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Enguia Truta Gui Cid AnaDias (1)

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Prévia do material em texto

B
iologia
 
e
 
e
cologia
de
espécies
 
de
 
água
 
doce
A
nguill
A
 
A
nguill
A
e
O
nc
O
rhynchus
 
mykiss
Ana Dias 
Nr
. 2
Cidália Cireneu 
Nr
. 7
Margarida 
Medlam
 
Nr
. 14
07 Novembro
 2017
A
nguill
A
A
nguill
A
2
1.
 
ANGUILLA
 
ANGUILLA
1.1
 
INTRODUÇÃO
A
 
enguia
 
Anguilla
 
anguilla
 
é
 
um
 
peixe
 
ósseo,
 
de
 
água
 
doce,
 
nativo
 
de
 
Portugal
 
e
 
em
 
vias
 
de
 
extinção.
 
Tem
 
um
 
ciclo
 
de
 
vida
 
enigmático.
 
Reproduz - 
se
 
no
 
mar
 
dos
 
Sargaços
 
(Figura
 
1)
 
a
 
cerca
 
de
 
300m - 
700m
 
de
 
profundidade.
Figura
 
1
 
-
 
Mar
 
dos
 
Sargaços.
 
É
 
uma
 
área
 
alongada,
 
localizada
 
na
 
região
 
do
 
Atlântico
 
Norte,
 
cercada
 
por 
correntes,
 nomeadamente a
 
do Golfo, a
 
oeste, do Atlântico
 
Norte, no norte,
 
pela 
corrente
 das
 
Canárias,
 
a
 
leste,
 
e
 
pela
 
Equatorial
 
do
 
Atlântico
 
Norte,
 
a
 
sul.
Posteriormente
 
as
 
larvas
 
vê
m
 
à
 
deriva
 
durante
 
milhares
 
de
 
quilómetros
 
para
 
as
 
costas
 
europeias,
 
onde
 
entra
 
nos
 
estuários
 
e
 
nas
 
lagunas
 
costeiras
 
da
 
região
 
atlântica
 
da
 
Europa,
 
do
 
norte
 
de
 
África
 
e
 
do
 
Mediterrâneo.
 
Depois
 
a
 
enguia
 
migra
 
até
 
cursos
 
de
 
água
 
onde
 
o
 
leito
 
seja
 
de
 
areia
 
ou
 
entre
 
areia
 
e
 
vaza,
 
de
 
preferência
 
com
 
vegetação
 
imersa.
 
Quando
 
atinge
 
a
 
maturidade
 
sexual
 
inicia
 
a
 
sua
 
migração
 
para
 
o
 
Atlântico,
 
saindo
 
dos
 
estuários
 
e
 
lagunas
 
durante
 
a
 
noite
 
de
 
lua
 
nova
 
com
 
elevada
 
obscuridade
 
(Outubro
 
e
 
Dezembro).
 
Vai
 
primeiro
 
em
 
direcção
 
dos
 
Açores
 
e
 
depois
 
até
 
ao
 
Mar
 
dos
 
Sargaços,
 
realizando
 
um
 
migração
 
de
 
seis
 
a
 
sete
 
meses,
 
sem
 
se
 
alimentar.
 
Uma
 
vez
 
realizada
 
a
 
postura,
 
os
 
adultos
 
morrem
 
de
 
exaustão.
Neste
 
trabalho,
 
faremos
 
uma
 
abordagem
 
às
 
características
 
morfológicas,
 
ecológicas,
 
reprodutivas
 
e
 
ameaças
 
à
 
sobrevivência
 
da
 
enguia
-
europeia
,
 
Anguilla
 
anguilla
.
3
1.2
 
CARACTERIZAÇÃO
 
TAXONÓMICA
Anguilla
 
anguilla
 
(
Enguia‑Europeia
),
 
Linnaeus
,
 
1758
Reino
A
nimAliA
Filo
C
hord
A
t
A
Classe
A
C
tinopterygi
Ordem
A
nguilliforms
Família
A
nguillidAe
Género
A
nguillA
Espécie
A.
 
AnguillA
1.3
 
MORFOLOGIA
 
EXTERNA
Figura
 
2
.
 
Morfologia
 
externa
 
da
 
enguia
 
adulta
 
Anguilla
 
anguilla
 
Linnaeus
,
 
1758
A
 
enguia
 
adulta
 
(Figura
 
2)
 
é
 
um
 
peixe
 
de
 
corpo
 
alongado
 
e
 
cilíndrico
 
(serpentiforme),
 
que
 
se
 
comprime
 
na
 
região
 
caudal.
 
A
 
cabeça
 
é
 
larga,
 
e
 
no
 
focinho
 
são
 
evidentes
 
os
 
orifícios
 
nasais
 
em
 
forma
 
de
 
tubo.
 
Os
 
olhos
 
são
 
pequenos
 
e
 
redondos,
 
e
 
a
 
boca
 
é
 
grande,
 
com
 
a
 
mandíbula
 
inferior
 
saliente.
 
Ambas
 
as
 
mandíbulas
 
possuem
 
faixas
 
de
 
pequenos
 
dentes
 
cónicos.
Possui
 
barbatanas
 
peitorais,
 
dorsal
 
e
 
anal
,
 
sendo
 
que
 
as
 
duas
 
últimas
 
se
 
fundem
 
numa
 
só
 
barbatana
 
contínua,
 
que
 
se
 
inicia
 
atrás
 
da
 
cabeça
 
e
 
se
 
prolonga
 
até
 
ao
 
ânus.
 
