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Filosofia contemporânea e educação

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Filosofia contemporânea e educação 
UNIDADE II
Descubra as principais correntes de pensamento modernas, passando pela Fenomenologia, Hermenêutica, Existencialismo e Estruturalismo, além de conhecer alguns de seus mais célebres idealizadores, como Jean-Paul Sartre e Michel Foucault, para saber diferenciar cada uma das correntes.
Fenomenologia e Consciência
 A fenomenologia, termo originado das palavras gregas phainesthai, que significa "aquilo que se mostra", e logos, que significa "estudo", nasceu na segunda metade do século XIX.
O termo, que tem surgimento recente, emergiu junto aos estudos do filósofo Edmund Husserl, considerado o fundador da fenomenologia moderna. Podemos defini-la como um tipo de método que estuda a relação entre o ser e o objeto.
(Dependendo da visão que temos da realidade, dividimos a fenomologia em três principais linhas: a transcendental, de Husserl, a existencial, que tem como grandes idealizadores Maurice Merleau-Ponty e Jean-Paul Sartre, e a hermenêutica, representada por Hans George Gadamer e Martin Heidegger.)
Também durante o século XIX, a psicologia, sempre considerada até então como uma área da filosofia, ganhou autonomia e passou a ser considerada uma ciência à parte. Assim, questões antes tidas como filosóficas, como "O que é a realidade?" ou "Como saber o que é falso ou verdadeiro?" passaram a ser vistas como da área da psicologia.
Essa ascensão da psicologia levou muitos a questionarem a necessidade dos estudos filosóficos, uma vez que os psicologistas explicavam as principais questões antes atribuídas à filosofia.
Os psicologistas defendiam que o conhecimento ocorre através de processos mentais. Uma vez que os processos da mente são diferentes entre as pessoas, então os objetos criados mentalmente também não são iguais, ou seja, são subjetivos.
Sendo assim, torna-se impossível que duas ou mais pessoas tenham como base o mesmo objeto de conhecimento. Nesse momento, Edmund Husserl propõe uma solução para essa problemática através de sua teoria transcendental, como veremos a seguir.
Fenomenologia Transcendental de Husserl
Nascido em abril de 1859 em Prossnitz, Morávia, no então Império Austríaco (atual Prostejov na República Checa), Edmund Husserl defendia a elaboração de uma filosofia puramente científica. “Toda consciência é consciência de algo.” 
Edmund Husserl
 
Na visão de Husserl, todos os objetos de pensamento são ideais, ou seja, têm significado permanente, atemporal.
Assim, a fenomenologia de Husserl defende que não existe uma consciência "vazia" à espera de ser preenchida pela experiência de algum objeto.
Para ele, "toda consciência é consciência de algo", portanto objeto e sujeito são inseparáveis.
Heidegger e a Hermenêutica
Alemão nascido no ano de 1889 em uma pequena cidade católica e filho de um sacristão, Martin Heidegger foi um dos mais importantes pensadores 
do século XX. Toda a sua obra tem um foco permanente no pensamento metafísico.
"A angústia é a disposição fundamental que nos coloca perante o nada."
Martin Heidegger
Em Ser e Tempo (1927), um de seus mais famosos livros, Heidegger analisa o homem como um sujeito consciente do ser, sabendo também de sua própria morte futura, uma vez que toda vida humana é finita. A partir dessa consciência de finitude da vida, o homem procura ter uma existência produtiva e original. Como veremos a seguir, a análise da questão do ser feita por Heidegger influenciaria fortemente a importante escola existencialista.
Existencialismo e Liberdade
Em meados do século XIX, o existencialismo surgiu como a filosofia sobre o homem mais revolucionaria do período contemporâneo. Sören Kierkegaard (1813-1855), teólogo e pensador dinamarquês, é considerado por muitos como fundador do existencialismo.
“A coisa crucial é encontrar uma verdade que seja para mim, encontrar a ideia pela qual eu esteja disposto a viver e morrer.” Kierkegaard
De acordo com Kierkegaard, a vida humana é despropositada, vazia, fato que pode gerar ansiedade e melancolia no homem. Para conviver melhor com a própria existência significante, Kierkegaard defende que o homem pode optar por uma das três posições diante da vida.
Posição estética: Nela, o homem pensa e assume a morte como final inevitável, mas tente se entreter com a beleza e os prazeres do mundo para não se deprimir com sua absurda existência.
Posição ética: Aqui o indivíduo torna-se resignado, conformado com seu próprio vazio existencial.
Posição religiosa: Usando a fé como instrumento, o homem se agarra aos princípios religiosos como tábua de salvação.
	
