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EBOOK SILVICULTURA 01 ABERTO

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PREFÁCIO
Aos amigos silvicultores
Em setembro de 2017, a Comunidade de Silvicultura completou 2 anos de existência! Tem sido uma 
experiência interessante. Postamos 170 textos e conseguimos mais de 15.000 seguidores. Tivemos mais de 
500 comentários e atingimos mais de 2.500.000 alcances no Facebook. Daí, tivemos a ideia de fazermos 
uma coletânea desse material. Juntamos mais algumas outras publicações e preparamos este e-book. 
Esperamos que possa se constituir numa leitura de entretenimento para se conhecer um pouco da história 
da silvicultura brasileira e de alguns de seus protagonistas. De conteúdo bastante variado, o conjunto 
mostra nossas principais preocupações: a fragilidade institucional do setor, a valorização da tecnologia, a 
injusta remuneração da madeira e a falta de amplo programa de comunicação para mostrar os benefícios 
de nossa atividade. Os que tiverem mais disposição para leitura irão perceber a nossa admiração por 
brilhantes profissionais, que construíram, de fato, o sucesso da silvicultura brasileira. A esses “amigos de 
coração” os agradecimentos pela nossa amizade e por toda colaboração, que sempre nos ofereceram. Um 
fortíssimo abraço a todos! E boa leitura...
Nelson Barboza Leite
Apoio:
1
2
SOBRE O AUTOR
Engenheiro Agrônomo Silvicultor - Nelson Barboza Leite
Por Luiz E. G. Barrichelo
Além de particular amigo, sou grande admirador de Nelson Barbosa Leite. Profissionalmente sempre 
esteve na linha de frente em defesa da Silvicultura Nacional. Com uma característica especial: o mesmo 
entusiasmo contagiante liderando ou apoiando iniciativas de colegas de mesmo ideal.
Com a mesma dedicação e determinação que sai a campo nas lides práticas, estuda, medita, filosofa e 
nos brinda com textos desafiantes e motivadores. Uma combinação exemplar: agrônomo, silvicultor e 
escritor. Vida longa!
Por Celso E. Foelkel
Nelson Barboza Leite tem sido um dos grandes ícones da silvicultura brasileira. Sua experiência 
profissional, sua liderança, seu carisma pessoal e sua mente aguçada e rápida, sempre com foco na 
aplicabilidade e no futuro, são fatores marcantes que espelham sua personalidade profissional ..... Em 
Piracicaba, sempre com o apoio, atenção e orientação incansável do Dr. Helládio e seus talentosos 
assistentes e posteriormente, fraternais amigos! ..... na direção do Departamento de Reflorestamento 
do IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal a grande contribuição foi o 
cancelamento de mais de 1.500 empresas devedoras de suas obrigações com a política de incentivos 
fiscais ......na Ripasa, em 1981, formou uma seleta e das mais renomadas equipes da silvicultura 
brasileira da época, onde se compôs, dentre outros, com José Luiz Stape, Edson Balloni, Ubirajara 
Brasil, Edson Martini, Arnaldo Salmeron, Rubens Trevisan,Ademir Cunha Bueno, Lineu Wandouski, 
José Zani Filho, Carlos Alberto Guerreiro, Osvaldo Fernandes e Pablo Vietz Garcia...... na presidência 
da SBS – Sociedade Brasileira de Silvicultura prestou diversas atividades de cunho institucional com a 
ajuda do engenheiro Rubens Garlipp.......em 2003, foi convidado pela então Ministra do Meio 
Ambiente, Dra. Marina Silva, para participar do PNF - Programa Nacional de Florestas, sob a Direção 
de Tasso Rezende de Azevedo e diz :“Uma experiência profissional e pessoal ímpar! Um prêmio e um 
privilégio!” .........Vejam, que pensamentos notáveis;
 “O silvicultor de planilha e ar condicionado causa mais danos às florestas do que as próprias formigas”.
 “A silvicultura vai ter uma cara nova, com novos investidores, novas oportunidades e novos desafios. 
Que os novos ares tragam lucidez para valorizar a competência técnica e respeitar os mais de 50 anos da 
ciência florestal do país!”
 “Engula sapo, perca o pescoço, mas não venda a alma”.
Assim é o Nelson Barboza Leite, meus caros amigos ........
3
Por Rubens Garlipp
Nelson Barbosa Leite tem sido uma referência do setor há mais de quatro décadas e é admirado por 
sua competência e dedicação em prol da Silvicultura Sustentável. Seu DNA profissional, dentre 
outras características, insere criatividade, inspiração, tirocínio, motivação, visão holística, 
perseverança, liderança e ética . Tem o dom de compartilhar suas ideias e seus ideais, sem reservas, e 
sempre esteve aberto ao diálogo construtivo. É um exemplo daqueles que superam com galhardia as 
missões e os desafios que a vida profissional apresenta.
Calcadas na experiência acumulada , várias de suas opiniões, proposições , realizações e crônicas, 
apresentadas em diversos veículos de comunicação e fóruns de debates, estão condensadas neste E-
book de sua autoria. Partes de seu inesgotável arcabouço de informações e expertise contidas nas 
postagens por ele coligidas e ora oferecidas , convidam o leitor a refletir sobre uma gama de 
aspectos do setor, desde a produção e manejo, adoção de tecnologias , certificação, comercialização 
e mercado de produtos florestais , até aspectos institucionais e políticos vis-à-vis as vantagens 
comparativas do Brasil e sua importância no cenário internacional . O conteúdo deste E-book, 
portanto, traduz e aponta transformações passadas, presentes e desejadas para o futuro de nossa 
Silvicultura em todas as suas vertentes e possíveis estratégias de curto, médio e longo prazos. 
Nelson é um "Altruísta da Silvicultura", pois que disponibiliza sua extensa bagagem de 
conhecimentos , de percepções e das tendências do setor para todos os interessados no tema. Com 
linguagem simples e objetiva ,seus textos alcançam e são compreendidos por leigos, estudantes, 
produtores, trabalhadores, professores, pesquisadores, empresários, formadores de opinião, 
legisladores e tomadores de decisão. 
Tenho acompanhado seus trabalhos e obras nos quais é possível identificar a sua capacidade de se 
pautar pela busca e defesa da Silvicultura como vetor de desenvolvimento.
Nos lugares por onde passou , dirigindo instituições de pesquisa, órgãos governamentais, empresas 
e associações setoriais , Nelson ocupou posições de destaque e dignificou a Silvicultura e os 
profissionais do setor, revelando extrema sensibilidade na gestão institucional e na gestão dos 
aspectos ambientais, sociais , econômicas e culturais da atividade. Tem o respeito e a amizade de 
quem com ele trabalhou e de quem o conhece mais proximamente.
4
Por Edson Leonardo Martini - Em nome da equipe de trabalho da Ripasa
Qual era a “liga” que mantinha a equipe da Ripasa unida e com desempenho excepcional?
Analisando a história das pessoas, é possível estabelecer semelhanças na educação, habilidades e 
comportamento. Profissionais com perfil empreendedor, criativo e comprometido, cujas conquistas 
foram obtidas com muitas renúncias, muito suor, esforço e dedicação. Pessoas com comportamentos 
interessantes: engajados, comprometidos, sensíveis, respeitosos, dedicados e incansáveis. Nunca vi 
ninguém reclamar de trabalhar muito, de viajar muito, da poeira, do calor, do suor. Eram abnegados. Na 
sala do Balloni, uma folha pendurada na parte lateral do arquivo de aço, trazia uma frase famosa de Piet 
Hein: "O caminho da sabedoria? É simples: Errar, errar e errar novamente: mas menos, menos e menos,". 
Nos nossos anos de Ripasa, com certeza, erramos muitas vezes, mas acertamos muito mais. 
Celebrávamos os momentos de alegria e celebração com a mesma intensidade que enfrentávamos os 
grandes desafios do trabalho. E que não eram poucos. 
O compromisso com o resultado da equipe predominava sobre os interesses pessoais, e isso resultava 
numa equipe coesa, extremamente unida e comprometida, altamente criativa, sinérgica e obstinada.
Ao me questionar sobre qual seria o amálgama que unia a nossa equipe, lembrei-me de um curso do 
qual participei, recentemente, denominado“Os desafios das equipes – Uma fábula sobre liderança”, 
baseado em obra de Patrick Lencioni e que se transformou num best-seller de treinamento para times 
vencedores. Ao participar do curso, tudo o que estava sendo apresentado me parecia muito lógico, sem 
muita novidade. Agora, ao desenvolver este texto, me dei conta de que tive a oportunidade de viver tal 
fábula na maior parte daqueles 10 anos em que trabalhei na Ripasa.
