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Pré socráticos Sócrates Platão Aristóteles

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Os Pré-Socráticos: o pensamento que se distancia do mito
Podemos dizer que antes dos gregos já havia na Índia, no Egito, na Pérsia e em outros povos toda uma mitologia que buscava entender a origem do mundo.
A filosofia nasceu na Grécia antiga por volta do século VI a.C., quando surgiu um modo de pensar que buscava entender a origem do mundo, relacionando aquilo que se observa com o que se pode deduzir pela razão. A filosofia nasceu em um mundo repleto de deuses e de mitos. Os mitos falavam da vida dos deuses e os deuses eram descritos como forças poderosas que atuavam sobre o mundo e sobre as vidas humanas.
O nascimento da filosofia também está ligado à linguagem escrita. Até então todos os conhecimentos humanos eram transmitidos oralmente. 
A criação da linguagem escrita foi tão importante para a humanidade que os gregos deram às palavras o mesmo significado que tinha o próprio ato de pensar. Os gregos davam o nome de logos ao pensamento, mas passaram a dizer que as palavras também significam logos, porque são portadoras do pensamento. Além de escrever o que pensavam, os gregos fizeram do logos, que significava ao mesmo tempo pensamento e palavra, sua maneira peculiar de ver o mundo. A partir da ligação entre o pensamento lógico e a palavra escrita, surgiu o impulso de pensar para explicar racionalmente o mundo. Ao escrever o que pensavam, os gregos transformaram a linguagem em um instrumento para registrar tudo que observavam na natureza, usando para isto a razão, ou seja, passaram a observar os fenômenos naturais com a intensão de encontrar as razões ocultas que movem as coisas do universo. Com isso, a língua oral carregada de mitos passou a ser uma linguagem escrita apoiada na razão. Até então o mundo era visto como um cenário movido por deuses sem qualquer interferência da razão humana. A palavra escrita introduziu no mundo o impulso da mente humana para explicá-lo. Isto equivale a dizer que a filosofia nasceu como ciência.
Os primeiros filósofos foram pensadores que buscaram conhecer racionalmente a origem ou o princípio primordial do mundo para entender a origem da vida humana. 
Os filósofos pré-socráticos (filosofia naturalista)
A filosofia pré-socrática tem os elementos da natureza como princípio fundamental. Os antigos Jônios chamavam a natureza de physis, no sentido exato de uma realidade fundamental que seria a essência do mundo e que explicaria a sua origem.
Tales de Mileto (624-545 a.C.): o princípio primordial deve ser identificado na água.
Anaximandro (610-547 a.C.): discípulo de Tales. Identifica o princípio primordial não mais em um elemento natural, mas no apeíron, termo grego que indica o ilimitado, o infinito, uma realidade diferenciada, sem limites e sem fronteiras.
Anaxímenes (596-525 a.C.): o princípio primordial é o ar. Mais do que uma substância natural, o ar é o princípio da vida.
Heráclito (540-480 a.C.): de família aristocrática, sempre mostrou grande desprezo pelas massas e pelos princípios democráticos. A lei que governa o mundo e, portanto, a mente do homem, é o logos, ou seja, o pensamento, a razão, a inteligência, o discurso. Heráclito é conhecido como filósofo da diferença.
Pánta Rhei em grego significa tudo flui (o devir). Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio.
Pitágoras (570-500 a.C.): os chamados pitagóricos viam no número o princípio de todas as coisas. O elemento essencial da realidade reside no número.
Parmênides e Zenão (515-450 a.C.): foi o primeiro a sustentar a superioridade da interpretação racional do mundo e a negar a veracidade da percepção sensível: ver, ouvir, escutar não produz certezas, somente crenças e opiniões. Erra quem (como Heráclito) deixa-se enganar pelos sentidos. Parmênides é conhecido como filósofo da identidade. Zenão: discípulo de Parmênides; o movimento não existe.
Demócrito (460-360 a. C.): a alma também é feita de almas.
Os Sofistas: Protágoras e Górgias. Meados de século V, em Atenas, um grupo de intelectuais resolveram fazer do saber uma profissão, oferecendo aulas de retórica e de eloquência aos jovens da classe dirigente que pretendiam dedicar-se à carreira política. Do grego sofistas significa sábio. 
