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Neste volume, ocupa posição central a Lei no 10.406, que em 2002 instituiu o Código Civil, em substituição ao velho Código Civil Brasileiro de 1916. Aqui, o Código Civil é precedido pelos dispositivos constitucionais que lhe são relativos, bem como pelo Decreto-lei no 4.657/1942 e pela Lei no 12.376/2010, que compõem a chamada Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Figuram também nesta obra algumas normas correlatas ao Código Civil, entre as quais estão a Lei no 6.015/1973, que dispõe sobre os registros públicos; a Lei no 8.009/1990, sobre a impenhorabilidade do bem de família; a Lei no 8.935/1994, sobre serviços notariais e de registro, também conhecida como Lei dos Cartórios; e a Lei no 9.307/1996, que dispõe sobre a arbitragem. Ao final, o leitor encontra um pormenorizado índice de temas do Código Civil. Atualizada até outubro de 2014 5a Edição e normas correlatas Código Civil Código Civil Código Civil E NORMAS CORRELATAS SENADO FEDERAL Mesa Biênio 2013 – 2014 Senador Renan Calheiros PRESIDENTE Senador Jorge Viana PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE Senador Romero Jucá SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE Senador Flexa Ribeiro PRIMEIRO-SECRETÁRIO Senadora Ângela Portela SEGUNDA-SECRETÁRIA Senador Ciro Nogueira TERCEIRO-SECRETÁRIO Senador João Vicente Claudino QUARTO-SECRETÁRIO SUPLENTES DE SECRETÁRIO Senador Magno Malta Senador Jayme Campos Senador João Durval Senador Casildo Maldaner Brasília – 2014 Código Civil E NORMAS CORRELATAS 5a edição Secretaria de Editoração e Publicações Coordenação de Edições Técnicas Código civil e normas correlatas. – 5. ed. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2014. 5200 KB ; PDF Conteúdo: Dispositivos constitucionais pertinentes – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – Código Civil – Normas correlatas – Informações Complementares. ISBN: 978-85-7018-585-3 1. Direito civil, legislação, Brasil. 2. Brasil. [Código civil (2002)]. CDDir 342.1 Coordenação de Edições Técnicas Via N2, Secretaria de Editoração e Publicações, Bloco 2, 1o Pavimento CEP: 70165-900 – Brasília, DF E-mail: livros@senado.leg.br Alô Senado: 0800 61 2211 Edição do Senado Federal Diretor-Geral: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho Impressa na Secretaria de Editoração e Publicações Diretor: Florian Augusto Coutinho Madruga Produzida na Coordenação de Edições Técnicas Coordenadora: Anna Maria de Lucena Rodrigues Organização: Paulo Roberto Moraes de Aguiar Atualização: Walfrido Vianna Revisão de provas: Thiago Adjuto e Bárbara Aguiar Editoração eletrônica: Marcelo Larroyed Ficha catalográfica: Bianca Rossi Capa e ilustrações: Lucas Santos Projeto gráfico: Raphael Melleiro e Rejane Campos Atualizada até outubro de 2014. Sumário Dispositivos constitucionais pertinentes 16 Constituição da República Federativa do Brasil Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 38 Lei no 12.376/2010 39 Decreto-Lei no 4.657/1942 Código Civil Lei no 10.406/2002 Parte Geral Livro I – Das Pessoas Título I – Das Pessoas Naturais 44 Capítulo I – Da Personalidade e da Capacidade 45 Capítulo II – Dos Direitos da Personalidade Capítulo III – Da Ausência 46 Seção I – Da Curadoria dos Bens do Ausente 46 Seção II – Da Sucessão Provisória 47 Seção III – Da Sucessão Definitiva Título II – Das Pessoas Jurídicas 47 Capítulo I – Disposições Gerais 49 Capítulo II – Das Associações 50 Capítulo III – Das Fundações 50 Título III – Do Domicílio Livro II – Dos Bens Título Único – Das Diferentes Classes de Bens Capítulo I – Dos Bens Considerados em Si Mesmos 51 Seção I – Dos Bens Imóveis 51 Seção II – Dos Bens Móveis 52 Seção III – Dos Bens Fungíveis e Consumíveis 52 Seção IV – Dos Bens Divisíveis 52 Seção V – Dos Bens Singulares e Coletivos 52 Capítulo II – Dos Bens Reciprocamente Considerados 53 Capítulo III – Dos Bens Públicos Livro III – Dos Fatos Jurídicos Título I – Do Negócio Jurídico 53 Capítulo I – Disposições Gerais 54 Capítulo II – Da Representação 54 Capítulo III – Da Condição, do Termo e do Encargo Capítulo IV – Dos Defeitos do Negócio Jurídico 55 Seção I – Do Erro ou Ignorância 56 Seção II – Do Dolo 56 Seção III – Da Coação 56 Seção IV – Do Estado de Perigo 56 Seção V – Da Lesão 56 Seção VI – Da Fraude contra Credores 57 Capítulo V – Da Invalidade do Negócio Jurídico 58 Título II – Dos Atos Jurídicos Lícitos 58 Título III – Dos Atos Ilícitos Título IV – Da Prescrição e da Decadência Capítulo I – Da Prescrição 59 Seção I – Disposições Gerais 59 Seção II – Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição 59 Seção III – Das Causas que Interrompem a Prescrição 60 Seção IV – Dos Prazos da Prescrição 61 Capítulo II – Da Decadência 61 Título V – Da Prova Parte Especial Livro I – Do Direito das Obrigações Título I – Das Modalidades das Obrigações Capítulo I – Das Obrigações de Dar 63 Seção I – Das Obrigações de Dar Coisa Certa 64 Seção II – Das Obrigações de Dar Coisa Incerta 64 Capítulo II – Das Obrigações de Fazer 64 Capítulo III – Das Obrigações de Não Fazer 64 Capítulo IV – Das Obrigações Alternativas 65 Capítulo V – Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis Capítulo VI – Das Obrigações Solidárias 65 Seção I – Disposições Gerais 65 Seção II – Da Solidariedade Ativa 66 Seção III – Da Solidariedade Passiva Título II – Da Transmissão das Obrigações 67 Capítulo I – Da Cessão de Crédito 67 Capítulo II – Da Assunção de Dívida Título III – Do Adimplemento e Extinção das Obrigações Capítulo I – Do Pagamento 68 Seção I – De Quem Deve Pagar 68 Seção II – Daqueles a Quem se Deve Pagar 68 Seção III – Do Objeto do Pagamento e Sua Prova 69 Seção IV – Do Lugar do Pagamento 69 Seção V – Do Tempo do Pagamento 70 Capítulo II – Do Pagamento em Consignação 70 Capítulo III – Do Pagamento com Sub-Rogação 71 Capítulo IV – Da Imputação do Pagamento 71 Capítulo V – Da Dação em Pagamento 71 Capítulo VI – Da Novação 