Buscar

Resumo Historia da Educação

Prévia do material em texto

Polliana Soares Leite Gomes
História da Pedagogia e da Educação
 
Disciplina: História da Pedagogia e da Educação
IFB - Campus Estrutural - 08/12/2017
Antiguidade Grega: a Paidéia
A Grécia pode ser considerada o berço da pedagogia, tendo como seus principais representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão. A palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Tem como princípio o desenvolvimento individual do ser humano. Preparação para o desenvolvimento intelectual da personalidade e a cidadania. Ideais pautados na liberdade política e moral e no desenvolvimento intelectual.
Neste período as crianças viviam a primeira infância em família, assistidas pelas mulheres e submetidas à autoridade do pai, que poderia reconhecê-las ou abandoná-las, que escolhia seu papel social e era seu tutor legal. A infância não era valorizada em toda a cultura antiga: era uma idade de passagem, ameaçada por doenças, incerta nos seus sucessos; sobre ela, portanto, se fazia um mínimo investimento afetivo. A criança crescia em casa, controlada pelo “medo do pai”, atemorizada por figuras míticas semelhantes às bruxas, gratificada com brinquedos (bonecas) e entretida com jogos (bolas, aros, armas rudimentares), mas sempre era colocada à margem da vida social.
Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda a teoria da educação. De modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação integral – corpo e espírito – mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse ora mais para o preparo esportivo ora para o debate intelectual, conforme a época ou lugar. Nos primeiro tempos, quando não existia a escrita, a educação é ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. Apenas com o advento das póleis começam a aparecer as primeiras escolas, visando a atender a demanda.
Na Grécia houve dois modelos educativos: Esparta e Atenas. A Educação Espartana era baseada no conformismo e no estatismo, isto é, as crianças do sexo masculino eram retiradas da família aos sete anos de idade e inseridas em escolas-ginásios com o objetivo de receber formação militar até os 16 anos de idade, assim favorecia ao jovem a aquisição do poder e da coragem. 
Já a Educação Ateniense valorizava a formação intelectual e deixava de ser uma educação restrita à família, e aos sete anos de idade a criança iniciava a educação propriamente dita, e com ênfase a educação física, musical, a poesia, ao canto e a dança. Após essa educação o povo adquiria o hábito à oratória, à filosofia, à literatura, desprezando o trabalho manual e comercial. Em Atenas a Educação passou a assumir um papel grandioso, tornou-se uma matéria complexa e de fundamental importância na formação dos rapazes.
Antiguidade Romana: as humanistas
No Período Romano não existia democratização, a educação dava ênfase à formação moral e física (formação do guerreiro), o ideal de Direitos e Deveres. A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada a formar em particular os civis romanus, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”.
Os civis romanus eram, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação com a Grécia. A mulher em Roma era valorizada como manter famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja autoridade, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social). Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana.
De maneira geral, podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida supremacia dos valores gregos.
Idade Média: a formação do homem de fé
Idade Média: de 476 (queda do Império Romano do Ocidente) e 1453 (Tomada de Constantinopla pelos Turcos) Resumo: 
• Ponto de início: doutrina da igreja católica; 
•Conhecido como o século das trevas 
• Educação conservadora;
• Criticava a educação grega (liberal) e romana (prática);
• Fundação da Companhia de Jesus (jesuítas). 
• A formação do homem de fé.
Os parâmetros da educação na idade média se fundam na concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna. Tendo em vista as possíveis contradições entre fé e razão, recomenda -se respeitar sempre o princípio da autoridade, que exige humildade para consultar os grandes sábios e intérpretes, autorizados pela igreja, sobre a leitura dos clássicos e dos textos sagrados. Evita -se, assim, a pluralidade de interpretações e se mantém a coe são da igreja. Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais
determina os passos do trabalho escolar.
Renascimento
Principais acontecimentos na Era do Renascimento:
• Conhecida como o século das luzes;
• Interesse pela educação grega e romana; 
• Privilégio aos que detinham o poder;
• Principais pensadores: João Amós Comennius e Jean Jackes Rousseau.
