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Direito Empresarial IV – Falências.
Prof. Gustavo Chaves Santos Cordeiro
Bibliografia - Autores
Waldo Fazzio Junior – Editora Atlas.
Glastone Mamede Vol. 4 – Editora Atlas
Sérgio Campinho Fran Martins – Editora Forense
Flávio Ulhoa – Última coleção. 
Rubens Requião – Editora Saraiva. 
Avaliações
AS1 – 30,0 pontos – 06/04 – 15 questões fechadas
AS2 – 30,0 pontos – 18/05 – Questões abertas
AS3 – 30,0 pontos – 22/06
ADAPTI OAB – 10 pontos
Aula – 21.02.2017 – Direito Empresarial IV
Apenas uma introdução e definições do cronograma. 
IMPORTANTE: Lembrar o conceito de empresário (art. 966 do C.C)
Natureza jurídica das falências:
Pessoas: Aquele que possui direitos e deveres. Neste sentido, trata-se de pessoas físicas e jurídicas;
Bens: Objeto de Direito.
Plano de ensino
Falência
Sujeitos
A execução concursal
Caracterização do Estado falimentar
Processo Falimentar
Inicial
Defesa
Processamento
Sentença
Recursos
Efeitos da sentença
Contratos do falido
Obrigações do falido
Propriedade do falido
Liberdade do falido
Habilitação
Restituição
Ação revocatória
Liquidação do passivo
Encerramento da falência
Extinção das obrigações do falido
Recuperação
Espécies
Processamento
Acordo
Procedimentos comuns à falência
Execução do acordo.
Aula – 23.02.2017 – Falência
A lei 11.101/05 trata-se de falências e recuperação. 
1. Execução singular x execução concursal: Na execução singular, a regra para o recebimento da penhora de credor será de acordo quem faz a primeira penhora. Essa ordem de recebimento é processual, que por sua vez, é chamado de preferência. 
O recebimento da penhora não diz respeito à ordem de ajuizamento da execução, mas na conquista do direito de penhora. 
Quando o devedor for insolvente, interpõe-se a execução concursal. Nesta execução, todos os credores receberão a execução de maneira igualitária. 
2. Regras:
1ª Penhora: Está ligado à execução singular;
2ª “Par Conditio Creditorum” (Igualdade na condição de crédito): Os credores terão igualdade de condições no tocante à concessão de crédito. Essa regra é válida somente na execução concursal. Existe-se igualdade na classe de credores.
3. Espécies de execução concursal
O critério de classificação da execução concursal é pessoal em relação ao devedor, tendo em vista as seguintes espécies de execução concursal:
a) Falência: É a execução concursal do empresário. Quem sofre falência é a sociedade empresária e EIRELI;
b) Insolvência Civil: É a execução concursal do não – empresário. Associação, fundação, organização religiosa, partido político, sociedade simples e pessoa física sofrem insolvência civil;
c) Liquidação extrajudicial de instituição financeira: É a execução concursal da instituição financeira.
Obs. O Estado não sofre falência, muito menos insolvência civil. É resolvido por meio de precatórios. 
Aula – 02.03.2017- Caracterização do Estado Falimentar
1. Insolvência: Insolvência é o Estado jurídico no qual o patrimônio do devedor não possui condições de pagar suas dívidas.
2. Conceitos Pertinentes:
Patrimônio: É um conjunto de bens / direitos. 
3. Problemas na falência: A lei definirá insolvência diferentemente nas leis falimentares. Para decretar falência, precisa-se ser insolvente, porém, haverá critérios próprios para mesma. 
Falência é a retirada do empresário falido no mercado. Tendo em vista essa questão, há, no entanto, sistemas mundiais para insolvência:
a) Números de obrigações inadimplidas: Por esse sistema, considera-se insolvente para fins falimentares o empresário que não paga suas obrigações no prazo, de acordo com o número definido em lei.
