Buscar

Avaliação da Inteligência

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Faculdade Estácio de Sergipe
Curso de Psicologia
Disciplina: Psicologia do Pensamento e da Linguagem
Profa. Dra. Carla Rezende Gomes
rezendecarla@hotmail.com
Avaliação da inteligência
*
*
AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA.
Tendo em vista a variedade de abordagens dos componentes da inteligência, não é de surpreender que medir a inteligência tem sido um desafio. 
Psicólogos que estudam a inteligência têm concentrado grande parte dos seus esforços no desenvolvimento dos testes de inteligência e se apoiado nesses testes para quantificar o nível de inteligência de uma pessoa. 
Esses testes provaram ser de grande benefício para identificar alunos que necessitam de atenção especial na escola, identificar dificuldades cognitivas e ajudar as pessoas a otimizar suas escolhas educacionais e vocacionais. Ao mesmo tempo, sua utilização provou ser muito controversa, dando origem a questões importantes de cunho social e educacional.
*
*
*
*
Historicamente, a primeira iniciativa de realização destes testes baseou-se em uma suposição completamente errada – a de que o tamanho e a forma da cabeça uma pessoa poderiam ser empregados como uma medida objetiva de inteligência. 
A ideia foi proposta por Sir Francis Galton (1822- 1911), um eminente cientista inglês, cujas ideias em outros domínios resultaram 
ser consideravelmente melhores 
que suas premissas sobre inteligência. 
*
*
A motivação de Galton para identificar pessoas de grande inteligência originou-se de seus preconceitos. Ele tentou demonstrar a superioridade natural de pessoas de classe social elevada (a qual ele pertencia), demonstrando que a inteligência é herdada. 
Partiu da hipótese de que a configuração da cabeça, sendo determinada geneticamente, está relacionada ao tamanho do cérebro e, portanto, relacionada à inteligência.
*
*
*
As teorias de Galton provaram estar erradas sob virtualmente todos os aspectos. O tamanho e a forma da cabeça não possuem relação com o desempenho intelectual e pesquisas subsequentes constataram pouca relação entre o tamanho do cérebro e inteligência nos seres humanos. 
Seu trabalho, no entanto teve efetivamente um resultado desejável: ele foi a primeira pessoa a sugerir que a inteligência poderia ser quantificada e medida de uma maneira objetiva. Ou seja, que um teste de inteligência poderia ser confiavel.
a confiabilidade do teste se refere ao conceito de que os testes medem coerentemente aquilo que estão tentando medir. 
*
*
*
Era primo de Charles Darwin e, baseado em sua obra, criou o conceito de "eugenia" que seria a melhora de uma determinada espécie através da seleção artificial. O primeiro livro importante para a Psicologia de Galton foi Hereditary Genius (1869). A sua tese afirmava que um homem notável teria filhos notáveis.
Tal como muitos dos pensadores da época, Galton acreditava que a "raça" humana poderia ser melhorada caso fossem evitados "cruzamentos indesejáveis". 
O objetivo de Galton era incentivar o nascimento de indivíduos mais notáveis ou mais aptos na sociedade e desencorajar o nascimento dos inaptos. Propôs o desenvolvimentos de testes de inteligência para selecionar homens e mulheres brilhantes, destinados à reprodução seletiva.
Teve também uma grande importância na criação de métodos estatísticos.
*
*
*
 BINET E O DESENVOLVIMENTO DOS TESTES DE QI
Após as iniciativas de Galton, os primeiros testes de inteligência efetivos foram desenvolvidos pelo psicólogo Alfred Binet. Seus testes tinham por base uma premissa simples: se o desempenho em certas tarefas ou itens de um teste melhoravam com a idade cronológica ou física, o desempenho poderia ser usado para diferenciar pessoas mais inteligentes das menos inteligentes de um grupo etário específico. Com base nesses principio ele criou o 1º. Teste de inteligência formal, o qual foi elaborado para identificar os alunos mais “lentos” no sistema escolar de Paris.
*
*
*
Com base nos testes de Binet, crianças receberam pontuação relacionada à idade mental que possuíam (a idade intelectual, afetiva e social média das pessoas, diagnosticada a partir do desempenho em testes psicológicos). 
 Atribuir uma idade mental aos alunos proporcionava uma indicação de seu nível geral de desempenho, porém não permitia comparações adequadas entre pessoas de idades cronológicas diferentes. Ao usar somente a idade mental poderíamos supor que uma pessoa de 20 anos, respondendo em um nível de 18 anos, seria tão brilhante quanto uma criança de 05 respondendo em um nível de 03 anos. Quando, na realidade, a criança de 05 anos estaria demonstrando um grau
 de lentidão relativo muito maior.
*
*
*
Uma solução para o problema surgiu sob a forma do quociente de inteligência, ou QI, um valor que leva em consideração as idades mental e cronológica. 
Para calcular o valor do QI é usada a formula a seguir, onde IM representa a idade mental e IC, a idade cronológica.