O
 
corpo,
 
coberto
 
por
 
muco,
 
aparenta
 
não
 
possuir
 
escamas,
 
porque
 
são
 
muito
 
pequenas.
A
 
cor
 
da
 
enguia
 
é
 
variável,
 
dependendo
 
do
 
seu
 
estado
 
de
 
maturação
 
sexual.
 
Quando
 
estão
 
em
 
água
 
doce
 
o
 
dorso
 
é
 
acinzentado
 
e
 
o
 
ventre
 
amarelo,
 
e
 
quando
 
iniciam
 
a
 
descida
 
dos
 
rios
 
até
 
à
 
foz,
 
na
 
época
 
de
 
reprodução,
 
o
 
dorso
 
torna
-
se
 
negro
 
e
 
o
 
ventre
 
e
 
flancos
 
prateados.
 
As
 
enguias
 
podem
 
alcançar
 
até
 
um
 
máximo
 
de
 
150
 
cm
 
e
 
mais
 
de
 
10
 
kg
 
de
 
peso.
4
1.4
 
HABITAT
1.4.1
 
DISTRIBUIÇÃO
 
GEOGRÁFICA
Figura
 
3.
 
Distribuição
 
natural
 
da
 
Anguilla
 
anguilla
.
 
Área
 
a
 
vermelho
 
representa
 
a
 
distribuição
 
continental
 
e
 
a
 
azul
 
a
 
distribuição
 
oceânica
 
por
 
tamanho
 
(mm)
 
das
 
larvas.
A
 
distribuição
 
natural
 
da
 
Anguilla
 
anguilla
 
é
 
muito
 
ampla
 
(Figura
 
3).
 
É
 
encontrada
 
desde
 
os
 
países
 
nórdicos
 
até
 
às
 
costas
 
africanas
 
(a
 
cerca
 
de
 
25º
 
de
 
latitude
 
S)
 
no
 
Atlântico,
 
bem
 
como
 
algumas
 
ilhas
 
do
 
Atlântico
 
(Islândia,
 
Ilhas
 
Féroe
,
 
Açores,
 
Madeira
 
e
 
Ilhas
 
Canárias)
 
e
 
em
 
todo
 
o
 
Mediterrâneo.
Em
 
Portugal
 
continental,
 
é
 
uma
 
espécie
 
visitante,
 
migradora,
 
catádroma
 
(cresce
 
nos
 
rios
 
e
 
desova
 
no
 
mar)
 
e
 
ocorre
 
em
 
todas
 
as
 
bacias
 
hidrográficas
 
desde
 
o
 
Minho
 
até
 
ao
 
Guadiana
 
(Figura
 
4).
Nos
 
Açores
 
e
 
na
 
Madeira
 
ocorre
 
nas
 
águas
 
costeiras
 
e,
 
embora
 
entre
 
nas
 
pequenas
 
linhas
 
de
 
água,
 
lagoas
 
e
 
charcas
 
é
 
pouco
 
provável
 
que
 
se
 
mantenha
 
e
 
cresça
 
até
 
atingir
 
a
 
maturidade
 
sexual,
 
atendendo
 
à
 
irregularidade
 
e
 
reduzida
 
dimensão
 
destes
 
cursos
 
de
 
água
 
ou
 
por
 
ficar
 
aprisionada
 
nas
 
lagoas,
 
o
 
que
 
impede
 
a
 
sua
 
migração
 
reprodutora
 
(referencia).
4.2
 
CARACTERIZAÇÃO
 
BATIMÉTRICA
A
 
enguia
-
europeia
 
é
 
uma
 
espécie
 
bentónica
,
 
aquando
 
da
 
sua
 
maturação
 
(em
 
adulto),
 
podendo
 
ser
 
encontrada
 
durante
 
a
 
desova
 
a
 
profundidades
 
na
 
ordem
 
dos
 
300m
 
aos
 
700m.
 
Em
 
ecossistemas
 
dulciaquícolas
 
lóticos
 
prefere
 
profundidades
 
de
 
1
-
5m.
 
As
 
larvas
 
leptocáfalicas
 
são
 
pelágicas
 
e
 
a
 
enguia
-
de
-
vidro
 
é
 
pelágica
 
e
 
bentónica
.
Figura
 
4
.
 
Ocorrência
 
da
 
Anguilla
 
anguilla
 
nas
 
bacias
 
hidrografias
 
de
 
Portugal
 
Continental.
 
A
 
verde
 
são
 
as
 
áreas
 
acessíveis
 
à
 
A.anguilla
.
 
A
 
vermelho
 
são
 
áreas
 
de
 
acesso
 
restrito.
 
A
 
azul
 
são
 
áreas
 
interditas
 
à
 
A.anguilla
.
5
1.5
 
ECOLOGIA
 
E
 
ALIMENTAÇÃO
A
 
enguia
-
europeia
 
ocorre
 
praticamente
 
em
 
todos
 
os
 
tipos
 
de
 
ecossistemas
 
aquáticos.
 