Ao contrário de Keirkegaard, o hermenêutico Heidegger, que vimos anteriormente, só assume duas formas de viver: a autêntica e a inautêntica. Na forma inautêntica de Heidegger, o homem tenta fugir da melancolia que o pensamento sobre a inevitável morte traz, se ocupando das questões cotidianas. Já na forma autêntica, o indivíduo admite que a morte é parte certa da existência humana e convive com a aflição inerente a ela.
Esses pensamentos sobre a atitude humana diante do vazio existencial influenciaram a formação de ideias de Jean-Paul Sartre (1905-1980), tido como principal nome da escola existencialista. 
"Não há necessidade de grelhas, o inferno são os outros."
Jean-Paul Sartre
Existencialismo Sartreano
Jean-Paul Sartre nasceu no início do século XX, em Paris. Grande defensor da liberdade humana, Sartre rejeita firmemente a crença religiosa ou em qualquer teoria sobrenatural.
O pensamento sartreano foi tido por muitos como anti-humanista, uma vez que Sartre pregava que a existência humana não tem qualquer propósito e rejeitava a moral e o valores do cristianismo. "Se um certo Jean-Paul Sartre for lembrado, eu gostaria que as pessoas recordassem o meio e a situação histórica em que vivi, todas as aspirações que eu tentei atingir. É dessa maneira que eu gostaria de ser lembrado." (Jean-Paul Sartre, em declaração durante entrevista concedida cinco anos antes de sua morte).
O pensador francês rebatia as críticas definindo a teoria existencialista entre os conceitos de "essência" e "existência". A essência seria a função, o papel de algo no mundo, enquanto a existência refere-se ao simples fato de existir, estar ali. A maioria dos objetos tem antes de tudo uma essência, um propósito, e é essa essência que leva a sua existência, ou seja, eles são criados e passam a existir para cumprir determinado papel pré-determinado, como uma faca é antes concebida e depois fabricada para cortar coisas. Com o homem, porém, ocorre o contrário: ele existe e somente depois poderá haver uma razão para isso. No campo da educação, as ideias de Sartre são bastante controversas e complicadas devido às muitas formas de interpretá-las. Sartre enxerga nas relações humanas uma limitação à liberdade individual, o que explica sua famosa afirmação "o inferno são os outros". Para ele, o autoritarismo do professor restringe a liberdade do aluno, tornando inviável uma teoria pedagógica baseada nos princípios existencialistas. Podemos dizer, no máximo, que o existencialismo aplicado à educação implicaria em desenvolver o ser humano para uma vida livre e responsável. Para ele, o autoritarismo do professor restringe a liberdade do aluno, tornando inviável uma teoria pedagógica baseada nos princípios existencialistas. Podemos dizer, no máximo, que o existencialismo aplicado à educação implicaria em desenvolver o ser humano para uma vida livre e responsável.
Segundo Sartre, o ser humano é, portanto, livre para fazer suas escolhas e tomar as decisões que determinarão sua essência ou função no mundo. A partir dessa premissa, podemos compreender o significado da afirmação sartreana "O homem está condenado a ser livre".
Nietzsche e o Individualismo
Nascido em 1844 na Alemanha, em uma cidade conhecida por Röken, Friedrich Nietzsche tornou-se um dos mais relevantes filósofos da história da humanidade. Segundo o próprio Nietzsche, ele tornou-se filósofo influenciado pelas ideias do também alemão Arthur Schopenhauer,autor de grandes obras filosóficas como O Mundo como Vontade e Representação, de 1818. Nietzsche concorda com a filosofia de Schopenhauer quanto às seguintes questões primordiais: a inexistência de Deus, a inexistência de alma e a falta de sentido da vida, que representa esforço e sofrimento, motivada somente por um desejo irracional chamado vontade.
"E o homem, em seu orgulho, criou Deus, a sua imagem e semelhança."
Friedrich Nietzsche
Contrariando Schopenhauer, Nietzsche não acredita que a 
realidade seja dividida em duas, o fenômeno e a própria coisa. De acordo com Nietzsche, o mundo em que vivemos é a única realidade e não devemos nos afastar dele. Ele se indaga, porém, como isso é possível já que o mundo não tem sentido nem Deus. Refletindo sobre esses temas, Nietzsche desenvolve então seu próprio pensamento, inspirando-se na antiga filosofia grega, durante os dez anos em que trabalhou como professor na cidade suíça de Basiléia.
Adoece em 1879, sendo forçado a parar de lecionar. Começa então uma vida nômade à procura de um clima próprio tanto para sua saúde quanto para sua filosofia, passando pelas cidades de Veneza, Turim, Nice, Gênova e outras. Escreve sua obra Assim Falou Zaratrusta em 1882, produzindo outras em seguida. Em suas obras, Nietzsche critica veementemente os valores sociais de sua época. A seu ver, esses valores têm origem em civilizações remotas, como a grega, e baseiam-se em princípios religiosos em que a maioria das pessoas já não mais acredita. Seria necessário, então, criar um novo fundamento para nossos valores.
Nietzsche e a Moral da Fraqueza
De acordo com Nietzsche, a sociedade humana foi erguida e evoluiu a partir da força, da inteligência e dos homens que possuíam essas qualidades e assumiam a liderança.
Defensores da moral como Jesus, porém, pregavam a defesa dos fracos e oprimidos, alterando o processo natural evolutivo da humanidade. Assim, novos conceitos morais surgiam, valorizando características como o altruísmo e a humildade.
Vontade de Poder
Nietzsche defende que, como sabemos que esses valores morais não são ordem divina, temos liberdade para seguir nossos próprios conceitos. Este fato, que Nietzsche chama de vontade de poder, permite ao indivíduo se desenvolver além dos limites sociais e destacar-se dos demais. Para Nietzsche, grandes personalidades históricas como Lutero, Napoleão e Goethe possuíam vontade de poder. Ele argumenta que somente assim o homem pode alcançar a auto -realização, seja na vida pessoal, social ou profissional.
	
Freud e o Inconsciente
 
Nascido na Áustria em 1856, Sigmund Freud passou para a história como o criador da Psicanálise (análise do psíquico), através da qual podemos estudar o consciente e o inconsciente do indivíduo. Uma de suas mais relevantes teorias afirma que doenças física e psíquicas são originadas por desejos e fantasias sexuais reprimidos. Essa ideia leva a um conceito fundamental no pensamento freudiano: o inconsciente.
"A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos."
Sigmund Freud
Segundo Freud, o inconsciente seria um grande conjunto de repressões sexuais, causando sonhos e estimulando a imaginação do indivíduo. A idéia do inconsciente revolucionou o pensamento racionalista da época, que pregava que seriam exatamente o raciocínio e a consciência o grande diferencial humano em relação aos outros animais. A teoria freudiana também teve grandes impactos na questão social. Freud defendia existir uma relação entre os padrões sociais e o sentimento de culpa do indivíduo. De acordo com ele, o inconsciente conduziria e determinaria as decisões conscientes do homem em todos os campos de sua vida. 
 Focault e o Estruturalismo 
"Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo."
Michel Foucault
 Focault e o Estruturalismo
 