 	O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI. Foi um período da história européia marcado por um renovado interesse pelo passado greco-romano clássico, especialmente pela sua arte. Para se lançar ao conhecimento do mundo e às coisas do homem, o movimento renascentista elegia a razão como a principal forma pela qual o conhecimento seria alcançado. 
O renascimento deu grande privilégio à matemática e às ciências da natureza. A exatidão do cálculo chegou até mesmo a influenciar o projeto estético dos artistas desse período. Desenvolvendo novas técnicas de proporção e perspectiva, a pintura e a escultura renascentista pretendiam se aproximar ao máximo da realidade. Em consequência disso, a riqueza de detalhes e a reprodução fiel do corpo humano formavam alguns dos elementos correntes nas obras do Renascimento. 
O Humanismo representou tendência semelhante no campo da ciência. O renascimento confrontou importantes conceitos elaborados pelo pensamento medieval. No campo da astronomia, a teoria heliocêntrica, onde o Sol ocupa o centro do Universo, se contrapunha à antiga idéia cristã que defendia que a Terra se encontrava no centro do cosmos. Novos estudos de anatomia também ampliaram as noções do saber médico dessa época. 
Os humanistas eram homens letrados profissionais, normalmente provenientes da burguesia ou do clero que, por meio de suas obras, exerceram grande influência sobre toda a sociedade; rejeitavam os valores e a maneira de ser da Idade Média e foram responsáveis por conduzir modificações nos métodos de ensino, desenvolvendo a análise e a crítica na investigação científica. *Humanismo: O Humanismo é um movimento filosófico surgido no século XV dentro das transformações culturais, sociais, políticas, religiosas e econômicas desencadeadas pelo Renascimento.
Com o Renascimento o Ocidente entra numa nova era em que o homem volta a estar no centro, sem que, no entanto, o fenómeno religioso deixe de ser algo marcante, tal como se verifica logo mais com a Reforma e a Contra-Reforma que mergulharão a Europa em lutas e guerrasde raíz religiosa. 
Reforma e contra Reforma
 A Reforma religiosa foi o movimento que, dividindo os cristãos do Ocidente no século XVI, originou diversas novas Igrejas chamadas protestantes, as quais não mais seguiriam o comando e a orientação do papa de Roma. Quebrando a unidade religiosa cristã, a Reforma protestante estabeleceu o fim da quase milenar supremacia eclesiástica na Europa. O Cristianismo é dividido em 3 grandes ramos ( católicos , ortodoxos e protestantes ), é a religião que reúne, atualmente, o maior número de seguidores.
 Algumas das principais razões que levaram à divisão do cristianismo ocidental entre católicos e protestantes foram:
Novas Interpretações da Bíblia.
 Invenção da Imprensa (Gutenberg) = difusão da Bíblia, surgindo novas interpretações. Santo Agostinho = “A salvação do homem é alcançada pela fé”. São Tomás de Aquino = “A salvação do homem é alcançada pela fé e pelas boas ações”. 
Correntes de pensamentos diferentes.
 Crítica ao comportamento do clero Simonia = Para ganhar dinheiro, o alto clero iludia a boa-fé de milhares de cristãos comercializando relíquias religiosas, em geral falsas. Indulgências = Venda do perdão dos pecados. Mediante pagamento, destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam comprar a “salvação eterna”.
 Para piorar, boa parte dos sacerdotes desconhecia a própria doutrina católica e demonstrava falta de preparo para funções religiosas. 
Nova ética religiosa. A Igreja censurava a usura e o lucro excessivo e defendia o preço justo. Os comerciantes ficavam divididos entre a busca do lucro e as obrigações moraisOs defensores dos lucros desejavam uma nova ética religiosa. Essa necessidade foi atendida, em grande parte, pela ética protestante (Calvino), que surgiu com a Reforma.
 Sentimento nacionalista. Havia conflitos políticos entre autoridades da Igreja e alguns governantes das monarquias europeias. Os reis passaram a considerar a Igreja uma entidade estrangeira, enquanto esta, insistia ser uma entidade universal. Os países procuravam afirmar sua independência em relação à Igreja, para que esta não interferisse mais em seus assuntos.
