materiais; De comportamento – relacionadas ao comportamento da equipe de como estes desempenham ou não suas funções. Assim, com base na figura a seguir é possível inferir algumas observações: CORTAR FURAR MONTAR LIXAR PINTAR 100 unid./hora 80 unid./hora 50 unid./hora 120 unid./hora 60 unid./hora Figura 1 – Processo Fonte: Adaptado de Lunkes (2007) Neste momento a atividade de montar produtos é o gargalo do processo. Lunkes (2007) cita que a capacidade produtiva é limitada às unidades possíveis de serem produzidas em determinado turno. A empresa possui como principal objetivo elevar a capacidade de trabalho desta atividade; MEDIDAS DE CAPACIDADE Bacharelado em Ciências Contábeis Para Hilton, Maher e Selto (2000) apud Lunkes (2007) existem três medidas de capacidade que influenciam no gerenciamento do processo: Capacidade teórica – relacionada à taxa mínima de transformação possível, são as contribuições como se o processo fosse usado completamente, sem manutenção ou capacidade nova; Uma organização pode operar o processo de execução das atividades com capacidade inferior à teórica por vários motivos: o O tempo de manutenção planejada que normalmente é necessário para a manutenção preventiva ou melhoria em equipamentos e processos; o O tempo de manutenção não planejada causada por defeito em equipamentos ou demora no fornecimento de materiais o que torna impossível operar com capacidade máxima; o Um pouco de capacidade pode ser reservada para necessidades imprevistas e para a flexibilidade do processo; o A demanda para o processo de execução pode ser menor que a capacidade teórica Capacidade prática – resultado da capacidade teórica menos os eventos naturais; Excesso – é preciso compreender que até o excesso de capacidade produtiva é prejudicial uma vez que o excesso de produção, sem vendas, gera custos de armazenamento, por exemplo. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA TOC A TOC é desenvolvida em cinco etapas que são: Primeira etapa – Identificação do gargalo – esta etapa, identifica as atividades do processo que limitam a capacidade de fabricação dos produtos, ou seja, o elo mais fraco da cadeia. Desta forma, conforme observado anteriormente na figura 1 do processo produtivo a capacidade prática é de 50 unidades/hora abaixo da demanda média de unidades produzidas por hora na empresa. Este tipo de restrição pode estar relacionado ao mercado, material, capacidade e política. Segunda etapa – Decidir como explorar a restrição – os gestores podem diagnosticar que a atividade gargalo que foi anteriormente identificada não tem os equipamentos necessários para proceder a montagem, como, por exemplo, informações precisas sobre os componentes. Também pode haver uma falta de compromisso do pessoal da montagem com a produtividade na execução do trabalho. Assim, os gestores da empresa poderão recomendar uma série de sugestões para resolver o problema, como por exemplo, contratar mais empregados, comprar novos equipamentos, padronizar a produção, entre outros. O mais Bacharelado em Ciências Contábeis importante desta fase é ter uma visão sistêmica do processo, desta forma, o gestor poderá constatar com precisão a real dimensão do problema. Pode ser que não necessariamente o problema de restrição se encontre na fase estudada, mas sim nas fases anteriores do processo, assim só a visão sistêmica do processo poderá fornecer informações para eliminar a restrição. Terceira etapa – sincronize todas as outras atividades ao gargalo – as atividades anteriores ao gargalo não devem estar com capacidade maior do que o departamento de montar. Caso os departamentos anteriores tenham capacidade maior, haverá a criação dos gargalos. Mesmo que todos os departamentos aparentem estar usando os recursos de forma eficaz há sempre atividades que acabam por limitar o processo de execução global. Esse excesso na utilização dos recursos escassos acaba por requerer matérias e mão-de-obra desnecessária que atrapalham muitas vezes o processo de execução. Quarta etapa – elevar a capacidade do gargalo – A empresa deverá encontrar formas de elevar a restrição do sistema. No caso do departamento de montar, por exemplo, a aquisição de um novo equipamento e de um novo software que possa integrar as atividades de saída, com a manutenção do empregado informado com relação ao tempo e características do produto, uma vez que o atual sistema parece não ter capacidade para tal e pode estar necessitando de constante manutenção. Quinta etapa – identifique o gargalo futuro – Uma vez que elevada a capacidade do gargalo (no caso a atividade de montar), a empresa deve identificar o próximo gargalo, ou seja, neste caso, a atividade de pintar, que tem também capacidade prática menor que a demanda. Assim, conforme afirma Lunkes (2007) a chave da TOC está na identificação e gerenciamento dos gargalos, ou seja, um processo de melhoria contínua. A partir do momento em que o gargalo é identificado, os gestores deverão focalizar o seu tempo e recursos para eliminá-los. CUSTEIO BASEADO EM CARACTERÍSTICAS – CBC (FEATURING COSTING) O CBC é uma metodologia de gestão estratégica de custos que utiliza para o cálculo dos mesmos as características dos produtos. Este sistema tem como base o custeamento do objetos de custos por meio de suas características, permitindo assim seu cálculo e projeção (LUNKES, 2007). Filomena e Neto (2009) afirmam que as características dos produtos são essenciais para as áreas de vendas, marketing, pesquisa e desenvolvimento bem como para a fabricação. O marketing deverá saber as características do produto que agradam aos clientes, a área de pesquisa e desenvolvimento deverá desenvolver produtos e processos com custos adequados às características necessárias. Lunkes (2007) afirma que é uma ferramenta que permite melhorar a visualização dos custos das características e seu impacto sobre o custo total dos objetos, decorrente da complexidade Bacharelado em Ciências Contábeis de sua execução. Assim, no CBC as atençõesestão voltadas para os custos das características, tendo em vista a evolução do mercado com a customização e personalização. Desta forma, é possível, por meio das características, o cálculo do custo diferenciado para cada produto e serviço. Brimson e Antos (1999) apud Lunkes (2007) afirmam que o CBC é uma técnica que busca entender a variação de processo decorrente de diferentes características, sendo que isto auxilia na minimização das variações, auxiliando no planejamento e controle dos custos. O CBC direciona os recursos e custos das atividades às características e, destas, aos objetos de custo. Assim, de acordo com a figura seguir, a característica é a principal determinante do custo final do produto ou serviço. Figura 2 – Visão geral do custeio baseado em características Fonte: Adaptado de Lunkes (2007) Pode-se afirmar segundo Brinson e Antos (1999) apud Lunkes (2007) que o CBC é baseado em três princípios fundamentais: A estrutura do processo e volume de trabalho forma e estrutura de custos; A variação do custo é consequência da variação direta do processo; A variação do processo tem três fontes principais: o Execução ineficiente do processo; Bacharelado em Ciências Contábeis o Características dos produtos e dos serviços; o Exigências de clientes e canal de distribuição. É recomendável, ao adotar este sistema, dividir o objeto de custo em características, visando expandir o seu conceito, criar novas combinações e, consequentemente, administrar a complexidade. Brimson (1998) apud Filomena e Neto (2009) afirmam que as etapas para a implantação do custeio por características são as seguintes: Determinar as características dos produtos; Definir as atividades associadas a cada característica do produto; Calcular o custo de cada atividade; Determinar as características dos produtos que causam variações no processo; Avaliar o quando as características dos produtos causam variações no processo; Associar características e parâmetros associados aos produtos; Ajustar os custos das atividades baseados nas características e parâmetros dos produtos. Desta forma, além de gerenciar os custos em nível de desenvolvimento, produção e suas respectivas atividades, possibilita aos gestores adotarem uma posição pró-ativa para sua prevenção e eliminação, constituindo-se num fator determinante para as empresas competirem com melhores atributos de valores. UNIFICANDO CUSTOS, QUALIDADE E TEMPO Lunkes (2007) afirma que cada vez mais os gestores estão reconhecendo a necessidade de conexão entre os fatores-chave: custo, qualidade e tempo. As ferramentas de qualidade (TQM), redução do tempo por meio de gerenciamento de gargalos (TOC) e gestão da qualidade e conjunto com o tempo (JIT) passam a ser utilizadas de forma integrada. QUALIDADE O conceito de qualidade é subjetivo, pois pode ser definido com adequação ao uso, grau em que o produto ou serviço atende às necessidades dos clientes ou atendimento às Bacharelado em Ciências Contábeis especificações. Assim, de acordo com Lunkes (2007) afirma que a qualidade é a diferença entre o que foi prometido ao cliente e o que ele realmente recebeu, este conceito está ligado a uma grande variedade de fatores, adequação de uso, grau em que o produto atende as necessidades do cliente ou às especificações de um projeto, bem como às imposições da engenharia. A visão do gerenciamento de qualidade total (TQM) preceitua que as melhorias em qualidade como aquelas que são definidas pelos clientes, sempre resultam em melhorias de desempenho, uma vez que os problemas são identificados e eliminados. Além disso, clientes que procuram por produtos e serviços de alta qualidade estão dispostos a pagar mais por isso. Assim, a TQM focaliza o serviço ao cliente e os problemas são resolvidos de forma sistemática pelas equipes (LUNKES, 2007). As empresas podem utilizar diversos tipos de ferramentas de gestão da qualidade, como por exemplo, folhas de verificação, gráfico de controle, histograma, diagrama de causa-efeito, gráfico de Pareto e dispersão. Além disso, como parte dos esforços dos direcionadores de qualidade as empresas podem fazer a medição os custos das atividades para controlar, corrigir erros e problemas de qualidade. Este custo é associado, em um primeiro momento, aos problemas de qualidade eminentes e custos de corrigir fracassos e podem ser indicadores de diminuição futura de vendas. Já para a avaliação dos gestores baseando-se em medidas de qualidade, e interessante, segundo Lunkes (2007) construir um painel para comparar os benefícios de proporcionar alta qualidade ao produto ou serviço e os custos resultantes dessa variação. Para isso foi criada uma classificação dos custos da qualidade em quatro categorias: custos de prevenção, de avaliação, custos de falhas internas e custos de falhas externas. O custo da conformidade pode ser dividido em custos de prevenção e de avaliação ou inspeção. Os custos da prevenção são aqueles incorridos para impedir a produção de produtos que não estão de acordo com as especificações. Já os custos de avaliação são aqueles incorridos para descobrir qual das unidades não está de acordo com as especificações. A seguir exemplos das duas categorias de custos: Prevenção Avaliação Pesquisa e desenvolvimento Inspeções de máquinas e processos Avaliação de fornecedores Revisões dos pedidos Treinamentos para qualidade Testes de campo Processos de melhoria Auditoria dos produtos Bacharelado em Ciências Contábeis Auditorias de qualidade Manutenção dos equipamentos de testes Quadro 1 – Custos de prevenção e avaliação Fonte: Adaptado de Lunkes (2007) O custo da não conformidade, por sua vez, pode ser dividido em custo de falhas internas e externas. Os custos das falhas internas são aqueles incorridos por um produto com problemas de qualidade antes que ele seja entregue ao cliente. Já os custos das falhas externas são aqueles que têm relação com os custos de um produto com problemas de qualidade depois que ele é vendido ao cliente. A seguir exemplos: Falhas internas Falhas externas Custo de refazer Devoluções Custo do desperdício Revisões dos pedidos Mão de Obra e CIF do retrabalho