72 Capítulo VII – Da Compensação 73 Capítulo VIII – Da Confusão 73 Capítulo IX – Da Remissão das Dívidas Título IV – Do Inadimplemento das Obrigações 73 Capítulo I – Disposições Gerais 73 Capítulo II – Da Mora 74 Capítulo III – Das Perdas e Danos 74 Capítulo IV – Dos Juros Legais 74 Capítulo V – Da Cláusula Penal 75 Capítulo VI – Das Arras ou Sinal Título V – Dos Contratos em Geral Capítulo I – Disposições Gerais 75 Seção I – Preliminares 76 Seção II – Da Formação dos Contratos 76 Seção III – Da Estipulação em Favor de Terceiro 77 Seção IV – Da Promessa de Fato de Terceiro 77 Seção V – Dos Vícios Redibitórios 77 Seção VI – Da Evicção 78 Seção VII – Dos Contratos Aleatórios 78 Seção VIII – Do Contrato Preliminar 79 Seção IX – Do Contrato com Pessoa a Declarar Capítulo II – Da Extinção do Contrato 79 Seção I – Do Distrato 79 Seção II – Da Cláusula Resolutiva 79 Seção III – Da Exceção de Contrato não Cumprido 80 Seção IV – Da Resolução por Onerosidade Excessiva Título VI – Das Várias Espécies de Contrato Capítulo I – Da Compra e Venda 80 Seção I – Disposições Gerais Seção II – Das Cláusulas Especiais à Compra e Venda 82 Subseção I – Da Retrovenda 82 Subseção II – Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova 82 Subseção III – Da Preempção ou Preferência 83 Subseção IV – Da Venda com Reserva de Domínio 83 Subseção V – Da Venda sobre Documentos 84 Capítulo II – Da Troca ou Permuta 84 Capítulo III – Do Contrato Estimatório Capítulo IV – Da Doação 84 Seção I – Disposições Gerais 85 Seção II – Da Revogação da Doação 86 Capítulo V – Da Locação de Coisas Capítulo VI – Do Empréstimo 87 Seção I – Do Comodato 87 Seção II – Do Mútuo 88 Capítulo VII – Da Prestação de Serviço 89 Capítulo VIII – Da Empreitada Capítulo IX – Do Depósito 91 Seção I – Do Depósito Voluntário 92 Seção II – Do DepósitoNecessário Capítulo X – Do Mandato 92 Seção I – Disposições Gerais 93 Seção II – Das Obrigações do Mandatário 94 Seção III – Das Obrigações do Mandante 95 Seção IV – Da Extinção do Mandato 95 Seção V – Do Mandato Judicial 95 Capítulo XI – Da Comissão 97 Capítulo XII – Da Agência e Distribuição 97 Capítulo XIII – Da Corretagem Capítulo XIV – Do Transporte 98 Seção I – Disposições Gerais 98 Seção II – Do Transporte de Pessoas 99 Seção III – Do Transporte de Coisas Capítulo XV – Do Seguro 100 Seção I – Disposições Gerais 102 Seção II – Do Seguro de Dano 103 Seção III – Do Seguro de Pessoa 104 Capítulo XVI – Da Constituição de Renda 105 Capítulo XVII – Do Jogo e da Aposta Capítulo XVIII – Da Fiança 105 Seção I – Disposições Gerais 106 Seção II – Dos Efeitos da Fiança 106 Seção III – Da Extinção da Fiança 107 Capítulo XIX – Da Transação 107 Capítulo XX – Do Compromisso Título VII – Dos Atos Unilaterais 108 Capítulo I – Da Promessa de Recompensa 108 Capítulo II – Da Gestão de Negócios 109 Capítulo III – Do Pagamento Indevido 110 Capítulo IV – Do Enriquecimento Sem Causa Título VIII – Dos Títulos de Crédito 110 Capítulo I – Disposições Gerais 111 Capítulo II – Do Título ao Portador 111 Capítulo III – Do Título à Ordem 112 Capítulo IV – Do Título Nominativo Título IX – Da Responsabilidade Civil 113 Capítulo I – Da Obrigação de Indenizar 114 Capítulo II – Da Indenização 115 Título X – Das Preferências e Privilégios Creditórios Livro II – Do Direito de Empresa Título I – Do Empresário 116 Capítulo I – Da Caracterização e da Inscrição 117 Capítulo II – Da Capacidade 118 Título I-A – Da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada Título II – Da Sociedade 119 Capítulo Único – Disposições Gerais Subtítulo I – Da Sociedade Não Personificada 119 Capítulo I – Da Sociedade em Comum 119 Capítulo II – Da Sociedade em Conta de Participação Subtítulo II – Da Sociedade Personificada Capítulo I – Da Sociedade Simples 120 Seção I – Do Contrato Social 121 Seção II – Dos Direitos e Obrigações dos Sócios 122 Seção III – Da Administração 123 Seção IV – Das Relações com Terceiros 123 Seção V – Da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio 124 Seção VI – Da Dissolução 125 Capítulo II – Da Sociedade em Nome Coletivo 125 Capítulo III – Da Sociedade em Comandita Simples Capítulo IV – Da Sociedade Limitada 126 Seção I – Disposições Preliminares 126 Seção II – Das Quotas 126 Seção III – Da Administração 127 Seção IV – Do Conselho Fiscal 128 Seção V – Das Deliberações dos Sócios 129 Seção VI – Do Aumento e da Redução do Capital 130 Seção VII – Da Resolução da Sociedade em Relação a Sócios Minoritários 130 Seção VIII – Da Dissolução Capítulo V – Da Sociedade Anônima 130 Seção Única – Da Caracterização 130 Capítulo VI – Da Sociedade em Comandita por Ações 131 Capítulo VII – Da Sociedade Cooperativa 131 Capítulo VIII – Das Sociedades Coligadas 132 Capítulo IX – Da Liquidação da Sociedade 133 Capítulo X – Da Transformação, da Incorporação, da Fusão e da Cisão das Sociedades Capítulo XI – Da Sociedade Dependente de Autorização 134 Seção I – Disposições Gerais 134 Seção II – Da Sociedade Nacional 135 Seção III – Da Sociedade Estrangeira Título III – Do Estabelecimento 136 Capítulo Único – Disposições Gerais Título IV – Dos Institutos Complementares 137 Capítulo I – Do Registro 138 Capítulo II – Do Nome Empresarial Capítulo III – Dos Prepostos 139 Seção I – Disposições Gerais 139 Seção II – Do Gerente 139 Seção III – Do Contabilista e Outros Auxiliares 139 Capítulo IV – Da Escrituração Livro III – Do Direito das Coisas Título I – Da Posse 142 Capítulo I – Da Posse e Sua Classificação 142 Capítulo II – Da Aquisição da Posse 142 Capítulo III – Dos Efeitos da Posse 143 Capítulo IV – Da Perda da Posse Título II – Dos Direitos Reais 143 Capítulo Único – Disposições Gerais Título III – Da Propriedade Capítulo I – Da Propriedade em Geral 144 Seção I – Disposições Preliminares 144 Seção II – Da Descoberta Capítulo II – Da Aquisição da Propriedade Imóvel 145 Seção I – Da Usucapião 146 Seção II – Da Aquisição pelo Registro do Título 146 Seção III – Da Aquisição por Acessão 