 Reforma Luterana
 
Martinho Lutero (1483-1546), nasceu na Alemanha e estudou direito por influência do pai. Sua forte inclinação para a vida religiosa o fez ingressar na Ordem dos Agostinianos (1505).Em 1510 viajou a Roma e regressou profundamente decepcionado com o clima de avareza e corrupção do alto clero.
Entre 1511 e 1513, Lutero aprofundou-se nos estudos bíblicos e amadureceu novas idéias teológicas. Encontrou uma frase que considerou muito importante nas epístolas de São Paulo: “o justo se salvará pela fé”. Interpretou então que a fé, e não as obras, seria o único instrumento de salvação, graças à misericórdia divina. 
Em 1517, com o objetivo de arrecadar dinheiro para a reconstrução da Basílica de São Pedro, o papa Leão X autorizou a concessão de indulgências para os fiéis que contribuíssem financeiramente para a obra. Lutero, em protesto, afixou um manifesto público (as 95 teses ) na Catedral de Wittenberg contrário a essa atitude e expondo alguns elementos de sua doutrina religiosa.
Em 1520 foi excomungado. Martinho Lutero em frente a Igreja de Wittenberg, após ter afixado as 95 teses. 
Algumas teses de Lutero: 
estão errados os pregadores de indulgências que dizem que um homem é libertado e salvo de todo castigo dos pecados pelas indulgências papais.
 Ele pregam que a alma voa para fora do Purgatório tão logo tilinte o dinheiro jogado na caixa.
Os cristãos deveriam aprender que todo aquele que vê um homem necessitado e não o socorre, e depois dá dinheiro para perdões, não está comprando para si a indulgência do papa, mas a cólera de Deus.
Por que o papa não esvazia o Purgatório apenas por caridade, se o faz através do dinheiro que emprega na construção de uma basílica?
 Principais pontos do Luteranismo:
A fé cristã é o único caminho para a salvação eterna.
A Bíblia é a única fonte para a fé.
O livre exame é uma porta legítima para o entendimento da Bíblia.
Não aceita o culto aos santos católicos.
Não adora imagens religiosas.
Nega a autoridade do papa.
Em 1529, nobres alemães protestaram contra a Igreja em prol da liberdade de crença. A partir desse protesto os cristãos não-católicos passaram a ser chamados de protestantes. 
Reforma Calvinista
 
João Calvino (1509-1564) nasceu na França, onde estudou teologia. Aderindo às idéias dos protestantes foi considerado herege e perseguido pelas autoridades francesas. Em 1534, fugiu para a Suíça, onde o movimento reformista já se desenvolvia. Em 1536, Calvino publicou sua principal obra, onde defendia que o ser humano estava “predestinado” a merecer o céu ou o inferno, ou seja, algumas pessoas haviam sido eleitas por Deus para serem salvas, enquanto outras seriam condenadas à maldição eterna.
Contra-Reforma
Diante do avanço protestante, a primeira reação das autoridades da Igreja foi punir os principais reformadores. Esperavam que as idéias dos reformadores fossem sufocadas e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida. A tática, entretanto, não deu certo e em aproximadamente 50 anos, as igrejas protestantes tiveram a adesão de cerca de 40% dos europeus ocidentais.
Ordem dos Jesuítas
 Em 1534, o militar e religioso Ignácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus. Os Jesuítas consideravam-se os “soldados de Cristo” e tinham por missão, inicialmente, combater a expansão do protestantismo. Sua principal estratégia foi investir na criação de escolas religiosas. Também se empenharam na catequese dos não-cristãos. 
O Concílio de Trento Em 1545, o papa Paulo III convocou um concílio na cidade de Trento. Em 1563, a Igreja apresentou um conjunto de decisões que procuraram garantir a unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica: 
Reafirmação dos sete sacramentos .
 A crença na infalibilidade do papa.
 Monopólio do clero católico na interpretação correta da Bíblia.
 A salvação da fé depende da fé e das boas obras, negando a doutrina da predestinação. 
O dogma religioso tem como fonte a Bíblia e a tradição religiosa.
 Cristo se faz presente no ato da eucaristia.
 Elaboração de um catecismo, a criação de seminários para a formação dos sacerdotes e a manutenção do celibato sacerdotal. 