Ex: Suponha-se que o ordenamento jurídico brasileiro determinasse que se houver inadimplência de 10 prestações haverá falência. Ou seja, se porventura a empresa x alcançar o limite de inadimplência determinado em lei, logo, poderá ser decretada falência da empresa x. No Brasil não há essa regra.
b) Método contábil: Considera-se Insolvente o empresário cuja contabilidade demonstra ativo menor que passivo. Não garante possibilidade de êxito da empresa. Essa teoria não é aplicada no Brasil.
c) Sistema da impontualidade (Teoria da impontualidade): Por este sistema, considera-se insolvente o empresário que não paga no vencimento dívida qualificada. A ideia é no parâmetro de 40 salários mínimos. 
Obs. Para decretar a falência, é necessário a dívida estar vencida. 
d) Sistema do comportamento (Teoria do Comportamento): Considera-se insolvente, o empresário que se comporta como tal. A lei estabelece um rol de comportamentos indicativos que o empresário encontra-se insolvente e não quitará a dívida. 
As teorias que serão utilizadas no Brasil será a teoria da impontualidade ou teoria do comportamento. Para a caracterização do Estado Falimentar no Brasil, não é preciso ter os requisitos das respectivas teorias, satisfazendo-se a caracterização de uma delas.
O art. 94 da lei 11.101/05 diz:
 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: (Pode ser, não é fato) 
        I – sem relevante razão de direito (Sem justificativa), não paga, no vencimento (para pedir falência deve-se ter vencimento um dia após), obrigação líquida (Obrigação quantificada, deve-se ter o valor correto) materializada em título ou títulos executivos (Só é considerado insolvente para fins falimentares se porventura houver título, que por sua vez consiste num documento de manifestação de vontade) protestados (Meio de prova da inadimplência da obrigação realizado no cartório de protestos. Quando houver inadimplência, logo, deve-se realizar o protesto falimentar no cartório de protestos) cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
Obs. Pode-se ter litisconsórcio no processo de falência entre os credores. 
        II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita (depósito é garantia) e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; (É causa de impontualidade, no que tange à execução frustrada)
Aula – 07.03.2017 – Caracterização do Estado Falimentar (Continuação)
Art. 94 III e seguintes diz:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
        III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
        a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
        b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
        c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
        d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
        e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
        f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
        g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
        § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.
        § 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar.
        § 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.§ 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução.
        § 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.
1. Hipóteses de falência: Encontra-se no art. 94 I, II e III da lei 11.101
2. Como instruir o pedido: Para pedir falência, deve-se apresentar documento de execução frustrada, isto é, o juiz abre o prazo para o devedor efetuar pagamento em 72 horas. Se porventura após 72 horas o devedor não realizar pagamento, esse por sua vez, poderá ser comprovada nos autos e, no entanto, solicitar certidão nos autos, comprovando inadimplência. 
Existe também a prova do comportamento do empresário, que por sua vez, consiste em consiste em prova testemunhal. 
Processo falimentar: 
Possui natureza especial. Encontra-se numa lei especial. Na falta de normas específicas no processo falimentar, utiliza-se de maneira subsidiária o Código de Processo Civil. 
Todo credor tem igualdade de condição de crédito. É o princípio do “Par conditio Creditorum”. No entanto, tem-se os seguintes princípios:
a) Princípio da preservação da empresa: Pelo princípio da preservação da empresa, tem-se que falência é uma medida extrema e só deve ser declarada quando presentes todos os requisitos necessários;
b) Princípio da recuperação da empresa: Por este princípio tem-se que sempre que for viável o negócio, deve-se atribuída uma oportunidade para que o empresário supere a crise. O processo de falência ocorre quase sempre sobrestamento, no intuito de resolver a falência. Pode-se realizar a propositura da ação de recuperação judicial, desde que seja antes da decretação da falência;
c) Princípio da unidade do juízo falimentar: Encontra-se no art. 3º e 6º da lei 11.101. Por este princípio, apenas 1 juiz é competente para decretar a quebra. 