146 Subseção I – Das Ilhas 146 Subseção II – Da Aluvião 146 Subseção III – Da Avulsão 147 Subseção IV – Do Álveo Abandonado 147 Subseção V – Das Construções e Plantações Capítulo III – Da Aquisição da Propriedade Móvel 147 Seção I – Da Usucapião 148 Seção II – Da Ocupação 148 Seção III – Do Achado do Tesouro 148 Seção IV – Da Tradição 148 Seção V – Da Especificação 148 Seção VI – Da Confusão, da Comissão e da Adjunção 149 Capítulo IV – Da Perda da Propriedade Capítulo V – Dos Direitos de Vizinhança 149 Seção I – Do Uso Anormal da Propriedade 149 Seção II – Das Árvores Limítrofes 150 Seção III – Da Passagem Forçada 150 Seção IV – Da Passagem de Cabos e Tubulações 150 Seção V – Das Águas 151 Seção VI – Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem 151 Seção VII – Do Direito de Construir Capítulo VI – Do Condomínio Geral Seção I – Do Condomínio Voluntário 153 Subseção I – Dos Direitos e Deveres dos Condôminos 154 Subseção II – Da Administração do Condomínio 154 Seção II – Do Condomínio Necessário Capítulo VII – Do Condomínio Edilício 154 Seção I – Disposições Gerais 156 Seção II – Da Administração do Condomínio 157 Seção III – Da Extinção do Condomínio 158 Capítulo VIII – Da Propriedade Resolúvel 158 Capítulo IX – Da Propriedade Fiduciária 159 Título IV – Da Superfície Título V – Das Servidões 159 Capítulo I – Da Constituição das Servidões 159 Capítulo II – Do Exercício das Servidões 160 Capítulo III – Da Extinção das Servidões Título VI – Do Usufruto 160 Capítulo I – Disposições Gerais 161 Capítulo II – Dos Direitos do Usufrutuário 161 Capítulo III – Dos Deveres do Usufrutuário 162 Capítulo IV – Da Extinção do Usufruto 162 Título VII – Do Uso 162 Título VIII – Da Habitação 163 Título IX – Do Direito do Promitente Comprador Título X – Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese 163 Capítulo I – Disposições Gerais Capítulo II – Do Penhor 164 Seção I – Da Constituição do Penhor 164 Seção II – Dos Direitos do Credor Pignoratício 165 Seção III – Das Obrigações do Credor Pignoratício 165 Seção IV – Da Extinção do Penhor Seção V – Do Penhor Rural 165 Subseção I – Disposições Gerais 165 Subseção II – Do Penhor Agrícola 166 Subseção III – Do Penhor Pecuário 166 Seção VI – Do Penhor Industrial e Mercantil 166 Seção VII – Do Penhor de Direitos e Títulos de Crédito 167 Seção VIII – Do Penhor de Veículos 168 Seção IX – Do Penhor Legal Capítulo III – Da Hipoteca 168 Seção I – Disposições Gerais 170 Seção II – Da Hipoteca Legal 170 Seção III – Do Registro da Hipoteca 171 Seção IV – Da Extinção da Hipoteca 171 Seção V – Da Hipoteca de Vias Férreas 171 Capítulo IV – Da Anticrese Livro IV – Do Direito de Família Título I – Do Direito Pessoal Subtítulo I – Do Casamento 172 Capítulo I – Disposições Gerais 173 Capítulo II – Da Capacidade para o Casamento 173 Capítulo III – Dos Impedimentos 173 Capítulo IV – Das causas suspensivas 173 Capítulo V – Do Processo de Habilitação para o Casamento 174 Capítulo VI – Da Celebração do Casamento 176 Capítulo VII – Das Provas do Casamento 176 Capítulo VIII – Da Invalidade do Casamento 178 Capítulo IX – Da Eficácia do Casamento 178 Capítulo X – Da Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal 180 Capítulo XI – Da Proteção da Pessoa dos Filhos Subtítulo II – Das Relações de Parentesco 181 Capítulo I – Disposições Gerais 181 Capítulo II – Da Filiação 182 Capítulo III – Do Reconhecimento dos Filhos 183 Capítulo IV – Da Adoção Capítulo V – Do Poder Familiar 183 Seção I – Disposições Gerais 183 Seção II – Do Exercício do Poder Familiar 183 Seção III – Da Suspensão e Extinção do Poder Familiar Título II – Do Direito Patrimonial Subtítulo I – Do Regime de Bens entre os Cônjuges184 Capítulo I – Disposições Gerais 185 Capítulo II – Pacto Antenupcial 185 Capítulo III – Do Regime de Comunhão Parcial 186 Capítulo IV – Do Regime de Comunhão Universal 187 Capítulo V – Do Regime de Participação Final nos Aquestos 188 Capítulo VI – Do Regime de Separação de Bens 188 Subtítulo II – Do Usufruto e da Administração dos Bens de Filhos Menores 188 Subtítulo III – Dos Alimentos 190 Subtítulo IV – Do Bem de Família 191 Título III – Da União Estável Título IV – Da Tutela e da Curatela Capítulo I – Da Tutela 191 Seção I – Dos Tutores 192 Seção II – Dos Incapazes de Exercer a Tutela 192 Seção III – Da Escusa dos Tutores 192 Seção IV – Do Exercício da Tutela 193 Seção V – Dos Bens do Tutelado 194 Seção VI – Da Prestação de Contas 194 Seção VII – Da Cessação da Tutela Capítulo II – Da Curatela 195 Seção I – Dos Interditos 195 Seção II – Da Curatela do Nascituro e do Enfermo ou Portador de Deficiência Física 196 Seção III – Do Exercício da Curatela Livro V – Do Direito das Sucessões Título I – Da Sucessão em Geral 196 Capítulo I – Disposições Gerais 196 Capítulo II – Da Herança e de sua Administração 197 Capítulo III – Da Vocação Hereditária 198 Capítulo IV – Da Aceitação e Renúncia da Herança 198 Capítulo V – Dos Excluídos da Sucessão 199 Capítulo VI – Da Herança Jacente 199 Capítulo VII – Da petição de herança Título II – Da Sucessão Legítima 200 Capítulo I – Da Ordem da Vocação Hereditária 201 Capítulo II – Dos Herdeiros Necessários 201 Capítulo III – Do Direito de Representação Título III – Da Sucessão Testamentária 202 Capítulo I – Do Testamento em Geral 202 Capítulo II – Da Capacidade de Testar Capítulo III – Das Formas Ordinárias do Testamento 202 Seção I – Disposições Gerais 202 Seção II – Do Testamento Público 202 Seção III – Do Testamento Cerrado 203 Seção IV – Do Testamento Particular 203 Capítulo IV – Dos Codicilos Capítulo V – Dos Testamentos Especiais 204 Seção I – Disposições Gerais 204 Seção II – Do Testamento Marítimo e do Testamento Aeronáutico 204 Seção III – Do Testamento Militar 205 Capítulo VI – Das Disposições Testamentárias Capítulo VII – Dos Legados 206 Seção I – Disposições Gerais 207 Seção II – Dos Efeitos do Legado e do seu Pagamento 208 Seção III – Da Caducidade dos Legados 208 Capítulo