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LETRAMENTO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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LETRAMENTO NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO 
FUNDAMENTAL 
BARCELOS, Jackson Morais1 
ASTREIA, Inês Almeida Marques 2 
 
RESUMO 
 
No Brasil tem-se difundido muitos projetos que visam alfabetizar jovens e 
adultos, cita-se o exemplo das Ações Pedagógicas Descentralizadas (APEDs), 
as quais incorpora o sistema de ensino para localidades mais isolada do Litoral 
do Paraná, devido a esta experiência pode-se notar ao longo dos anos a 
evolução do processo de alfabetização. O grande problema que existe 
atualmente, é que têm sido realizados diversos provões a nível nacional e 
estadual como a Prova Brasil e SAEP, nos quais enfoca- se mais a produção e 
interpretação de textos, e os resultados demonstram que existem muitos 
analfabetos funcionais, ou seja, que leem, mas não entendem o que leem. Por 
isso foi realizado este trabalho de práticas de leitura no Colégio Estadual 
Marcílio Dias, tendo como objetivo detectar os problemas relacionados à 
alfabetização e ao letramento. No primeiro momento buscou-se através da 
oralidade resgatar assuntos da convivência dos alunos com a família e a 
comunidade; depois da conversa extraiu-se o tema gerador, em seguida 
ocorreu a criação de textos coletivos nos quais anotou- se em duplas e 
individualmente. Depois da correção foram ilustrados e expostos. Ao término 
do primeiro semestre o resultado foi surpreendente. As atividades de práticas 
de leitura implantadas surtiram um grande efeito para que ocorra uma mudança 
de hábitos destes alunos, proporcionando um despertar do interesse pela 
leitura e a compreensão da sua importância. 
 
Palavras chave: Letramento. Alfabetização. Interação. Aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
1 Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de 
Conclusão de Curso. 2º Semestre, 2017 
2 Professora Inês Astreia Almeida Marques, Graduada em Letras e em Pedagogia, Mestre em 
Educação (UFPR). Orientadora de TCC do Grupo Uninter. 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O fato de ler e escrever corretamente têm sido uma questão muito 
importante, pois a leitura além de ser trabalhada nas escolas deveria ser 
também um hábito passado de pai para filho. Desde a infância os pais devem 
contar histórias aos seus filhos para que estes adquiram o prazer de ler. 
No entanto infelizmente, há muitos em todo o país que ainda não são 
alfabetizados e são considerados analfabetos funcionais. Estes problemas têm 
ficado evidentes em provões como SAEP e Prova Brasil. Para que mude esta 
situação no Brasil, é necessário que haja mais investimentos na área da 
educação assim como ocorre em países como a Finlândia que possui o melhor 
sistema educacional do mundo. 
Como não há investimentos necessários, as escolas fazem o que podem 
elaborando projetos de leitura, que fazem o educando refletir sobre o que leu. 
Muitos utilizam as bibliotecas escolares, comunitárias ou até mesmo 
pesquisam livros pela internet, nos quais descobrem o mundo maravilhoso da 
leitura, viajando na sua imaginação, para esquecer a realidade que muitas 
vezes é sofrida, sem perspectiva de dias melhores. 
Há personagens que inspiram os alunos a não desistirem de seus sonhos 
por mais que passem por dificuldades sabem que se houver esforço vão 
alcançar seus objetivos. Por isso, a leitura é tão importante em nossas vidas, 
cada vez que lemos aprendemos e adquirimos cultura, possibilitando uma 
formação intelectual, cultural e de caráter. 
 O trabalho encontra-se organizado da seguinte maneira: no primeiro 
capítulo tem-se um breve histórico sobre o surgimento da escrita e também 
como ocorreu o processo de desenvolvimento da alfabetização no Brasil, após 
citam-se os problemas da alfabetização no Brasil. Salienta-se a diferença entre 
alfabetização e letramento e também a importância de práticas de leitura no 
processo de alfabetização e letramento. Para finalizar colocaram-se os 
resultados da aplicação das práticas de leitura em sala de aula. 
 
 
 
3 
 
2 BREVE HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO DA ESCRITA 
 
 
A descoberta da escrita foi muito importante para a história da 
humanidade, mas a escrita não foi o primeiro dos mecanismos de fixação 
cultural utilizados pela humanidade, embora se possa afirmar que é dos mais 
antigos. Todavia tão logo criada, a escrita assumiu um caráter distintivo, 
conferindo aqueles que dominavam a técnica de escrever (ou de desenhar os 
sinais equivalentes a palavras inteiras, sílabas ou fonemas) um lugar de 
destaque na sociedade (ZILBERMAN, 2005, p. 11). 
O alfabeto como é de conhecimento comum foi criado pelos fenícios, 
que eram povos que viviam do comércio e pela necessidade de comunicação 
desenvolveram este sistema que é utilizado até os dias atuais. 
Na Antiguidade greco-romana as crianças e os jovens principalmente 
filhos de aristocratas já eram induzidos à alfabetização. A educação ateniense 
tinha como principal objetivo a formação integral do indivíduo. Nota-se que a 
alfabetização era prioridade nessas civilizações que davam muito valor ao 
conhecimento. 
Segundo os PCNS- Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua 
Portuguesa, 
 