Por Antonio S. Rensi Coelho
Como já cansei de elogiar o seu extraordinário papel de defesa e divulgação das técnicas e necessidades 
da Silvicultura, peço licença:
 “ Da minha janela,
 Revirando a história,
 Recordando lutas e desafios,
 Homenageando amigos, 
 Puxando pela memória
 Numa jornada bela,
 Hoje “Pica Pau” por inteiro,
 Já não consigo mudar o roteiro.
 Então, viva dos brasileiros à floresta,
 Até sem rimar uma festa!
 Sem de fato merecer,
 Ao Nelson Barboza Leite
 Agradecer este deleite,
 De no seu ebook aparecer,
 Para reviver minha alegria
 Sempre na melhor companhia,
 Para a floresta defender
 Do admirador por inteiro,
 Homenagem ao fiel companheiro”
 
Agradecimentos
Agradecemos, respeitosamente, aos amigos silvicultores com quem temos tido o privilégio do convívio 
pessoal e profissional.
5
O FOGO NAS FLORESTAS E O MACACO EM GALHO DOS OUTROS!
Publicado em 25 de Setembro de 2017
Notícias de todos os lados mostram que estamos em chamas em inúmeros locais! Grandes áreas de 
florestas nativas, principalmente, nas regiões de cerrado, ardem sem dó! E lá se vão vegetais, animais, 
moradias, enfim... perde-se tudo! E muitos dizem: “é assim, todo ano”. Acabar com esse cenário 
desastroso parece uma luta sem fim, mas não dá para se aceitar, que continuemos a fazer discurso de 
“mitigações climáticas” e não nos prepararmos, adequadamente, para proteger nossas reservas 
florestais.
Quem não conhece o tamanho dessa encrenca, é só fazer uma visita rápida, às áreas em chamas do 
cerrado de Minas, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão, dentre muitas, e vai sentir os problemas gerados, 
e o tanto de florestas nativas, que viram cinzas! O desafio é gigantesco, e não dá para aceitar com 
naturalidade essa fogueira. É quase um crime! Vejam que paradoxo! – defende-se com razão e muita 
veemência, o desmatamento criminoso, e assiste-se, quase que passivamente, “às gigantescas 
queimadas”! Parece, que se aceita, sem muito alarde, o fogo! Devemos um cumprimento especial à 
forca, coragem e obstinação dos que se atiram de corpo e alma para salvar as florestas!
E esse ano, para agravar ainda mais o problema, estamos tendo notícias de grandes áreas de florestas 
plantadas no meio do fogo. E dessas florestas, não se esperava tanto fogo! Não há empresa florestal, que 
não conheça o risco e a forca desse inimigo. Talvez alguns abusem e queiram fazer algumas economias 
em medidas preventivas. É aí, que mora o perigo! Ele chega e acaba com tudo. Aquelas economias em 
manutenções e limpezas, prevenções e outras medidas de proteção, se tornam insignificantes, diante 
dos estragos!!! E não adianta culpar e nem lamentar o “leite derramado“. Só resta torcer para que as 
lições desastrosas sirvam de orientação para os anos seguintes! Essa luta faz parte da vida dos florestais 
e vai existir todos os anos! E a madeira perdida não é reposta. Vira cinza!
Nas escolas florestais, todos aprendem a cuidar desse perigoso inimigo, mas na prática, muitas 
vezes, alguém que nunca viu fogo em floresta, exige economia e redução de custos nos serviços de 
proteção, e desarma o florestal! E daí, o desastre é certo! Infelizmente, é a história do macaco, que 
não respeita o galho do outro!
6
O REFLORESTAMENTO, A SILVICULTURA E O VAZIO INSTITUCIONAL
Publicado em 18 de setembro de 2017
Em nossa última postagem falamos de nossa preocupação com o vazio institucional, em que se 
encontra a silvicultura brasileira. Tivemos uma pergunta interessante e oportuna de um engenheiro 
florestal- o nome não vamos mencionar, pois não tivemos autorização para tal. Ele nos fez a 
seguinte pergunta: “ o que significa o vazio institucional da silvicultura brasileira”? Na verdade, 
tivemos 1 pergunta, e 2 questionamentos: o que se entende por vazio institucional e o porquê da 
preocupação! Vamos às considerações:
– Chamamos de vazio institucional a falta de identidade e da representação formal de nossa 
atividade, dentro das estruturas organizacionais dos Ministérios – em que esteve (Meio Ambiente) e 
onde está ( Agricultura ). E disso resulta a falta de conhecimento governamental para entender, 
organizar, planejar e elaborar políticas públicas. E assim, ficamos, então, sem diretrizes e sem 
endereço para se discutir, reivindicar, sugerir e questionar os rumos, que vão sendo impostos à 
atividade. E é importante que se frise: política pública é instrumento de Governo necessário para 
qualquer atividade, mas para atividades de longo prazo, como a silvicultura, é indispensável, quase 
vital!
– E a falta dessa estrutura no Governo, deixa a silvicultura sem mesa, sem cadeira, sem caneta e sem 
endereço formal na estrutura do Governo! Onde discutir as necessidades do setor? Em Grupos de 
Trabalho, com profissionais capacitados e bem intencionados, mas sem “uma caneta” para dar 
legitimidade às decisões? Acreditamos que, enquanto não houver independência e autoridade 
“dessa caneta”, o setor continuará se arrastando!!!!
A Comunidade de Silvicultura reitera a sua convicção na necessidade estratégica de se conseguir um 
endereço formal para nossa atividade na estrutura de Governo. Um endereço que possa dar 
legitimidade à atividade, com autonomia para discutir e, acima de tudo, com poder de decidir as 
diretrizes indispensáveis à silvicultura brasileira!
7
EM 2 ANOS, 15.000 LIKES NO FACEBOOK ! NOSSOS AGRADECIMENTOS!
Publicado em 14 de setembro de 2017
A Comunidade de Silvicultura, no dia 8 de setembro, completou 2 anos de existência, e agradece a 
valiosa colaboração recebida. Fomos muito além do que se previa. Na ocasião, quando 
perguntamos, ao nosso consultor o que seria razoável esperar, a resposta foi imediata: “ em 1 ano, 
se conseguir mais de 1000 seguidores será bom sinal!”, e continuou: “daí, pegamos as matérias mais 
lidas e traçamos uma estratégia de ação!”
Com 2 anos, e mais de 15.000 likes, não podemos deixar de agradecer a todos que acompanharam 
nossas publicações com comentários, críticas e sugestões. Enfim, tem sido uma experiência 
surpreendente e com agradáveis surpresas – o administrador tem o privilégio de acompanhar com 
mais detalhes as participações. O nosso muitíssimo obrigado pelas colaborações dos muitos amigos. 
E como é bom perceber a atenção dispensada pelo pessoal!
Cabem considerações sobre os resultados alcançados e a respeito do que vamos estabelecer como 
estratégia para frente! A base de nossos textos e comentários se manteve fiel à valorização da 
pesquisa, da técnica e dos profissionais, ao tratamento justo e respeitoso aos produtores florestais e 
ao flagrante vazio institucional, em que se encontra a silvicultura brasileira! Essas foram as trilhas de 
nossas conversas!
Vejam os números mais significativos: foram mais de 100 postagens; todos os textos tiveram, em 
média, cerca de 5.000 visualizações e alguns ultrapassaram 20.000; recebemos mais de 200 
manifestações– no e-mail pessoal – e, segundo os remetentes, para evitar “encrencas”– vejam como 
pesa o “ é melhor não falar”, e quanto vale a liberdade de expressão!!!! Alcançamos, nesse período, 
mais de 2.500.000 pessoas e mais de 500 usuários compartilharam nossas postagens com seus 
seguidores! Enfim… valeu muito o esforço.
Vamoscontinuar na mesma direção – valorização da técnica e dos profissionais, reconhecendo o 
importante papel do produtor florestal e reiterando a necessidade de se ocupar o vazio institucional 
da silvicultura brasileira! Vamos ficar muito agradecidos com sua colaboração, seus comentários, 
críticas e sugestões!!
8
SÓ NOTÍCIAS BOAS, E AS DIFICULDADES?
Publicado em 1 de setembro de 2017
Quem acompanha as informações do setor encontra notícias interessantes e, em sua maioria, muito 
positivas: reuniões nacionais, encontros internacionais, os benefícios das florestas plantadas para 
mitigações climáticas, o mercado de celulose e papel em expansão, novos produtos, os preços de 
celulose em discussão para eventuais aumentos, novas tecnologias… e por aí vai. Realmente, é o 
mundo de sucesso das grandes empresas. De outro lado, nada ou muito pouca informação a 
respeito das dificuldades vividas pelo setor: madeira sobrando em algumas regiões, faltando em 
outras, preço sempre, lá em baixo, viveiros paralisados, programas de plantios reduzidos, incidência 
de pragas, e …!