VIII – Do Direito de Acrescer entre Herdeiros e Legatários Capítulo IX – Das Substituições 208 Seção I – Da Substituição Vulgar e da Recíproca 209 Seção II – Da Substituição Fideicomissária 209 Capítulo X – Da Deserdação 210 Capítulo XI – Da Redução das Disposições Testamentárias 210 Capítulo XII – Da Revogação do Testamento 211 Capítulo XIII – Do Rompimento do Testamento 211 Capítulo XIV – Do Testamenteiro Título IV – Do Inventário e da Partilha 212 Capítulo I – Do Inventário 212 Capítulo II – Dos Sonegados 212 Capítulo III – Do Pagamento das Dívidas 213 Capítulo IV – Da Colação 214 Capítulo V – Da Partilha 214 Capítulo VI – Da Garantia dos Quinhões Hereditários 215 Capítulo VII – Da Anulação da Partilha 215 Livro Complementar – Das Disposições Finais e Transitórias Normas correlatas 218 Lei no 5.478/1968 222 Lei no 6.015/1973 275 Lei no 8.009/1990 277 Lei no 8.245/1991 293 Lei no 8.935/1994 300 Lei no 8.971/1994 301 Lei no 9.093/1995 302 Lei no 9.278/1996 303 Lei no 9.307/1996 310 Lei no 9.454/1997 311 Lei no 9.870/1999 314 Lei no 10.259/2001 318 Lei no 10.931/2004 339 Lei no 11.804/2008 Informações complementares 342 Índice de temas do Código Civil As notas de rodapé indicadas ao fim do caput dos artigos apresentam as normas modificadoras de seus dispositivos. Consta ainda nas notas referência às normas que regulamentam ou complementam a legislação compilada. Dispositivos constitucionais pertinentes 16 C ód ig o C iv il Constituição da República Federativa do Brasil TÍTULO I – Dos Princípios Fundamentais Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- -se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representan- tes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2o São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Execu- tivo e o Judiciário. Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem pre- conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4o A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I – independência nacional; II – prevalência dos direitos humanos; III – autodeterminação dos povos; IV – não intervenção; V – igualdade entre os Estados; VI – defesa da paz; VII – solução pacífica dos conflitos; VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X – concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comuni- dade latino-americana de nações. TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem dis- tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I – homens e mulheres são iguais em di- reitos e obrigações, nos termos desta Cons- tituição; II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V – é assegurado o direito de resposta, pro- porcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 17 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s VII – é assegurada, nos termos da lei, a pres- tação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX – é livre a expressão da atividade inte- lectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X – são invioláveis a intimidade, a vida priva- da, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consenti- mento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nashipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de inves- tigação criminal ou instrução processual penal; XIII – é livre o exercício de qualquer traba- lho, ofício ou profissão, atendidas as qualifica- ções profissionais que a lei estabelecer; XIV – é assegurado a todos o acesso à infor- mação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV – é livre a locomoção no território nacio- nal em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI – todos podem reunir-se pacificamen- te, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autori- zação, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX – as associações só poderão ser compul- soriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou ex- trajudicialmente; XXII – é garantido o direito de propriedade; XXIII – a propriedade atenderá a sua função social; XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utili- dade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressal- vados os casos previstos nesta Constituição; XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de pro- priedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para paga- mento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII – aos autores pertence o direito ex- clusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII – são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades des- portivas; b) o direito de fiscalização do aproveita- mento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e as- sociativas; XXIX – a lei assegurará aos autores de inven- tos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações in- dustriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 18 C ód ig o C iv il XXX – é garantido o direito de herança; XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasilei- ros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus; XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so- ciedade e do Estado; XXXIV – são a todos assegurados, indepen- dentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclareci- mento de situações de interesse pessoal; XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI – a lei não prejudicará o direito ad- quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades funda- mentais; XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII – a lei considerará crimes inafiançá- veis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV – constitui crime inafiançável e im- prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII – não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra decla- rada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII – a pena será cumprida em estabe- lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L – às presidiárias serão asseguradas con- dições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime co- mum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII – ninguém será processado nem sen- tenciado senão pela autoridade competente; LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 19 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimi- dade ou o interesse social o exigirem; LXI – ninguém será preso senão emflagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propria- mente militar, definidos em lei; LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediata- mente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII – o preso será informado de seus di- reitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento vo- luntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sem- pre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX – conceder-se-á mandado de segu- rança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em fun- cionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberda- des constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII – conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de in- formações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade admi- nistrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV – o Estado prestará assistência jurí- dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI – são gratuitos para os reconhecida- mente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania; LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1o As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 20 C ód ig o C iv il § 2o Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec- tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4o O Brasil se submete à jurisdição de Tri- bunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. CAPÍTULO II – Dos Direitos Sociais Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. ................................................................................... CAPÍTULO III – Da Nacionalidade Art. 12. São brasileiros: I – natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai bra- sileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registra- dos em repartição brasileira competente ou ve- nham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; II – naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacio- nalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionali- dade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. § 1o Aos portugueses com residência per- manente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. § 2o A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3o São privativos de brasileiro nato os cargos: I – de Presidente e Vice-Presidente da Re- pública; II – de Presidente da Câmara dos Depu- tados; III – de Presidente do Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de oficial das Forças Armadas; VII – de Ministro de Estado da Defesa. § 4o Será declarada a perda da nacionalida- de do brasileiro que: I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade no- civa ao interesse nacional; II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para per- manência em seu território ou para o exercício de direitos civis. ............................................................................... TÍTULO III – Da Organização do Estado CAPÍTULO I – Da Organização Político- Administrativa Art. 18. A organização político-administrati- va da República Federativa do Brasil compre- ende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. ............................................................................... 21 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s CAPÍTULO II – Da União Art. 20. São bens da União: I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bemcomo os terrenos marginais e as praias fluviais; IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias maríti- mas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; V – os recursos naturais da plataforma conti- nental e da zona econômica exclusiva; VI – o mar territorial; VII – os terrenos de marinha e seus acres- cidos; VIII – os potenciais de energia hidráulica; IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. § 1o É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de ou- tros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. § 2o A faixa de até cento e cinquenta quilôme- tros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. Art. 21. Compete à União: I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II – declarar a guerra e celebrar a paz; III – assegurar a defesa nacional; IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; V – decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII – emitir moeda; VIII – administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desen- volvimento econômico e social; X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; XI – explorar, diretamente ou mediante au- torização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra- estrutura aeroportuária; d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; e) os serviços de transporte rodoviário inte- restadual e internacional de passageiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XIII – organizar e manter o Poder Judici- ário, o Ministério Público do Distrito Federal 22 C ód ig o C iv il e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; XVI – exercer a classificação, para efeito in- dicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão; XVII – conceder anistia; XVIII – planejar e promover a defesa perma- nente contra as calamidades públicas, especial- mente as secas e as inundações; XIX – instituir sistema nacional de gerencia- mento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX – instituir diretrizes para o desenvolvi- mento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; XXII – executar os serviços de polícia marí- tima, aeroportuária e de fronteiras; XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a