É necessário que se compreenda que leitura e escrita são práticas 
complementares, fortemente relacionadas, que se modificam 
mutuamente no processo de letramento- a escrita transforma a fala (a 
constituição da fala letrada) e a fala influencia a escrita (o 
aparecimento dos traços da oralidade nos textos escritos) (BRASIL, 
1997, p. 52) 
 
Segundo Marcuschi (1985), em todas as sociedades letradas, os que 
têm acesso à escrita podem desenvolver quatro habilidades no uso da língua: 
falar e escrever, ouvir e ler. 
Essas habilidades nem sempre são demonstradas pelos alunos em sala 
de aula, pois muitos têm timidez ou problemas relacionados à fala ou a escrita, 
fatores que impedem que os professores façam diagnósticos precisos de 
imediato sobre os alunos. 
 
 
 
4 
 
3 O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL 
 
No Brasil desde o período colonial houve a implantação da leitura e da 
escrita, trazidas ao país por meio dos padres jesuítas que vieram com a 
intenção de catequização dos grupos indígenas e assim impor a religião, os 
hábitos e cultura dos portugueses. 
Conforme Zilberman (1986), a alfabetização significa superar um estágio 
de ignorância em atraso, não para negar os padrões dentro dos quais o 
analfabeto convive e se desenvolve, mas para ter ingresso na cultura 
dominante que, se é a do colonizador, deseja erradicar a rival. 
Salienta-se a importância que a alfabetização tem na vida de um 
indivíduo que não teve oportunidade de obtê-la na idade escolar regular, pois 
este enfrentou ao longo da vida diversas dificuldades por não saber ler e 
escrever, e muitos sentem vergonha pela situação. Devido a este fato, tem 
aumentado o número de adultos que voltam a estudar, na expectativa de 
mudarem suas atuais condições de vida e de trabalho. 
Conforme Soares: 
Ao povo permite-se que aprenda a ler, não se lhe permite que se 
torne leitor. É interessante notar que a leitura é vista de forma 
diferente nas diferentes classes sociais, conforme diversas 
pesquisas, enquanto as classes dominantes vêm a leitura como lazer, 
a questão da ampliação de novos horizontes, aumentar o 
conhecimento, transmitir experiências. As classes dominadas veem a 
leitura apenas como um instrumento necessário à sobrevivência, um 
possível acesso ao mundo do trabalho, e principalmente a luta contra 
suas condições de vida, que necessitam ser melhoradas (SOARES, 
2006, p. 19-25). 
 
 Nota-se que as classes menos favorecidas têm o acesso limitado à 
leitura e veem de forma diferente das classes dominadas a sua realimportância. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
3.1 OS PROBLEMAS DA ALFABETIZAÇÃO 
 
Conforme Natali (2012), a questão sobre ler e não entender afeta até a 
elite bem formada do país. A pesquisa mostra que só 1 em 4 brasileiros (26%) 
é mesmo alfabetizado, idêntico patamar verificado em 2001, quando o 
indicador foi calculado pela primeira vez. Os analfabetos funcionais 
representam (27%) do país e menos da metade da população (47%) tem nível 
de alfabetização considerado básico. Nota-se que este problema é geral no 
Brasil, pois afeta todas as classes sociais não só as classes menos 
desfavorecidas como era antigamente. 
Para Freire (1976, p.80) “a palavra é onde o homem se torna homem”. 
Ele se “humaniza” quando pronuncia o seu mundo, quando diz a sua palavra e 
inicia um diálogo com o mundo que o envolve, com os outros e com o seu 
tempo. A palavra é ação- não- blá- blá- blá- e é também reflexão, não ativismo 
e de acordo com Machado (1988), quando diz a sua palavra e inicia um diálogo 
com o mundo que o envolve, com os outros de seu tempo. O grande desafio é 
a preocupação em transformar a palavra (oral e escrita) num verdadeiro e 
permanente diálogo que conscientiza, humaniza e liberta a criança da nudez, 
da repetição insistente do bê-á-bá, é também libertar a criança de ensino 
convencional de sons, letras e sílabas isoladas que impedem a verdadeira 
liberdade de expressão e manifestação infantil. (MACHADO, 1988, p. 9). 
Conforme Kato (1985), seria, pois de se esperar que a escola 
procurasse respeitar os estágios de maturação também no desenvolvimento da 
capacidade de ler e escrever. No entanto, o que vemos acontecer é que a 
escola espera do aprendiz não um desenvolvimento gradativo, mas um 
comportamento de letrado desde o início do seu processo de letramento 
(KATO, 1985 p. 32). 
 
O processo de aprendizagem, como já se disse não é igual para 
todos os sujeitos, já que ninguém aprende de uma mesma forma, 
porque os conhecimentos prévios e os pontos de partida de cada um 
são diferentes. O modo como se aprende: a) Depende, por 
conseguinte, das características singulares de cada um; b) Varia de 
acordo com as motivações e interesses pessoais que dependem das 
experiências vividas e das aprendizagens construídas (Schwartz, 
2013, p. 18 e 20). 
 