Sem nenhuma dúvida, são mundos diferentes. Mas constituem a mesma silvicultura! São mundos 
que, aparentemente, não se conhecem. As diferenças são gritantes, e dá a sensação de que só o 
longo prazo, vai trazer solução! E isso pode ser desastroso para nossa silvicultura e para um 
punhado de profissionais colocados, todo ano, no mercado de trabalho! Mas há perspectivas, que 
podem criar grandes oportunidades e que precisam ser mais discutidas e concretizadas. Com 
certeza, darão vida à silvicultura brasileira! Nessa linha, dentre outros, temos que destacar a 
possibilidade de se desenvolver os programas para uso da madeira para fins energéticos e os 
programas de revegetação com nossas espécies nativas! A energia é uma necessidade de sempre e 
para sempre, e a revegetação é uma dívida que o Brasil assumiu com o mundo! Estamos diante de 
compromissos que não devem e não podem ser esquecidos e que demandarão muitos serviços.
E muita gente, já diz que estamos atrasados no encaminhamento de tais desafios!!! Sem muita 
conversa, reiteramos nossas preocupações e esperança, de que esses assuntos entrem, o mais breve 
possível, na pauta de nossos governantes, e se tornem realidade! Talvez seja a melhor alternativa 
para se chegar no longo prazo, preparados para se enfrentar as encrencas que virão!
9
FLORESTAS PLANTADAS: ONDE FICA NO GOVERNO FEDERAL?
Publicado em 24 de agosto de 2017
Essa é uma história que merece registro. O “assunto floresta plantada” passou a conhecimento 
público com a criação dos incentivos fiscais, em 1966, com a Lei 5106. E todos os assuntos de 
florestas plantadas eram tratados no Departamento de Reflorestamento do IBDF, também criado em 
1966 para cuidar do tema florestal, bem mais amplo que florestas plantadas e ligado ao Ministério 
da Agricultura. As florestas plantadas ficaram ali, durante todo o período em que vigorou o incentivo 
fiscal. Era o centro de tudo. Discussões, reuniões, sugestões, reclamações, enfim…. o Departamento 
de Reflorestamento , centraliza os assuntos relacionados às plantadas . E nos demais departamentos 
tratavam-se das questões de parques, conservação, comercialização de produtos florestais, 
economia, entre outras coisas. Era a “casa das florestas”, com endereço bem definido.
Em 1989, o IBDF, com tudo que lhe pertencia – reflorestamento e todos os demais assuntos 
florestais – a pesca da SUDEPE e a borracha da SUDHEVEA, juntaram- se à SEMA, em evidência na 
época, e formaram o IBAMA. Em 1992, foi criado o Ministério do Meio Ambiente, ao qual ficou 
ligado o IBAMA. Nesse trajeto, de 1966- IBDF a 1992- Ministério do Meio Ambiente o setor florestal 
perdeu suas raízes e foi se desestruturando e se desmanchando! E os assuntos ligados às florestas se 
dividiram em partes diferentes e foram ancorando-se em pontos diferentes. E as florestas plantadas 
foram parar num canto da Secretaria de Florestas e Biodiversidades do Ministério do Meio Ambiente. 
Em 2000, foi criado o Programa Nacional de Florestas Plantadas para tratar do assunto. À margem 
do foco principal do Ministério do Meio Ambiente, e sem o apoio das empresas, não se desenvolveu 
como se previa, mas conseguiu, em 2006, dar grande contribuição para se criar o Serviço Florestal 
Brasileiro. Infelizmente e sob pressão de representantes do setor, não contemplou os cuidados com 
florestas plantadas.
Nessa época havia uma forte pressão de entidades do setor para levar o assunto “florestas 
plantadas” para o Ministério da Agricultura, onde se encontra representado, atualmente, por uma 
Câmara Setorial, composta por profissionais competentes e com muita disposição para colaboração 
– mas não passa de simples assessoramento e sem nenhum poder de decisão, dentro do Ministério 
da Agricultura! É fácil perceber que com todas essas alterações o setor ficou fragilizado e sem 
nenhuma” caneta que decide”.
Há informações e até documentos muito bem elaborados, mas falta o poder de decisão para criação 
de políticas públicas para o setor! Esse resgate é um grande desafio, que só vai acontecer com o 
esforço e união do setor florestal brasileiro, que é muito maior que a silvicultura de florestas 
plantadas dos plantadores de eucalipto e pinus!
10
QUEM TOMA CONTA DA NOSSA SILVICULTURA?
Publicado em 21 de agosto de 2017
Os tempos vão passando e não surge nada de concreto para cuidar das políticas públicas da 
silvicultura brasileira. O setor é composto por mundos de tamanho diferente e com problemas bem 
distintos – o mundo dos grandes consumidores, auto suficiente, com vida e defesa própria; um 
segundo mundo, com algumas dezenas de grandes produtores, agarrados ou querendo-se agarrar 
aos consumidores gigantes para não ficar sem rumo, e no final da fila, o mundão de milhares e 
milhares de pequenos e médios produtores sem saber o que fazer,para quem reclamar e sem 
ninguém para defendê-los. Mas o discurso da sustentabilidade da silvicultura comercial continua 
firme forte.
Os compromissos internacionais para restaurar, proteger e mitigar problemas climáticos continuam 
desafiadores! Mesmo assim, temos sinais de otimistas, acreditando na madeira como biomassa 
energética. De outro lado, como alento, somos campeões da produtividade e competitividade de 
florestas plantadas, temos a mais rica biodiversidade do planeta, com milhares de espécies arbóreas 
– a serem estudadas- e muita pesquisa com eucalipto e pinus. Quase tudo gerado e nas mãos dos 
grandes consumidores, além de milhares de profissionais competentes. E num país com 
extraordinárias condições naturais para produção florestal para um mercado internacional crescente 
e ávido por produtos florestais.
É fácil perceber que ,com tantas coisas favoráveis, devem existir dificuldades, que precisam ser 
identificadas e superadas! A lista não é pequena, mas o mais grave é saber que não existe nada, em 
nível de Governo Federal para tomar conhecimento dessa lista! Conhecer a lista e traçar caminhos 
para superação é fazer políticas públicas. Será que alguém acredita que todas essas oportunidades, 
riquezas e problemas vão se alinhar, um dia, sem políticas públicas? Com certeza, a silvicultura não 
vai precisar de “ nenhuma esmola do Governo” para se desenvolver,mas a ajuda do Governo na sua 
organização e integração às diretrizes de desenvolvimento do país é imprescindível. Esse papel 
organizador e implementador, através de políticas públicas, é do Governo, quer gostemos ou não 
gostemos!
É muito interessante que estejamos, bem próximos, para acompanhar e sugerir, mas a caneta precisa 
estar na mão do Governo. Sem diretrizes definidas, só cresce, de forma independente, a minoria, que 
já é independente! Mas a silvicultura nunca vai dar a sua real contribuição ao desenvolvimentodo 
país, enquanto estiver a reboque de uma minoria capacitada de gigantes consumidores, auto 
suficiente, com vida e defesa própria!
11
A DIVERSIFICAÇÃO DA SILVICULTURA BRASILEIRA!
Publicado em 16 de agosto de 2017
A silvicultura está para muitos, entre as mais importantes atividades rurais ligadas à natureza! Tem 
forte relação com aspectos sociais, ambientais e econômicos e nos tempos modernos tem tudo a ver 
com a vida das pessoas – é a ciência das árvores, peça fundamental para se evitar grandes 
problemas climáticos. Há quem diga, que essa vai ser a grande bandeira da silvicultura para o futuro. 
Dar mais vida ao planeta e produzir bens nobres! E o Brasil convive com interessante paradoxo: 
temos a silvicultura do metro cúbico, feita com espécies exóticas – eucalipto e pinus – campeã da 
produtividade e competitividade. E é referência para o mundo! E ao mesmo tempo, temos a mais 
rica biodiversidade do planeta, com milhares de espécies arbóreas, quase sem nenhuma expressão. 
Para todos, um potencial imensurável em “repouso”.
Essa riqueza da natureza, ainda não teve a devida atenção de nossos governantes. Há de se admitir 
que o sucesso da silvicultura do metro cúbico deve muito ao interesse econômico atrelado à 
produção da madeira. No entanto, essa silvicultura tornou-se refém dos grandes consumidores e 
transformou o produtor florestal num desesperado dependente. A silvicultura do metro cúbico, 
anulou a silvicultura das espécies nativas. Por inúmeras razões, mas anulou! É quase proibitivo falar-
se em empreendimento florestal, que não seja do metro cúbico, ligado ao mercado de produtos 
globais! No entanto, nos dias atuais, as dificuldades de mercado estão exigindo mudanças! Tudo 
muito oportuno! O metro cúbico saturou-se e pode até exigir crescimento mais moderado da 
silvicultura do eucalipto e do pinus.
Será que não seria o momento de se pensar numa silvicultura com mais vida, com mais objetivos, 
com mais variações, com mais espécies, com mais produtores, com mais consumidores, com mais 
produtos e com mais independência? Lembrando o que dizia o saudoso Eng. Paulo Kageyama, que 
se dedicou de “corpo e alma” ao assunto – “ precisamos dar mais atenção às nossas espécies nativas. 