Habita
 
tanto
 
em
 
ecossistemas
 
dulciaquícolas
: 
lóticos
 (rios, riachos
 
e
 
torrentes)
 
como
 
lênticos
 
(lagoas,
 
lagos
 
e
 
canais);
 
estuarinos,
 
como
 
água
 
salobra
 
(baías,
 
fiordes,
 
lagunas,
 
estuários)
 
ou
 
marinha,
 
sendo
 
predominantemente
 
uma
 
espécie
 
costeira.
Prefere
 
leitos
 
de
 
zonas
 
pouco
 
profundas
 
(1m
 
a
 
5m)
 
e
 
onde
 
o
 
leito
 
seja
 
de
 
areia
 
ou
 
entre
 
areia
 
e
 
vaza
 
com
 
vegetação,
 
árvores,
 
ou
 
qualquer
 
outro
 
tipo
 
de
 
estruturas,
 
refugiando-
se
 
nos
 
fundões
 
nas
 
alturas
 
de
 
frio
 
ou
 
calor
 
mais
 
intenso.
Tem 
uma
 
enorme
 
capacidade
 
para
 
águas
 
salobras
 
assim
 
como
 
uma
 
impressionante
 
resistência
 
fora
 
de
 
água,
 
conhecem
-
se
 
casos
 
de
 
exemplares
 
que
 
sobreviveram
 
após
 
mais
 
de
 
1
 
hora
 
sem
 
água.
6
Dotada
 
de
 
um
 
poderoso
 
olfato
,
 
a
 
Anguilla
anguilla
 
é
 
um
 
peixe
 
carnívoro,
 
que
 
pode
 
pontualmente
 
adoptar
comportamentos
 
necrófagos,
 
relacionados
 
com
 
o
 
sentido
 
de
 
oportunidade
 
(não
 
de
 
forma
 
sistemática),
 
que
 
procura
 
o
 
seu
 
alimento
 
no
 
fundo
 
do
 
mar
 
e
 
dos
 
rios,
 
sendo
 
particularmente
 
activa
 
durante
 
o
 
período
 
nocturno
,
 
quando
 
se
 
alimenta.
Num
 
estado
 
larval,
 
os
 
leptocéfalos
,
 
vivem
 
à
 
deriva
 
no
 
oceano,
 
e
 
alimentam
-
se
 
de
 
uma
 
grande
 
variedade
 
de
 
zooplâncton,
 
o
 
qual
 
é
 
grande
 
parte
 
é
 
gelatinoso,
 
como
 
por
 
exemplo
 
o
 
Hydrozoa
,
 
Thaliacea
,
 
Cetenophora
,
 
tendo
 
preferência
 
pelos
 
Polysthinea
 
(
Alfredsson
,
 
2009)
Em
 
idade
 
adulta,
 
as
 
enguias
 
alimentam
-
se
 
de
 
Amphipoda
,
 
pequenos
 
caranguejos
 
(
Carcinus
 
maenas
),
 
Polichaeta
,
 
bivalves
 
e
 
camarões,
 
insectos
 
e
 
as
 
suas
 
larvas,
 
tornando
-
se
 
secundária
 
a
 
alimentação
 
à
 
base
 
de
 
pequenos
 
peixes
 
(Costa,
 
et
 
al
,
 
1992).
7
1.6
 
REPRODUÇÃO
 
(CICLO
 
DE
 
VIDA)
A
 
desova
 
na
 
ordem
 
dos
 
2
 
milhões
 
a
 
10
 
milhões
 
de
 
ovos
 
ocorre
 
no
 
Mar
 
dos
 
Sargaços.
 
Os
 
ovos
 
fecundados
 
emergem
 
e
 
convertem
-
se
 
em
 
larvas
 
e
 
sofrem
 
uma
 
primeira
 
metamorfose
 
ficando
 
“achatados”
 
(
leptocáfalos
),
 
e
 
medem
 
cerca 
de
 
1mm.
 
Seguem
 
para
 
a
 
costa
 Europeia, 
orientando
-
se
 
pela
 corrente 
do
 
Golfo,
 
durante
 cerca 
de
 
dois
 
a
 
três
 
anos
 
até
 
atingirem
 
o
 
litoral
 
europeu.
 
Durante
 
a
 
sua
 
viagem
 
os
 
leptócefalos
 
sofrem
 
uma
 
mortalidade
 
natural
 
de
 
80%.
 
Quando
 
chegam
 
às
 
costas
 
continentais
 
sofrem
 
uma
 
segunda
 
metamorfose
 
que
 
lhes
 
confere
 
uma
 
estrutura
 
cilíndrica
 
(de
 
7
-
8cm)
 
que
 
é
 
transparente
 
devido
 
à
 
falta
 
de
 
pigmentação.
 
Neste
 
estado
 
de
 
desenvolvimento
 
a
 
Anguilla
 
anguilla
 
denomina
-
se
 
enguia
-
de
-
vidro
 
e
 
entra
 
nos
 
estuários
 
e
 
lagunas
 
costeiras
 
e
 
até
 
em
 
rios.
No
 
novo
 
habitat
 
a
 
enguia
-
de
-
vidro
 
ao
 
atingir
 
cerca
 
15
 
cm
 
sofre
 
uma
 
nova
 
metamorfose
 
em
 
que
 
a
 
cor
 
do
 
seu
 
corpo
 
altera
-
se
 
para
 
verde
-
acastanhado
 
no
 
dorso
 
e
 
amarelada
 
no
 
ventre.
 
Está
 
fase
 
é
 
uma
 
fase
 
sedentária
 
e
 
de
 
crescimento.
A
 
enguia
 
é
 
um
 
animal
 
solitário
 
e
 
estudos
 
confirmam
 
que
 
a
 
densidade
 
de
 
enguias
 
desencadeia
 
a
 
diferenciação
 
sexual
 
(
Degani
,
 
2016).
 