6 
 
É necessário que o professor analise as diversidades existentes em 
cada turma reconhecendo que cada aluno tem uma maneira diferente de 
aprender. 
Para Morin (1999, apud Schwartz, 2013, p.14), “é preciso reconhecer a 
característica diversa do ser humano. Embora cada sujeito seja uma 
singularidade todos tem algumas características em comum, bem como os 
processos de ensino e de aprendizagem”. 
Por meio da observação das características comuns de cada educando, 
haverá uma interação do conteúdo com o grupo fazendo com que ocorra o 
aprendizado em relação à leitura e a escrita. 
 
3.2 A DIFERENÇA ENTRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
 
Segundo Piovesan: 
A Alfabetização; 1. É o ato, modo ou processo de alfabetizar; 2. P. 
ext. O tempo desse processo; 3. Turma ou um conjunto de turmas de 
alunos em fase de alfabetização de uma instituição de ensino. 4. Fig. 
O conjunto em escola, colégio, instituto, dos professores que 
alfabetizam (PIOVESAN, 2005, p.46). 
De acordo com o dicionário Aurélio (Ferreira, 2012, p. 513), o termo 
letramento significa: 
1. Ato ou efeito de letrar- se. 2. Bras. Educ. E. Ling. Estado ou 
condição de indivíduo ou grupo capaz de utilizar-se da leitura e da 
escrita, ou de exercê-la, como instrumentos de sua realização e de 
seu desenvolvimento social e cultural: Letramento é a palavra recém- 
chegada ao vocabulário da Educação e das Ciências Linguísticas 
(FERREIRA, 2012, p.513). 
Nota-se que Alfabetização e Letramento ao contrário do que alguns 
professores pensam, não são a mesma coisa, mas fazem parte de um 
processo que conduz o educando ao ensino da leitura e escrita. 
Segundo Soares (2003): 
 
Dissociar alfabetização de letramento é um equívoco porque, no 
quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e 
psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também 
do adulto analfabeto) no mundo da escrita se dá simultaneamente por 
esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de 
escrita- a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades de 
uso desse sistema em atividades de leitura e escrita- o letramento. 
Não são processos independentes, mas interdependentes, e 
indissociáveis: a alfabetização se desenvolve no contexto de e por 
7 
 
meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto é, através de 
atividades de letramento, e este, por sua vez, só pode desenvolver-se 
no contexto dado por meio da aprendizagem das relações 
fonema/grafema, isto é, em dependência da alfabetização (SOARES, 
2003, p. 13). 
 
O processo inicia-se com a alfabetização e, em seguida, o letramento. 
Isso ocorre tanto no ensino de crianças como no ensino de adultos. As crianças 
têm mais facilidade de aprender, ainda mais com tantos aparatos tecnológicos 
que proporcionam um maior desenvolvimento intelectual. Os adultos, por não 
terem esta facilidade e acesso às novas tecnologias, têm um ensino em ritmo 
mais lento. 
De acordo com Castanheira e Maciel (2009): 
 
Tornar a temática da alfabetização definida como aprendizagem 
inicial da leitura e escrita para refletir não é recente. Pelo contrário, 
para nós no Brasil essa reflexão está presente desde a criação das 
primeiras escolas. Entretanto analisar sobre a alfabetização e refletir 
sobre ela na perspectiva do letramento é recente em nosso país. 
Alfabetizar e letrar uma proposta de ordem política. Em 1990 na 
Conferência Mundial sobre educação para todos, passa a 
alfabetização a ser entendida como instrumento eficaz para a 
aprendizagem, para o acesso e para elaboração da informação, para 
a criação de novos conhecimentos e para a participação na própria 
cultura e na cultura mundial nascente (CASTANHEIRA e MACIEL, 
2009, p.13 e 14). 
 
A alfabetização e o letramento são complementares. Este assunto 
divulgou-se da década de 90 em diante e deve ser debatido em todas as 
escolas para que haja uma melhora significativa no processo de ensino/ 
aprendizagem no Brasil. Para Machado (1988), o exercício da atividade crítica, 
a análise da realidade, a indagação constante dos fatos humanos e sociais nos 
quais os alunos se acham envolvidos são estratégias selecionadas. 
É preciso ensinar estratégias de leitura e de escrita para que as crianças 
possam ler com compreensão e possam escrever em função de objetivos, dos 
leitores pretendidos e das condições em que o texto vai funcionar (SOARES, 
1999). 
Por isso foram aplicadas práticas de leitura como forma de compensar 
um déficit de aprendizagem que vem desde o “antigo primário” que são as 
séries iniciais e passa para os anos dos anos finais do ensino fundamental. 
 