Desenvolvido inicialmente na área linguística por Ferdinand de Saussure, o estruturalismo surgiu na primeira metade do século XX como uma mudança no modo de analisar a linguagem. Vista até então baseada em suas origens históricas, no estruturalismo de Saussure a linguagem passou a ser analisada a partir de sua posição de diferença em um grupo de sinais. 
(Assim, a palavra 
passaria a ser avaliada com base em seu significado diferente
do das demais, e não 
mais por suas raízes históricas). 
O estruturalismo linguístico de Saussure se expandiu e passou a ser também adotado em análises antropológicas, filosóficas e psicanalistas. Na área da filosofia ganhou destaque o pensador francês Michel Foucault, autor de relevantes obras do estruturalismo como A Arqueologia do Saber, História da Sexualidade, O Nascimento da Clínica e História da Loucura.
Foucault defende a teoria de que há estruturas inconscientes que guiam os pensamentos de uma pessoa ou sociedade. Para ele, existem diferentes universos conceituais de acordo em cada localidade e momento histórico. 
Assim, podemos definir a trajetória do pensamento ao longo dos tempos como uma sequência de grupos de conceitos e linguagem específicos de uma comunidade, os quais seriam incompreensíveis para indivíduos de outro meio ou época.
"Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo.“
Michel Foucault
Sendo assim, Foucault argumenta que a ideia de progresso é ilusória; o que aconteceria na verdade seria a simples troca de um sistema de pensamento por outro, de tempos em tempos. Foucault também desenvolveu uma interessante teoria sobre a relação entre o poder e o saber, segundo ele presente em todas as instituições sociais, de hospitais a escolas.
 Nas instituições de ensino, Foucault aponta a existência do poder disciplinar, uma forma de moldar o comportamento dos alunos dentro do padrão desejado. A ideia do saber está sempre ligada a do poder, uma vez que o professor, por exemplo, tem poder graças a seu saber.
Outra característica que Foucalt identifica nas instituições, inclusive na escola, é a classificação. Essa classificação pode ser realizada a partir de fatores simples, como idade e sexo, até outros bem mais complexos, como personalidade ou estrutura física.
Desse modo, com sua nova teoria estruturalista, Foucault teve participação marcante no desenvolvimento de um novo padrão pedagógico e social. 
O Idealismo e o Materialismo dialético 
Conheça a escola filosófica criada pelos filósofos Marx e Engels para compreender sua importância na educação escolar.
Materialismo Dialético e a Luta de Classes
No século XIX, a Alemanha viu crescer com força o  idealismo, corrente filosófica que defendia que o pensamento é a verdade absoluta, sendo todas as outras coisas formadas a partir dele. Friedrich Hegel, principal pensador idealista desse período, criou o lema "todo real é racional, todo racional é real" para sintetizar sua filosofia. Ele também defendia o uso da dialética, forma de análise em que o pensamento é estruturado tendo 
como base o confronto de ideias opostas. Nesse momento filosófico idealista, despontam dois dos maiores pensadores de todos os tempos: Karl Marx e Friedrich Engels.
“ A história da sociedade até os nossos dias é a história de luta de classes.” Karl Marks 
Ambos concordam com Hegel quanto à dialética como forma de ver a realidade, mas discordam da teoria idealista.
Na visão de Marx e Engels, a base essencial da realidade não é o pensamento, mas sim a matéria; para eles, o pensamento é somente o resultado natural da matéria. A partir dessas novas ideias, Marx e Engels formam uma nova escola filosófica hoje conhecida como materialismo dialético.
O socialismo científico de Marx e Engels
O período compreendido entre o final do século XVIII e o início do século XIX foi marcado por um grande processo de mudanças tecnológicas, econômicas e sociais denominado Revolução Industrial. Nela emergiram novas matérias-primas comoo aço e o vidro, novas fontes energéticas, com destaque para a máquina a vapor, e a massificação do trabalho assalariado.
Porém, junto à grande geração de riquezas, a Revolução Industrial também trouxe o aumento da desigualdade social.
Nessa época, ao mesmo tempo em que o progresso era flagrante, também o eram as péssimas condições de trabalho, os baixos salários, as exaustivas jornadas de trabalho, o trabalho infantil, entre outros problemas. Nesse contexto, muitos pensadores, os socialistas, procuravam meios para melhorar a vida desses trabalhadores pertencentes às classes mais pobres.
Os pensadores alemães Marx (1818-1883) e Engels (1820-1895), porém, consideravam utopias ou fantasias as ideias de muitos desses socialistas que propunham mudar a sociedade de forma pacífica. Para eles, a luta de classes sempre esteve presente na história do homem e não seria possível uma verdadeira transformação social sem ela. 
	De acordo com a filosofia de Marx e Engels, a sociedade poderia ser dividida em dois grupos:
Burguesia
Detentora dos meios de produção (fábricas, maquinário e propriedades agrícolas).
Proletariado
A quem restava vender sua força de trabalho aos burgueses em troca de um salário que garantisse seu sustento.
A origem da luta de classes era a distribuição de riquezas na sociedade ao longo da história humana. As ideias sobre como essa distribuição teria acontecido deram origem à teoria do materialismo histórico, segundo o qual as formas de pensamento e ação eram baseadas na situação material de uma sociedade. Segundo Marx e Engels, a exploração do trabalho proletário em algum momento atingiria seu limite crítico, o que levaria a uma grave crise econômica e a uma revolução da classe trabalhadora. Com ela, o governo vigente seria deposto e em seu lugar seria instaurado um governo dos trabalhadores. Gradativamente, o governo proletário também tenderia a não mais existir, surgindo assim uma nova forma social, totalmente livre e sem classes econômicas.
Na teoria desses pensadores, as ideologias (crenças e valores) de uma sociedade capitalista são criadas pela classe dominante para reduzir o risco de revoluções proletárias. Através dessas ideologias, a classe dominante cria explicações e teorias para a estrutura social capitalista, geralmente aceitas sem questionamento pelo proletariado.
 **Fato que Marx e Engels chamam de alienação**
Marx e Engels também tiveram grande influência no campo da filosofia da educação. Para eles, a sociedade é formada por dois tipos de indivíduos:
Pensadores: um engenheiro, por exemplo, é um pensador, pois é ele quem idealiza uma obra.
Executores: já o pedreiro é um executor, por ser ele quem a constrói.
Marx e Engels acreditam que seria melhor se não houvesse essa divisão e todos fossem ao mesmo tempo pensadores e executores. Para isso, a educação seria fundamental em toda a sociedade. Assim, a educação escolar da época sofreu duras críticas dos filósofos alemães, que a acusavam de servir aos princípios capitalistas, formando futuros trabalhadores alienados para a burguesia.
Quanto ao trabalho infantil, Karl Marx não reprovava o trabalho de jovens desde que ele não impossibilitasse uma vida escolar sadia, como costumava acontecer na época. Nas próprias palavras de Marx (2002, p. 68):
1º- Muitos trabalhadores que frequentaram a escola durante 150 horas prescritas, encontram-se exatamente no mesmo estado, ao cabo de 6 meses da sua estadia na fábrica, do que no ponto de partida; esqueceram naturalmente tudo o que tinham aprendido antes. Noutras empresas de estampagem de algodão, a frequência da escola depende totalmente das exigências do trabalho na empresa.
2º- O número de horas obrigatórias é aí satisfeito em cada período de 6 meses por prestações de 3 a 4 horas de cada vez, disseminadas por todo o semestre. A criança, por exemplo, vai à escola um dia das 8 às 11 da manhã, outro dia da1 às 4 da tarde, depois durante toda uma série de dias daí voltar em seguida das 3 às 6 horas da tarde durante 3 ou 4 dias seguidos ou durante uma semana.
3º- Desaparece de novo três semanas ou um mês, depois volta durante algumas horas em certos dias de folga, quando por acaso o patrão não precisa mais dela. A criança passa assim da escola para a fábrica e da fábrica para a escola, até que se atinja o total de 150 horas.
Do naturalismo de Rousseau ao empirismo de Voltaire 
Conheça as correntes filosóficas defendidas pelos naturalistas e empiristas e seus respectivos pensadores, compreenda os princípios fundamentais de cada uma delas e como influenciaram o campo da Filosofia da Educação.
Naturalismo, um retorno às origens
Durante o período moderno surgiu uma corrente de pensamento que ficou conhecida como naturalismo. Para compreendermos seus princípios, vamos analisar as principais diferenças entre o meio natural e a sociedade urbanizada em que vivemos. O meio ambiente, como nos referimos à natureza atualmente, é formado por tudo que existe no planeta e que não foi criado pelo homem. Plantas, rios, animais, peixes e mares são apenas alguns exemplos de componentes naturais. Por outro lado, nossa civilização tem origem direta na ação do homem. A diferenciação entre natureza e mundo civilizado é aparentemente simples, mas devemos lembrar que nós, humanos, além de fundadores e habitantes das sociedades civilizadas, somos essencialmente animais e parte integrante do meio ambiente.
Mas o que defende, afinal, o naturalismo?
Para os filósofos naturalistas, o meio ambiente é bom por essência e quanto mais nos voltarmos a ele, mais felizes, saudáveis e sábios seremos. Assim, podemos dizer que o naturalismo prega um retorno do homem, parte do meio ambiente, à mãe natureza.
Os naturalistas consideram o mundo civilizado que criamos como a razão de todos os problemas sociais, mentais e até físicos da humanidade. 
Jean-Jacques Rousseau, filósofo franco-suíço, é considerado o maior representante da teoria naturalista. Nascido em Genebra no ano de 1712, Rousseau alega que o homem é naturalmente bom, mas a sociedade em que vive o corrompe ao longo de sua vida.
Porém, esse pensamento gerava conflitos com a tendência cultural da época, o iluminismo.
Vamos conhecer 
mais sobre as idéias iluministas?
O iluminismo e a valorização do ser humano
Durante o século XVIII, vários filósofos passaram a defender ideias que pregavam a renovação dos valores sociais na Europa. Esse grupo de pensadores começou a questionar se o modo de vida vigente era favorável à felicidade humana, e combatiam qualquer fator que fosse tido como contrário à justiça, felicidade e igualdade entre os homens.
Esse movimento ficou conhecido como iluminismo, em alusão ao uso da razão (luz) contra os conceitos antigos (trevas).
Os pensadores iluministas argumentavam que o ser humano possui um direito inato à felicidade. Assim, todos os vícios sociais que fossem obstáculos ao alcance da felicidade humana deveriam ser combatidos.
A imposição religiosa, o absolutismo político e a injustiça social eram alguns dos principais males da época, segundo os iluministas.
Apesar dessa nova visão filosófica, várias características medievais continuavam vigentes na sociedade; a aristocracia, o uso do latim e a religiosidade cristã permaneciam fortes na Europa. Mas a ascenção de uma classe social ajudaria a mudar essa realidade. 
A Burguesia Iluminista
O mercantilismo, prática econômica característica do período histórico entre o século XV e o final do século XVIII, surgiu no momento em que a Europa vivia séria escassez de metais preciosos (ouro e prata), necessários para a cunhagem de moedas e para atender ao comércio. Naquele tempo, acreditava-se que a riqueza de um país era equivalente à quantidade de metais preciosos que ele possuía. Como nem sempre encontrava-se fontes naturais nas terras conquistadas na América, os europeus buscaram no comércio os necessários metais. A partir daí, uma nova classe de pessoas, a burguesia, passou a ganhar muito dinheiro com essa expansão comercial chamadade mercantilismo. Assim, ao mesmo tempo em que a prática mercantilista fortalecia o Estado absolutista, também dava poder crescente e autonomia aos burgueses.
Com o passar do tempo, a burguesia, cada vez mais poderosa, passa a contestar o absolutismo, a intervenção estatal na economia e os privilégios da nobreza, custeados pela classe burguesa. As ideias fundamentais do iluminismo, como liberdade social e pessoal, fim do absolutismo e avanço científico, eram as mesmas que a burguesia apoiava, assim o movimento iluminista passou a ser fortemente incentivado pelos burgueses.
Voltaire e o Iluminismo
Nascido em Paris no ano de 1694, François Marie Arouet, conhecido por Voltaire, foi um dos maiores filósofos do iluminismo. Extremamente espirituoso, foi autor de obras muito influentes como Cartas Inglesas, O Homem de Quarenta Escudos e Cândido.
Voltaire sempre atacou veementemente vários desmandos do regime absolutista, defendendo que o poder deveria ser racional, liberal, e não fortemente sujeito às tradições e dogmas como era.Para ele, as pessoas viviam limitadas pelas superstições e pelo fanatismo religioso. Por isso, defendia uma reforma social baseada no uso da razão e com forte incentivo ao avanço científico e tecnológico. 
Na questão educacional, Voltaire critica firmemente o modelo da época. Para ele, os assuntos e problemas do cotidiano, ligados à vida real, atuais, devem ser priorizados no ensino, e não os ensinamentos estritamente teóricos, como acontecia naquele tempo.
IMPORTANTE!
Ao contrário do filósofo naturalista Jean-Jacques Rousseau, Voltaire não defendia a necessidade de separação entre natureza e mundo civilizado para a felicidade humana.
Rousseau e o "bom selvagem"
Considerado como um dos mais importantes pensadores naturalistas, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) dizia que, há muito tempo atrás, quando ainda não existia o mundo civilizado, o homem levava uma vida equilibrada e feliz na natureza. Todos os homens eram bons, pois pra Rousseau a essência do ser humano é sempre bondosa. Porém, com o passar do tempo e a construção de uma sociedade civilizada, o homem aos poucos foi adquirindo maus hábitos e defeitos. Cada vez mais distante da natureza, o ser humano começou a desenvolver atividades artísticas e científicas. Segundo Rousseau, essas atividades só pioraram ainda mais a vida humana, pois alimentavam sentimentos repulsivos como a vaidade e os ciúmes. Com isso, a sociedade humana tornou-se completamente corrompida.
Rousseau exemplifica sua tese do "bom selvagem" através do comportamento infantil. 
A princípio, as crianças pequenas são bondosas e sinceras mas, ao longo de seu desenvolvimento, têm contato com crianças mais velhas e adultos e começam a absorver os vícios desses, como a desonestidade, a inveja, o egocentrismo, o orgulho e os preconceitos. Para Rousseau, depois de corrompido, o homem nunca conseguiria retornar ao seu estado original de pureza.
De acordo com o pensamento de Rousseau, a teoria do homem como ser essencialmente bom pode ser aplicada em dois campos da vida social: a política e a pedagogia.
O Contrato Social de Rousseau
	