Só assim, iremos alavancar, de fato, a silvicultura brasileira”. E aproveitando sugestões do grande 
amigo – Admir Lopes Mora – “ temos iniciativas muito interessantes e que precisam ser conhecidas e 
divulgadas. Não estamos na estaca zero, mas não se divulga os trabalhos, que estão sendo 
desenvolvidos “ e completou – “há muita gente competente, trabalhando com espécies nativas, 
mesmo com toda falta de recursos para mais pesquisas e divulgação de seus estudos. É uma pena, 
deixar que tudo isso fique sem o devido conhecimento dos interessados”.
A Comunidade de Silvicultura registra os oportunos comentários do Eng. Admir e reitera a 
importância de se encontrar os meios adequados para divulgação dos trabalhos em 
desenvolvimento.
E deixa para reflexão a sugestão do próprio Eng. Admir – Que tal a elaboração de uma publicação, 
que mostre o desenvolvimento e as informações, que estão sendo geradas pelos trabalhos, em 
andamento, com nossas espécies nativas?
Com quem fica a palavra???????
12
E DE NOVO, SEM CHUVA, SEM ÁGUA E SEM FLORESTA!
Publicado em 4 de agosto de 2017
A seca de 2015/2016, principalmente, nos estados, como São Paulo, onde o problema da falta de 
água, atingiu a torneira de muita gente, trouxe uma preocupação especial – há necessidade de se 
recuperar nossas florestas, que protegem e sustentam o abastecimento de nossas represas! E 
surgiram programas, planos disso e daquilo, e muita gente mobilizada para não deixar que as 
torneiras se enferrujem para as próximas gerações. E para animar ainda mais o assunto, anunciavam-
se os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil para restaurar e reflorestar um “mundo de 
área”.
Desconfiava-se, e muita gente apostava que teríamos uma nova alavancagem na silvicultura 
brasileira. Afinal das contas, isso tudo ia exigir muitos plantios, mais viveiros, mudas de espécies 
nativas e até, os mais otimistas – e me incluo nesse grupo – acreditavam que o assunto de espécies 
nativas ia pegar! Mas chegaram as chuvas e o cenário mudou!
Não dá para dizer que nada foi feito! Mas dá para se afirmar, que o que se fez é quase insignificante, 
diante de tamanha necessidade. A lição daquela seca não foi suficientemente assustadora para 
alavancar a silvicultura, de fato! Nada de políticas públicas, nada de recursos para mais pesquisas. Os 
trabalhos existentes tiveram continuidade pela consciência e responsabilidade dos “de sempre” – os 
mesmos profissionais, as mesmas empresas, enfim… os mesmos interessados. E há muita coisa 
interessante em andamento! É só conhecer o que se faz na SOS- Mata Atlântica, na Coalizão Clima, 
Agricultura e Floresta, dentre outras.
E a seca está de volta, os reservatórios já estão dando sinais de exaustão e o pior é que não se vê 
nada de concreto com respeito a políticas públicas para que o assunto sobre restaurações, 
reflorestamentos com espécies nativas, compromissos governamentais para recuperação de áreas 
degradadas, proteção de nossas nascentes, etc. E ainda – quem são os responsáveis governamentais 
pelo assunto? E o mais grave – não é problema só de São Paulo. É preocupação para muitas regiões 
brasileiras!!!!
E cabe mais uma preocupação: é assunto da silvicultura, que está no Ministério da Agricultura, ou do 
Serviço Florestal, que está no Ministério do Meio Ambiente?
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CADA SILVICULTURA COM SUA PRODUTIVIDADE POSSÍVEL!
Publicado em 31 de julho de 2017
 
Em reuniões de produtores rurais é muito comum ouvir-se comentários a respeito do que é melhor 
produzir aqui ou acolá. E ninguém se atreve a plantar algodão em terra de abacaxi, e nem abacaxi 
em terra de tomate. Culturas diferentes exigem técnicas específicas, competência profissional 
diversificada. E no Brasil de dimensões continentais é fácil perceber a enorme variedade de culturas e 
exigências específicas!
Essa lógica, no entanto, parece ser desconhecida por investidores florestais, principalmente os que 
se metem a entender de silvicultura. Ainda bem, que silvicultor, de verdade, sabe bem disso! O 
investidor metido passa mão numa planilha, taca 45 metros cúbicos/ ha/ano e vamos que vamos. 
Faz um enorme programa, junta recursos de amigos, mais incautos ainda, e pau na mula. Terras 
baratas e pobres em nutrientes, condições climáticas, quase limitantes. Nada disso é considerado 
impeditivo.
O ousado, além de tudo, é extremamente otimista: “É só plantar que vai dar 45! É uma exigência da 
planilha, e não se discute! E quando não dá, é incompetência do profissional, que deixou de fazer 
isso ou aquilo. E é comum se ouvir: “essa turma de engenheiros sempre arruma uma explicação”. 
Dos bate-bocas a respeito da impossibilidade de se mudar a biologia e a matemática, o 
empreendedor não lembra e nem tem registro: “É coisa de engenheiro! ”.
E são essas histórias, que atrapalham o desenvolvimento da silvicultura, desestimulam 
empreendedores e comprometem profissionais. Isso precisa mudar. Aliás, nem sei se muda, mas é 
bom, que se saiba que é assim, que muitos empreendimentos fracassam. Não se faz milagres! 
Ninguém compra terras de primeira qualidade, a preço de “vaca magra”, e faz florestas de eucalipto 
com produção de 45 metros cúbicos/ha/ano. Mas se não houver nenhuma limitação técnica, com 
certeza, poderá haver chance de se conseguir florestas com 30/35 metros cúbicos/ha/ano. Pode- se 
até comentar: “é uma floresta magra ”.
Mas com certeza, desde que haja mercado garantido, o negócio dará resultados satisfatórios! É só 
aceitar a realidade, não acreditar em milagreiros e respeitar a tecnologiae a competência 
profissional!
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O QUE A SILVICULTURA PRECISA DESENVOLVER!
Publicado em 20 de julho de 2017
O Brasil é o campeão da produtividade e por enquanto, ainda vence na competitividade. São sinais 
do extraordinário desenvolvimento tecnológico. E ninguém discute! Veio a certificação florestal e 
avançamos nos aspectos ambientais, integração com comunidades, cuidados sociais, respeito às 
culturas regionais, etc. O pacote ficou mais enriquecido! É só conhecer de perto algumas empresas 
exemplares, e fica a impressão de que falta muito pouco, ou quase nada, para se chegar ao modelo 
de empresa rural. Uma maravilha, tudo certinho e bem manejado. E se observarmos os controles, 
mapas, registros, indicadores técnicos, instrumentos para monitoramento, etc. a admiração ainda é 
maior.
Esse é o mundo das grandes empresas! Mas, infelizmente, não é o mundo real de toda a silvicultura! 
O mundo dos pequenos produtores é muito diferente. Os plantios em pequena escala respeitam 
princípios técnicos, mas sem muita sofisticação, e a colheita não dispõe das complidas máquinas e 
equipamentos. Tem muito de simples e sem luxo.. É um mundo muito diferente! E esse mundo 
representa, segundo estatísticas dos setores industriais, cerca de 30 % da madeira colocada nas 
fábricas e, em outras estatísticas, fala-se em mais de 100.000 pequenos produtores metidos nesse 
processo de formação e uso de florestas plantadas! É um mundo diferente, quase sem certificação e 
sem tecnologias sofisticadas.
Nesse mundo não há máquinas e equipamentos especializados e ainda, há muita improvisação. A 
colheita não dispõe de equipamentos modernos e o mercado tem sido de uma crueldade satânica 
com o produto da colheita. Há até muitos produtores insatisfeitos, e querendo desistir do negócio. 
São mundos distintos, mas da mesma silvicultura!
E a conclusão é lógica: esse lado da silvicultura precisa se desenvolver! Não há sentido em se manter 
um exército de produtores florestais e não se investir no desenvolvimento de máquinas e 
equipamentos especializados para esse pessoal. Vão ser cada vez menos competitivos. É só 
participar de feiras e exposições do setor e vão conhecer só equipamentos e máquinas sofisticadas 
para grandes empreendimentos. E não dá nem para tentar discutir o uso dessas “parafernálias” em 
pequenas e médias propriedades! E essa silvicultura desprovida de tecnologias mais avançadas vai 
ser competitiva? Afinal, quem vai se preocupar em promover esse desenvolvimento ou arcar com os 
custos adicionais da produção? E parece que estamos longe da possibilidade de se juntar os 
pequenos produtores em cooperativas, que talvez pudessem trazer novo alento a esse pessoal.