8 
 
4 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO – FORMANDO E CONSTRUINDO 
CIDADÃOS CRÍTICOS 
 
 A alfabetização escolar no Brasil já passou por várias mudanças 
conceituais e metodológicas. Percebe-se que, mais uma vez, a educação 
passa por mudanças, uma vez que pesquisas mostram a insatisfação e 
insegurança entre alfabetizadores, população e poder público, diante do 
fracasso da escola em alfabetizar. É visível a dificuldade quando se analisa os 
resultados de avaliações nacionais e estaduais. Avaliações estas, que 
provocam críticas e motivam novas propostas educacionais. Sem dúvidas, 
os métodos de alfabetização têm sua forma mais visível, especialmente no final 
do século XIX, trazendo controvérsias em relação às metodologias adotadas 
para um mesmo problema: a dificuldade dascrianças em aprender a ler e a 
escrever, especialmente na escola pública. 
A alfabetização na educação básica tornou-se um dos principais temas 
discutidos e questionados no campo educacional. A ideia que muitas pessoas 
ainda hoje fazem deste processo, ainda é vaga por demais: 
 
E nesse sentido, percebe-se uma prática voltada somente para o 
ensino dos aspectos do sistema de escrita onde saber ajuntar as 
letras e decifrá-las era objetivo de todo o trabalho da alfabetização. O 
resultado dessa experiência é conhecido por todos: os analfabetos 
funcionais, aqueles que depois de passarem pela escola não 
conseguem construir sentidos daquilo que leem e não conseguem se 
comunicar através de textos escritos. (ULHÔA, GONTIJA & MOURA, 
2008, p.1). 
 
A partir dos anos 80, chega ao Brasil uma nova concepção de 
alfabetização, conhecida como letramento, tratando o conhecimento da criança 
como uma construção, na qual o sujeito interage com o objeto de 
conhecimento. 
Muitas vezes, a concepção que se tem de Alfabetização acaba sendo 
substituída pela de Letramento, o que torna ainda mais difícil o processo, pois a 
alfabetização na verdade é quem dá condição para que ocorra o letramento. 
Por isso é relevante primeiramente deixar mais claro o significado dessas duas 
concepções: 
Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um 
código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o 
9 
 
domínio da tecnologia-do conjunto de técnicas – para exercer a arte e 
ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da 
escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais 
como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos 
(SOARES Apud RIBEIRO, 2003, p. 91). 
 
Durante o decorrer dos anos, muitas estratégias de ensino e didática da 
alfabetização foram analisadas, pois o ato de aprender a ler e escrever, bem 
como fazer uso da leitura e da escrita, transformam o indivíduo. No entanto, só 
o fato de ser considerada alfabetizada não é garantia que a pessoa seja 
também letrada; e o fato de viverem em uma sociedade letrada não garante a 
todas as pessoas formas iguais de participação na cultura escrita. 
 Embora haja muitos esforços na questão da alfabetização, como se 
pode ver atualmente, que é o caso da ampliação do Ensino Fundamental para 
nove anos, a aquisição da leitura e da escrita não vem garantindo um nível 
maior de letramento. Pode-se assim considerar, que a alfabetização e a 
escolarização, por si só, não são suficientes, para o letramento, tanto do ponto 
de vista individual quanto social. 
De acordo com Oliveira (2008): 
 
É inegável a importância da apropriação do sistema alfabético da 
escrita, mas a inserção social do leitor no mundo da escrita deve ter 
continuidade com intervenções didáticas sequenciadas e pautadas 
nos diferentes gêneros discursivos, visando à formação do leitor 
crítico (Oliveira, 2008, p. 5). 
 
Fica deste modo, ressaltado como o letramento envolve a assimilação 
das técnicas para a alfabetização, bem como o aspecto de convívio e hábito de 
utilização da leitura e da escrita ficando então evidente, que para uma 
alfabetização eficaz, é necessário levar objetos e situações do cotidiano do 
aluno para a sala de aula, afim de que o mesmo utilize os conhecimentos 
adquiridos na escola, no seu ambiente social. Assim sendo, compreende-se 
que a alfabetização e o letramento são dois métodos da linguagem que devem 
estar unidos durante o processo de ensino e aprendizagem do aluno. 
 A utilização de diversificados tipos de texto deve, portanto, ser comum 
nas séries iniciais do ensino fundamental, onde o educador terá a oportunidade 
de utilizá-los em variados momentos do processo de alfabetização, buscando 
levar o aluno a trabalhar o mesmo texto em diferentes momentos, para que 
10 
 
este tenha a oportunidade de compreender o que está lendo e que seja 
estimulado pelo professor a dar a opinião sobre o que leu, pois para que o 
aluno sinta-se capacitado a fazer uso da leitura e da escrita, como referencial 
para expor o que pensa. 
Para Solé (1998, p.27) “é primordial que este se sinta seguro de suas 
ideias, porque, assumir o controle da própria leitura, regulá-la, implica ter um 
objetivo para ela, assim pode gerar hipóteses sobre os conteúdos que se lê”. 
 Diante deste contexto, é preciso refletir sobre as práticas de 
alfabetização dos educadores, analisando os materiais que estes utilizam para 
despertar nos alunos o prazer pela leitura e escrita, para que sejam formados 
cidadãos críticos e participativos. 
 O professor precisa criar um ambiente alfabetizador que contribua para 
que os educandos tenham a oportunidade de construir seus conhecimentos 
sobre a leitura e a escrita. 
 
