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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo Campus Sertãozinho Resíduos Sólidos Industriais Alunos: Bruno Cesar Manoel, Gabriel Fonseca Ament, Pedro Guilherme Ferreira Alves Madeira, Tiago Falcão Zuccarello, Vinicius Marques Luque. Prof. Marcos Eduardo Paron Sertãozinho Novembro/2017 Introdução De acordo com a Resolução CONAMA 313 de 2002 “Resíduo Sólido Industrial: é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e que se encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso – quando contido, e líquido – cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição” Ou seja, resíduos sólidos industriais são, basicamente, as “sobras” de um processo industrial qualquer, que precisão ser corretamente descartados, utilizando-se de métodos específicos para sua eliminação, pois os mesmos são atualmente considerados como os grandes responsáveis pelas maiores agressões ao meio ambiente. Isso porque todos os resíduos são originados de processos industriais, e dessa forma apresentam uma composição mista, podendo ser perigosos e nocivos não somente ao meio ambiente, mas também à saúde pública. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que foi instituída pela Lei nº 12.305/2010, iniciou um importante marco regulatório ambiental e estabeleceu princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a serem adotados no país, visando a gestão integrada e o gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos industriais. Classificação A classificação dos resíduos sólidos industriais é feita pela ABNT NBR 10.004/2004 da seguinte forma: Classe I – Perigosos: são aqueles que apresentam algum tipo de risco à saúde pública ou ao meio ambiente, ou então que podem ser identificados por meio de características como a inflamabilidade, toxicidade, corrosividade, reatividade, patogenicidade, entre outras que constam na norma; Classe II A – Não Perigosos e Não Inertes: são aqueles que não apresentam aspectos de periculosidade, porém ainda apresentam alguns aspectos como combustão, biodegradabilidade e solubilidade em água; Classe II B – Não Perigosos e Inertes: são aqueles que ao serem submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores ao padrões de potabilidade da água, ou seja, a água continua potável quando em contato com eles. Quanto à cada uma dessas classificações, podemos listar alguns exemplos de resíduos sólidos industriais, como segue: Classe I: borra de tinta, latas de tinta, óleos minerais e lubrificantes, resíduos com thinner, serragem contaminadas com óleo, graxas ou produtos químicos, EPI’s contaminados (luvas e botas de couro), resíduos de sais provenientes de tratamento térmico de metais, estopas, borra de chumbo, lodo da rampa de lavagem, lona de freio, filtro de ar, pastilhas de freio, lodo gerado no corte, filtros de óleo, papéis e plásticos contaminados com graxa/óleo e varreduras; Classe II A: materiais orgânicos da indústria alimentícia, lamas de sistemas de tratamento de água, limalha de ferro, poliuretano, fibras de vidro, resíduos provenientes de limpeza de caldeiras e lodos provenientes de filtros, EPI’s não contaminados, pó de polimento, polietileno e embalagens, prensas, vidros, gessos, discos de corte, rebolos e lixas; Classe II B: entulhos, sucata de ferro e aço. Tratamento Pela legislação brasileira, os geradores dos resíduos sólidos industriais são obrigados a cuidar do gerenciamento, transporte, tratamento e destinação final de seus resíduos, ou seja, todo o resíduo é de responsabilidade do gerador. O tratamento desses resíduos pode ser realizado tanto para a reutilização do mesmo como para a sua inertização. E não existe um processo de tratamento pré-estabelecido devido à grande diversidade desses resíduos, sendo sempre necessário a realização de pesquisas e desenvolvimento de processos para o tratamento desses resíduos. Porém, há alguns processos de tratamento que podem ser usados em grande parte dos casos, que iremos listar logo abaixo. Incineração A incineração é um processo de queima controlada na presença de oxigênio, no qual os materiais à base de carbono são reduzidos a gases e materiais inertes (cinzas e escórias de metal) com geração de calor. Esse processo permite a redução em volume e peso dos resíduos sólidos em cerca de 60 a 90%. Normalmente, o excesso de oxigênio empregado na incineração é de 10 a 25% acima das necessidades de queima dos resíduos. Como a temperatura de queima dos resíduos não é suficiente para volatilizar os metais, estes se misturam às cinzas, podendo ser posteriormente separados destas e recuperados para comercialização. Para os resíduos tóxicos contendo cloro, fósforo ou enxofre, além da necessidade de maior permanência dos gases na câmara (cerca de dois segundos), são necessários sofisticados sistemas de tratamento para que estes possam ser lançados na atmosfera. Já os resíduos compostos apenas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio necessitam somente um sistema eficiente de remoção do material particulado expelido juntamente com os gases da combustão. As vantagens desse processo de tratamento são: Garantis da eficiência de tratamento, quando em perfeitas condições de funcionamento; Redução substancial do volume de resíduos a ser disposto (cerca de 95%). Já as desvantagens são: custo operacional e de manutenção elevado; manutenção difícil, exigindo trabalho constante de limpeza no sistema de alimentação de combustível auxiliar, exceto se for utilizado gás natural; elevado risco de contaminação do ar devido a geração dioxinas