Há de se registrar essa lacuna e torcer para que os grandes consumidores, que sempre irão precisar 
dos pequenos produtores, reflitam sobre a matéria! Ou sempre vamos ter madeira de terceiros com 
custos defasados e produtores insatisfeitos, e vivendo uma silvicultura pobre com respingos na 
sustentabilidade da silvicultura sustentável dos grandes consumidores. E esse pessoal não sofre do “ 
mal dos custos” e nem precisa lutar para vender a madeira a preços satisfatórios!
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E OS MATERIAIS GENÉTICOS ABANDONADOS? 
Publicado em 17 de julho de 2017
Primeiro tínhamos uma semente com mistura genética e que deixava muito a desejar. Eram 
basicamente originadas do Horto de Rio Claro – mesmo assim, encontrávamos no meio das 
populações materiais interessantes e que na verdade, deram origem aos primeiros clones de 
eucalipto da Aracruz. Depois vieram as sementes provenientes de populações introduzidas 
comercialmente e o padrão já apresentava grande diferença – eram as Áreas de Produção de 
Sementes de E.grandis de Coffs-Harbour da Duratex e da ex-Champion, atualmente Internacional 
Paper. Nessa fase, tivemos as semente do IPEF, na grande maioria de E. saligna, colhidas em Hortos 
da Fepasa. Nessa mesma época, tivemos muitas sementes de E.grandis importadas da Rodésia de 
África do Sul.
Com essas sementes melhoradas foi dado salto significativo na produtividade das florestas. O caso 
dos pinus era bem diferente. Desde o início as empresas do sul importavam sementes de Pinus 
elliotti e P.taeda dos Estados Unidos e sem grandes preocupações com qualidade genética. Em 
S.Paulo, o Horto Florestal, produzia e distribuía mudas de pinus de algumas espécies. Quanto aos 
pinus tropicais o mercado ficava, praticamente, por conta da Cia. Monte Alegre –antiga Freudenberg. 
Essa empresa tinha trabalho cuidadoso de melhoramento genético de várias espécies e uma rica 
coleção de procedências dos vários pinus tropicais. Existiram casos de grandes introduções de 
espécies/procedências de várias empresas e instituições, mas que ficavam restritos aos interesses 
particulares.
Tivemos também, muitas introduções do PRODEPEF-IBDF e a própria Embrapa Floresta fez um 
excelente trabalho de coleta de espécies e procedências na Austrália e, posteriormente, fez uma 
ampla distribuição de materiais a muitas empresas. Isso tudo compôs a base genética da silvicultura 
brasileira! Há muita coisa, ainda sendo devidamente cuidada, mas parte significativa desse valioso 
material já foi destruída. Uma pena!!! Aqui caberia um cuidadoso levantamento do que existe e a 
situação em que se encontra. Com certeza, serão encontrados materiais, que não se encontram mais, 
nem em suas áreas de origem! E fica uma grande dúvida! Foram extintos, e não servirão para nada, 
nunca mais? E uma outra questão: o que fez com que esses materiais fossem marginalizados ou 
abandonados? Seria uma ousadia tentar, de forma simplista, explicar “essa provável destruição”. Mas 
dificilmente, vamos escapar de algumas lógicas:
– A produção e uso de clones inibiu os trabalhos de melhoramentos clássicos e com isso muito 
material se perdeu. Venceu o imediatismo!
– Caberia um levantamento do patrimônio que ainda existe, e cuidados para protegê-lo. Com os 
problemas clonais existentes, com certeza, muitos materiais poderiam ser resgatados!!!
– E esses materiais não poderiam ser testados nas novas regiões?
– Os trabalhos de transgenia não poderiam avançar, ainda mais, se pudéssemos contar com todos 
esses materiais disponíveis, mas que se encontram abandonados?
Será que não cabe uma boa reflexão sobre esse assunto?
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MERCADO DE MADEIRA, AINDA ATRAPALHADO!
Publicado em 13 de julho de 2017
“Numa tremenda confusão política, ainda vamos falar do mercado de madeira? É complicado, mas 
como pagamos nossas contas”? Essa é a voz corrente entre os produtores florestais. Há muitas 
informações conflitantes – variações de preços e condições de negociações – mas o que realmente 
interessa, é a dificuldade de se registrar negociação de madeira a valores que atendam ao produtor, 
que sabe quanto custa plantar!
Numa reunião sobre a situação do mercado de madeira, ouviu-se de tudo: desde o metro de 
madeira valendo um repolho – alguém parafraseando o Eng. Balloni – e até vendas em torno de 
R$50,00 o metro cúbico em pé e com casca!!!! Como explicar tremenda diferença? E aí entram os 
casos, que merecem ponderação! Se a floresta está nas proximidades da fábrica – até 100 km – em 
região plana, em quantidade que justifique o deslocamento de “toda a parafernália para mecanizar a 
colheita”, pode ter certeza de que existe mercado ávido para compra. E isso é sintomático nas 
regiões tradicionalmente produtoras de madeira. Percebe-se “um rapa no campo”, com empresas 
cortando florestas em idade inadequada (4/5 anos) para não deixar que a “tropa mecanizada” fique 
parada.
O custo é alto! Aqui, a matemática pode mais que a biologia, e pau na floresta! Mas há casos de 
empresas percorrendo milhares de quilômetros em rodovias públicas, atrás da sua matéria-prima – 
falta madeira no seuentorno e não há perspectivas de novos plantios. Nessas regiões, já fritaram a 
galinha de ovos de ouro! E há casos de pequenos produtores, que usam e abusam de seus recursos 
(mão-de-obra, equipamentos, caminhões, etc.) e conseguem levar a madeira à fábrica e continuam 
firmes e fortes. Só que não fazem nenhuma conta! E no sul, onde a conversa é com o pinus, a 
história parece que se repete!
Na verdade, o quadro é o mesmo há alguns meses, e nada mudou do lado do produtor de madeira! 
Mas do outro lado, muito barulho e movimentação. O mercado em alta dos principais produtos 
chama a atenção da mídia. Fala-se em expansões e até em novas unidades de produção. 
Negociações e reuniões internacionais para tratar da sustentabilidade. A economia de baixo carbono 
e as discussões do clima para salvar o planeta. E as florestas no meio! Restaurações, aumento de 
áreas recuperadas, e por aí vai..
Parece que tudo isso faz parte de um mundo que não tem nada a ver com a silvicultura. Essa mesma 
silvicultura, que se arrasta e que não consegue se viabilizar com suas florestas prontas para serem 
cortadas! Parece brincadeira ! e não dá para deixar de registrar tamanho paradoxo!
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A IMPORTÂNCIA DO “SILVICULTOR DE BOTA”
Publicado em 10 de julho de 2017
 
Foi com essa expressão que assistimos a uma homenagem de uma grande empresa ao término de 
sua programação anual de plantio: “ o programa, com tantas dificuldades e dúvidas, só foi possível 
graças ao importante trabalho desenvolvido pelo nosso grande amigo e excelente “silvicultor de 
bota”…….. E daí teceu inúmeras palavras elogiosas ao comportamento e desempenho profissional 
do homenageado silvicultor. Com meia dúzia de frases o presidente do empreendimento deu um 
grande recado: “ conhece e domina as sofisticadas planilhas; discute e dá sugestões; conhece e 
respeita o orçamento e os cronogramas; está presente no campo, no começo e no final de cada dia; 
é justo em suas atitudes; é amigo, conselheiro e orientador de seus colaboradores; sabe fazer com 
qualidade e com os recursos disponíveis e acima de tudo, sabe ceder nos momentos certos e nunca 
abre mão da ética”.
A empresa acabava de fechar o programa anual, após inúmeras dificuldades operacionais, dúvidas 
técnicas e divergências entre os seus diretores! A floresta estava, realmente, muito bonita e o 
ambiente entre os funcionários era de enorme satisfação. Todos se sentiram homenageados. E o 
ponto mais marcante dessa história foi a resposta que recebemos, ao indagá-lo sobre suas 
experiências profissionais: “ não se aprende silvicultura no escritório e ninguém faz nada sem o 
respeito e a confiança de uma boa equipe de colaboradores”. Fica o registro para reflexão dos 
“silvicultores de bota” e “silvicultores sem bota”!
18
O PRODUTOR, O PROFISSIONAL E A REPRESENTATIVIDADE!
Publicado em 5 de julho de 2017
Num encontro de alguns dias atrás, só entre profissionais do setor, a conversa girou em torno de 
inúmeros problemas. Resolveu-se, quase tudo… como sempre acontece nesses encontros. 
Oportunidade ímpar e fizemos questão de registrar aspectos importantes relacionados ao produtor 
florestal, aos profissionais e à estrutura representativa da silvicultura brasileira. Guardamos as frases 
mais expressivas que mostram muito bem a prosa oportuna e rica de informações. Sobre o produtor 
tivemos: “ é o melhor instrumento para as grandes indústrias usarem como propaganda da 
integração com as comunidades, mas nem pensar se o assunto for sustentabilidade da atividade”. 