Portanto,
 
com
 
o
 
aumento
 
de
 
densidade
 
de
 
enguias
 
num
 
local,
 
a
 
enguia
 
sofre
 
nova
 
metamorfose:
 
o
 
corpo
 
adquire
 
novas
 
tonalidades,
 
negra
 
no
 
dorso
 
e
 
prateado
 
no
 
ventre
 
e
 
passa
 
a
 
ser
 
designada
 
enguia
-
prateada
.
 
Nos
 
machos
 
ocorre
 
entre
 
os
 
6
 
e
 
os
 
12
 
anos
 
e
 
nas
 
fêmeas
 
entre
 
os
 
9
 
e
 
20
 
anos.
 
As
 
fêmeas
 
poderão
 
atingir
 
os
 
150
 
cm
 
e
 
os
 
machos
 
50
 
cm
 
(dimorfismo
 
sexual).
 
Estudos
 
confirmam
 
quanto
 
maior
 
for
 
a
 
densidade
 
populacional
 
maior
 
é
 
percentagem
 
de
 
machos
 
(
Degani
,
 
2016).
 
Além
 
da
 
densidade
 
populacional,
 
a
 
diferenciação
 
das
 
gónadas
 
na
 
enguia
 
amarela
 
também
 
está
 
dependente
 
das
 
hormonas
 
gonadotropin
-
releasing
 
(
GnRH
 
—
 
hormona
 
liberadora
 
de
 
gonadotrofina
)
 
e
 
growth
 
hormone
 
(GH
 
—
 
hormona
 
do
 
crescimento)
 
como
 
demonstrado
 
e
 
ilustrado
 
por
 
Degani
 
no
 
seguinte
 
esquema:
8
Uma
 
vez
 
alcançada
 
a
 
maturidade
 
sexual,
 
iniciam
 
a
 
sua
 
migração
 
(entre
 
Outubro
 
e
 
Dezembro
 
durante
 
a
 
escuridade
 
da
 
lua
 
cheia)
 
para
 
o
 
Mar
 
dos
 
Sargaços
 
para
 
aqui
 
se
 
reproduzirem.
 
Esta
 
viagem
 
é
 
de
 
cerca
 
de
 
4
 
mil
 
Km
,
 
e
 
de
 
duração
 
incerta.
 
Antes
 
de
 
iniciar
 
a
 
sua
 
migração,
 
a
 
Anguilla
 
anguilla
 
passa
 
por
 
diversas
 
modificações,
 
que
 
lhe
 
vão
 
permitir
 
sobreviver
 
em
 
águas
 
salgadas,
 
entre
 
elas,
 
o
 
atrofiamento
 
do
 
intestino
 
e
 
a
 
acumulação
 
de
 
reservas
 
de
 
gordura.
Uma
 
vez
 
chegadas
 
ao
 
Mar
 
dos
 
Sargaços,
 
machos
 
e
 
fêmeas
 
submergem
 
a
 
profundidades
 
na
 
ordem
 
dos
 
300m
-
700
 
m
 
para
 
a
 
desova
 
e
 
fertilização
 
dos
 
ovos.
 
Como
 
esta
 
migração
 
pode
 
durar
 
alguns
 
meses
 
e
 
as
 
enguias
 
não
 
se
 
alimentam,
 
o
 
fim
 
da
 
postura
 
(presumivelmente
 
em
 
Fevereiro)
 
leva
 
à
 
morte
 
dos
 
adultos,
1.6.1
 
MIGRAÇÃO
Não
 
se
 
sabe
 
ao
 
certo
 
como
 
é que
 
a
 
enguia
-
europeia
 
se
 
orienta
 
para
 
chegar ao
 
Mar
 
dos
 
Sargaços
 
e
 
como
 
é
 
que
 
as
 
larvas
 
atravessam
 
o
 
oceano
 
para
 
o
 
continente.
 
É
 
um
 
processo
 
que
 
tem
 
fascinado
 
os
 
cientistas
 
e
 
tem
-
se
 
assumido
 
que
 
todas
 
as
 
enguias
 
adultas
 
ao
 
iniciarem
 
a
 
sua
 
migração
 
tomam
 
a
 
rota
 
mais
 
curta
 
e
 
rápida
 
para
 
chegarem
 
ao
 
Mar
 
dos
 
Sargaços.
Durante
 
5
 
anos,
 
Righton
 
observou
 
(através
 
do
 
rastreamento
 
por
 
satélite
 
de
 
700
 
enguias
 
adultas
 
durante
 
6
 
meses)
 
que nem todas as enguias adultas vão 
directamente
 para o Mar dos Sargaços, algumas desviam
-
se da
 
rota,
 
direito
 
aos
 
Açores
 
e
 
só
 
chegam
 
no
 
ano
 
seguinte.
 
O
 
estudo
 
só
 
consegui
 
rastrear
 
as
 
enguias
 
até
 
aos
 
Açores,
 
portanto
 
o
 
resto
 
da
 
viagem
 
continua
 
a
 
ser
 
um
 
mistério.
 
Este
 
estudo
 
também
 
observou
 
que
 
durante
 
a
 
migração
 
as
 
enguias
 
submergem
 
até
 
aos
 
800m
 
de
 
profundidade
 
durante
 
o
 
dia
 
e
 
que
 
durante
 
a
 
noite
 
sobem
 
para
 
os
 
350m.
 