5 MAS, COMO ALFABETIZAR LETRANDO? 
 
Com base na pesquisa “Conhecimentos na Educação do Campo” 
realizada por Rolo e Ramos (2012), é possível afirmar que a educação procura 
responder às necessidades de aprendizagem, garantindo o princípio de 
igualdade e respeito. Para isso, deve ser democrática e fazer uso da leitura e 
da escrita de forma a possibilitar ao aluno construir e reconstruir sua própria 
história social. Dessa forma, a escola torna-se um espaço verdadeiramente 
alfabetizador, a fim de cumprir seu papel social e pedagógico. Mas para que 
isso aconteça, exigem-se mudanças de paradigmas, de forma a adequar-se 
para alfabetizar e letrar seus alunos. 
 É preciso que o professor vá além de suas práticas tradicionais, 
buscando inserir em suas aulas atividades que realmente tragam significado 
para os educandos e que estas sejam preferencialmente retiradas das próprias 
experiências vividas pelos alunos. 
 Para que o educador consiga de fato realizar esta prática em sala de 
aula é preciso que vá muito além dos livros didáticos, pois estes por vez não 
condizem com a realidade em que o aluno está inserido. É preciso sim, 
oferecer textos que lhe dê o prazer da leitura e que o façam fazer um 
11 
 
contraponto com a sua realidade, pois são os textos, a base fundamental para 
inserir o aluno no mundo letrado. 
 Sendo assim, cabe ao professor garantir que suas práticas em sala de 
aula ajudem o educando a refletir enquanto é ensinado, e a descobrir os 
prazeres e conquistas que se pode experimentar quando a tradicional 
aprendizagem da prática da escrita é vivenciada como um caminho para 
exercer a leitura e a escrita dos cidadãos letrados. 
 Seguindo o pensamento de FREIRE (1990), que diz que o ato de 
aprender a ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão muito 
abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres humanos fazem antes 
de ler a palavra, foi realizada visita no Colégio Estadual Marcilio Dias, que 
oferta as séries finais do Ensino Fundamental, buscando conhecer como é a 
prática profissional do educador no processo de alfabetização do aluno, diante 
da dificuldade de materiais à disposição dos educandos. Foi realizada, 
também, entrevista com a professora, na busca de analisar as ações 
educativas realizadas nas séries finais do Ensino Fundamental, no processo de 
Alfabetização e Letramento. 
Para a elaboração deste trabalho, foi realizada pesquisa de campo, uma 
vez que se procurou compreender os processos educativos no contexto do 
Colégio Estadual Marcílio Dias. No entanto, a pesquisa também teve como 
objetivo quantificar dados, mas analisar como ocorrem as ações educativas 
dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental. 
Foram também consultados e analisados referenciais teóricos, onde foi 
possível ter um embasamento e uma melhor compreensão do tema e do quão 
importantese faz este processo na vida escolar dos alunos nesta fase. 
 Na visita à escola foi possível observar nas aulas de Língua Portuguesa, 
as dificuldades encontradas pelo educador na sala de aula, pois em uma 
mesma sala, há alunos que leem com facilidade, e uns que encontram bastante 
dificuldade diante dos trabalhos propostos pelo professor. O que se observou, 
é que os alunos que leem, não compreendem o que foi lido, portanto não são 
letrados, pois segundo SOARES (1998), letrado é o indivíduo que faz uso do 
que foi apreendido em seu cotidiano. 
 Deste modo, acredita-se que a maioria dos alunos são levados à 
alfabetização, porém não são incentivados a letrar-se. É preciso que os 
12 
 
educadores mostrem aos seus alunos que cada leitura tem um objetivo, que 
serão baseados na ideia do autor que está sendo apresentado, pois assim ele 
terá um horizonte para a atividade que lhe será proposta, sendo levado a 
interpretar na medida em que lê o texto. 
 
6 A IMPORTÂNCIA DE PRÁTICAS DE LEITURA NO PROCESSO DE 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
 
Conforme Morais (2013, p.3), na missão de despertar o interesse pela 
leitura, “creio que os jovens de hoje leem mais do que os da década de 1980 
ou 1990, pois a leitura na tela de computador, de e- book e de celular também 
é leitura”. Felizmente tem aumentado o número de leitores com o passar das 
décadas, devido à modernização na forma como os livros são apresentados, 
não somente nas antigas bibliotecas, mas a grande maioria já está disponível 
on-line facilitando o seu acesso. 
O maior desafio para os professores de Língua Portuguesa atualmente é 
despertar o interesse dos alunos pela leitura, para que estes se desenvolvam 
lendo bem e principalmente entendendo o que leem completando assim o 
processo de alfabetização e letramento. 
SCHWARTZ (2013), coloca a realidade enfrentada pelos alfabetizadores 
em relação ao ensino- aprendizagem da leitura e da escrita. Dentre as quais 
salientam-se: 
(a) Quando introduzir a letra cursiva? 
(b) Como conseguir que os alunos aceitem trabalhar em grupos? 
(c) Como vencer o conteúdo no tempo determinado? 
(d) O que fazer com aqueles alunos que chegam cansados e dormem 
na aula? 
(e) Como posso fazê-los avançar da ideia com que chegam sobre a 
leitura e a escrita? 
(f) O que devo fazer para proporcionar um clima motivador ao ensino 
da aprendizagem na minha sala de aula? 
 Ao longo do trabalho surgem muitas dúvidas no caminho dos 
alfabetizadores, porém o mais importante é que mesmo a escola não sendo 
responsável pela desigualdade social ela pode oferecer uma melhor qualidade 
13 
 
