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MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS DO DESENVOLVIMENTO SEXUAL ETIOLOGIA Quando temos um embrião, até a 5ª semana não conseguimos diferenciar de feminino e masculino. Um dos aspectos que determinam o sexo são os: Ducto de Wolff (macho) Ducto de Muller (fêmea) Hermafroditismo animal (Intersexo): Malformações congênitas do desenvolvimento sexual confundindo o diagnóstico do sexo Todos são inférteis Os intersexos são divididos em 3 amplos grupos: Hermafroditas verdadeiros (HV): várias combinações de ovários, testículos ou ovotestes (tecido testicular ovariano) Frequência: suínos e caprinos Genitália interna: testículos/ tecido testicular Genitália externa: feminina (vulva rudimentar) Pseudo-hermafrodita masculino: Aquele indivíduo que na parte interna tem um tecido similar ao testículo ou testículo e fora apresenta genitália feminina Genitália interna: testículo ou similar Genitália externa: feminina Pseudo-hermafrodita feminino Genitália interna: ovários ou similar Genitália externa: testículos FREE MARTIN DEFINIÇÃO Freemartismo: Hipoplasia bissexual Masculinização da genitália da fêmea gerada com um irmão macho Normalmente ocorre em casos de parto gemelar, comum em bovinos Definição: A freemartin é uma fêmea de concepção, mas que alterou o seu desenvolvimento na gestação em função de uma influência forte de um irmão (gestação gemelar) Quimera. Essas fêmeas nunca entraram em estro. 92% dos casos é freemartin estéril As gônadas da freemartin: ovários pequenos em geral são sempre intra-abdominais. TEORIA DO FREEMARTIN Teoria Hormonal: Gestação gemelar e a partir do período de diferenciação (50d) o irmão (machinho) começa a produzir andrógeno e cair na circulação, esses vão atuar na genitália feminina. Teoria da migração de células sexuais: o macho é XY é vai migrar via sanguínea chegando na fêmea (irmãzinha) Teoria do Hormônio Anti-Muller: Esse hormônio é "anti-fêmea", produzido pelo macho (irmãozinho), cai na corrente sanguínea, faz com que a genitália da fêmea subdesenvolva Teoria Antígeno HY: É produzido pelas células testiculares, e vai saturar a maioria das células XX da irmã fêmea fazendo Células sexuais masculinas fazem regredir os órgãos femininos Tudo isso começa com 50d, época de diferenciação celular, e aos 75d já está praticamente completo Acredita-se que seja um sinergismo dessas teorias DANOS NO SISTEMA GENITAL DA FÊMEA Fase de inibição: Início 50° dia pós-concepção As gônadas na freemartin têm graus diferentes de Masculinização (supressão feminina) Ovários sem características (tamanho de feijão) Masculinizarção: Ao redor dos 75d Pode apresentar epidídimo, plexo pampiniforme, ducto deferente As vezes “os testículos”: subcutâneo, extrainguinal PARTE TUBULAR Cérvice sempre ausente (vagina termina no fundo de saco) Cornos rudimentares: tipo filetes, barbantes. Não desenvolve mais que isso. VAGINA, VESTIBULO E VULVA HIPERTROFIA CLITORIANA Vulva pequena Pelos compridos na região do clítoris Vagina sempre termina no fundo cego. CONDUTOS DE WOLLF Sempre presentes e um pouco proeminente (conduto deferente, ampolas e as vesículas seminais), conseguindo palpar os condutos deferentes e vesículas seminais. Fêmea influenciada por andrógenos DIAGNÓSTICO Pode ser diagnóstico logo quando a bezerra nasce O diagnóstico é feito a partir do tubo de ensaio colocado dentro da bezerra, e ele não entra. Juntamos isso com o histórico de parto gemelar Enquanto uma vagina da fêmea normal, ao nascer, tem 12 - 14 cm de profundidade, a Freemartin tem apenas 4 cm. Logo percebemos que há uma grande variação. O diagnóstico é feito a partir do tubo de ensaio