Este
 
comportamento
 
ainda
 
não
 
é
 
percebido,
 
talvez
 
possa
 
ser
 
para
 
regular
 
a
 
sua
 
temperatura
 
ou
 
para
 
evitar
 
predadores.
Relativamente
 
à
 
migração
 
das
 
larvas,
 
(
Lewis
,
 
et
 
al
,
 
2017)
 
demonstrou
 
que
 
utilizam
 
o
 
campo
 
magnético
 
da
 
Terra
 
como
 
se
 
fosse
 
um
 
mapa
 
para
 
as
 
guiar
 
em
 
direcçãoao
 
continente
 
europeu
 
e
 
que
 
utilizam
 
esta
 
orientação
 
para
 
tirarem
 
proveito
 
das
 
correntes
 
do
 
Golfo
 
do
 
México
 
para
 
as
 
ajudar
 
a
 
chegar
 
ao
 
continente
 
europeu.
 
Portanto
 
esta
 
migração
 
não
 
será
 
tanto
 
à
 
deriva
 
como
 
anteriormente
 
se
 
assumira.
1.7
 
FATORES
 
DE
 
AMEAÇA
 
À
 
SOBREVIVÊNCIA
 
DA
 
ENGUIA-EUROPEIA
•
Captura
 
excessiva,
 
tanto
 
na
 
fase
 
de
 
enguia
-
de
-
vidro
 
como
 
na
 
fase
 
adulta,
 
por
 
ser
 
uma
 
espécie
 
com
 
elevado
 
valor
 
comercial;
Forte
 
exploração
 
comercial;
Construção
 
de
 
obstáculos
 
à
 
migração
 
(barragens,
 
açudes,
 
etc.);
 
Exploração
 
furtiva
 
intensa
 
nas
 
zonas
 
estuarinas;
Poluição
 
industrial;
 
Poluição
 
urbana;
 
Poluição
 
agrícola;
Poluição
 
pecuária
.
•
•
•
•
•
•
•
1.8
 
CONCLUSÕES
A
 
enguia
-
europeia
 
Anguilla
 
anguilla
,
 
é
 
uma
 
espécie
 
nativa
 
portuguesa
 
ameaçada.
 Tem 
um
 
ciclo
 
de
 
vida
 
longo,
 
com
 
três
 
metamorfoses
 
e
 
duas
 
migrações.
 
Sabe
-
se
 
pouco
 
sobre
 
os
 
estados
 
de
 
metamorfose
 
bem
 
como
 
sobre
 
o
 
processo
 
de
 
migração.
 
É
 
uma
 
espécie
 
com
 
um
 
alto
 
valor
 
comercial,
 
muito
 
apetecida
 
tanto
 
na
 
fase
 
larval
 
enguia
-
de
-
vidro
,
 
como
 
juvenil
 
-
 
enguia
 
amarela,
 
como
 
no
 
seu
 
estado
 
adulto.
 
Além
 
disto
 
também
 
sofre
 
variadas
 
vicissitudes,
 
nomeadamente:
 
poluição,
 
alterações
 
climáticas,
 
doenças,
 
parasitas
,
 
químicos
 
da
 
agricultura
 
que
 
vão
 
arruinar
 
os
 
seus
 
ecossistemas
 
frágeis
 
e
 
barreiras
 
à
 
sua
 
migração
 
(barragens,
 
diques,
 
etc
).
9
Oncorhynchus
 
mykiss
10
2.
 
ONCORHYNCHUS
 
MYKISS
,
2.1
 
INTRODUÇÃO
Nativa
 
da
 
costa
 
do
 
Pacífico
 
dos
 
Estados
 
Unidos,
 
a
 
truta
-
arco
-
íris
,
 
Oncorhynchus
 
mykiss
,
 
foi
 
introduzida
 
na
 
Europa
 
e
 
em
 
Portugal
 
no
 
final
 
do
 
século
 
XIX,
 
sendo
 
atualmente
 
criada
 
em
 
quase
 
todos
 
os
 
países
 
europeus.
 
É
 
um
 
dos
 
salmonídeos
 
mais
 
produzidos
 
em
 
aquacultura
 
e
 
a
 
sua
 
ocorrência
 
nos
 
cursos
 
de
 
água
 
nacionais
 
é
 
devido
 
a
 
fugas
 
de
 
pisciculturas
 
e
 
a
 
repovoamento
 
por
 
parte
 
de
 
organismos
 
oficiais.
 
É
 
um
 
peixe
 
muito
 
interessante
 
sob
 
o
 
ponto
 
de
 
vista
 
piscatório
 
e
 
alimentar.
 
Não
 
há
 
comprovação
 
da
 
sua
 
reprodução
 
em
 
Portugal,
 
portanto,
 
a
 
sua
 
preservação
 
deve
-
se
 
a
 
sucessivos
 
repovoamentos.
Neste
 
trabalho,
 
faremos
 
uma
 
abordagem
 
às
 
características
 
morfológicas,
 
ecológicas,
 
reprodutivas
 
e
 
ameaças
 
à
 
sobrevivência
 
da
 
truta
-
arco
-
íris
 
-
 
Oncorhynchus
 
mykiss
.
2.2
 
CARACTERIZAÇÃO
 
TAXONÓMICA
O
nco
rhynchus
 
mykiss
 
(
t
rut
a
 
Arc
o
-
íris
)
R
eino
A
nim
á
lia
F
ilo
C
hord
ata
C
lasse
A
c
tinopter
ygii
Or
dem
s
a
lmoniformes
F
amília
s
almonida
e
G
éner
o
O
nco
rhynchus
E
spéc
ie
O.
 
mykiss
Figura
 
6
 
-
 
Morfologia
 
externa
 
da
 
enguia
 
adulta
 
Oncorhynchus
 
mykiss
.
2.3.
 