Ainda sobre o produtor: “ a grande encrenca é quando o danado teima em fazer conta e chega à 
conclusão de que não está ganhando dinheiro”.
Dos profissionais, registramos várias: “ encontrar um silvicultor que saiba plantar, que use as 
planilhas e controles sofisticados, e que seja devidamente valorizado nas empresas é tão difícil 
quanto encontrar um japonês que bata pandeiro”. Ainda sobre profissionais: “ as grandes injustiças 
que se vê no setor, na grande maioria dos casos, estão ligadas ao descuido que se tem com os 
profissionais que carregam as empresas nas costas, resolvem grandes problemas, são éticos, 
responsáveis e, de repente, não servem mais…. E sobre a representatividade setorial: “ as entidades, 
que são usadas para que profissionais se promovam em suas empresas, sem sol e sem chuva, ficam 
sem conteúdo, perdem a credibilidade e não atendem aos interesses verdadeiros da atividade! No 
final da reunião, demos uma lida nas frases coletadas para conhecimento de todos e acertos 
necessários.
Foi muito interessante, quando um dos participantes comentou: “ o bom seria publicarmos essas 
tiradas”. Ele não conhecia a Comunidade, e na hora, retrucamos: “ esse problema será resolvido 
também. Fique tranquilo, vamos publicar”.
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FORTALECIMENTO DA SBS: UMA NECESSIDADE DA SILVICULTURA!
Publicado em 3 de julho de 2017
Em uma de nossas postagens, fizemos referências à SBS – Sociedade Brasileira de Silvicultura, suas 
contribuições do passado e sua “quase paralisação” nos dias atuais. Essas referências foram 
suficientes para que um grande amigo e silvicultor muito rodado, conhecido e respeitado no setor, 
enviasse-nos uma mensagem, que, com a devida autorização, compartilhamos com os amigos da 
Comunidade de Silvicultura. Em tom de admiração colocou: “ essa é a mesma entidade, que 
participou do Código de 65, que ajudou na elaboração das políticas de incentivos fiscais, que 
conseguiu assento para o setor florestal no Conama, que organizou e deu vida ao Cerflor ”? E, ainda 
fez outras complementações: “ contava com o apoio de empresários, professores, pesquisadores, 
estudantes e produtores. Tinha o respeito e a credibilidade do Governo e era a grande responsável 
pelos Congressos Florestais Brasileiros, que nunca mais existiram”? E, ainda indagou: “ alguma outra 
entidade substituiu a SBS? E continuou:” será que o setor foi se acostumando com a idéia de não ter 
mais representação política, ou acredita que os segmentos industriais, disso ou daquilo, vão se 
incomodar com as dificuldades do produtor de florestas”?
Em seguida, colocou um alerta : “ já, já, vamos estar com novos governantes e não temos nada para 
apresentar, aliás, com certeza, nem sabemos bem o que pedir e o que precisamos fazer para o setor 
iniciar novo ciclo de crescimento” e fez uma oportuna indagação : “ será que com tantas dúvidas 
sobre o valor da madeira, as dificuldades dos fomentados, a falta de pesquisa para nossas espécies 
nativas, os compromissos internacionais que ninguém fala nada, a falta de empenho do Governo 
para viabilizar a madeira como energia e outra encrencas, já não mostraram que precisamos dar uma 
chacoalhada em nossa silvicultura? E finalizou: “ precisamos fortalecer a SBS – Sociedade Brasileira 
de Silvicultura. É neutra, cuida dos interesses da silvicultura e dos silvicultores. Tem credibilidade e 
uma grande história de realizações. Pode reivindicar com propriedade e respeito. Defende os 
interesses de todos que plantam – pequenos, médios e grandes”.
E ainda, fez questão de colocar uma cobrança: “ A Comunidade de Silvicultura precisa fomentar as 
discussões para que se encontre alternativas para se dar vida à SBS para o bem de quem planta, de 
quem comercializa e de quem consome a madeira”.
A Comunidade de Silvicultura compartilha a preocupação, fez o registro e passa a palavra aos que se 
interessam pelo fortalecimento da silvicultura brasileira!
20
“A UNIÃO FAZ A FORÇA” DA SILVICULTURA!
Publicado em 27 de junho de 2017
A todo momento, em diferentes oportunidades, fala-se muito nos valores – econômicos, sociais e 
ambientais – da silvicultura. No entanto, tem sido crescente os comentários a respeito da fragilidade 
com que o setor se posiciona politicamente. Aliás, nem temse posicionado! Mas essa postura é 
antiga, e os anos se passaram e aparentemente, só estamos nos distanciando das tomadas de 
decisões. Até nas empresas esse apagão está chegando. Há poucas diretorias empresariais, em que o 
representante florestal tem assento na mesa de decisões.
A silvicultura continua sendo vital à sustentabilidade dos empreendimentos industriais, mas é difícil 
explicar a contínua perda de espaço do “diretor florestal”, em importantes empresas. Será que 
também é resultado da oferta de madeira? Essa incógnita só vai ser explicada com o tempo. Vamos 
torcer para que o desempenho dos diretores que estão conseguindo manter a assunto florestal na 
mesa de decisões, justifiquem a deferência. Com certeza, essas empresas estarão na frente, no médio 
e longo prazo!
Mas abordemos a fragilidade política do setor! Cabe um destaque especial ao nosso amigo e ex-
ministro José Carlos Carvalho, quando se fala em união do setor. Em inúmeras oportunidades 
ouvimos de nosso amigo e ex-ministro: “ é impressionante como nosso setor é desunido e não sabe 
aproveitar e valorizar as suas variadas contribuições”. E sempre enfatiza: “ só com a união de todos, 
vamos conseguir sensibilizar governos e governantes em prol do fortalecimento do setor florestal 
brasileiro ”. E sempre que pode, ou que teve oportunidade para agir, sempre o fez com muita 
objetividade! Foi por conta de sua colaboração e crédito, que a SBS – Sociedade Brasileira de 
Silvicultura conseguiu uma vaga para representar o setor florestal no Conama. E foi também, por sua 
filosofia de “ unir o setor “, que se adotou um rodízio nessa representação. Pena que esse rodízio só 
foi respeitado pela SBS. Nunca mais se teve notícia desse rodízio. É bom que se diga também, que 
nem se sabe, se haveria entidade interessada nessa árdua e penosa tarefa!
Mas o importante é que se registre a necessidade de se juntar os esforços dos diferentes segmentos 
industriais e especialmente dos produtores florestais – pequenos, médios e grandes – para que 
tenhamos mais força para reivindicar os interesses do setor!
Alguém é capaz de negar a necessidade de políticas públicas bem claras e objetivas para traçar 
novas diretrizes à nossa silvicultura? A lista de necessidade é grande e algumas dependem, 
exclusivamente, de vontade política. É aqui que entra a força, que ainda não temos! Se estivermos 
unidos, talvez não seja tão difícil consegui-la, mas desunidos, não dá nem para sonhar com sua 
existência! Separados e cada segmento cuidando do seu quintal, continuaremos como somos: sem 
nenhuma expressão e sem saber, nem onde e nem com quem conversar!
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INSTITUIÇÕES DE PEQUISAS E AS ENTIDADES SETORIAIS
Publicado em 23 de junho de 2017
A pesquisa florestal evoluiu de forma significativa no Brasil a partir da criação das instituições de 
pesquisas integrando as principais universidades e as grandes empresas consumidoras de madeira. 
Até então, tínhamos, com destaque, algumas pesquisas sob a responsabilidade de silvicultores 
pioneiros em diferentes locais e os trabalhos da Cia. Paulista, no Horto de Rio Claro -SP e do 
Instituto Florestal de S.Paulo – aqui, cabem alertas importantes:
1- O Instituto Florestal de S.Paulo possui uma riquíssima cadeia experimental com diferentes 
espécies de pinus e eucaliptos, instalada por brilhantes pesquisadores e que precisa ser devidamente 
protegida e utilizada, antes que seja eliminada. Há risco de perda de materiais de inestimável valor 
genético. Seria um desastre a perda desse patrimônio !
2- E quanto ao Horto de Rio Claro, é inaceitável que os setores industriais, que vivem do eucalipto, 
ainda não tenham se mobilizado para transformação do Horto de Rio Claro num marco histórico do 
eucalipto no Brasil. Há dados e observações maravilhosas à disposição dos interessados – há até 
quem diga, que o “silvicultor só completa o seu aprendizado, de fato, depois que visita o Horto de 
Rio Claro!