Nesta obra, considerada como uma das mais importantes da filosofia política, Rousseau defende a idéia de que, não sendo possível um retorno do homem ao seu estado natural, deve ser criado um contrato entre todos, visando estabelecer os princípios de uma boa vida em sociedade. O contrato social seria, então, um pacto em que os homens se associariam para formar uma sociedade igualitária e justa, em que a vontade geral prevaleceria. Após a publicação, Do Contrato Social ele foi julgado ofensivo pelas autoridades da época, que ordenaram a prisão de seu idealizador. Rousseau, então com 50 anos de idade, fugiu para a cidade de Neuchatel, na Suíça. 
Quarta fase (de 15 aos 20 anos de idade):
A partir de agora o homem começa a desenvolver sua vida social e afetiva, iniciando assim a "idade da razão".
Terceira fase (de 12 a 15 anos de idade):
Período em que o educador mais participa, e no qual o adolescente deve começar a aprender, principalmente através de experiências, matérias como matemática e geografia, além de um ofício.
Segunda fase (de 5 a 12 anos de idade):
Para Rousseau, aqui devemos iniciar o contato da criança com o meio em que vive, ainda sem intervenção do educador.
Primeira fase (de 0 a 5 anos de idade):
Neste período, segundo Rousseau, devemos permitir à criança se desenvolver fisicamente de forma completamente livre, priorizando o aleitamento materno.
Emílio ou Da Educação
Também em 1762, Rousseau publicou um romance pedagógico chamado Emílio ou Da Educação. Essa obra fez muito sucesso na época, e a partir dela grandes educadores dos séculos seguintes desenvolveram suas próprias ideias. Nela, Rousseau conta em forma de romance a trajetória da educação de um nobre órfão, Emílio, desde seu nascimento até seu casamento. Ao longo da narrativa, Rousseau defende que se deixe a criança desenvolver seus próprios instintos. Para ele, o educador deve, acima de tudo, preservar a natureza da criança.
Esse modelo pedagógico, chamado educação negativa, seria portanto mais benéfico do que o modelo comum na época, a educação positiva, que desenvolvia o intelectual desde muito cedo.
De 0 a 5 anos:
Neste período, segundo Rousseau devemos permitir que à criança se desenvolver fisicamente de forma completamente livre, priorizando o aleitamento materno.
De 5 a 12 anos:
Para Rousseau, aqui devemos iniciar o contato da criança com o meio em que vive, ainda sem a intervenção do educador.
De 12 a 15 anos:
Período em que o educador, mais participa e no qual o adolescente deve começar a aprender principalmente através de experiências, matérias como matemática e geografia como um oficio. 
De 15 A 20 anos:
A partir de agora o homem começa a desenvolver sua vida social e afetiva, iniciando assim “a idade da razão.”
Analisando a teoria pedagógica de Rousseau, concluímos que seus principais conceitos correspondem a uma educação livre e distante da civilização. Na obra de Rousseau, apenas após atingir a fase adulta é que Emílio, o aluno, poderá se relacionar com a sociedade sem comprometer sua índole.
Crítica ao Naturalismo
Como acabamos de ver, Rousseau combateu ideologias antigas na sociedade. Entre elas, podemos citar a de que a educação infantil deveria ter como foco os interesses da vida adulta. Rousseau defendia que devemos respeitar as necessidades da criança e as condições em que elas melhor se desenvolvem. Ele condenava com veemência a escola de sua época, que aplicava a rigidez do ensino e o uso excessivo da memorização. 
Valorizando a experiência
no processo educacional, Rousseau influenciou diretamente a pedagogia moderna. 
Apesar do grande sucesso alcançado pelas obras inovadoras de Rousseau, muitas críticas também foram feitas a elas desde o passado até a atualidade. A principal crítica à filosofia educacional de Rousseau é quanto a sua impraticabilidade. Educar as crianças afastadas de qualquer contato social, inclusive com a própria família, realmente parece inconcebível para a maioria de nós. Isso inclusive iria contra ao princípio essencial de socialização, tão valorizado pela psicologia. Assim, ao invés de formar homens melhores, a teoria de Rousseau criaria indivíduos com sérias dificuldades para interagir socialmente. 
Devemos observar, porém, que o próprio Rousseau argumenta em sua obra Emílio que ela não é um guia a ser aplicado na rotina pela sociedade, mas antes um incentivo a nossa reflexão. 
Origem da filosofia da educação 
Entenda quando e onde surgiu a Filosofia da educação para identificar o contexto histórico e os pensadores das primeiras correntes filosóficas e tendências educacionais. 
	 	Primórdios da Filosofia da Educação
	
A preocupação em instigar as crianças para a atitude filosófica tem início na antiga Grécia. Platão foi o primeiro filósofo a imaginar como poderia ser a educação das crianças, conformerelatado no livro "A República". Apesar disso, não havia um projeto particular que levasse à efetivação do ensino filosófico voltado às crianças.
A partir do início da Idade Moderna (período histórico que vai do século XV ao XVIII), quando a religião e a Igreja já não tinham mais tanta influência e poder quanto na Idade Média (compreendida entre os séculos V e XV), vários pensadores voltaram a dar grande importância à razão. De acordo com a fé cristã, porém, a razão de todas as coisas é Deus e, por sermos pecadores, não podemos chegar a ela. Sendo assim, os pensadores modernos pretendiam responder a essa crítica justamente através do uso da razão. Então, os filósofos modernos se dividiram em duas principais correntes de pensamento: o racionalismo e o empirismo
Racionalismo Cartesiano 
De acordo com o racionalismo, todo conhecimento real tem origem na razão. Assim, os racionalistas defendem o método dedutivo, ou seja, o uso de uma trilha lógica, partindo de enunciados gerais até uma conclusão específica.
Em oposição ao racionalismo, o empirismo valoriza o método indutivo, em que através de experiências particulares alcançaríamos um plano geral.
Um dos mais importantes pensadores racionalistas foi René Descartes, francês nascido em 1596. Filósofo, físico e matemático, é considerado por muitos como o "fundador da filosofia moderna".
Como matemático, Descartes também fez grandes contribuições com sua idéia inovadora de unir geometria e álgebra, criando assim a geometria analítica e um sistema de coordenadas batizadas com seu nome (coordenadas cartesianas). O esquema baseado nos eixos X e y que aprendemos no ensino médio é chamado sistema de coordenadas no plano cartesiano.
De acordo com a filosofia de Descartes, o pensar é o elemento mais básico do homem. Corpo e alma são, segundo Descartes, entidades separadas e livres, sendo que a consciência está ligada à idéia da alma, não ao corpo físico.
Na visão de Descartes, as ideias estão dentro de nós e se revelam gradativamente durante nosso crescimento intectual.
Assim, se o pensamento não depende do corpo material, o conhecimento também não necessita dos nossos sentidos físicos.
O Empirismo de Bacon
Bacon privilegia a experiência; para ele, devemos reunir dados através de experimentos, e então usar a razão para validá-los ou não. Bacon também crê que existem barreiras separando nossa razão humana da verdade, mas para ele esses impedimentos são nossos próprios preconceitos, e não o pecado como argumentam os cristãos. Os pensadores empiristas, por outro lado, não acreditam nesse sistema. Um dos mais relevantes pensadores do empirismo foi Francis Bacon, considerado por muitos como "fundador da ciência moderna". Nascido em 1561, em Londres, foi filósofo, político e ensaista. 
 Quarto ídolo
É bastante frequente compreendermos de maneira errada as palavras e expressões que ouvimos. 
 