MORFOLOGIA
 
EXTERNA
A
 
truta
 
arco
-
íris
 
(
Oncorhynchus
 
mykiss
)
 
(Figura
 
6)
,
 
deve
 
o
 
seu
 
nome
 
às
 
numerosas
 
manchas
 
coloridas
 
que
 
tem
 
na
 
pele.
São
 
peixes
 
de
 
água
 
doce,
 
que
 
têm
 
o
 
corpo
 
acastanhado
 
ou
 
amarelado,
 
com
 
pintas
 
pretas
 
na
 
zona
 
do
 
dorso,
 
também
 
presentes
 
nas
 
barbatanas
 
dorsal
 
e
 
caudal.
 
Como
 
característica
 
distintiva,
 
têm
 
uma
 
risca
 
rosada
 
que
 
se
 
prolonga
 
das
 
guelras
 
à
 
barbatana
 
caudal;
 
pode
 
ter
 
um
 
comprimento
 
compreendido
 
entre
 
30
 
cm
 
e
 
45
 
cm.
A espécie
 
Oncorhynchus
 
mykiss
 
tem duas
 
formas:
 
a
 
residente
 
em ambiente
 
dulçaquícola
 
(a
 
truta 
arco
-
íris)
 
e
 
a
 
andró
moda
 
(truta
 
steelhead
),
 
que
 
tem
 
uma
 
cor
 
mais
 
prateada,
 
a
 
cabeça
 
de
 
forma
 
pontiaguda
 
e
 
o
 
corpo
 maior.
11
2.3
 
HABITAT
2.3.1
 
DISTRIBUIÇÃO
 
GEOGRÁFICA
Figura
 
7
.
 
Distribuição
 
nativa
 
da
 
truta
 
arco
-
íris
 
(a
 
laranja)
 
(
Augerot
 
et
 
al
)
A
 
truta
-
arco
-
íris
,
 
Oncorhynchus
 
mykiss
 
é
 
nativa
 
da
 
costa
 
do
 
oceano
 
Pacífico
 
do
 
continente
 
Norte
 
Americano
 
desde
 
o
 
sul
 
do
 
Alasca,
 
ao
 
sul
 
da
 
Califórnia
 
(Figura
 
7).
Nesta
 
região
 
a
 
espécie
 
Oncorhynchus
 
mykiss
 
tem
 
duas
 
formas:
 
a
 
residente
 
em
 
ambiente
 
dulçaquícola
 
(a
 
truta
 
arco
-
íris)
 
e
 
a
 
andromoda
 
(truta
 
steelhead
).
Em 
Portugal
, 
a
 
distribuição
 
é
 
muito
 localizada
 
(Figura
 
8),
 
encontrando
-
se
 
em
 
albufeiras
 
do
 
Cávado
–
 
Alto
 
Rabagão
,
 
Caniçada
 
e
 
Paradela
 
–,
 
Douro
 
–
 
Azibo
 
e
 
Varosa
 
–,
 
Mondego
 
–
 
Açude
 
da
 
Raiva,
 
Lagoa
 
Comprida
 
e
 
Vale
 
Rossim
 
–
 
e
 
Tejo
 
–
 
Cova
 
do
 
Viriato
 
e
 
Covão
 
de
 
Ferro
 
–,
 
sendo
 
extremamente
 
rara
 
em
 
troços
 
lóticos
,
 
apesar
 
de
 
existirem
 
registos
 
de
 
capturas
 
nos
 
rios
 
Minho,
 
Coura
 
e
 
na
 
secção
 
de
 
montante
 
do
 
Zêzere.
Figura
 
8
 
-
 
Distribuição
 
da
 
truta
 
arco
-
íris
 
em
 
Portugal
2.3.1
 
DISTRIBUIÇÃO
 
BATIMÉTRICA
A
 
truta
 
arco
-íris
 
é
 
uma
 
espécie
 
bentopelágica
 
entre
 
10
 
to
 
200m
 
de
 
profundidade.
 
Preferem
 
sistemas
 
lóticos
,
 
com
 
fluxos
 
de
 
água
 
rápidos,
 
elevado
 
grau
 
de
 
oxigenação,
 
temperaturas
 
baixas
 
(12ªC)
 
e
 
leitos
 
pouco
 
profundos
 
e
 
com
 
gravilha.
 
Os
 
juvenis
 
preferem
 
fluxos
 
lentos
 
protegido
 
com
 
vegetação
.
12
2.4
 
ECOLOGIA
 
E
 
ALIMENTAÇÃO
A
 
truta
 
Oncorhynchus
 
mykiss
 
pode
 
ocupar
 
muitos
 
habitats
 
diferentes,
 
deslocando
-
se
 
da
 
água
 
doce
 
para
 
a
 
água
 
salgada
 
e
 
vice
-
versa
 
ou
 
vivendo
 
permanentemente
 
em
 
lagos;
 
é
 
um
 
peixe
 
muito
 
resistente,
 
que
 
tolera
 
ambientes
 
muito
 
diversos.
 
É
 
uma
 
espécie
 
dulçaquícola
,
 
migradora
 
anádroma
.
 
Nos
 
Estados
 
Unidos
 
no
 
seu
 
ambiente
 
natural,
 
a
 
forma
 
da
 
espécie
 
que
 
migra
 
para
 
o
 
mar
 
é
 
designada
 
Steelhead
,
 
enquanto
 
que
 
a
 
forma
 
que
 
se
 
mantém
 
no
 
meio
 
dolçaquícola
 
é
 
normalmente
 
designada
 
rainbow
 
trout
 
(truta
 
arco
-
íris).
O
 
crescimento
 
e
 
a
 
maturação
 
são
 
influenciados
 
pela
 
temperatura
 
da
 
água,
 
bem
 
como
 
pela
 
alimentação.
 