Indicação de leituras complementares: Curso de Filosofia do Direito – Eduardo Bittar & Guilherme de Almeida – Ed. Atlas – São Paulo. 
Indicação de palavras-chaves para busca na Internet e em bibliotecas: Aristóteles; Ética a Incômodo; Filosofia Grega
Sócrates (470-399 a.C.)
O método de investigação utilizado por Sócrates é conhecido como maiêutica. O lema “conhece-te a ti mesmo divulgado por Sócrates propõe um voltar-se sobre si mesmo, num movimento de introspecção em que o homem devia reconhecer-se no diálogo com a realidade, sendo capaz de apreendê-la pelo conhecimento. Diferente do período grego anterior, na tragédia grega, em que numa ética do “cuidado de si” era predominante uma ação direta com a vida.
Considerado o pai da tradição filosófica ocidental, Sócrates decidiu não escrever e confiar a sua mensagem aos colóquios entre indivíduos e à força concreta do exemplo, tanto do modo de viver quanto do de morrer. Foi influenciado pelos sofistas, colocando o homem e os seus problemas no centro da reflexão filosófica. Não fundou nenhuma escola, mas exerceu a filosofia em praça pública, debatendo, contradizendo e provocando os concidadãos, como uma espécie de pregador laico.
Em consequência do papel de consciência crítica assumido por Sócrates – que se autodefinia o moscardo (polícia secreta, mosca) dos atenienses pela insistência em fazer perguntas embaraçosas -, foi considerado por alguns atenienses como um elemento desestabilizador.
Em 399 a.C., Ânimo e Meleto, dois concidadãos, acusaram-no de não acreditar nos deuses e de corromper os jovens. Coerente com os próprios princípios, o filósofo rejeitou qualquer tipo de compromisso e aceitou sem protestar a condenação à morte.
Por meio da Apologia de Sócrates, escrita por Platão, sabemos da serenidade com que bebeu cicuta após uma última discussão com seus discípulos sobre o tema da imortalidade da alma.
O problema de Sócrates foi formulado com base em duas perguntas:
O que pode ser conhecido? É possível um conhecimento absoluto?
A sua tese é que não é possível conhecer alguma coisa sem conhecer a própria ignorância. Sócrates observa como a presunção de saber é o maior obstáculo ao descobrimento.
A maiêutica é literalmente a arte da parteira ou a arte da obstetrícia. Indica o método de investigação de Sócrates descrito por Platão. Ele jamais fornece soluções, limitando-se a levantar perguntas. Sustenta que a tarefa do sábio não é propor afirmações verdadeiras, mas favorecer o nascimento da verdade na alma do interlocutor. 
Qual é a tarefa da filosofia? A verdade pode ser ensinada?
Segundo Sócrates, a filosofia não ensina a verdade, mas ajuda o indivíduo a descobri-la sozinho. Não oferece soluções, mas um método para raciocinar a partir de si mesmo. A verdade é uma conquista pessoal e a educação é sempre autoeducação.
Em Apologia de Sócrates, Platão mostra um Sócrates desejoso em apressar a libertação da alma espiritual do cárcere corpóreo, não prolongar a vida eternamente. A tese socrático-platônica – segundo a qual é a dimensão biológico-cultural o maior obstáculo no caminho da perfeita realização espiritual – aceita com simpatia pela cultura religiosa cristã tornar-se-á o ponto fundamental da tradição filosófica ocidental. 
Segundo Nietzsche, com o socratismo é o fim de uma Grécia movida pelos deuses e pela arte e o começo de uma era movida por um impulso absurdamente racional. O espírito socrático apareceu expulsando as potências artísticas e místicas que então vigoravam.
A chegada do socratismo impôs seu “otimismo teórico” à filosofia arcaica, que nunca foi otimista. A partir daí, o pensamento filosófico se tornou um discurso frio e lógico. 
Indicação de leituras complementares: Curso de Filosofia do Direito – Eduardo Bittar & Guilherme de Almeida – Ed. Atlas – São Paulo. 