indus- trialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes prin- cípios e condições: a) toda atividade nuclear em território na- cional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisóto- pos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; d) a responsabilidade civil por danos nucle- ares independe da existência de culpa; XXIV – organizar, manter e executar a ins- peção do trabalho; XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II – desapropriação; III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV – águas, energia, informática, telecomuni- cações e radiodifusão; V – serviço postal; VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; VIII – comércio exterior e interestadual; IX – diretrizes da política nacional de trans- portes; X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI – trânsito e transporte; XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII – nacionalidade, cidadania e naturali- zação; XIV – populações indígenas; XV – emigração e imigração, entrada, extra- dição e expulsão de estrangeiros; XVI – organização do sistema nacional de em- prego e condições para o exercício de profissões; XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; XVIII – sistema estatístico, sistema cartográ- fico e de geologia nacionais; XIX – sistemas de poupança, captação e ga- rantia da poupança popular; XX – sistemas de consórcios e sorteios; XXI – normas gerais de organização, efe- tivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 23 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s XXIII – seguridade social; XXIV – diretrizes e bases da educação na- cional; XXV – registros públicos; XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza; XXVII – normas gerais de licitação e con- tratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista,nos termos do art. 173, § 1o, III; XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespa- cial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional; XXIX – propaganda comercial. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões es- pecíficas das matérias relacionadas neste artigo. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III – proteger os documentos, as obras e ou- tros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV – impedir a evasão, a destruição e a des- caracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V – proporcionar os meios de acesso à cul- tura, à educação e à ciência; VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacio- nais e de saneamento básico; X – combater as causas da pobreza e os fato- res de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as con- cessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios; XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Parágrafo único. Leis complementares fixa- rão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I – direito tributário, financeiro, penitenciá- rio, econômico e urbanístico; II – orçamento; III – juntas comerciais; IV – custas dos serviços forenses; V – produção e consumo; VI – florestas, caça, pesca, fauna, conserva- ção da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII – proteção ao patrimônio histórico, cul- tural, artístico, turístico e paisagístico; VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IX – educação, cultura, ensino e desporto; X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI – procedimentos em matéria processual; XII – previdência social, proteção e defesa da saúde; XIII – assistência jurídica e defensoria pública; XIV – proteção e integração social das pes- soas portadoras de deficiência; XV – proteção à infância e à juventude; XVI – organização, garantias, direitos e de- veres das polícias civis. § 1o No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2o A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 24 C ód ig o C iv il § 3o Inexistindo lei federal sobre normas ge- rais, os Estados exercerão a competência legis- lativa plena, para atender a suas peculiaridades. § 4o A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei esta- dual, no que lhe for contrário. CAPÍTULO III – Dos Estados Federados Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, obser- vados os princípios desta Constituição. § 1o São reservadas aos Estados as compe- tências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. § 2o Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. § 3o Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolita- nas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o pla- nejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III – as ilhas fluviais e lacustres não perten- centes à União; IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União. ................................................................................. CAPÍTULO IV – Dos Municípios ................................................................................ Art. 30. Compete aos Municípios: I – legislar sobre assuntos de interesse local; II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de trans- porte coletivo, que tem caráter essencial; VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planeja- mento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. ................................................................................ TÍTULO V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas CAPÍTULO I – Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio SEÇÃO I – Do Estado de Defesa Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por ca- lamidades de grandes proporções na natureza. § 1o O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e in- dicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I – restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; 25 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s c) sigilo de comunicação telegráfica e te- lefônica; II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes. § 2o O tempo de duração do estado de de- fesa não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. § 3o Na vigência do estado de defesa: I – a prisão por crime contra o Estado, de- terminada pelo executor da medida, será por este comunicadaimediatamente ao juiz compe- tente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação; III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; IV – é vedada a incomunicabilidade do preso. § 4o Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. § 5o Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. § 6o O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa. § 7o Rejeitado o decreto, cessa imediatamen- te o estado de defesa. SEÇÃO II – Do Estado de Sítio Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conse- lho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; II – declaração de estado de guerra ou res- posta a agressão armada estrangeira. Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta. Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua exe- cução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas § 1o O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. § 2o Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. § 3o O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. Art. 139. Na vigência do estado de sítio decre- tado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I – obrigação de permanência em localidade determinada; II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de im- prensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV – suspensão da liberdade de reunião; V – busca e apreensão em domicílio; VI – intervenção nas empresas de serviços públicos; 26 C ód ig o C iv il VII – requisição de bens. Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legis- lativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. SEÇÃO III – Disposições Gerais Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Co- missão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Na- cional, com especificação e justificação das pro- vidências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. ................................................................................ CAPÍTULO III – Da Segurança Pública Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I – polícia federal; II – polícia rodoviária federal; III – polícia ferroviária federal; IV – polícias civis; V – polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 1o A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e man- tido pela União e estruturado em carreira, destina-se a I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, ser- viços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. § 2o A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. § 3o A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. § 4o Às polícias civis, dirigidas por dele- gados de polícia de carreira, incumbem, res- salvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. § 5o Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atri- buições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 6o As polícias militares e corpos de bom- beiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. § 7o A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades. § 8o Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. § 9o A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4o do art. 39. 27 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumi- dade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: I – compreende a educação, engenharia e fis- calização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respec- tivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. ................................................................................TÍTULO VII –Da Ordem Econômica e Financeira CAPÍTULO I –Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre ini- ciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I – soberania nacional; II – propriedade privada; III – função social da propriedade; IV – livre concorrência; V – defesa do consumidor; VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII – redução das desigualdades regionais e sociais; VIII – busca do pleno emprego; IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis bra- sileiras e que tenham sua sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. ................................................................................ Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segu- rança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1o A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de econo- mia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comer- cialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; III – licitação e contratação de obras, ser- viços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. § 2o As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilé- gios fiscais não extensivos às do setor privado. § 3o A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. § 4o A lei reprimirá o abuso do poder eco- nômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. § 5o A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, es- tabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando- -a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incen- tivo e planejamento, sendo este determinante 28 C ód ig o C iv il para o setor público e indicativo para o setor privado. § 1o A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibili- zará os planos nacionais e regionais de desen- volvimento. § 2o A lei apoiará e estimulará o cooperati- vismo e outras formas de associativismo. § 3o O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros. § 4o As cooperativas a que se refere o pará- grafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei. Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fisca- lização e rescisão da concessão ou permissão; II – os direitos dos usuários; III – política tarifária; IV – a obrigação de manter serviço ade- quado. Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveita- mento, e pertencem à União, garantida ao con- cessionário a propriedade do produto da lavra. § 1o A pesquisa e a lavra de recursos mine- rais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvol- verem em faixa de fronteira ou terras indígenas. § 2o É assegurada participação ao proprie- tário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. § 3o A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e con- cessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. § 4o Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida. Art. 177. Constituem monopólio da União: I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; II – a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; III – a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; IV – o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; V – a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o co- mércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização pode- rão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas “b” e “c” do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. § 1o A União poderá contratar com empre- sas estatais ou privadas a realização das ativi- dades previstas nos incisos I a IV deste artigo, observadas as condições estabelecidas em lei. § 2o A lei a que se refere o § 1o disporá sobre: I – a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; II – as condições de contratação; III – a estrutura e atribuições do órgão re- gulador do monopólio da União. § 3o A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional. 29 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s § 4o A lei que instituir contribuição de in- tervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: I – a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso; b) reduzidae restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, “b”; II – os recursos arrecadados serão desti- nados: a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; c) ao financiamento de programas de infra- estrutura de transportes. Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacio- nal, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. Parágrafo único. Na ordenação do transpor- te aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras. Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às micro- empresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferen- ciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Fede- ral e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico. Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza co- mercial, feita por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de autorização do Poder competente. CAPÍTULO II – Da Política Urbana Art. 182. A política de desenvolvimento ur- bano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimen- to das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1o O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2o A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3o As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4o É facultado ao Poder Público muni- cipal, mediante lei específica para área inclu- ída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I – parcelamento ou edificação compulsó- rios; II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III – desapropriação com pagamento me- diante títulos da dívida pública de emissão pre- viamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, 30 C ód ig o C iv il desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3o Os imóveis públicos não serão adqui- ridos por usucapião. CAPÍTULO III – Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indeniza- ção em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será de- finida em lei. § 1o As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. § 2o O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapro- priação. § 3o Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapro- priação. § 4o O orçamento fixará anualmente o vo- lume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício. § 5o São isentas de impostos federais, es- taduais e municipais as operações de transfe- rência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I – a pequena e média propriedade rural, as- sim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II – a propriedade produtiva. Parágrafo único. A lei garantirá tratamen- to especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabe- lecidos em lei, aos seguintes requisitos: I – aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III – observância das disposições que regu- lam as relações de trabalho; IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participa- ção efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armaze- namento e de transportes, levando em conta, especialmente: I – os instrumentos creditícios e fiscais; II – os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; III – o incentivo à pesquisa e à tecnologia; IV – a assistência técnica e extensão rural; V – o seguro agrícola; VI – o cooperativismo; VII – a eletrificação rural e irrigação; VIII – a habitação para o trabalhador rural. § 1o Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. § 2o Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária. Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária. § 1o A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, 31 D is po si tiv os c on st itu ci on ai s pe rt in en te s dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional. § 2o Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas para fins de reforma agrária. Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições pre- vistos em lei. Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabe- lecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
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