O
 
seu
 
ciclo
 
de
 
vida
 
é
 
um
 
excelente
 
indicador
 
do
 
estado
 
de
 
saúde
 
do
 
ecossistema,
 
porque
 
só
 
se
 
conseguem
 
reproduzirem
 
habitats
 
muito
 
limpos.
 
As
 
trutas
 
são
 
carnívoras,
 
pelo
 
que
 
necessitam
 
de
 
uma
 
dieta
 
alimentar
 
rica
 
em
 
proteínas.
 
Alimenta
-
se
 
maioritariamente
 
de
 
pequenos
 
peixes,
 
pequenos
 
insetos
,
 
crustáceos,
 
moluscos,
 
larvas
 
de
 
invertebrados
 
e
 
em
 
alguns
 
casos
 
roedores.
 
A
 
truta
 
arco
-
íris
 
consome
 
mais
 
peixe
 
que
 
a
 
steelhead
.
 
Durante
 
o
 
inverno
 
e
 
para
 
conservarem
 
energia,
 
ambas
 
as
 
formas
 
consomem
 
primariamente
 
larvas
 
e 
invertebrados.
 
Em
 
condições
 
normais,
 
atinge
 
a
 
maturidade
 
aos
 
3-4
 
anos.
2.5
 
REPRODUÇÃO
 
(CICLO
 
DE
 
VIDA)
s
mol
ts
a
rco
-Í
ris
s
teelhead
1.
A
 
postura
 
dos
 
ovos
 
(final
 
do
 
inverno,
 
principio
 
da
 
primavera,
 
em
 
ninho
 
escavado
 
pela
 
fêmea)
 
é
 
feita
 
em
 
leitos
 
com
 
gravilha,
 
de
 
correntes
 
fortes
 
e
 
bem
 
oxigenadas,
 
mas
 
com
 
pouca
 
profundidade.
 
Onde
 
os
 
ovos
 
também
 
eclodem
 
e
 
passam
 
a
 
alevinos
.
Os
 
alevinos
 
vivem
 
nesta
 
gravilha
 
alimentando
-
se
 
do
 
seu
 
saco
 
vitelino.
Quando
 
o
 
saco
 
vitelino
 
é
 
consumido
 
na
 
totalidade
 
emergem
 
os
 
alevinos
 
com
 
marcas
 
“
parr
”
 
nadando
 
e
 
alimentando
-
se
 
livremente.
Os
 
juvenis
 
passam
 
até
 
7
 
anos
 
em
 
água
 
doce,
 
antes
 
de
 
se
 
mudarem
 
para
 
áreas
 
de
 
estuário.
 
Esta
 
etapa
 
no
 
estuário
 
prepara
 
os
 
juvenis
 
para
 
a
 
sua
 
entrada
 
no
 
mar.
 
Nem
 
todos
 
os
 
indivíduos
 
sofrem 
a
 
transformação
 
smolt
.
 
Esta
 
transformação
 
ainda
 
não
 
é
 
completamente
 
entendida
 
Especula
-
se
 
que
 
seja
 
dependente
2.
3.
4.
13
do
 
meio
 
ambiente
 
(quantidade
 
de
 
alimento,
 
caudal
 
da
 
água
 
e
 
temperatura).
 
Esta
 
modificação
 
do
 
meio
 
ambiente
 
activa
 
o
 
gene(s
)
 
que
 
controla
 
a
 
alteração
 
para
 
“
smolts
”
 
e
 
consequentemente
 
a
 
adaptação
 
às
 
condições
 
marinhas
 
(Figura
 
9)
 
(
Kendall
,
 
at
 
al
 
2014).
Figura
 
9
 
-
 
diagrama
 
descreve
 
como
 
o
 
ambiente
 
e
 
factores
 
genéticos
 
(a
 
cinza)
 
podem
 
influenciar
 
a
 
frequência
 
de
 
individuos
 
se
 
tornarem
 
andromodos
 
em
 
O.
 
mykiss
 
(ovais
 
brancas)
 
-
 
fonte
 
Kendal
 
et
 
al
,
 
2014)
A
 
transformação
 
de
 
sub
 
adultos
 
para
 
adultos,
 
ocorre
 
no
 
mar,
 
altura
 
em
 
que
 
mudam
 
para
 
uma
 
cor
 
mais
 
prateada, a
 
cabeça
 
adquire
 uma
 
forma
 
pontiaguda e
 
o
 
corpo fica
 
maior.
 
Podem
 
permanecer
 
até
 
3 
anos
 
no
 
mar.
Quando
 
atingem
 
a
 
maturidade
 
sexual
 
regressam
 
às
 
águas
 
onde
 
nasceram
 
para
 
acasalarem
 
e
 
desovarem.
 
Esta
 
migração
 
pode
 
estender
-
se
 
a
 
milhares
 
de
 
quilómetros.
 
Os
 
adultos
 
podem
 
viver
 
até
 
5
 
anos
 
e
 
fazer
 
três
 
desovas
 
ao
 
longo
 
da
 
sua
 
vida.
Em
 
Portugal,
 
a
 
truta
 
arco
-
íris 
não
 
se
 
reproduz 
em
 
meio
 
natural
 
devendo
-
se
 
ao
 
facto
 
de
 
não
 
ser
 
uma
 
espécie
 
endémica.
 