Valor do QI = IM x 100
 IC
*
*
*
*
*
*
Usando essa formula, podemos retomar o exemplo anterior de uma pessoa de 20 anos desempenhando uma idade mental de 18, e calcular um valor de QI de
 (18/20) X 100= 90.
Em contraposição á criança de 5 anos desempenhando uma idade mental de 3 anos obtém um valor de QI consideravelmente menor:
(3/5) x 100= 60
Qualquer pessoa possuindo uma idade mental igual á sua idade cronológica terá QI igual á 100.
Adicionalmente, pessoas com uma idade mental maior que sua idade cronológica terão QIs superiores a 100. 
*
*
*
Embora os princípios que embasam o calculo de um valor de QI ainda permaneçam válidos, atualmente os resultados do QI são calculados de um modo diferente e são conhecidos como valores discrepantes de QI. Inicialmente, é determinado o resultado médio do teste para toda pessoa da mesma idade submetida ao teste e atribuída a esse o valor médio um QI de 100. depois com a ajuda de técnicas de estatísticas que calculam as diferenças entre cada valor e a media, são a atribuídos os valores de QI.
*
*
*
Conforme a figura 4, aproximadamente dois terços de todos os indivíduos classificam-se no intervalo de 15 pontos de QI acima ou abaixo do valor médio de 100. Á medida que os resultados aumentam ou diminuem além desse intervalo, decresce consideravelmente a porcentagem de pessoas em uma categoria. 
*
*
*
Testes específicos de inteligência incluem o teste Satanford- Binet, o Wechsler Adult inteligence Scale III (WAIS -III) e o Wechsler Inteligence Scale for Children (WISC-IV). 
Testes de conhecimento e testes de aptidão são outros tipos de testes padronizados.
*
*
*
Testes de QI contemporaneos: Avaliação da inteligência.
Ainda pemanecem em uso aspectos remanescentes do teste de inteligencia original de Binet, embora oteste tenha sido revisado de modo significativo. Atualmente em sua 5ª. edição e denominado Stanford- Binet Intelligence Scales , ele consiste em uma serie que varia de natureza de acordo com a idade da pessoa sendo testada. 
Por exemplo, crianças pequenas são solicitadas a copiar numeros ou responder perguntas sobre atividades diárias. Pessoas com mais idade são solicitadas a solucionar analogias, explicar proverbios e descrever similaridades que se encontram por trás de conjuntos de palavras.
*
*
*
O teste é aplicado oralmente. Um examinador inicia determinado nível de idade em que uma pessoa é capaz de responder a todas as perguntas corretamente e, então passa a problemas sucessivamente mais difíceis . Quando se atinge um nível de idade mental no qual nenhum item pode ser respondido, o teste termina. 
Ao examinar o padrão das respostas corretas e incorreta, o examinador é capaz de calcular um valor do QI para a pessoa que está sendo testada. Além disso, o teste Stanford-Binet proporciona resultados parciais distintos, fornecendo indicações
sobre os pontos fortes e os pontos fracos de uma pessoa submetida ao teste.
*
*
*
O teste de QI usado mais frequentemente nos Estados Unidos foi criado pelo psicólogo David Weschler e é conhecido como Weschler Adult Inteligence Scalle – III ou, mais comumente, WAIS-III. Existe uma versão para crianças , o Weschler Inteligence Scalle for Cildren- IV, ou WISC-IV.
Ambos os testes possuem duas partes principais: uma escala verbal e uma escala de desempenho (não verbal)
*
*
*
*
*
*
Conforme você pode observar pela amostra das questões apresentadas na figura 5, as escalas verbal e de desempenho incluem questões de tipos muito diferentes. 
As tarefas verbais consistem em tipos de problemas mais tradicionais, incluindo a definição de vocabulário e compreensão de diversos conceitos. No entanto, a parte de desempenho (não verbal) o agrupamento cronometrado de pequenos objetos e o arranjo de imagens em uma ordem lógico. 
*
*
*
Embora a pontuação obtida por uma pessoa nas partes verbal e de desempenho no teste geralmente esteja em uma faixa próxima, a pontuação de uma pessoa com deficiência de linguagem ou de formação que teve uma carência ambiental profunda pode mostrar uma discrepância relativamente grande entre as duas partes. Ao proporcionar resultados distintos, o WAIS III e o WISC IV oferecem um quadro mais preciso das capacidades específicas de uma pessoa em comparação a outros testes de QI.
*
*
*
*
*
*
*
*
*
Em virtude de os testes de Stanford Binet, WAIS- III E WISC-IV exigirem uma aplicação personalizada, torna-se relativamente difícil e leva tempo aplicá-los e calcular seus resultados em larga escala. Consequentemente, existe agora um número de testes de QI que permite aplicação em grupo. Em vez de um examinador solicitar que uma pessoa por vez responda a itens individuais, os testes de QI em grupo são estritamente resolvidos por escrito . a vantagem principal desses testes é sua facilidade de aplicação.