colocado dentro da bezerra, e ele não entra. Juntamos isso com o histórico de parto gemelar APLASIA REPRODUTIVA ETIOLOGIA Aplasia quer dizer que falta alguma coisa Pode ser: Congênito ou Hereditário Exemplo: Animal com um corno só (aplasia de corno = falta corno) Pode parir unilateralmente, mas é indesejável, porque estamos selecionando tal característica propagam-se esses defeitos nas próximas gerações 50% de fertilidade HIPOPLASIA GONADAL E UTERINA ETIOLOGIA Órgão não funciona com total qualidade, funciona pouco. Hipoplasia de gônada, ou seja, gônada pequena. Sem ou poucos folículos Órgãos subdesenvolvidos A hipoplasia também pode estar nos ovidutos As vezes temos uma gônada que parte dela é boa e outra não é boa ;. Isso é ruim pois propaga para a população Possui vários graus: Hipoplasia bilateral total: não fica prenhe, por isso não propaga para próxima geração. Hipoplasia unilateral: Um órgão funciona, outro não. Fica prenhe, ou seja, propaga para gerações. DOENÇA DAS NOVILHAS BRANCAS (WHITE HEIFER DESEASE) É um síndrome Pode dar em qualquer fêmea, de qualquer espécie e de qualquer cor. O que é? Consiste no fechamento incompleto do canal útero-vaginal, em estruturas que podem abranger a vagina, cérvice e corpo uterino (qualquer parte tubular pode estar com estenose). Tem cérvice, tem tudo. Mas esta estenosado. Tem cérvice, tem tudo. Mas esta estenosado. Origem: Fator genético recessivo manifestando-se no sexo Achados patológicos: Hímen presente imperfurado na vagina, cérvice ou corpo uterino. Acontece que a genitália da vagina para frente está normal (o animal até cicla), porém as secreções uterinas não conseguem sair, ocorrendo um acúmulo de secreções Não tem pus, o muco é límpido e não sai, fica uma barreira. Não é comum ter inflamações, como uma endometrite. Pois o órgão esta estenosado, não tem como entrar. Estenose pode ter em qualquer segmento (útero, vagina, etc). Diagnostico: Dificuldade de passar a pipeta na IA ANOMALIAS DOS DUCTOS DE MULLER A partir de 35 dias que definiu que é fêmea (XX), os órgãos fundem-se, por exemplo, os 2 cornos para a formação do útero. Em um determinado segmento pode não ocorrer a fusão Pode não acontecer essa fusão dos ductos uterinos. Por exemplo, até a cérvice fusionou, depois não fusionou mais. ÚTERO DIDELFO 2 cornos 2 cérvices (exceção do coelho, que normalmente tem 2 cérvices) Desembocando em uma única vagina Pode emprenhar, por IA (difícil) ou ao natural Parto com 2 aberturas: o bezerro fica preso e morre. Não é raro, pode cortar essas duas aberturas com bisturi e fazer o parto, sem problemas. DISFUNÇÕES OVARIANAS Órgão não funciona bem Tudo influencia na parte reprodutiva: manejo, alimentação, bezerro ao pé, umidade, doenças, temperatura, mudanças de meio ambiente, reprodução precoce (fêmea no 1° estro pode dar problemas na parturição), produção elevada de leite, etc. Aplasia dos ovários: Ausência de ovário, não entra em cio. Não propaga nunca, não vai parir. Diagnostico: Palpação retal HIPOPLASIA PODE SER: Unilateral: parcial ou total Bilateral: parcial ou total HIPOPLASIA UNILATERAL TOTAL: Um ovário normal Cornos normais Genitália normal Outro ovário pequeno, tamanho de um feijão. DIAGNÓSTICO HIPOPLASIA: Congênito/genético Idade da puberdade não entra no estro Ovários pequenos, lisos, duros, sem função Unilateral: possui CL e folículos ATROFIA OVARIANA A hipoplasia tem que ser distinguida da atrofia ovariana. Quando é atrofia ovariana o órgão estava bem e por algum motivo (falta de alimentação normalmente) atrofiou Atrofia ovariana é um problema adquirido, não se torna infértil, é temporário. Ovários pequenos, duros e lisos: devido fatores endógenos ou