pedagógica garantindo ensino aprendizagem e prosseguimento de estudo para 
todos em qualquer idade. 
 Muitos alunos têm vergonha ou medo de errar no momento da leitura e 
da escrita. Freire (2000), afirma que medo todos têm, importante é não permitir 
que ele paralise as pessoas. 
 Para Schwartz (2001, 2003, 2004, 2005), em pesquisas realizadas com 
alunos e alunas jovens e adultos em processo de alfabetização na tentativa de 
compreender os motivos para desejarem aprender a ler e a escrever, algumas 
das respostas a este questionamento foram: “dependo dos outros, quem não 
sabe ler é cego, não quero mais depender dos outros para ler”. 
 Vários alunos dependiam dos outros para lerem e escreverem cartas, 
ver o destino do ônibus, ler a bíblia, enfim coisas do cotidiano que para as 
pessoas letradas é simples, mas para os analfabetos torna-se um grande 
problema. Por isso, alguns procuram a escola em busca de resolução deste 
problema que afeta grande parcela da população brasileira. 
 De acordo com Freire (2008, p.39), “só descubro minha coragem, 
quando enfrento meus medos”. Os educadores devem motivar os alunos para 
que percebam que existe prazer na leitura, e que é uma necessidade saber ler 
e escrever corretamente, pois proporcionará benefícios na área pessoal e 
profissional ajudando na superação dos seus medos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
6.1 APLICAÇÕES DE PRÁTICAS DE LEITURA NO COLÉGIO ESTADUAL 
MARCÍLIO DIAS EM GUARAQUEÇABA- PR 
 
Pelo fato do Colégio estar localizado em Guaraqueçaba que é uma 
região muito extensa, possui alunos do continente e das ilhas tornando-se um 
lugar com muitas particularidades em relação ao ensino devido às dificuldades 
enfrentadas pelos educandos que não moram na sede do município. 
Tendo como base as ideias sugeridas por Moço (2011), no qual é 
relatada: As Seis Atividades Essenciais na Alfabetização, logo se realizou um 
trabalho de Práticas de Leitura com a turma do 6º ano do Colégio Estadual 
Marcílio Dias. Foram trabalhados os conteúdos básicos como: leitura, escrita, 
oralidade; e também os gêneros textuais: histórias em quadrinhos, diálogo, 
poesia, anúncios, música, pesquisa, tira, anedota, vídeos e contos populares. 
Após diagnósticos iniciais, foram apresentados os seguintes resultados: os 
alunos vieram de Escolas Municipais Rurais com muitas dificuldades de leitura, 
interpretação e produção (ortográfica). 
 
6.2 ANÁLISES DOS RESULTADOS 
 
No decorrer deste trabalho notaram-se várias dificuldades dos alunos, 
pois muitos apresentaram falta de interesse em relação à leitura pela falta de 
hábito, pois muitas vezes estes não têm o devido incentivo dos pais e demais 
familiares, que por morar no “sítio” acham que “dedicar alguns momentos para 
a leitura é perder tempo”. Muitos não tiveram uma boa base no antigo primário 
(anos iniciais do Ensino Fundamental) e as dificuldades apresentadas são 
levadas para os anos finais do Ensino Fundamental e infelizmente prosseguem 
pelo Ensino Médio. 
Os alunos que mantêm o perfil de “não gostar de leitura”, quando fazem 
provas objetivas ou discursivas apresentam problemas na interpretação de 
questões simples e, principalmente no momento de fazerem uma redação não 
conseguem desenvolver os temas apresentados pela falta de conhecimentos 
que são obtidos por meio dos livros, telejornais, rádios e internet, devido ao fato 
de não terem acesso em suas comunidades rurais, com recursos limitados, 
como o Batuva, Rio Verde e Ipanema, e também as ilhas. 
15 
 