Mas os saltos mais significativos da pesquisa florestal se deram com a criação do IPEF, em 1968, na 
ESALQ-USP, e logo em seguida do SIF, em Viçosa na URMG e da FUPEF, em Curitiba. Essas 
instituições consolidavam um modelo de integração das universidades com as principais empresas 
do setor – um modelo, até então, inexistente no Brasil. E daí, a evolução foi rápida. Manteve-se rica e 
intensa troca de informações entre empresas, escolas, universidades, entidades de pesquisas e 
pesquisadores. E o aspecto mais importante: não faltavam recursos financeiros para os trabalhos tão 
necessários! Outras instituições se juntaram, ao longo do tempo, como a Embrapa Florestas e 
diversas escolas que foram sendo criadas.
E as produtividades atingiram níveis elevados. Foi um período muito rico da silvicultura brasileira. E 
com esse conjunto de forças e muito desprendimento, avançou-se de forma significativa em temas 
determinantes ao desenvolvimento das florestas e permitiu à silvicultura brasileira incontestável 
reconhecimento internacional. Há de se destacar de forma especial o envolvimento direto do alto 
comando das empresas, inclusive de seus principais acionistas, no apoio, decisões e direção dos 
programas de pesquisa florestal. Para muitos, esse representativo interesse marca a grande diferença 
entre os tempos, lá de trás, e os tempos atuais!!!
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Paralelamente ao desenvolvimento das pesquisas florestais, surgiram os movimentos políticos e 
entidades representativas de diferentes segmentos e com diferentes objetivos – ARBRA ( Associação 
dos Reflorestadores do Brasil); associações estaduais, ABRACAVE ( Associação de Carvão Vegetal; 
ANFCP ( Associação Nacional de Celulose e Papel, dentre outras. Havia uma grande preocupação na 
defesa dos interesses dos segmentos industriais, das empresas de reflorestamento dos diversos 
estados e nas discussões de modificações da legislação, que pipocavam a todo momento. Nesse 
período, por sua grande credibilidade e respeito, a SBS – Sociedade Brasileira de Silvicultura, criada 
em1955, foi designada como representante do setor para discussão de assuntos de legislação e de 
políticas públicas de interesse do setor florestal. Essa representação foi resultado de entendimento 
entre diretores e acionistas empresariais, universidades e instituições de pesquisa.
A SBS representava e defendia com legitimidade os interesses de toda a silvicultura. Pela grande 
credibilidade, que já cultivava, a SBS teve oportunidade de prestar relevante contribuição na 
elaboração do Código Florestal de 1965 e nas políticas públicas para criação dos incentivos fiscais 
para reflorestamento, em 1966. Há de se destacar, que a SBS, ainda se mantém firme em seus 
propósitos, mas numa luta pela sobrevivência. Uma pena! Pois vive, graças ao esforço de restrito 
grupo de heroicos profissionais! Na verdade, esse patrimônio de respeito e credibilidade precisa ser 
resgatado para o bem da silvicultura brasileira!
Nos tempos atuais, esse contexto, tanto no que se refere às pesquisas florestais, quanto às entidades 
representativas encontra-se bastante diferente. Outras demandas, outros protagonistas, novos 
objetivos, enfim… as coisas mudaram! A Comunidade de Silvicultura registra e compartilha esses 
aspectos interessantes, que ficaram para trás e que merecem uma “boa” reflexão!
23
O INCÊNDIO EM PORTUGAL E OS RESPINGOS NA SILVICULTURA BRASILEIRA
Publicado em 23 de junho de 2017
.
O noticiário geral mostra o grande incêndio florestal que está ocorrendo em Portugal. Lamentável! 
Lá de Portugal, recebemos uma mensagem de nosso amigo silvicultor – Eng. Carlos Alberto Funcia, 
ex- presidente da Sociedade Brasileira de Silvicultura – SBS, muito preocupado com os prováveis 
desdobramentos do lamentável desastre. Agradecemos o alerta e tomamos a liberdade de 
compartilharmos na Comunidadede Silvicultura. A mensagem fala em mais de 40.000 ha de florestas 
de eucalipto e pinus devorados pelo fogo. Casas, veículos, estradas e vidas foram perdidas. Socorros 
de outros países e o desespero de toda a nação portuguesa. E com muita cautela,o Eng,Funcia, fala: 
“Já se considera um dos maiores incêndios florestais da história daquele país e já arrumaram um 
culpado: o eucalipto!”. E completa: “ precisamos tomar muito cuidado com as encrencas que 
poderão ressurgir no Brasil com o eucalipto”.
A nós brasileiros cabe lamentar o ocorrido e torcer para uma breve recuperação das perdas 
econômicas e ambientais, além das vidas humanas sacrificadas. A nós silvicultores cabe além, outro 
alerta importantíssimo: poderão vir pedradas em nosso eucalipto!! E é preciso que tenhamos as 
devidas informações para mostrar a nossa situação: estamos vulneráveis a problemas de tamanha 
dimensão e com tais implicações? As notícias assustam e podem causar muitas preocupações. E elas 
chegam das mais variadas formas e a chance de se demonizar o eucalipto é muito grande! Só não 
podemos dar uma de “avestruz” e reagirmos só com as pedradas que virão, principalmente, nas 
regiões com grandes concentrações de florestas! É assunto para especialistas, que conheçam a 
situação das florestas brasileiras, a localização e os riscos de diferentes situações!
Com certeza, caberia um posicionamento a respeito da nossa situação geral e das condições 
específicas dos grandes empreendimentos empresariais, que normalmente se cercam de inúmeras 
medidas preventivas para proteção do patrimônio florestal Mas quem o faria? Esse parece ser é um 
trabalho institucional típico de entidades que representam o setor! E agora, com quem fica a 
palavra????
A Comunidade de Silvicultura agradece o alerta de nosso amigo, Eng.Funcia, e vamos torcer para 
que coloquem “as barbas de molho” todos que se interessam pelo fortalecimento da silvicultura 
brasileira!
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PARA REFLEXÃO DOS SILVICULTORES – 4
Publicado em 23 de junho de 2017
Tivemos oportunidade de conhecer bem de perto a “encrenca” que era dirigir o Departamento de 
Reflorestamento do IBDF, bem no auge dos incentivos fiscais, anos de 77/79. Não tivemos como 
escapar de um desafio apresentado pelo Dr. Paulo Berutti – Presidente do IBDF, e pelo Ministro da 
Agricultura, na ocasião, Dr. Allyson Paulinelli, e de uma solicitação do Dr. Mauro Silva Reis, com 
quem trabalhava e quem me levara à Brasília.
O roteiro anual implicava em acompanhar milhares de projetos, analisar cartas- consultas de quase 
2000 empresas, selecionar milhares de projetos, distribuir recursos anuais da ordem de 500 milhões 
de reais. E mais: sem estrutura adequada, com tremenda pressão política, com prazos limitadíssimos, 
sem internet, sem critérios de seleção definidos…… e pequeno grupo de profissionais com 
responsabilidade e disposição, de fato, para trabalhar. Essa foi a sorte grande!!! Em poucos meses, 
conseguimos resultados espetaculares:
1- Rearranjo estrutural do Departamento
Acatando sugestões “do pessoal da casa” e que se mostravam dispostos às mudanças, foi possível, 
com certa rapidez, promover pequenas adequações na organização administrativa, definir 
responsabilidades e identificar os profissionais dispostos a um esforço adicional, visando melhor 
destinação dos incentivos fiscais;
2- Classificação das empresas em A,B,C,D,E – de acordo com a situação de seus projetos, 
cronograma, quadro de profissionais, localização dos plantios, informações técnicas dos trabalhos 
operacionais. Só com isso eliminamos do setor cerca de 500 empresas. Mais um aperto adicional, e 
estavam fora do setor, quase 1000 empresas. Para muitos, um misto de ousadia e loucura, mas com 
essa “vassourada” estava sendo separado “o joio do trigo”;
3- Estabeleceram-se regras básicas para serem seguidas na seleção de cartas-consultas e aprovação 
de projetos. Para viabilizar com rapidez e objetividade foram estabelecidas algumas referências 
prioritárias: classificação das empresas – D e E estavam fora da disputa; empresas que tinham 
profissionais responsáveis pelos serviços de campo; cronograma operacional em dia; uso de 
tecnologia disponível, principalmente sementes melhoradas e adubação das florestas. Mais 
sofisticação poderia embaralhar o dia-a-dia, pelo menos na fase inicial!
4- Extinção de novos projetos de frutíferas e espécies de ocorrência natural (abacate, maçã, palmito, 
cupuaçu, babaçu)
Todas as outras medidas adotadas, no decorrer do tempo, se tornaram irrelevantes diante dos 
impactos positivos das regras básicas, religiosamente, seguidas. E o grande destaque: pouquíssimas 
reclamações! Provavelmente, pelo absurdo que os problemas sanados representavam ao setor! 
Calcula-se que com tais medidas foi possível aumentar, no mínimo, em 70 % o aproveitamento dos 
recursos incentivados.