A
 
sua
 
manutenção
 
deve
-
se
 
a
 
repovoamentos
 
sucessivos
 
feitos
 
por
 
viveiros.
Curiosamente
 
do
 
esperma
 
da
 
truta
 
arco
-
íris
 
é
 
derivada
 
uma
 
substância
 
chamada
 
protamina
,
 
um
 
“antídoto”
 
da
 
bem
 
conhecida
 
heparina
 
(usada
 
em
 
medicina
 
como
 
um
 
anticoagulante).
 
A
 
protamina
 
evitou
 
a
 
morte
 
de
 
muitas
 
pessoas
 
que
 
sangrariam
 
até
 
a
 
morte
 
com
 
doses
 
tóxicas
 
de
 
heparina
 
Hoje
 
em
 
dia
 
é
 
produzida
 
em
 
laboratório.
14
2.6
 
FATORES 
DE
 
AMEAÇA
As
 
populações
 
nativas
 
de
 
muitas
 
subespécies
 
de
 
truta
 
arco
-
íris
 
diminuíram
 
devido
 
a
 
diversos
 
factores
 
de
 
ameaça,
 
nomeadamente,
 
o
 
aumento
 
da
 
poluição
 
dos
 
rios
 
(devido
 
ao
 
incumprimento
 
das
 
exigências
 
higieno
-
sanitárias
,
 
particularmente
 
no
 
tratamento
 
dos
 
esgotos)
 
e
 
a
 
pesca
 
comercial
 
e
 
desportiva
 
na
 
época
 
de
 
reprodução.
De
 
acordo
 
com
 
o
 
livro
 
vermelho
 
da
 
IUCN
 
a
 
truta
 
arco
-
íris
 
não
 
tem
 
estatuto
 
de
 
conservação
 
definido.
2.7
 
CONCLUSÕES
Originária
 
dos
 
rios
 
da
 
América
 
do
 
Norte
 
que
 
drenam
 
para
 
o
 
Oceano
 
Pacífico
 
mas
 
que
 
se
 
encontra
 
distribuída
 
actualmente
 
por
 
todo
 
o
 
mundo.
 
A
 
espécie
 
foi
 
introduzida
 
em
 
pelo
 
menos
 
45
 
países,
 
como
 
peixe
 
de
 
aquacultura.
É uma espécie muito importante a nível alimentar
 
e económico. Devido à sua 
robustez
 e rápido
 
crescimento
 
é
 
uma
 
espécie
 
que
 
se
 
adapta
 
bem
 
às
 
condições
 
de
 
aquacultura,
 
sendo
 
das
 
mais
 
consumidas
 
nos
 
mercados
 
ocidentais.
Num
 
dos
 
seus
 
estados
 
de
 
desenvolvimento,
 
alguns
 
indivíduos
 
tornam
-
se
 
residentes
 
no
 
seu
 
local
 
de
 
nascimento,
 
enquanto
 
que
 
outros
 
migram
 
para
 
o
 
mar.
 
Este
 
comportamento
 
ainda
 
não
 
é
 
completamente
 
entendido.
 
Especula
-
se
 
que
 
seja
 
dependente
 
do
 
meio
 
ambiente
 
(quantidade
 
de
 
alimento,
 
caudal
 
da
 
água
 
e
 
temperatura).
 
Esta
 
modificação
 
do
 
meio
 
ambiente
 
activa
 
o
 
gene(s
)
 
que
 
controla
 
a
 
alteração
 
para
 
“
smolts
”
 
e
 
consequentemente
 
a
 
adaptação
 
às
 
condições
 
marinhas.
 
(
Kendall
,
 
at
 
al
 
2014).
A
 
truta
 
arco
-
íris
 
foi
 
também
 
importante
 
para
 
a
 
medicina
 
devido
 
ao
 
seu
 
esperma
 
produzir
 
uma
 
substância
 
denominada
 
protamina
 
(um
 
“antídoto”
 
da
 
heparina
),
 
evitando
 
a
 
morte
 
de
 
muitas
 
pessoas.
15
arco
 
iris
http://naturlink.pt/article.aspx?menuid=2&cid=91894&bl=1&viewall=true
 
https://www.fws.gov/northeast/wssnfh/pdfs/RAINBOW1.pdf
 
http://animaldiversity.org/accounts/Oncorhynchus_mykiss/
 
http://www.nrcresearchpress.com/doi/pdf/10.1139/cjfas
-
2014
-
0192
 
http://7efishyfriends.weebly.com/uploads/5/5/4/0/5540247/life_cycle_poster_crop_web.jpg
 
https://www
.notestr
eam.com/streams/56bfd6ecccebe/
 
https://www.fws.gov/fisheries/fishmigration/steelhead_tr
out.html
 
http://fishbio.com/field
-
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-
fish
-
r
eport/one
-
fish
-
two
-
forms
-
many
-
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https://troutonthefly.blogspot.pt/?view=classic
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=search
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http://www.fishbase.org/search.php
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http://www.fao.org/fishery/en
;
3
 
WEBGRAFIA
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anguila
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http
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.
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.
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/
doi
/10.1111/
j
.1095-8649.1992.
tb
02712.
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0960-9822(17)30284-1
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(2016)
 
A
 
Model
 
of
 
Hormonal
 
and
 
Environmental
 
Involvement
 
in
 
Growth
 
and
 
Sex
 
Differentiation
 
in
 
European
 
Eel
 
(Anguilla
 
Anguilla).
 
Advances
 
in
 
Biological
 
Chemistry,
 
6,
 
141‑145.
 
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