Os arts. 3º e 6º da lei 11.101/05 diz:
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
 § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida.
 § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.
 § 3o O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1o e 2o deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria.
 § 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
 § 5o Aplica-se o disposto no § 2o deste artigo à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4o deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores.
 § 6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial:
 I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial;
 II – pelo devedor, imediatamente após a citação.
d) Princípio da universalidade do juízo falimentar: Uma vez determinado a quebra, o juiz exerce vis (força) atrativa sobre todas as ações. 
1. Inicial: São os primeiros pedidos do processo.
- Endereçamento: É endereçada ao juiz competente do principal estabelecimento comercial. O principal critério para definição da competência é a matéria e no entanto, há uma sub-divisão entre:
a) Justiça comum: Trabalha-se com Justiça Civel, Criminal, Previdenciária e outros;
b) Justiça especial: Que por sua vez está ligada especificamente à Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar. 
O critério para endereçamento é pessoal. Como não há interesse direto, na falência o endereçamento é na Justiça Estadual.
No tocante à definição territorial, a mesma encontra-se no CPC e na lei de organização judiciária. 
Principal estabelecimento comercial é diferente de sede, que por sua vez é uma definição voluntária. Principal estabelecimento comercial é situação de fato, onde sai a ordem efetiva, ou seja, se porventura houver o processo falimentar, será aquele local onde será obtida informações acerca da empresa, bem como responder pelo processo falimentar. 
Ex: Principal estabelecimento comercial do UNIBH: Encontra-se no Estoril.
- Legitimação: Envolve dois tópicos:
a) Legitimação ativa: Será o credor;
b) Legitimação passiva: Será o réu. 
Tem-se no entanto:
a) Credor empresário: Apenas o credor empresário regular pode requerer falência. O credor irregular, não poderá requerer falência. Para decretar falência deve-se juntar o contrato social e toda e qualquer documentação necessária;
b) Credor trabalhista;
c) Credor fisco: Deve-se atentar ao princípio da legalidade. No entanto, há a lei de execução fiscal apenas. Esse dispositivo não argui acerca da falência e neste sentido, o fisco não pode determinar falência do credor. Poder Público não pode instaurar procedimento falimentar, mas poderá participar do processo de falência:
Legitimação ativa: São sucessores do empresário, isto é, os herdeiros necessários descritos no Código Civil de 2002. 
Legitimação passiva: Quem será réu no processo é o empresário. Neste sentido, participa-se da legitimação passiva o empresário regular e empresário irregular. 
- Fatos: Coloca-se nos fatos os três requisitos de insolvência falimentar, isto é, ser empresário, insolvente de acordo com art. 94 da lei 11.101/05 e ter sentença.
- Fundamentos
Aula – 09.03.2017 - Processamento
1. Pedido: No pedido, pede-se a quebra e não o pagamento de parcelas atrasadas. 
2. Despacho: Análise dos requisitos processuais
- Depósito elisivo: O juiz comunica o empresário para que faça um depósito. Após a comunicação, haverá a citação.
- Citação: O juiz comunica as partes para que compareçam em juízo para um acordo. 
3. Defesa
A principal defesa é a contestação. O prazo para contestação é de 10 dias úteis. No entanto, há:
- Matéria: Encontra-se no art. 96 da lei 11.101/95, que por sua vez diz:
 Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:
        I – falsidade de título;
        II – prescrição;
        III – nulidade de obrigação ou de título;
        IV – pagamento da dívida;
        V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;
        VI – vício em protesto ou em seu instrumento;
        VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
        VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Públicode Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.
        § 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
        § 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.
Depósito elisivo: Deverá ser feito no prazo da defesa, ou seja, em 10 dias. A jurisprudência, no entanto, aceita o depósito elisivo antes da sentença e quebra da empresa. O depósito elisivo deverá ser feito de maneira integral em dinheiro. 
Obs. Na prova deve-se responder de acordo com a lei se perguntar acerca do prazo do depósito elisivo, ou seja, em 10 dias. 