No entanto, são feitas concessões nos testes em grupo que em alguns casos suplantam os benefícios. Por exemplo,
*
*
*
Por exemplo
eles geralmente oferecem menos tipos de questões que os testes aplicados individualmente. Além disso, as pessoas podem estar mais motivadas para desempenhar de acordo com seu nível de capacidade máximo, quando trabalham em base pessoal com um aplicador de testes do que quando estão em grupo. Finalmente, em alguns casos, é simplesmente impossível empregar testes em grupo, de modo particular para crianças pequenas com QIs excepcionalmente baixos
*
*
*
TESTES DE CONHECIMENTO E DE APTIDÃO
Os testes de QI não constituem o único tipo de testes a que vc pode ter sido submetido durante sua vida escolar. Outros tipos de testes padronizados são os testes de conhecimento e os de aptidão.
Teste de conhecimento foi criado para determinar o nível de conhecimento de uma pessoa em uma determinada área. Concentram-se nas informações específicas que uma pessoa aprendeu (vestibular ou prova da OAB, por exemplo)
Teste de aptidão foi criado para prever a habilidade de uma pessoa em uma área ou modalidade de trabalho específica. 
*
*
*
VARIAÇÕES DE CAPACIDADE INTELECTUAL
Deficiência Mental
Embora considerado algumas vezes como fenômeno raro, a deficiência mental ocorre em cerca de 1% a 3% da população. Existe uma ampla variação entre aqueles designados como deficientes mentais, em grande parte por causa da abrangência da definição introduzida pela American Association on Mental Retardation (AAMR). 
Essa entidade propõe que a deficiência mental é uma incapacidade caracterizada por limitações significativas na atividade intelectual e no comportamento de adequação envolvendo aptidões conceituais, sociais e práticas.
*
*
*
Embora a atividade intelectual abaixo da média possa ser medida de uma maneira relativamente direta – através dos testes de QI- é mais difícil determinar como avaliar limitações em áreas específicas de aptidões adaptativas. Essa imprecisão conduz no final a uma falta de uniformidade no modo como os especialistas aplicam a designação deficiência mental. Além disso, resultou em uma variação significativa da capacidade das pessoas que são classificadas como deficientes mentais, variando daquelas que podem ser ensinadas a trabalhar e a atuar com pouca atenção especial até aquelas que praticamente não podem ser treinadas e precisam receber tratamento em uma instituição durante toda a vida.
*
*
*
A maioria das pessoas portadoras de deficiencia mental possui déficits relativamente menores e são considerados possuidoras de uma deficiência leve. Esses indivíduos, que possuem QI variando de 55 a 69, constituem cerca de 90% de todas as pessoas portadoras de deficiência mental. 
Embora seu desenvolvimento seja normalmente mais lento do que o de seus colegas, eles podem atuar de modo bem independente ao atingir a idade adulta, e são capazes de permanecer em empregos e possuir suas próprias famílias. 
*
*
*
Em níveis mais elevados de deficiência: 
Deficiência moderada (QIs de 40 a 54)
Deficiência severa (QIs de 25 a 39)
Deficiência profunda (inferiores a 25)
As dificuldades são mais pronunciadas. Para aqueles com grau moderado, os déficits tornam-se óbvios cedo na vida, sendo que as aptidões verbais e motoras são inferiores àquelas de seus colegas.
*
*
*
Embora possam ter empregos que não acarretem dificuldade, eles precisam receber um grau moderado de supervisão durante todo o decorrer de suas vidas. Pessoas com grau severo e profundo de deficiência geralmente são incapazes de atuar independentemente e normalmente requerem cuidados permanentes. 
Cerca de um terço dos casos de deficiência mental possui cusa biológica conhecida, a síndrome de Down é a mais comum. 
A maior parte dos casos, no entanto, é classificada como deficiência mental familiar, para o qual não existe uma causa biológica conhecida.
*
*
*
Integração
Independentemente das causas, avanços importantes relativos aos cuidados e ao tratamento das pessoas com deficiência tem sido obtidos nas ultimas décadas. Em vários países, inclusive no Brasil, o governo decidiu que essas pessoas tem direito a uma educação integral e devem ser educadas em uma ambiente minimamente restritivo. Isso aumentou o número de oportunidades educacionais para essas pessoas facilitando, o máximo possível, sua integração em classes normais - um processo conhecido como inclusão operativa ou inclusão social.
*
*
*
SUPERDOTADOS INTELECTUALMENTE
Representando 2% a 4% da população, os superdotados intelectualmente possuem QI superior a 130. Diferentemente do estereótipo corrente, pesquisas apontam que pessoas superdotadas intelectualmente tendem a ser mais saudáveis e mais bem sucedidas do que aquelas que não o são.
Evidentemente nem todos superdotado é bem sucedido. Além disso inteligência elevada não constitui uma qualidade homogênea; uma pessoa com um QI geral alto não é necessariamente superdotada em todas as disciplinas acadêmicas, mas pode destacar-se em apenas uma ou duas. Um QI elevado não representa, portanto, uma garantia universal de sucesso.
*
*
*
Bibliografia.
 FELDMAN Robert S. Introdução a Psicologia. Capítulo 23 – Inteligência. McGraw- Hill.
Imagens do Google. 
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais