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ADM I(18.08) aluno

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
Profª Andréa Depintor
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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO – 
art. 37, caput, CF
L egalidade
I mpessoalidade
M oralidade
P ublicidade
E ficiência
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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
a) Legalidade
Art. 5º, II, CF
Art. 37, caput, CF
“Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.” (HLM)
Segundo CABM a administração pública só pode ser exercida conforme a lei, sendo a atividade administrativa sublegal ou infralegal.
 
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Bloco de legalidade (princípio da juridicidade administrativa): conjunto de normas jurídicas a que se submete a atuação pública.
A administração está obrigada a observar não apenas as leis, mas também observar princípios jurídicos e o ordenamento jurídico como um todo.
Lei 9.784/98. Art. 2º, parágrafo único - Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito;
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b) Impessoalidade : dever de imparcialidade.
Para HLM: tem relação com o princípio da finalidade (implícito).
A impessoalidade impede que o ato administrativo seja praticado visando interesse do agente ou de terceiros.
Desdobramento da impessoalidade: vedação da promoção pessoal prevista no art. 37, §1º, CF. 
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c) Moralidade: exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade – preceitos relacionados ao conceito de boa administração.
Lei 9.784/99. Art. 2º, parágrafo único - Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
Lei 8.112/90. Art.116. São deveres do servidor: II - ser leal às instituições a que servir; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
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Instrumentos para defesa da moralidade:
Direito de petição – art. 5º, XXXIV, “a”, CF;
Garantia de acesso ao Poder Judiciário contra qualquer lesão ou ameaça a direito – art. 5º, XXXV, CF;
Ação Popular – art. 5º, LXXIII, CF
Ação Civil Pública – lei 7.347/85.
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d) Publicidade: apresenta duas acepções.
1ª) exigência de publicação oficial, como requisito de eficácia dos atos administrativos que devam produzir efeitos externos e dos atos que impliquem ônus ao patrimônio público;
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2ª) exigência de transparência da atuação administrativa. Implica no dever de prestar informações de interesse dos cidadãos e de não praticar condutas sigilosas.
Art. 5º. CF. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;  (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
Art.5º.CF. XXXIV - XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
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Art.5º.CF. LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
 
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Princípio da Eficiência: relacionada ao modelo de administração pública gerencial.
Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores vinculados ao princípio.
O princípio pode ser descrito em duas vertentes, segundo Maria Sylvia Di Pietro:
I – relativamente à forma de atuação do agente público, espera-se o melhor desempenho de suas atribuições, a fim de obter os melhores resultados;
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Exemplo:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
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II – quanto ao modo de organizar e estruturar a administração pública, exige-se que este seja o mais racional possível, no intuito de alcançar melhores resultados na prestação dos serviços públicos.
Exemplo: 
Parcerias da Administração Pública tais como: parcerias público privadas, concessões e permissões de serviço público.
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EXERCÍCIOS
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(OAB FGV IX) De acordo com o art. 2º, inciso XIII, da Lei 9.784/98, a Administração deve buscar a interpretação da norma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa da nova interpretação. Assinale a alternativa que indica o princípio consagrado por esse dispositivo, em sua parte final 
Legalidade.
Eficiência.
Moralidade.
Segurança das relações jurídicas.
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(ESAF/APO/EPPGG-MPOG/2008) A agência executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha vinculada, introduzida no direito brasileiro em decorrência do movimento da globalização. Destarte, assinale qual princípio da administração pública, especificamente, que as autarquias ou fundações governamentais qualificadas como agências executivas visam observar nos termos do Decreto nº 2.487/98:
Razoabilidade
Moralidade
Eficiência
Legalidade
Publicidade
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(CESPE/Procurador do Estado da Paraíba/2008) O princípio da eficiência, introduzido expressamente na Constituição Federal na denominada Reforma Administrativa, traz a ideia de uma administração
Descentralizada
Informatizada
Moderna
Legalizada
Gerencial
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(OAB VIII) O prefeito do município “P", conhecido como João do “P”, determinou que, em todas as placas de inauguração das novas vias municipais pavimentadas em seu mandato na localidade denominada “E”, fosse colocada a seguinte homenagem: “À minha querida e amada comunidade “E”, um presente especial e exclusivo do João do “P”, o único que sempre agiu em favor de nosso povo!” O Ministério Público estadual intimou o Prefeito a fim de esclarecer a questão. Na qualidade de procurador do município, você é consultado pelo Prefeito, que insiste em manter a situação. Indique o princípio da Administração Pública que foi violado e por que motivo. 
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PADRÃO DE RESPOSTA
O princípio violado é o da impessoalidade (0,25), uma vez que, no caso concreto, a publicidade presente nas placas de inauguração da localidade NÃO teve caráter educativo, informativo ou de orientação social, mas sim ato característico de promoção pessoal do prefeito, vedado pelo art. 37 § 1º da CF(1,00). 
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(OAB FGV XXII) Em fevereiro de 2017, o Estado Alfa fez editar a Lei nº XYZ, que inovou no ordenamento local ao proibir a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na respectiva Administração Pública Direta e na Indireta de todos os Poderes locais, também abrangendo ajustes mediante designações recíprocas. Com isso, a dita lei vedou a prática do chamado nepotismo. Em razão de tal norma, o governador do Estado Alfa se recusou a nomear João para o cargo de médico, para o qual este havia sido aprovado em concurso público regularmente realizado, sob o fundamento de o candidato ser filho de deputado estadual. 
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Diante dessa situação hipotética, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
Considerando que a Lei nº XYZ inovou no ordenamento
local, analise se a prática de nepotismo era possível antes de seu advento, à luz do ordenamento vigente. (Valor: 0,70) 
B) É válida a conduta do governador de recusar a nomeação de João? (Valor: 0,55) 
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PADRÃO DE RESPOSTA
A) A resposta é negativa. A vedação ao nepotismo não depende de lei ordinária para a sua aplicação, que decorre diretamente dos princípios consagrados na CRFB/88, conforme o Art. 37, caput, da CRFB/88 OU a Súmula Vinculante nº 13, do STF, notadamente os da isonomia, moralidade e eficiência. 
B) A resposta é negativa. A vedação ao nepotismo não se aplica à investidura de servidores por efeito de aprovação em regular concurso público, sob pena de violar o disposto no Art. 37, inciso II, da CRFB/88. 
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OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
Supremacia do interesse público
b) Indisponibilidade do interesse público
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(ESAF/Procurador do DF) “O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é princípio geral do Direito. Nesse diapasão, como expressão dessa supremacia, a Administração, por representar o interesse público, tem a possibilidade, nos termos da lei, de constituir terceiros em obrigações mediante atos unilaterais”.
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c) Razoabilidade: impõe a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com equilíbrio, coerência e bom-senso.
Lei 9.784/99. Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Ex.: edital de concurso para provimento do cargo de varredor de ruas que exige dos candidatos nível superior.
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d) Proporcionalidade: é um aspecto da razoabilidade, voltado à aferição da justa medida da reação administrativa diante da situação concreta. Trata-se da proibição de exageros.
Ex.: legislação tributária que instituiu multa fiscal de 300% (ADI 1075).
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(OAB VIII) Norberto, brasileiro, desempregado e passando por sérias dificuldades econômicas, domiciliado no Estado “X”, resolve participar de concurso público para o cargo de médico de hospital estadual. Aprovado na fase inicial do concurso, Norberto foi submetido a exames médicos, através dos quais se constatou a existência de tatuagem em suas costas. Norberto, então, foi eliminado do concurso, com a justificativa de que o cargo de médico não era compatível com indivíduos portadores de tatuagem. Inconformado, Norberto ajuizou ação ordinária em face do Estado, de competência de vara comum, com pedido liminar, na qual requereu (i) a anulação do ato administrativo que o eliminou do concurso; e (ii) que lhe fosse deferida a possibilidade de realizar as demais etapas do certame, com vaga reservada. O juízo de 1ª instância indeferiu o pedido liminar, em decisão publicada ontem, pelos seguintes motivos:
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1. Os pedidos de anulação do ato de eliminação e de reserva de vaga não seriam possíveis, pois significariam atraso na conclusão do concurso; 2. A Administração Pública possui poder discricionário para decidir quais são as restrições aplicáveis àqueles que pretendem se tornar médicos no âmbito do Estado, de forma que o autor deverá provar que a decisão foi equivocada. 
Diante do exposto, e supondo que você seja o advogado de Norberto, elabore a medida judicial cabível contra a decisão publicada ontem, para a defesa dos interesses de seu cliente, abordando as teses, os fundamentos legais e os princípios que poderiam ser usados em favor do autor. 
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e) Autotutela: possibilita à administração pública controlar seus próprios atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à legalidade.
Súmula 346 do STF. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473 do STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
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f) Segurança Jurídica: inerente ao Estado Democrático de Direito, tem como objetivo conferir estabilidade às relações jurídicas, de forma a promover confiança entre a Administração Pública e seus administrados. 
Art. 5º, XXXVI, CF

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