Obs2. Só é compatível a hipótese de depósito elisivo os incisos I e II do art. 94 da lei 11.101/05. O inciso III da referida lei não é compatível depósito elisivo. 
4. Processamento CPC: Primeiramente, deverá ter a petição inicial de falência de acordo com art. 94 da lei 11.101/05. Após a petição inicial haverá o despacho. Após o despacho, haverá audiência de conciliação. Se na audiência de conciliação não houver acordo, será apresentada a defesa na forma de contestação em 10 dias. 
Após apresentação da defesa, o juiz fará o saneamento do processo e por conseguinte, haverá o prazo para apresentar impugnação. Após a impugnação, o juiz abrirá prazo para especificação de provas. Caberá provas na hipótese de comportamento. 
Tendo provas a produzir, haverá a audiência de instrução e julgamento (AIJ), onde fará a conclusão dessas provas. Após a AIJ, haverá memoriais. Após os memoriais, o juiz poderá abrir vista ao MP, pois, é possível praticar crimes de natureza falimentar.
 5. Sentença (art. 99 da lei 11.101/05): Após a vista do MP, o processo será concluso e posteriormente haverá a sentença. No processo de falência somente há duas possibilidades de sentenças: a) Sentença Procedente, que por sua vez é uma sentença declaratória de falência; b) Sentença improcedente, que por sua vez, será uma sentença denegatória de falência. Não é necessário trânsito em julgado na sentença. O efeito da sentença de decretação de quebra é imediato. 
|_________________________________|_____________________|______________|
Inicial empresário Falido
(1ªfase) (2ª fase) 
Após a sentença no processo de falência, que por sua vez, possui natureza de decisão interlocutória, o recurso cabível é o agravo de instrumento, de acordo com art. 99 e 100 da lei 11.101/05. O agravo de instrumento é endereçado diretamente ao tribunal. No agravo de instrumento poderá pedir efeito suspensivo ativo por meio de liminar. 
Vide o art. 99 e 100 da lei 11.101/05:
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
        I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores;
        II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
        III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
        IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;
        V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e 2o do art. 6o desta Lei;
        VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
        VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
        VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
        IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
        X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;
        XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;
        XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;
        XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
        Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores.
        Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
A natureza jurídica da sentença procedente no processo de falência é constitutiva, pois, constitui-se um novo Estado jurídico, isto é, de empresário a falido (totalmente fodido para realizar pagamento aos credores) e caberá agravo de instrumento.
A sentença que julga improcedente os pedidos, caberá apelação e possui natureza declaratória negativa, ou seja, continua-se o Estado de Empresário. 
Deve-se ressaltar que é possível pedir danos morais se houver uso indevido do direito de ação, isto é, do pedido de falência. Entretanto, esse pedido poderá ser feito em contestação ou reconvenção em caráter contraposto. O julgamento do pedido de falência pode condenar em danos morais o pedido indevido. 
É possível ser credor estrangeiro, bem como ajuizar ação falimentar fora do Brasil. Neste caso, o credor estrangeiro só poderá ajuizar ação no estrangeiro se porventura fizer um caução. Se o caução for de uso abusivo, caberá dano moral e material ao réu. 
Aula – 14.03.2017 – Efeitos da Sentença (art. 99 da lei 11.101/05)
1. Mudança de Estado: 
2. Consequências imediatas
- Após a quebra, haverá a nomeação do administrador Judicial.