exógenos. Normalmente é pela falta de alimentação e manejo inadequado emagrecem muito e atrofiam Maior incidência: período de seca (novilhas e fêmeas primíparas). Bovino de corte: com o balanço energético negativo no puerpério prolongamento do período aberto, depois volta a normalidade. ETIOLOGIA Falta de LH e FSH no sangue Pouca reação dos ovários frente a esses hormônios Ovários pequenos, duros e lisos ECC (escore corporal) baixo Folículos pequenos, ficam parados por falta de energia/alimentação/combustívelAnestro total, não cicla Por falta de alimentação. CAUSAS INDIRETAS Muita produção de leite (Ex: 55 L/dia = desgasta o animal) Partos distócicos Amamentação de gado de corte Elevada temperatura Alimentação pobre (balanço energético negativo) Superalimentação (não é muito comum) Parasitoses Intoxicações crônicas ACHADOS Ovários pequenos em relação a idade do animal, duros e lisos Anestro Ausência de FD (pois os folículos estão parados) PROGNÓSTICO Bom, pois é só fornecer alimentação TRATAMENTO Eliminar os fatores causadores: alimentação (minerais, ração boa), parasitas, estresse, manejo, sombreamento (plantar árvores), temperatura, etc. Hormonioterapia: só após melhorar a ECC se não a hormonioterapia não irá funcionar (ECC 2,8) Aplicação de P4 (intravaginal/implante) por 8 a 9 dias Causa um bloqueio hipofisário, dai quando tira, o animal tem uma ampla inundação de hormônios Pode ajudar também, aplicando ECG, para ajudar mais o FSH atuar: Start para começar a ciclar. Profilaxia: Progestagenos em torno do 35° dia pós-parto (bovinos) Prostaglandina quando tiver CL (entra em estro em 2-4 dias) Boa alimentação Evitar balanço energético negativo Silagem e feno, evitar carência de P, Mg Vermifugação dos animais PATOLOGIAS OVARIANAS Persistência do folículo Atrésia folicular Ovulação retardada: não ovula, regride. Repetição de cio. Pode ocorrer 1-2 dias depois do cio, ovócitos estarão danificados ou o meio ambiente. Frequência: 15-28% em vacas e éguas. OVULAÇÃO RETARDADA Todos os animais têm que ter ovulação no período do estro. Em vacas, a ovulação ocorrer de 6 - 12 hs após o estro. Isso é uma condição natural do animal. Porém pode acontecer que a ovulação postergue/demore/seja retardada (muitas vezes 24hs e até 60hs depois, o que não é normal). Podo ocorrer a concepção porém não vinga pois o oócito tem validade e está velho, bem como o sêmen. Após 21 d essa vaca vai entrar em estro novamente e a ovulação não vinga mais uma vez (ou pelo oócito ou pelo sêmen que ficou velho) ETIOLOGIA Em vacas, ovulação deve ocorrer entre 6 a 12 horas: PÓS o FIM DO CIO (no metaestro). Não ovula, regride. Pode até fecundar, mas o oócito é absorvido, morre por estar velho. E ocorre abortamento. O cio irá ocorrer novamente Frequência: 15-28% em vacas e éguas. A ovulação pode ocorrer 1 - 2 dias do que esperados, e nesse tempo o oócito já está envelhecido CAUSAS OVULAÇÃO RETARDADA Alimentação desequilibrada Elevada produção de leite Doenças crônicas Dessincroniza os hormônios LH e FSH Estresse relevante Níveis ineficientes de E2 no folículo dominante Idade avançada SINAIS DE ESTRO Podem ser normais ou fracos Repetição do cio (de 21 em 21 dias) PROGNÓSTICO Favorável DIAGNÓSTICO Animal repete o cio e o veterinário não encontre causa aparente, como por exemplo, não apresenta endometrite. Ultrassom para ver o Folículo Dominante e Endométrio Palpação Queixa do proprietário TRATAMENTO Controle folicular até a detecção do FD (uva murcha: prestes a ovular, frágil) Usar um indutor da ovulação (sincroniza): LH, GnRH, deslorelina, HCG Ultimo dia, HCG para ovular. Sincronizar a ovulação com a IA.
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