 
 Terceiro ídolo
Valorizamos a fonte de uma informação mais do que a própria informação. Confiamos muito na reputação ou posição social do emissor e não testamos a veracidade de sua afirmação. 
 
 
 Segundo ídolo
Nosso costume de aceitar como verdadeiro tudo que nos foi ensinado, nossa falta de capacidade crítica.  
 
 
 Primeiro ídolo
Excesso de confiança do homem em seus sentidos. O ser humano tende a acreditar em seus próprios sentidos e percepções acima de qualquer outra coisa. 
 
 
	 Na teoria de Francis Bacon, há quatro espécies de preconceitos, as quais ele chama de ídolos, que separam a razão humana da descoberta da verdade. 
Primeiro ídolo
Excesso de confiança do homem em seus sentidos. O ser humano tende a acreditar em seus próprios sentidos e percepções acima de qualquer outra coisa.
Segundo ídolo
Nosso costume de aceitar como verdadeiro tudo que nos foi ensinado, nossa falta de capacidade critica.
Terceiro ídolo
Valorizamos a fonte de informação mais do que a própria informação. Confiamos muito na reputação ou posição social do emissor e não testamos a veracidade de sua afirmação.
Quarto ídolo
É bastante frequente compreendermos de maneira errada as palavras e expressões que ouvimos.
Porém, na opinião de Bacon, ainda assim é possível chegarmos à verdade. Para isso, devemos ser muito cautelosos ao analisar os dados que chegam até nós, sempre verificando o sentido e veracidade das informações.
	  
	
A Teoria de Kant
Na era moderna, o pensamento filosófico tentava acompanhar a rápida evolução no campo científico. A ciência desse período se empenhava em descobrir regras gerais através de experimentos. Enquanto isso, idéias como o empirismo e o racionalismo não conseguiam chegar a uma conclusão satisfatória quanto à natureza do conhecimento.
Então, a idéia do pensador alemão Immanuel Kant (1724-1804) passou a ser aceita como uma resposta para esse conflito.
		Em sua obra "Crítica da razão pura", Kant propõe que o conhecimento é formado por duas partes essenciais: a pessoa que conhece algo e esse algo conhecido.
Assim, de acordo com Kant, tanto racionalistas quanto empiristas estavam errados, pois o conhecimento não teria origem apenas no homem ou no objeto, mas sim na interação entre os dois. Portanto, na teoria kantiana, é a ação humana que torna o conhecimento universal, porém há necessidade da experiência para que esse conhecimento seja constantemente atualizado.
Algo Mais!
Nascido em 1724 na antiga Prússia, filho de um artesão protestante, Immanuel Kant foi professor universitário por grande parte de sua vida.
Jamais saiu da Prússia e raramente deixava sua cidade natal, onde mantinha uma rotina extremamente disciplinada. Já com aproximadamente 46 anos de idade, conheceu a obra do filósofo David Hume, a qual o impressionou bastante.
Embora concordasse em alguns pontos com o autor, discordava irmemente de várias de suas conclusões. Assim, em 1781, Kant publicou o livro Crítica da Razão Pura, uma das mais prestigiadas obras da filosofia moderna. Ele produziria muitas outras obras importantes nas duas décadas seguintes, até sua morte em 1804.
Pragmatismo e filosofia analítica 
Compreenda como o pensamento lógico e a linguagem entram em evidência nas escolas filosóficas e conheça os princípios de alguns de seus adeptos, como os filósofos John Dewey e Ludwig Wittgenstein, para saber como esses princípios influenciam a área da Educação.
Pragmatismo e Filosofia Analítica
A filosofia teve um enorme desenvolvimento desde suas origens na Grécia antiga até os nossos dias. Mas a lógica, uma das bases da filosofia, não acompanhou essa evolução rápida, sendo deixada de lado pela maioria dos grandes pensadores. Porém, no período compreendido entre o final do século XIX e o começo do século XX, vários filósofos se dedicaram e valorizaram a lógica. E foi nessas circunstâncias que fundou-se o pragmatismo, uma nova escola filosófica. Vamos aprender mais sobre ela a seguir.
Pragmatismo e Pensamento Lógico
Desenvolvido por um grupo de filósofos norte-americanos em Cambridge, Massachusetts, no século XIX, o pragmatismo propõe uma maneira de dar significado às experiências a partir de sua contextualização prática. O próprio termo pragmatismo é originado da palavra grega pragma, que significa ação, atividade. De acordo com os pragmatistas Charles Sanders Peirce, William James e John Dewey, a verdade pura é inacessível à inteligência do homem. O ser humano, segundo eles, sempre analisará suas experiências a partir de valores e opiniões pessoais, o que impossibilita uma definição permanente de qualquer coisa.
"O professor que desperta entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter".
John Dewey
Para o filósofo pragmatista Peirce, todo conhecimento teórico deve passar por uma avaliação prática, visando assim comprovar sua legitimidade. 
Apesar dessa teoria relativista, os pragmatistas defendem que só há uma forma de avaliação: os resultados práticos originados de nossos atos ou pensamentos.
No campo educacional,os pensamentos pragmatistas de John Dewey foram os mais influentes. Ele inclusive fundou uma forma do pragmatismo, o instrumentalismo, dedicada exclusivamente às questões da educação.
Na visão instrumentalista, o pensamento pode ser definido como um instrumento que usamos para interagir com o complexo mundo ao nosso redor.
Dewey afirmava que nosso relacionamento com o ambiente que nos cerca pode ser congruente ou incongruente. No primeiro, a adaptação é boa, a vida é harmônica e não há problemas.
Já no segundo, uma alteração no ambiente nos força a tomar uma atitude para ficarmos novamente congruentes quanto a ele.
Dessa forma, de acordo com Dewey, o pensamento é guiado para solucionar problemas, sendo a mais importante tarefa da educação tornar o ser humano apto a pensar de maneira correta.
Dewey criticava veemente a educação de seu tempo, que a seu ver não capacitava os alunos para os desafios práticos futuros. Muito voltada à memorização de informações, a escola da época não preparava os alunos para a realidade da vida pessoal e profissional. 
 