Consertos e substituições Manutenção corretiva Reclamação dos clientes Tempo a mais de ciclo de processo Processos judiciais Quadro 2 – Custos de falhas internas e externas Fonte: Adaptado de Lunkes (2007) 6-SIGMA Nascido no Japão na década de 1970, mais precisamente na empresa Motorola, atualmente este programa é utilizado por diversas e famosas empresas que atuam mundialmente. Esta metodologia consiste na implementação, de forma rigorosa, concentrada e altamente eficaz de princípios e técnicas comprovadas de qualidade. Ao incorporar elementos do trabalho de muitos pioneiros na qualidade, essa ferramenta busca o desempenho virtualmente livre de erros. Para que o 6-Sigma possa funcionar é necessário que se utilizem métodos estatísticos e processos empresariais, com o objetivo de eliminar os defeitos. Ela visa aperfeiçoar e melhorar os processos, envolvendo todas as áreas da empresa, sendo assim definido como um programa de melhoria contínua do processo que utiliza diversas ferramentas gerenciais (LUNKES, 2007). Pode-se dizer que o 6-Sigma é um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial, sendo que este é impulsionado pela compreensão da necessidade dos clientes, pelo uso disciplinado dos fatos, dados e análise estatística emaior Bacharelado em Ciências Contábeis atenção à gestão, melhoria e reinvenção dos processos dos negócios. O grande objetivo da ferramenta é a meta de 3.4 defeitos ou 99.9997% perfeito, conforme sugere a tabela a seguir: Nível de Sigma Defeitos por milhão Percentual 6 3.4 99.9997% 5 233 99.977% 4 6.210 99.379% 3 66.807 93.32% 2 308.537 69.2% 1 690.000 31% Tabela 1 – Níveis de Sigma A filosofia do 6-Sigma é baseada nos seguintes aspectos: Foco no cliente; Orientado aos processos; Gerenciamento dos fatos; Análise estatística avançada; Uso estruturado de ferramentas; Desencadeado por projetos Projetos de objetivos variados (custo, qualidade, velocidade da produção). JUST-IN-TIME - JIT Também surgido no Japão na época de 1970 e implementado oficialmente na Toyota. De forma tradicional, no processo de fabricação, são mantidos estoques de matérias-primas, produtos em elaboração e produtos acabados, o que resulta em um sistema de empurrar, ou seja, as matérias primas e os componentes são empurrados para cada etapa do processo, o que acaba gerando um grande estoque. Lunkes (2007) afirma que com o acirramento dos mercados as empresas brasileiras começaram a utilizar o JIT. De acordo com esta filosofia há uma diminuição dos estoques de matérias prima, produtos em elaboração e produtos acabados, sendo que as matérias primas e os componentes só são comprados quando existe a fabricação, sendo que muitas vezes estes já vão direto para o processo fabril. Bacharelado em Ciências Contábeis A utilização do ABC pode ser perfeitamente aliada ao JIT como sistema de produção, uma vez que este é um sistema em qual são comprados materiais e produzidos produtos ao tempo em que são vendidos aos clientes. Assim, no JIT o processo precisa ser redesenhado para que as máquinas e equipamentos necessários para fazer uma linha de produção estejam em linha (produção contínua), assim a combinação do JIT com o ABC resulta em um processo de produção mais eficiente.. Além disso, conforme cita Lunkes (2007) o ABC/ABM também pode ser utilizado em conjunto com o gerenciamento de qualidade TQM. Este método provê dados quantitativos que podem localizar o impacto financeiro de melhorias e iniciativas implementadas com o TQM, existindo, assim, uma melhoria da qualidade com a minimização de custos. Referências FILOMENA, Tiago Pascoal. NETO, Francisco José Kliemann. Modelo para Implantação de Custeio por Características. ABCustos Associação Brasileira de Custos - Vol. IV n° 1 - jan/abr 2009. Disponível em: http://tecnosulconsulting.com.br/wp-content/uploads/2011/09/Modelo-para- Implantacao-de-Custeio-por-Caracteristicas.pdf. Acesso em 11/08/2013 LUNKES, Rogério João. Contabilidade Gerencial. Florianópolis: Visual Books, 2007.
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