O retorno da Inquisição
 	Os Tribunais da Santa Inquisição foram criados em 1231 para investigar e punir “crimes contra a fé católica”, foram, com o tempo, reduzindo suas atividades em diversos países. Com o avanço do protestantismo, o Tribunal foi reativado em meados do século XVI. Uma de suas atribuições foi criar uma lista de livros proibidos aos católicos, o Index librorum prohibitorum . Além disso, receberam do papa autorização para utilizar até mesmo a tortura como forma de obter a confissão dos acusado.
Apesar de tanto a Reforma como a Contra-Reforma terem sido fenómenos originariamente de ordem religiosa, o certo é que eles tiveram repercussão a outros níveis e entre eles se conta, de facto, o plano da educação e da pedagogia. O facto de persistirem ainda entre os historiadores as controvérsias em termos de avaliação do real impacte da Reforma Protestante no campo educativo e em relação às virtudes e defeitos da pedagogia jesuítica é bem indicativo da importância do estudo do impacte da Reforma e da Contra Reforma e do seu significado educativo e pedagógico. Relativamente à criação da Universidade de Évora, no século XVI.
Educar torna-se questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem. O aparecimento dos colégios, do século XVI até o XVIII, é fenômeno correlato ao surgimento de uma nova imagem da infância e da família. A meta da escola não se restringe à transmissão de conhecimentos, mas a formação moral. Essa sociedade, embora rejeite a autoridade dogmática
da cultura eclesiástica medieval, mantém-se ainda fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos educacionais a grande massa popular, com exceção dos reformadores protestantes, que agem por interesses religiosos.
Idade Moderna:A Pedagogia Realista
De maneira geral as escolas continuam ministrando um ensino conservador, predominantemente nas mãos dos jesuítas. Além disso, é preciso reconhecer, está nascendo a escola tradicional, como passaremos a conhecê-la a partir do século XIX.
O Brasil Do Séc. XVII
No Brasil com início da colonização e catequese, a atividade missionária facilita sobremaneira a dominação metropolitana e, nessas circunstâncias, a educação assume papel de agente colonizador.
Mas por se tratar de uma sociedade agrária e escravista, não há interesse pela educação elementar, daí a grande massa de iletrados.
Século Das Luzes: O Ideal Liberal De Educação
Século XVIII: o “Século das Luzes” e também “Era das Revoluções” (Independência dos EUA, Revolução Industrial, Revolução Francesa). Foi um movimento filosófico que se iniciou na França a partir do século XVIII, caracterizado pela confiança na razão e nas ciências como motores do progresso e da realização da felicidade humana.
“O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo”( O que é iluminismo? – Immanuel Kant) 
O iluminismo é um período muito rico em reflexões pedagógicas. Um de seus aspectos marcantes está na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Apesar dos projetos de estender a educação a todos os cidadãos, prevalece a diferença de ensino, ou seja, uma escola para o povo e outra para a burguesia. Essa dualidade era aceita
com grande tranquilidade, sem o temor de ferir o preceito de igualdade, tão caro aos ideais revolucionários. Afinal, para a doutrina liberal, o ta lento e a capacidade não são iguais, e portanto os homens não são iguais em riqueza...
O Brasil Na Era Pombalina
Persiste o panorama do analfabetismo e do ensino precário, agravado com a expulsão dos jesuítas e pela democracia da reforma pombalina. A educação está a deriva. Durante esse longo período do Brasil colônia, aumenta o fosso entre os letrados e a maioria da população analfabeta.
Século XIX: A Educação Nacional
É no séc. XIX que se concretizam, com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, leiga, gratuita e obrigatória. Enfatiza-se a relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação. Daí, o interesse pelo
ensino técnico ou pela expansão das disciplinas científicas. 
Principais pedagogos:
Pestalozzi – é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. Reconhece firmemente a função social do ensino, que não se acha restrito à formação do gentil -homem. 
Froebel – privilegia a atividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos para aperfeiçoar as habilidades. 
Herbart – segundo ele, a conduta pedagógica segue três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.