Os alunos apresentam dificuldades na leitura e na escrita, pois leem da 
maneira como falam, também ocorrem muitas trocas de fonemas 
principalmente do L pelo R, pois é o jeito que os seus familiares e conhecidos 
falam cotidianamente. Esses vícios de linguagem são trazidos para a sala de 
aula, causando constrangimentos em relação à turma, que tem alunos da sede 
do município que apresentam mais acesso aos recursos básicos e 
tecnológicos. 
 Mesmo nos países desenvolvidos percebeu-se nas últimas décadas que 
alunos que concluíram o Ensino Básico não pareciam aptos a fazer uso de 
práticas de leitura e escrita no uso diário. O domínio do código escrito 
alfabético, no caso do Brasil, não garante que o sujeito seja capaz de ler, 
produzir e compreender diferentes tipos de textos, mesmo convivendo com 
textos que circulam na sociedade tampouco faz com que o sujeito se aproprie 
da escrita alfabética, pois essa aprendizagem requer reflexão planejada e 
determinada sobre a individualidade dos diferentes portadores de textos. 
(SCHWARTZ, 2013, p. 25 e 26). 
 Schwartz (2013, p. 29) cita que em 2006 o IBGE, o INAF a Prova Brasil 
detectou em todos os níveis de escolaridade problemas relacionados ao 
processo de alfabetização. A população brasileira é de aproximadamente 190 
milhões de pessoas sendo que 72% destes cidadãos apresentam algum tipo de 
analfabetismo funcional. Além dos índices sobre o analfabetismo funcional é 
importante destacar que o país ocupa a 72ª posição entre127 países no Índice 
de Desenvolvimento Educacional. 
 Os resultados da Prova Brasil (2006 a 2015) confirmaram que o ensino 
público não tem alcançado seu objetivo mais elementar, qual seja o de 
oportunizar que os sujeitos aprendam a ler, a escrever e a contar. A Prova 
Brasil é um exame aplicado a 3,3 milhões de alunos da 4ª e 8ª séries, de 41 mil 
escolas em 5.418 municípios (SCHWARTZ, 2013, p.32). 
 Analisando estes resultados nota-se que é necessário que haja mais 
práticas de leitura de vários gêneros, oralidade e a escrita, aproveitando para 
fazer o plano de trabalho individual e em grupo que é de extrema importância 
no desenvolvimento dos educandos e também para melhorar os índices que 
mostram a atual situação do ensino no país. 
 
16 
 
7 METODOLOGIA 
 
O estudo em questão foi elaborado baseando-se em pesquisas 
bibliográficas e pesquisas de campo, procurando alcançar os objetivos 
propostos. Iniciar os estudos realizando uma pesquisa de campo através de 
observação e conversas com estudantes, como também realizando pesquisas 
bibliográficas, por meio de uma análise profunda para apresentar um trabalho 
que venha a contribuir para a construção de formas adequadas de ensino e 
aprendizagem na alfabetização. O método de Paulo Freire baseia-se nas 
palavras geradoras que se inicia pelo levantamento do universo vocabular dos 
alunos. Através de conversas informais, o educador observa os vocábulos mais 
usados pelos alunos e a comunidade, e assim seleciona as palavras que 
servirão de base para as lições. Conforme explica Freire (1987, p.50) 
 
[...] nos parece que a constatação do tema gerador, como uma 
concretização, é algo a que chamamos através, não só da própria 
experiência existencial, mas também de uma reflexão crítica sobre as 
relações entre homens-comuns e homens-homens. 
 
No primeiro momento utilizou-se do conhecimento empírico, buscando 
através da oralidade resgatar assuntos da convivência dos alunos com a 
família e a comunidade; depois da conversa extraiu-se o tema gerador, em 
seguida ocorreu a criação de textos coletivos, em duplas e individualmente. 
Depois da correção foram ilustrados e expostos. Em seguida utilizou-se a 
pesquisa bibliográfica, em livros da sala de apoio, revistas, e também passeios 
(relato oral), escrito, ilustrados, internet, vídeos, leitura de textos informativos 
sobre quelônios, reflexão sobre a língua, exercitação ortográfica (paragrafação, 
margem) clareza das ideias, organizações das ideias, acentuação, fidelidade 
ao tema, relação entre os textos, organização de um livro com as informações. 
Leitura e interpretação (oral e escrita) texto: A morte da tartaruga 
(FERNANDES, Millôr. Fábulas Fabulosas). 
Durante as atividades desenvolvidas foram usados dicionários, revistas 
para recortes, foram dedicadas horas de leitura na biblioteca. No segundo 
bimestre usou-se o livro didático da série com o tema “A Vocação de 
Geraldinho”, de Ziraldo. Os alunos tiveram acesso às histórias em quadrinhos, 
17 
 