O IdealismoPlatônico
Para chegar ao conhecimento verdadeiro, Platão propõe dois mundos: o mundo das ideias, perfeito, imutável, da alma e o mundo das coisas sensíveis, dos corpos.
O conhecimento para Platão é possível e necessário. Para obter conhecimento, é preciso ascender até a verdadeira e última essência de todas as coisas, que são as formas ideais. Sua concepção idealista implica a passagem de graus inferiores ao grau superior, o que deve ocorrer em especial ao filósofo, que na cidade ideal, deve ser o governante. Conhecer as essências ideais de todas as coisas é chegar à realidade última pela contemplação teórica das ideias a que se chega pela reminiscência (o que se conserva na memória), pela recordação; elevar a alma até a sua parte mais preciosa, a alma intelectual, aquela que possibilita atingir a perfeição.
Platão e o Mito da Caverna
O Mito da Caverna (livro VII da República) é de extraordinária força, em que representa simbolicamente a situação do homem em sua relação com a filosofia e, ao mesmo tempo, a estrutura da realidade.
Em o Mito da Caverna, Platão mostra o teor de sua Metafísica quando distingue duas grandes regiões do real, o mundo sensível (das coisas) e o mundo suprassensível (das ideias), que simboliza em dois segmentos de uma reta. Seguindo o caminho aberto por Parmênides, Platão exclui a hipótese de que as ideias derivam dos sentidos: elas são pura visão intelectual, uma representação na tela da mente. A palavra metafísica em grego significa além do físico, ou seja, Platão mostra que o sábio ou o filósofo é aquele que ascende para o mundo das ideias, o mundo verdadeiro, inteligível, saindo do mundo sensível, da realidade aparente, da natureza.
No mito está simbolizado que a caverna é o mundo sensível, com suas sombras, que são as coisas. O mundo exterior é o mundo verdadeiro, o mundo inteligível ou das ideias. As coisas simbolizam as ideias; o sol, a ideia do Bem.
Indicação de leituras complementares: Curso de Filosofia do Direito – Eduardo Bittar & Guilherme de Almeida – Ed. Atlas – São Paulo. 
Aristóteles e a Lei da Causalidade Universal
Segundo Aristóteles, tudo que existe tem que ter uma causa. Tirava desta noção uma de suas principais teses que é a seguinte: conhecer é conhecer pelas causas. Se o universo se apresenta como um encadeamento de causas, a ciência consiste em conhecer estas relações de causalidade entre os fenômenos. Portanto, conhecer não consiste apenas em ver, observar ou descrever o que se vê, é também relacionar o que se vê de modo a descobrir em cada efeito sua respectiva causa. Assim sendo, tudo que se move no universo e tudo que move a vida humana se explica por uma trama de causas e efeitos que a mente humana tem o poder e o privilégio de conhecer na medida em que investiga e entende estas ligações de cada efeito com aquilo que o causou.
Refletindo sobre estas relações, de causa e efeito, conclui que todo o conhecimento possível depende de se descobrir quatro tipos de causas: causa formal, causa material, causa eficiente e causa final. Somente conhecendo todas essas quatro causas, chega-se ao conhecimento verdadeiro e completo de qualquer objeto.
Aristóteles assim explica estas quatro causas. A primeira condição para se conhecer o objeto consiste em identificar sua causa material. Como a própria palavra indica, causa material é a matéria da qual as coisas são feitas. Por exemplo, um ato criminoso praticado por alguém. Para que se possa acusar este alguém de ter praticado este crime, é necessário examinar o fato através das quatro causas. Examinando um crime como faz a polícia, é preciso antes de tudo identificar a sua causa material. A vítima com os sinais físicos que provam que o crime aconteceu. A causa formal estaria nos danos causados na vítima; danos estes que mudaram sua forma natural. A causa eficiente é o criminoso, e a causa final reside nas evidências ou provas de ter tido ele a intenção de praticá-lo.
A lógica de Aristóteles refere-se, portanto, ao conjunto das causas. Faltando uma destas quatro causas, torna-se impossível, por exemplo, acusar alguém de ter praticado algum crime. 
Indicação de leituras complementares: Curso de Filosofia do Direito – Eduardo Bittar & Guilherme de Almeida – Ed. Atlas – São Paulo.

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