O século XIX representou o período da consolidação do poder dos burgueses, que lutavam contras as forças reacionárias da nobreza. A Europa presenciou a unificação da Alemanha e da Itália em 1870 e as colônias espanhola e portuguesa (Brasil) se tornam independentes. O Estado se esforçava para oferecer escolas gratuitas para os pobres, mas os ricos ainda buscavam as escolas tradicionais religiosas. Ampliou-se a rede escolar, não apenas em quantidades de escolas, mas na ampliação da escola elementar, da rede secundária e superior e a inserção da pré-escola. 
No século XIX o objetivo do educador era formar a consciência nacional e patriota do cidadão, dando maior ênfase à formação cívica, das tendências nacionalistas da época. Foi no século XIX que Comte inicia a corrente positivista, partindo do pressuposto de que a humanidade (e o próprio individuo na sua trajetória pessoal) passa por diversos estágios até alcançar o estado positivo, que se caracteriza pela maturidade do espírito humano. Esse momento se dá pelo avanço da ciência moderna, capaz de revolucionar a mundo com sua tecnologia moderna cada vez mais eficaz: “Saber é poder”. 
O socialismo também surge no século XIX a partir de movimentos das organizações dos trabalhadores para defender seus direitos, propunham meios para a emancipação das classes oprimidas. O socialismo causa grandes alterações nas concepções pedagógicas. Lutam pela nova educação Marx (1818-1883), Fourier (1772-1873) e Owem, buscando democratizar o ensino, a escola única, a valorização do pensar e do fazer, em que o saber esteja voltado para a transformação do mundo. Owem
 	 Pedagogia Joyce Mourão (1771-1858) se empenhou em preparar os filhos de operários. O anarquista Francisco Ferrer Guardia (1859-1909) fundou uma escola com biblioteca rica em livros focados na implantação das idéias literárias. Os principais pedagogos da época: Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827); Friedricj Froebel (1782-1852) e Johann F. Herbart (1776-1841) e mais no final do século, os filósofos Wilhelm Dithey (1833-1911) e Friedrich Nietzsche (1844- 1900). 
Em 1808 a família real se muda para o Brasil, e com a chegada de D. João VI houve algumas mudanças que de forma sugestiva, levavam em direção a Independência, embora tenha ficado nítida e direta a dependência brasileira ao governo britânico. Surge a necessidade de escolas superiores, e há também o incremento das atividades culturais que até então eram inexistentes ou proibidas. Dentre essas inovações culturais podemos citar: Imprensa Régia (1808), Biblioteca (1810), Jardim Botânico (1810), Museu Real (1818), Missão Cultural Francesa (1816). Apesar da Lei de 1827 que determinava a criação de escolas do ensino elementar em todas as cidades e escola de meninas nas cidades e vilas mais populosas, esse projeto fracassou.
A elite educava seus filhos em casa, alguns grupos de pais se reuniam e contratavam professores para ministrarem aulas em conjunto para seus filhos, mas sempre sem vinculo com o Estado e para os demais segmentos da sociedade restavam poucas escolas para aprender ler, escrever e contar. No ensino secundário não havia vinculação entre os currículos, uma vez, que não existia sequer uma sequência de um curso para outro. Aos poucos foram sendo criadas escolas para os filhos meninos de burgueses e depois para as filhas meninas da elite. Foi Leôncio de Carvalho que estabeleceu normas para o ensino primário, secundário e superior na reforma de 1879.
 As escolas de ensino superior eram precárias no inicio de sua formação, exclusiva para homens, o descaso pelo o preparo do mestre era reflexo de uma sociedade que não priorizava a educação, só depois de muitos anos é que as mulheres puderam cursar ensino superior e só por volta de 1883 encontraram- se 22 escolas funcionando em todo Brasil, preparando seus alunos para “saber se portar, o que ensinar e como ensinar”. 
No século XIX ainda não havia propriamente o que poderia se chamar de pedagogia brasileira, no entanto não se pode negar, que nas últimas três décadas tenha fermentado o debate sobre as questões metodológicas. Nesse período foram constituídas as conferências pedagógicas para difundir as ideias novas para os professores e para o público interessado. 
Todas essas ideias alimentaram por muito tempo as esperanças de transformação da sociedade por meio da educação universal. Em 1889 acontece a queda da monarquia começando a Primeira República que durou até 1930. Pela constituição de 1891 foi instaurado um governo representativo, federal e presencial, o federalismo deu lugar ao estado.

Continue navegando