- Prazo de habilitação (rol de credores): O juiz fixará um prazo de habilitação, para todos os interessados pela falência da empresa x. Esse prazo é de habilitação é de 15 dias e deve-se ter 2 termos:
a) Termo inicial: A sentença pode ser um termo inicial, mas, o juiz pode marcar o termo inicial num momento posterior que será decidido pelo juiz. Após todo procedimento, haverá citação por edital. Essa habilitação atingirá vários credores.
b) Termo final: 
- Ofícios, que por sua vez há:
a) Receitas: A sentença determinará a expedição de ofício. O juízo falimentar deve oficiar todas as receitas vinculadas ao falido, no intuito de garantir privilégios para as receitas.Ex: Oficiar a receita federal, Estadual, Municipal;
b) Junta comercial: A junta comercial registrará a notificação de quebra, alterando o nome empresarial do falido com a seguinte expressão: Ex: “Massa falida de Wilson empreendimentos LTDA”;
- Termo legal: A sentença deverá definir o termo legal. O termo, consiste numa data. Esse prazo é chamado de período suspeito, pois é um período mais propício para fraude. Neste caso, exclui-se o movimento volitivo de fraude. A priori, qualquer movimento prejudicial a massa poderá ser revisto. Esse termo pode retroagir até 90 dias do pedido da data de falência ou do primeiro protesto por falta de pagamento. Tem-se toda legitimidade para interpor agravo de instrumento contra data de fixação legal, quando há inobservância legal no caso concreto. 
Obs. Para haver decretação de quebra, deve-se ter sentença.
- Suspensão das ações = 6º: Suspensão das ações é a paralisação. Todo e qualquer credor receberá no juízo falimentar. Para que tal ocorra, deve-se ter o prazo de habilitação. Neste sentido, o juiz é competente para suspender todas as ações as quais possui condenação. 
- Proibição de atos de oneração: Proíbe-se o falido de praticar qualquer ato de oneração contra empresa. Essa ordem de proibição não pode ser absoluta, devendo ter um controle. Contra decisão, caberá embargos declaratórios. 
- Continuação Prévia: O juiz pode determinar a continuidade da operação da empresa com certas condições. Ex: A creche de Wilson Santos foi quebrada. No entanto, o juiz fixa um prazo de 90 dias para encerrar suas atividades. 
- Convocação Comitê / assembleia (se razoável): Essa convocação não é obrigatória. A assembleia terá uma representação, que é o comitê. A assembleia é formada por vários credores. O comitê será o órgão representativo da assembleia. 
Intimação do MP: É obrigatória intimação do Ministério Público. 
Efeitos sobre o empresário – Direitos do falido
1. Inabilitação (art. 102 da lei 11.101/05): O empresário falido sofre inabilitação, que por sua vez, é a proibição de atividade empresarial. O empresário falido fica impedido de praticar qualquer ato no tocante a atividade empresarial, bem como ser sócio, ser titular de capital de EIRELI e muito menos ser nomeado como administrador judicial. É possível na sentença ter a extensão de inabilitação para sócios e administradores. Essa extensão só poderá ser feita se porventura esses sócios e administradores forem réus. Essa inabilitação possui prazo até a sentença de extinção das obrigações do falido. 
O art. 102 da lei 11.101/05 diz:
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
 Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.
- Importância e extensão: 
2. Direitos (art. 103 p.v): Os Direitos são: Fiscalização, requerimento de providências para a conservação de bens arrecadados e de direitos e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou interessada. O art. 103 da lei 11.101/05 diz:
Art. 103. Desde a decretação da falência ou do seqüestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.
 Parágrafo único. O falido poderá, contudo, fiscalizar a administração da falência, requerer as providências necessárias para a conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os recursos cabíveis.
3. Deveres (art. 104): O falido não pode se ausentar da comarca onde teve a quebra, pois, tem-se o dever genérico de colaboração. Pode-se realizar a busca coercitivo do falido em caso de desobediência, mas não pode ser preso. 
O art. 104 da lei 11.101/05 diz:
 Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres:
        I – assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, nacionalidade, estado civil, endereço completo do domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo:
        a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores;
        b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o contrato ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas alterações;
        c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;
        d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário;
        e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento;
        f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato;
        g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em andamento em que for autor ou réu;
        II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;
        III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei;
        IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença;
        V – entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em poder de terceiros;
        VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência;
        VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;
        VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas;
        IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros;
        X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;
        XI – apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores;
        XII – examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.
        Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência.
Aula – 16.03.2017 – Efeitos da sentença sobre obrigações do falido
1. Noção de obrigação: A obrigação é o vínculo jurídico que unirá credor e devedor. É uma relação jurídica. 
2. Falido: Quando o falido for credor, o mesmo será substituído pela massa falida, que por sua vez é uma pessoa formal sem personalidade jurídica. A massa falida só existe durante o processo de falência e termina quando há a extinção do respectivo processo. 
Em termos de conteúdo da obrigação, quando há quebra, as obrigações do devedor não se alteram e o credor falido poderá cobra-lo na justiça cível. 
O art. 6º da lei 11.101/05 diz:
  Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
        § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida.
        § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.
        § 3o O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1o e 2o deste artigopoderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria.
        § 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
        § 5o Aplica-se o disposto no § 2o deste artigo à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4o deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores.
        § 6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial:
        I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial;
        II – pelo devedor, imediatamente após a citação.
        § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica.
        § 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor.
A massa falida fará a substituição de condição, isto é, de empresário a falido. 
3. Obrigações inexigíveis: Todavia, deve-se ressaltar que não há exigência de obrigação na falência quando há título gratuito. Também não pode ser exigida pelo credor na falência as despesas do processo. As custas judiciais, no entanto, podem ser exigidas para a massa falida efetuar pagamento. 
4. Suspensão / Prescrição: Suspensão abrange ações judiciais da prescrição. Tem-se os princípios:
a) Unidade falimentar: Apenas 1 juiz é competente para decretar quebra;
b) Universalidade do juízo falimentar: Significa que todos os processos do falido são suspensos e são direcionados ao juízo falimentar. Suspendem-se os processos por causa do “Par Conditio Creditorium”. Os credores irão ao juízo falimentar para tentar receber. 
Se os processos estão suspensos, a prescrição também ficará suspensa, haja vista que não há a continuidade do processo.
 A regra geral se o falido for réu é substituí-lo pela massa falida e os todos os processos do réu ficam suspensos e são direcionados para o juízo falimentar, porém existem exceções. Essas exceções dizem a respeito de que esses processos não serão suspensos por causa da decretação de falência. Essas exceções por sua vez se caracterizam no âmbito:
a) Direito Trabalhista (CF c/c 6º, §2º): Tem-se a competência trabalhista no que tange à relação de emprego (CLT) e não relação trabalhista, pois, trabalho é gênero. Em algum momento o processo trabalhista deverá paralisar sem exceção. É a expulsão patrimonial, que por sua vez, é a penhora do patrimônio. 
b) Tributário (LEF 6830/80): O fisco cobra suas dívidas através da execução fiscal. O fisco garante o próprio crédito através da Certidão de Dívida Ativa (CDA) e executa-a. A execução fiscal não será suspensa. A rigor ela não para. Não há o ato de expulsão patrimonial. 
c) Liquidez (6º §1º).
Neste sentido:
1. Não teve penhora, haverá suspensão do processo.
2. Teve a penhora, haverá suspensão da ação e o bem volta para massa falida.
3. Teve a penhora e já marcou a data do leilão. Neste sentido, haverá a suspensão do processo e o administrador judicial irá no leilão para verificar se é ou não conveniente a realização deste. 
4. Teve arrematação, tendo ou não depósito do valor, a ação será suspensa e o produto ficará com a massa falida. 
5. Arrematou, fez o pagamento e o juiz deixou o alvará disponível. Antes de fazer o saque, a empresa quebrou. Neste sentido, suspende o pagamento e o valor depositado em juízo será direcionado para massa falida. 
6. Houve o levantamento do alvará, bem como o recebimento. Neste sentido, haverá a extinção do processo. 
5. Juros e correção monetária: Durante o processo da falência, isto é, da quebra, estará cessado os juros e correção monetária, de acordo com art. 124 da lei 11.101/05, que por sua vez diz:
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados.
 Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.
Juros nesse caso falimentar é remuneratório, ou seja, liga-se ao acréscimo. A correção monetária é a compensação de inflação. É cabível correção monetária no processo falimentar. 
Deve-se ressaltar também que falência é causa de vencimento antecipado das obrigações. 
6. Prescrição: Significa que a prescrição está suspensa até o fim do processo falimentar em relação aos coobrigados. 
Aula – 21.03.2017 – Efeitos da sentença sobre contratos do falido
A sentença sobre os contratos é constitutiva. 
1. Conceito de contrato: Contrato é acordo de vontade. O contrato da sociedade é plurilateral, isto é, todos buscam o mesmo objetivo. 
2. Contrato diferido: É aquele cuja execução se prorroga no tempo. Ex: Contrato assinado com a faculdade. 
3. Contratos bilaterais e unilaterais: Contrato unilateral é aquele que haverá ônus para uma das partes. Já o contrato bilateral é aquele que haverá ônus para ambas as partes. 
O art. 117 da lei 11.101/05:
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
        § 1o O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
        § 2o A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.
No tocante ao contrato unilateral, não é normal ter contrato unilateral em sociedade empresária. 
O art. 118 da lei 11.101/05 diz:
Art. 118. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada. (Ficou cabível a palavra deverá do que poderá, ou seja, substituiu). 
Efeitos da sentença sobre o patrimônio do falido
1. A quebra: A quebra não é causa de perda patrimonial no primeiro momento, mas é um ato preparatório para perda do patrimônio posteriormente. 
2. Perda da posse: A falência significará a perda da posse de todo patrimônio do falido, em outras palavras, perde-se todo o conjunto de bens. Essa perda da posse de todo patrimônio é chamada de arrecadação, que será o ato da perda da posse de todo patrimônio. 
3. O Administrador Judicial: É obrigado agir em interesse do credor e, no entanto, deverá fazer a arrecadação. Muitas vezes a medida é tomada a força. 
4. Massa falida: Na massa falida, haverá um representante, que por sua vez, é o administrador judicial que está tutelando os interesses dos credores. Ele deverá fazer arrecadação do patrimônio do falido. A natureza jurídica da massa falida é de pessoa formal. Só existirá massa falida no processo de falência. Findo o processo de falência, extingue-setambém a massa falida. No entanto, há massa falida:
a) Ficta: Massa falida ficta é aquela em que trabalha com coisas que não poderia pegar. Deve-se apurar o patrimônio do falido. Após tal apuração, posteriormente trabalhará com massa falida real;
b) Real.
Aula – 23.03.2017 – Restituição
Restituição é o instrumento pelo qual o prejudicado pela arrecadação busca a devolução do bem ou crédito que entende lhe pertencer. 
O regime jurídico encontra-se no art. 85 da lei 11.101/05, que por sua vez diz:
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.
 Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.
Relação de Direito Real x Direito obrigacional
	Entendimento
	Dono
	Credor
	Possibilidade
	“Erga omnes
	Inter partes
	Proteção
	D I / A. Poss / Sequela
	A. Patrimonial
	Prazo
	Proprietário
	Efemera
	
	Direito Real
	D. Obrigacional
	Objeto de Proteção
	Coisa
	Patrimônio
A restituição não diz respeito apenas para propriedade e sim para o crédito. Alguns títulos de crédito relacionados à propriedade devem ser restituídos. O que sobra, fica para os credores.
Deve-se ter importância aos contratos de venda com reserva de domínio, contrato de leasing e alienação fiduciária. Se for titular de alguns desses contratos, o credor torna-se proprietário.
O art. 86 da lei 11.101/05 diz:
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:
 I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado (A restituição vale para crédito e propriedade);
 II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente;
 III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei.
 Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei.