debates, relatos de profissões- oralidade e escrita- Fábulas de Esopo “A cigarra 
e a formiga” com várias versões: (poética narrativa), criação de histórias em 
quadrinhos, confecção de cartazes- exposição. 
Ao término do primeiro semestre o resultado foi surpreendente. Dos 
trinta e um aluno, somente cinco não conseguiram acompanhar a turma então 
logo foram preparadas atividades paralelas para ajudá-los. A maioria dos 
alunos precisa de sala de apoio, mas como dependem do transporte escolar 
não é possível, por isso realizou-se um trabalho paralelo com estes alunos. 
Em relação às práticas desenvolvidas, voltadas para a alfabetização e o 
letramento, se faz preciso definir os conceitos em sua plenitude atual, sem que 
um tome o espaço do outro. Assim Soares (2007), aponta como indissociáveis 
a alfabetização e o letramento, porém, com especificidades individuais. 
“Embora a relação entre alfabetização e letramento seja inegável, além de 
necessária e até mesmo imperiosa, ela, ainda que focalize diferenças, acaba 
por diluir a especificidade de cada um dos dois fenômenos [...]”. (SOARES, 
2007, p. 8). Entretanto, a alfabetização e o letramento são processos distintos, 
com características específicas, mas que precisam ser integrados. 
 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
As atividades de práticas de leitura implantadas surtiram um grande 
efeito para que ocorra uma mudança de hábitos destes alunos, proporcionando 
um despertar do interesse pela leitura e a compreensão da sua importância. 
Salienta-se que a leitura deveria ser trabalhada por todos os professores 
como um assunto interdisciplinar, mas na realidade muitos professores deixam 
esta responsabilidade exclusivamente para os professores de Língua 
Portuguesa. Por isso, as notas das escolas nos principais provões, como a 
Prova Brasil e SAEP, continuam baixas. 
Enquanto não houver uma conscientização dos professores e das 
autoridades competentes, a situação continuará a mesma, não adianta 
aumentarem as aulas de português tem que ocorrer uma melhora no sistema 
de ensino no Brasil, há uma necessidade de interação entre as disciplinas na 
luta por uma escola pública de qualidade, parafraseando as frases finais de 
18 
 
comando do Manifesto Comunista: Professores em todo o mundo: uni-vos 
(MARX, K.& ENGELS, F. 1999). 
Diante de todas as leituras realizadas e da observação realizada na 
escola para elaboração deste trabalho, foi possível compreender como se dá o 
processo de desenvolvimento oral e escrito da criança, e uma vez entendido 
que o processo de alfabetização se dá em conjunto com as práticas sociais da 
leitura e da escrita, buscou-se, averiguar como ocorre este processo, em 
conjunto com o letramento, no que diz respeito ao incentivo à leitura, nos anos 
finais do Ensino Fundamental, com o objetivo de levar o aluno à utilização da 
leitura e da escrita em seu cotidiano. 
 Através da leitura de diversos teóricos, foi possível perceber a 
importância da alfabetização e do letramento no processo de ensino-
aprendizagem dos alunos nesta fase inicial da vida escolar. 
 Já a análise dos resultados da observação realizada na escola, mostrou 
que, mais do que nunca, a alfabetização tornou-se um grande desafio para os 
educadores que atuam nas séries finais do Ensino Fundamental e, para que 
haja uma mudança da atual realidade, é necessário que sejam trazidos para a 
escola métodos diferenciados como citado acima, buscando introduzir na sala 
de aula algo que se aproxime da realidade que cerca o aluno, como as 
dificuldades de acesso, entre outros assuntos, buscando desta forma, 
efetivamente, formar cidadãos alfabetizados e letrados, para que futuramente 
exerçam seu papel como cidadão participativo na sociedade. 
 No entanto, ficou evidente o esforço que alguns educadores (as) 
realizam, para o incentivo aos seus alunos no gosto da leitura e na 
interpretação dos textos que são lidos, pois mesmo com todas as dificuldades 
enfrentadas por falta de material didático e pedagógico, buscam introduzir nas 
aulas diferentes alternativas de leitura, além do livro didático, buscando de fato 
construir uma mentalidade crítica dos alunos, levando-os não somente à 
alfabetização, mas também ao letramento. 
 Conclui-se que, para que a formação crítica do aluno de fato se 
concretize através da alfabetização e do letramento, é necessário que os 
objetivos estabelecidos para cada série do ensino fundamental, sejam 
reavaliados, com o intuito de que o aluno chegue ao final desta etapa, 
conseguindo interpretar textos que façam parte do seu cotidiano, com o 
19 
 
objetivo de melhorar não só o aprendizado, mas também a qualidade da 
educação.Tem-se também que levar em conta que para que a aprendizagem tenha 
sentido de fato na vida das crianças que integram as séries finais do Ensino 
Fundamental e faça parte de sua realidade social, é imprescindível que o 
conhecimento seja construído em conjunto e não transmitido e assimilado. 
Com certeza, uma escola que busca respeitar os níveis de 
desenvolvimento dos seus alunos, irá partir de seus conhecimentos prévios e 
levará em conta seu contexto. E, um professor realmente comprometido e que 
se preocupa com a integração de conteúdos e com a contextualização, irá em 
busca de diferenciadas formas para colocar sua prática, com o objetivo de 
transformar o seu ensino, em aprendizagem de seus educandos. 
É importante lembrar que, independentemente do local, da situação 
econômica em que o indivíduo está inserido, é necessária a prática social de 
ler e escrever, as quais resultam do processo de aprendizagem e que, há sim, 
a necessidade de aproximar a teoria e a prática na educação, para que se 
possa contribuir na formação dos educandos, tornando-os dignos de respeito, 
com valores e acima de tudo, que possam efetivamente fazer parte da 
sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
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