Segundo Dewey, deveria ser ensinado o pensamento crítico, o mesmo aplicado ao método científico, no qual um cientista se depara com um problema e analisa hipóteses para solucioná-lo. Assim, Dewey propõe que a classe deixe de ser um local para repetição de conteúdos e passe a ser um centro de investigação científica, em que os problemas dados são examinados e resolvidos pelos próprios alunos.
Algo Mais !
Especialmente nos anos de 1930, o pragmatismo de Dewey foi amplamente aceito em nossas escolas e aclamado pelos educadores brasileiros, tendo inclusive inspirado grandes intelectuais no país.
Filosofia Analítica e a Linguagem
Na passagem do século XIX para o século XX, despontava uma escola filosófica que buscava explicar os significados e sentidos das expressões que usamos na linguagem.
Com essa corrente, chamada filosofia analítica, muitas questões filosóficas passaram a ser encaradas como desentendimentos causados pelo uso inadequado da linguagem.
"As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu universo."
Ludwig Wittgenstein
 
O filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein foi um dos mais relevantes pensadores da filosofia analítica. Wittgenstein defendia a necessidade de uma "terapia de linguagem", a qual poderia mostrar que a maior parte dos problemas levantados pela filosofia são, na realidade, problemas originados pelos equívocos no uso da linguagem. 
Podemos dividir a trajetória da filosofia de Wittgenstein em dois principais períodos.
Primeiro Período
Fortemente influenciado pelas teorias lógicas do pensador britânico Bertrand Russell e do filósofo alemão Gottlob Frege, Wittgenstein defende a impossibilidade de conceber pensamento e linguagem separadamente, ou seja, se é possível pensar também deve ser possível expressar através da linguagem. Para ele, a estrutura linguística tem que ser correspondente à realidade dos fatos.
Segundo Período
Durante essa fase, Wittgenstein se distancia desse conceito de que a verdade de uma proposição tem que ser testada em experiências reais, passando então a defender ser impossível uma redução autêntica entre uma entidade lógica como a linguagem e uma entidade empírica, como a verdade.
A filosofia analítica de Wittgenstein teve grande impacto na filosofia da linguagem do século XX, mas um filósofo americano chamado Richard Rorty também deixaria um interessante legado. Nascido em Nova Iorque no ano de 1931, Rorty criticou durante toda sua vida a busca filosófica por uma verdade absoluta.
 Em sua mais conhecida obra, A filosofia e o espelho da natureza, Rorty defende a substituição da teoria de que os pensamentos são uma expressão "espelhada" do mundo real por um modelo mais transigente e receptivo às ideias linguísticas desenvolvidas no século XX. De acordo com esse modelo, batizado pelo próprio Rorty como behaviorismo epistemológico, os pensamentos não são meros espelhos do mundo, mas produto de uma legítima atividade linguística em sociedade. 
Positivismo, evolucionismo e funcionalismo 
Saiba diferenciar as teorias defendidas pelos filósofos Comte, Spencer e Durkhein, para compreender os princípios fundamentais de cada uma delas e como influenciaram o campo da Filosofia da Educação.
Positivismo: humano e progressista
Chamamos de positivismo à corrente filosófica surgida na França no início do século XIX. Esta nova filosofia se fortaleceu na Europa durante a segunda metade do século XIX e começo do século XX, quando chegou ao Brasil.
A partir de agora, conheceremos suas principais características e seus representantes.
	 Comte e a Filosofia Positiva
Auguste Comte, filósofo francês nascido em 1798, foi o fundador do Positivismo. Fortemente influenciado pelo movimento iluminista e pela Revolução Industrial inglesa, Comte defende, através de sua teoria positivista, a razão e o progresso humano. Assim, o positivismo prosseguiu com os conceitos iluministas de desenvolvimento da cultura e da sociedade, com um foco ainda maior no ser humano e no controle da natureza. Para isso, a ciência e o avanço tecnológico seriam essenciais.
Fase Positiva
Aqui, por fim, a ciência ganha força e o homem passa a buscar as respostas para todas as coisas através dela. 
 
Fase Metafísica
Nela, a ignorância das causas reais e a descrença em deuses levam o ser humano a acreditar em relações desconhecidas entre os fatos, como a existência de espíritos ou forças ocultas. 
 
Fase Teológica
Nesse estágio, o homem atribui a deuses todos os eventos que o cercam. Deus está presente em tudo e tudo acontece por seu desejo. Dessa forma, as coisas para as quais não se tem explicação são explicadas simplesmente como obras divinas. 
 
	O pensador Auguste Comte (1798-1857), idealizador do positivismo, passou para a história como pioneiro em imaginar uma ciência dedicada exclusivamente ao estudo da sociedade. Para ele, nossas sociedades estão sempre mudando, e durante essa transformação elas vivem três fases fundamentais:
FASE TEOLOGICA
Nessa estagio, o home atribui a deuses todos os eventos que o cercam. Deus está presente em tudo e tudo acontece do seu jeito. Dessa forma, as coisas para as quais não se tem explicação são explicadas simplesmente como obra divina.
FASE METAFÍSICA 
Nela, a ignorância das causas reais e a descrença em deuses levam o ser humano a acreditar em relações desconhecidas entre os fatos, como a presença de espíritos ou forças ocultas.
FASE POSITIVA
Aqui, por fim, a ciência ganha força e o homem passa a buscar respostas para todas as coisas através dela.
Comte defende que a principal meta da ciência é conseguir formar leis a partir da observação dos acontecimentos ao nosso redor. As leis são importantes pois são elas que possibilitam a previsão desses fenômenos, orientando assim a ação humana. Segundo Comte, da mesma forma que há leis que dirigem os fenômenos naturais, também existem leis que guiam a conduta do indivíduo na vida social. Assim, Comte defendia a fundação de uma ciência para estudar a sociedade, ou seja, a sociologia.
De acordo com a sociologia de Comte, toda sociedade é formada a partir de duas leis básicas:
Na lei da estática social, o progresso só é possível se a sociedade estiver organizada, ordenada.
A partir do momento em que uma sociedade está em ordem, ela encontra-se apta para se desenvolver em etapas. A esse processo de evolução e desenvolvimento de uma sociedade ordenada chamamos de dinâmica social.
Ambas leis foram sintetizadas no lema "ordem e progresso", gravado em nossa bandeira pelos muitos republicanos brasileiros que admiravam a filosofia positivista comteana.
Os pensadores positivistas traçam também um curioso paralelo entre os três estágios sociais que vimos (religioso, metafísico e positivo) e as etapas de desenvolvimento do ser humano.
De acordo com o positivismo, o homem também passa por essas mesmas fases durante seu crescimento. Dessa forma, a idade infantil é mais propensa a crenças em explicaçõessobrenaturais sobre o mundo, envolvendo seres mitológicos e deuses.
Durante a adolescência, o indivíduo torna-se mais perspicaz e agudo, identificando-se com a metafísica. Finalmente, ao atingir a maturidade, o homem começa a investigar e procurar respostas na ciência, o que corresponde à fase positiva.
Tendo isso em vista, os positivistas pregam que deve existir um modelo educacional próprio para cada fase da vida, objetivando estimular a busca científica e assim formar uma sociedade mais racional e menos supersticiosa.
No Brasil, a filosofia de Comte ganhou grande força, em especial no campo pedagógico, sendo inclusive os princípios positivistas ensinados na maioria das escolas brasileiras.
O Darwinismo Social de Spencer
Como vimos, o pensamento posivitista do filósofo francês Auguste Comte obteve grande sucesso ao redor do mundo, influenciando até mesmo países distantes como Brasil. Herbert Spencer, nascido em Derby, Inglaterra, no ano de 1820, foi um dos mais importantes seguidores das ideias de Comte. Conviveu com vários dos principais intelectuais de seu tempo, se tornando admirador de Charles Darwin. Assim, aplicou à sociologia teorias das ciências naturais, como o evolucionismo darwiniano. Com isso, nasceu o que chamamos de evolucionismo social ou darwinismo social, uma forma diferente de ver as relações sociais.
“A educação deve formar seres aptos para governar a si mesmos e não para ser governados pelos outros”. 
Herbert Spencer
De acordo com Spencer, o conceito de evolução e seleção natural é aplicável não somente à biologia, mas também à sociologia, à psicologia, à política e até à ética.
Quando aplicado à sociedade, recebe o nome de evolucionismo social e sua idéia central é o processo de eliminação dos socialmente mais inaptos ou fracos.
Spencer idealiza então um inovador sistema de filosofia que contenha e explique o conjunto de fenômenos físicos e sociais. Nele, o filósofo defende que em uma sociedade, assim como acontece na natureza, o indivíduo tem que se adaptar continuamente ao ambiente em que vive.
Para Spencer, a educação é fundamental na luta pela sobrevivência na sociedade. Ele considerava as escolas particulares superiores pois, ao contrário das instituições públicas, elas competiam pelos mais conceituados mestres e mais aplicados alunos.
		No evolucionismo social, essa competição é a base de todo progresso humano.
Spencer também criticava o modelo de ensino da época, em que era priorizada a rígida 
memorização de conteúdo.
Para ele, educação deve ser um processo agradável e criativo, com uso prático na vida social. Assim, devem ser priorizados no currículo escolar os conhecimentos com utilidade real para o aluno em seu futuro social
e profissional.
Com essa nova concepção sobre o método de ensino, Spencer teve participação importantíssima no desenvolvimento da filosofia pedagógica.
Na teoria de Herbert Spencer, a educação deve ser norteada pelas cinco atividades humanas primordiais, listadas em grau de importância a seguir:
autopreservação;
2. desenvolvimento de ocupações;
3. criação dos filhos;
4. vida política e social ativa;
5. lazer e atividades recreativas.
Assim, na visão de Spencer, Matemática, Física, Biologia e Química são disciplinas indispensáveis, uma vez que o conhecimento das leis da natureza possibilita o progresso científico e social. Já matérias como Literatura ou Artes não seriam tão importantes por estarem relacionadas a menos relevante das atividades humanas, o lazer e atividades recreativas.
A teoria pedagógica de Spencer norteou a elaboração curricular das escolas nas nações de língua inglesa, tendo também influência notável em muitos outros países ao redor do mundo, inclusive o Brasil.
Durkheim e a Socialização
	Durkheim e a Socialização
		Nascido na cidade francesa de Épinal em 1858, filho de judeus, passou para a
história como um dos pioneiros no campo da filosofia sociológica moderna.
Émile Durkheim, apesar de mais conhecido por seus trabalhos em sociologia, contribuiu para a filosofia como um dos grandes nomes de uma nova corrente de pensamento: o funcionalismo. De acordo com o pensamento de
 Durkheim, devemos analisar os fatos sociais como todas as 
Outras coisas, basicamente da mesma forma que estudamos os fenômenos físicos.
Para ele, embora a sociedade seja composta por pessoas, ela vai além do simples somatório delas.
Assim, há indivíduos com comportamento diferente da sociedade da qual fazem parte.
Na teoria de Durkheim, crenças, conhecimento, regras, costumes e conceitos passam sempre do meio para a pessoa. Por mais convicto que alguém seja quanto a uma religião ou posição política, por exemplo, essas posições não nasceram com esse indivíduo, mas foram ensinadas a ele através de sua socialização no meio em que vive.
A partir desse ponto, podemos compreender o grande valor que Durkheim atribui à educação. Em sua opinião, as pessoas adquirem convicções através dela, e são essas convicções que originarão as regras sociais. Assim, podemos ter uma ideia da dimensão da importância da educação nas sociedades humanas.
Em 1955, com a publicação de sua obra As definições da educação: exame crítico, Durkheim critica duramente as definições de educação concebidas desde o início da filosofia.
A grande maioria dos pensadores chamou de educação a uma série de experiências vividas por uma pessoa, definição que Durkheim considera vaga e vazia, pois englobaria praticamente todos os acontecimentos da vida de uma pessoa.
Vamos então analisar como Durkheim descreve a educação:
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança particularmente se destine.
(DURKHEIM, 1975 p. 41)
Assim, de acordo com a definição de Durkheim, novos conhecimentos adquiridos de forma independente ou a relação entre pais e filhos, por exemplo, não são propriamente educação.
Como vimos, o pensamento pedagógico de Durkheim privilegia o campo social, que seria mais importante que o indivíduo tomado isoladamente. Essa característica fica ainda mais explícita se analisarmos o estudo de Durkeim sobre o suicídio.
Para esse pensador, nem mesmo algo aparentemente tão pessoal como o suicídio deixa de ter participação determinante do meio social. Pesquisando, ele observa que o índice de mortes por suicídio é mais alto em sociedades menos compactadas, com menos interação. 
Assim, Durkheim conclui que, quanto maior a coesão de uma sociedade, menor a probabilidade de alguém cometer suicídio, pois esse seria causado principalmente pela sensação de solidão e desamparo mais presente em sociedades menos coesas.
Devemos ter em mente que a teoria de Durkheim foi elaborada com base no funcionalismo, ou seja, ela procura priorizar mecanismos que possibilitem superar problemas sociais e alcançar uma sociedade integrada. 
Assim, se comparado a pensadores como Karl Marx, que valorizam o conflito como transformador social, Durkheim pode ser tido como conservador por muitos. É importante porém observarmos o lado humano no pensamento conciliador de Durkein, cujos conceitos inspiraram muitos outros pensadores e sociológos.

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