Procedimento
a) Natureza jurídica: Existem dois tipos:
a.1) Sem lide: Tem-se requerimento administrativo e não uma ação judicial. E se não há uma ação, muito menos possui lide, não há honorários de sucumbência. 
a.2) Com lide: Tem-se ação judicial. A restituição é um incidente processual em relação à falência. 
b) Rito: Deve-se ter endereçamento na vara de falência, a qualificação da parte, bem como os fatos, os fundamentos e os pedidos para restituição. Após o pedido, haverá a notificação para que o administrador judicial se manifeste. Essa manifestação não é necessariamente uma contestação. Se há concordância, simplesmente terá a devolução. Se não houver concordância, será apresentada contestação. Aplica-se subsidiariamente o CPC. Tem-se também a impugnação, produção de provas, que por sua vez, terminará numa Audiência de Instrução e Julgamento. Por conseguinte, os autos serão remetidos para o Ministério Público, para, por conseguinte, o juiz proferir a sentença, que por sua vez, poderá ser procedente. Sendo procedente a sentença, haverá a restituição. Também há a possibilidade de haver sentença parcialmente procedente na restituição. Tendo em vista tal sentença parcialmente procedente, haverá a restituição parcial. Porém, se a sentença for improcedente, logo, não haverá restituição e o recurso cabível é o agravo de instrumento. Quem sofrerá os efeitos é a massa falida. 
Embargos de terceiros
É cabível embargos de terceiros, de acordo com art. 93 da lei 11.101/05.
Aula – 30.03.2017 – Exercícios
1) É possível termos a falência da cooperativa Unimed?
R: Não, pois só é possível falência para sociedade empresária e EIRELI. Neste caso específico, é cabível insolvência civil, pois, cooperativa é sociedade simples e é registrado na Junta Comercial, mesmo não sendo empresário, de acordo com art. 982 § único do C.C. 
2) O Bradesco pode falir? 
R: Embora o art. 2º da lei de falências regular acerca a vedação de quebra de instituição financeira, bem como a regra geral do respectivo dispositivo não ser aplicada, o Bradesco pode sofrer falência através de regime próprio, desde observado pela lei da CVM e a lei dos bancários. 
3) O Banco do Brasil pode falir?
R: Banco do Brasil não pode sofrer falência em nenhuma hipótese, pois, a natureza é mista, isto é, é uma pessoa jurídica de Direito Privado, por se tratar de sociedade de economia mista, mas o controlador é o ente público. 
O Banco do Brasil não possui a mesma regra do Bradesco, conforme a questão 2. 
4) Como se aplica a ampla defesa e contraditório no pedido de auto-falência?
R: O empresário confessa a situação de insolvência através de uma petição e neste sentido, o juiz declarará por meio de sentença a falência. Não existe ampla defesa e contraditório, pois, não há lide. Quando se há falência decretada, esgota-se a incidência de juros. 
5) Aponte os principais efeitos da sentença de falência sobre as obrigações do falido.
R: Tem-se a suspensão da prescrição, bem como a não fluência de juros. Haverá o vencimento antecipação e a suspensão das ações, de acordo com art. 6º da lei de falências.
6) O que acontece com os contratos do empresário após a quebra?
R: As regras contratuais quem define é o Administrador Judicial, atuando conforme necessidade. Ele deverá realizar escolha para beneficiar a massa. Se porventura optar pela manutenção do contrato, o mesmo deverá segui-lo, mas, se optar pela rescisão contratual, o administrador pagará perdas e danos e a pessoa q qual reincidiu será credor quirografário, conforme art. 117 e 118 da lei de falências. 
7) Diferencie massa falida ficta e massa falida real
a) Ficta: Massa falida ficta é aquela em que trabalha com coisas que não poderia pegar. Deve-se apurar o patrimônio do falido. Após tal apuração, posteriormente trabalhará com massa falida real;
b) Real: Só vai compreender o patrimônio real do falido. 
8) Explique o que é pedido de restituição
Restituição é o instrumento pelo qual o prejudicado pela arrecadação busca a devolução do bem ou crédito indevidamente arrecadado pelo administrador judicial.

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