da queima de materiais clorados; risco de contaminação do ar pela emissão de materiais particulados; elevado custo de tratamento dos efluentes gasosos e líquidos (águas de arrefecimento das escórias e de lavagem de fumos. Observa-se que a incineração não resolve integralmente o problema da destinação dos resíduos, havendo a necessidade de se providenciar uma disposição final adequada para as cinzas e para o lodo resultante do tratamento dos gases. Aterro Industrial É uma alternativa de destinação de resíduos industriais, que se utiliza de técnicas que permitem a disposição controlada destes resíduos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, e minimizando os impactos ambientais. Essa técnica consiste em confinar os resíduos industriais na menor área e volume possíveis, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho ou intervalos menores, caso necessário. Os aterros industriais são classificados nas classes I, II A ou II B, conforme a periculosidade dos resíduos a serem dispostos. A localização desses aterros deve também ser estudada, como por exemplo, áreas naturalmente impermeáveis são preferencialmente selecionadas. É impossível a instalação de aterros em áreas inundáveis, de recarga de aquíferos, em áreas de proteção de mananciais, mangues e habitat de espécies protegidas, ecossistemas de áreas frágeis ou em todas aquelas definidas como de preservação ambiental permanente. A impermeabilização inferior e superior desse aterro também deve ser estudada e seguidao que consta atualmente na legislação. Reciclagem de Resíduos Sólidos A reciclagem em geral trata de transformar os resíduos em matéria-prima, gerando economias no processo industrial. Isto exige grandes investimentos com retorno imprevisível, já que é limitado o repasse dessas aplicações no preço do produto, mas esse risco reduz-se na medida em que o desenvolvimento tecnológico abre caminhos mais seguros e econômicos para o aproveitamento desses materiais. Para incentivar a reciclagem e a recuperação dos resíduos, alguns estados possuem bolsas de resíduos, que são publicações periódicas, gratuitas, onde a indústria coloca os seus resíduos à venda ou para doação. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicou no dia 19 de junho de 2001, no Diário Oficial, a Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001, que define as cores que serão utilizadas nos recipientes de materiais recicláveis. O objetivo da decisão é estabelecer um padrão nacional de cores e adequá-lo aos padrões internacionais. Os padrões de cores são: Azul: papel/papelão; Vermelho: plástico; Verde: vidro; Amarelo: metal; Preto: madeira; Laranja: resíduos perigosos; Branco: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; Roxo: resíduos radioativos; Marrom: resíduos orgânicos; Cinza: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação. Outros Processos de Tratamento Outros processos comuns de tratamento são: Neutralização, para resíduos com características ácidas ou alcalinas; Secagem ou mescla, que é a mistura de resíduos com alto teor de umidade com outros resíduos secos ou com materiais inertes, como serragem; Encapsulamento, que consiste em revestir os resíduos com uma camada de resina sintética impermeável e de baixíssimo índice de lixiviação; Incorporação, onde os resíduos são agregados à massa de concreto ou de cerâmica em uma quantidade tal que não prejudique o meio ambiente,ou ainda que possam ser acrescentados a materiais combustíveis sem gerar gases prejudiciais ao meio ambiente após a queima; Estado de São Paulo Em razão da diversidade do parque industrial no estado de São Paulo, decorrente de fatores socioeconômicos, de mercado, da localização geográfica e características regionais diversas, a gestão dos resíduos sólidos industriais tornou-se uma questão premente. Outro fator que ressalta a necessidade de uma atuação mais urgente na gestão de resíduos industriais são os inúmeros episódios críticos de poluição que tem sido relacionado ao trato inadequado desses resíduos, causando efeitos danosos à população e ao meio ambiente. No levantamento de dados de 1996 foi observado, de acordo com os gráficos abaixo, que as indústrias do Estado de São Paulo geraram por ano mais de 500 mil toneladas de resíduos sólidos perigosos, cerca de 20 milhões de toneladas de resíduos sólidos não-inertes e não- perigosos, e acima de um milhão de toneladas de resíduos inertes. Os estudos revelaram, ainda, que 53% dos resíduos perigosos são tratados, 31% são armazenados e os 16% restantes são depositados no solo. Gráfico com os maiores geradores de resíduos industriais perigosos (Classe I) – Estado de São Paulo (1996) Gráfico de tratamento e disposição final de resíduos industriais perigosos (Classe I) – Estado de São Paulo (1996) Referências [1] https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/3668-residuos-solidos- industriais#.WhqwO0qnHIV [2] http://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/o-que-e-residuo-industrial-e- quais-sao-suas-classificacoes [3] http://cetesb.sp.gov.br/residuossolidos/residuos-solidos/residuos- industriais/introducao-residuos-industriais/ [4] http://ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/120927_relatorio_ residuos_solidos_industriais.pdf [5] http://www.sinergiaengenharia.com.br/classificacao-de-residuos-solidos-industriais/ [6] http://info.opersan.com.br/res%C3%ADduos-classe-i-ou-res%C3%ADduos-classe-ii- qual-%C3%A9-a-diferen%C3%A7a [7] http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res01/res27501.html
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