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E isso só foi possível graças ao extraordinário esforço da equipe reformulada do Departamento de 
Reflorestamento, ao apoio irrestrito do Presidente do IBDF – o saudoso Dr. Paulo Berutti, e do 
Ministro Allyson Paulinelli e pela compreensão, colaboração e valorização dos grandes 
empreendedores e das empresas exemplares, já atuantes na época.
Com certeza, essas simples medidas deram vida a muitas florestas e evidenciaram os bons trabalhos, 
que passaram a servir como referência no setor.
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PARA REFLEXÃO DOS SILVICULTORES – 3
OS AVANÇOS TÉCNICOS E AS POLÊMICAS DA SILVICULTURA
Publicado em 14 de junho de 2017
Em conversa com amigos e profissionais do setor, tivemos oportunidade de trocar impressões a 
respeito de tema interessante e oportuno para ser compartilhado com amigos da Comunidade de 
Silvicultura. Procurávamos identificar os avanços técnicos iniciais, que impactaram a produtividade 
das florestas e as questões herdadas do período de incentivos fiscais, que causaram grandes 
preocupações ao setor. Quanto aos avanços, a identificação foi bem simples: sementes de melhor 
qualidade e adubação dos plantios. Em termos médios, foi só pequena adubação no plantio e usar 
sementes de melhor qualidade e saímos de 15 a 20 metros cúbicos/ano e saltamos para 30. Já se 
falava em valores maiores nas empresas de maior nível tecnológico.
.
Lá se vão, quase 40 anos e, em termos médios, estamos patinando nos 35-40. Depois de tantas 
pesquisas e experimentações, ainda restam muitas dúvidas a serem esclarecidas para definição dos 
melhores materiais genéticos e uso de processos nutricionais mais eficazes. Há quem diga que mais 
de 30 % de todo o recurso de empresas e instituições de pesquisas foram alocados nessas direções. 
E mais livros publicados, teses e milhares de trabalhos técnicos divulgados! Os níveis de 
produtividade, que animam muito o setor, só se viabilizam, quando se consegue perfeita integração 
de conhecimentos científicos , experiência profissional e condições edafo-climáticas. Nessas 
condições são alcançadas produtividades “de cair o queixo”, acima até de 45/50 metros 
cúbicos/ha/ano. São, de fato, produtividades espetaculares!
.
E quanto às encrencas, também não houve tanta discussão. Foi só seguir o rastro dos 
questionamentos mais recentes e a identificação estava feita: a floresta de eucalipto que “ seca o 
solo”, e o famoso “deserto verde” promovido pelas monoculturas. Aqui, no entanto, o quadro 
mudou muito! De vez em quando, uma ou outra voz solitária se levanta, mas as antigas pressões 
foram bem arrefecidas. Nada de milagre!
.
Foi o resultado de maior respeito à legislação, de mais proteção e cuidados com as nascentes e 
recursos hídricos, com a formação de corredores ecológicos e mais divulgação de informações 
técnicas e realizações.Nos dias atuais, a lembrança “do deserto verde” parece preocupar, até mais, 
aos próprios silvicultores, em função de eventuaisataques de pragas e doenças, do que antigos e 
fervorosos ambientalistas. Há de se registrar também a grande contribuição que os processos de 
certificação florestal prestaram ao desenvolvimento da silvicultura, exigindo maior preocupação com 
as necessidades técnicas, ambientais e sociais. Dessa análise, parece que ficaram interessantes lições:
.
– a ciência florestal é vasta e riquíssima, mas saber usar, interpretar e integrar as informações 
disponíveis é arte para “gente do ramo”;
.
– é muito difícil generalizar-se os procedimentos silviculturais, e daí, a enorme variabilidade de 
resultados para mesmos procedimentos;
27
– a garantia e segurança de bons resultados vai sempre depender de informações técnicas locais, e 
acompanhamento de pesquisas e experimentações;
.
– acima de tudo, vale muito a experiência e competência dos profissionais para saber interpretar as 
condições de campo e monitorar os procedimentos operacionais.
.
No final da conversa, alguém fechou: “é só observar que as empresas que apresentam boas 
produtividades possuem, entre seus colaboradores, profissionais experientes e muito competentes”. 
E não adianta teimar!
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OS GRANDES SILVICULTORES – DR.JOSÉ LUIZ STAPE
Publicado em 9 de junho de 2017
 
Dr.José Luiz Stape, engenheiro agrônomo e florestal, nasceu em Tatuí, em 1962, iniciou sua vida 
estudantil na medicina e foi concluir seus estudos de formação no curso de Engenharia Agronômica 
na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP,em 1985,como o melhor aluno da 
turma. No ano seguinte,1986, formou-se, também em Engenharia Florestal. Uma vida rica de 
trabalho, muita dedicação, amizade e responsabilidade. O Dr. Celso B. Foelkel, em sua maravilhosa 
homenagem prestada ao Eng. Stape em – Eucalyptus OnlineBook, de abril de 2008 – quando trata 
de – Os amigos do eucalipto – o brilhante amigo e cientista, dá um toque de admiração e carinho 
aos dados da vida profissional de nosso homenageado e que estamos tomando a liberdade de 
compartilhar. Diz, respeitosamente, o Dr. Celso:
”Dr. José Luiz Stape é um dos grandes nomes da moderna silvicultura brasileira. Sua contribuição 
científica acerca das plantações de eucaliptos em termos de sua fisiologia, manejo, seqüestro de 
carbono e eficiência de uso de luz, água e nutrientes tem sido notável. Além de sua considerável 
vocação para a ciência, Dr. Stape é também um grande educador, não apenas de seus alunos na 
ESALQ/USP, mas de agrônomos, técnicos agricultores e sociedade em geral. Tem sempre colocado 
forte ênfase em temas de extensão e educação, dando assim importante contribuição para que a 
sociedade possa entender cada vez mais sobre os eucaliptos, suas florestas, suas utilizações e as 
sobre as formas de minimizar impactos e otimizar performances”. E adiante, na mesma publicação: 
“…é um dos grandes cidadãos da ciência da eucaliptocultura mundial”.
E sobre sua passagem pela Ripasa, comenta, o Dr. Celso: “ Antes de iniciar sua carreira como 
professor universitário na mesma ESALQ onde se formou, trabalhou como engenheiro de pesquisa 
florestal nas empresas Eucatex e Ripasa. Nessa última, fez parte de uma das mais renomadas equipes 
da silvicultura brasileira, onde compôs-se com Nelson Barboza Leite, Edson Balloni, Edson Martini, 
Arnaldo Salmeron, Rubens Trevisan, Ubirajara Brasil, Ademir Cunha Bueno, Lineu Wadouski , José 
Zani Filho, Carlos Alberto Guerreiro e Pablo Vietz Garcia, dentre outros. Realmente, uma equipe de 
peso e cujos profissionais muito contribuíram e têm contribuído para o sucesso da silvicultura 
brasileira. Durante seu tempo na Ripasa, teve a autorização para fazer seu curso de mestrado em 
agronomia na ESALQ, sob a orientação do grande professor Humberto de Campos”.
Já nos anos 90, juntamente com seus colegas José Zani Filho e Carlos Alberto Guerreiro, montou 
uma empresa de consultoria, denominada GSZ, atuando como técnico e empresário. E no ano de 
1995 passou a ocupar a vaga de professor de silvicultura da ESALQ/USP no lugar do professor, que 
se aposentava, Dr. João Walter Simões. Era ,de fato, o início de brilhante carreira de professor, 
pesquisador, orientador, e acima de tudo, “um apaixonado silvicultor”.
Tem sido um entusiasta da intensa e aplicada vida estudantil e sempre cercado por alunos e 
orientados, que nunca deixaram de ter sua atenção, orientação e “verdadeira amizade”. A partir de 
1996 formou o Grupo Florestal Monte Olimpo (GFMO), cujo lema é vivenciar a silvicultura com 
ciência e visão futura. Mais de 200 alunos atuaram nesse Grupo Florestal e tiveram oportunidade de 
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vivenciar a realidade da vida profissional. Para muitos é um excelente exemplo de “oficina para 
preparar e treinar talentos”.
Nos anos de 1998, até 2002, realizou seu doutorado na área de ecofisiologia florestal na Colorado 
State University, com a tese – “Production ecology of clonal Eucalyptus plantations in Northeastern 
Brazil”. E com toda a experiência adquirida tornou-se renomado pesquisador, em nível internacional, 
sobre ecofisiologia, balanço de carbono, utilização e a eficiência do uso da água, luz e nutrientes. A 
riqueza de conhecimentos agregada aos procedimentos operacionais é, para muitos, incalculável, e 
consolidou as bases para o desenvolvimento de uma silvicultura sustentável!
Atuou diretamente com o Instituto de Pesquisas e Estudos florestais (IPEF), em diversos projetos e 
programas, além de pesquisas com plantações de nativas e recuperação florestal, quase sempre 
em parcerias com instituições nacionais e internacionais.
Trabalhou até 2008 como Professor da ESALQ/USP, e foi convidado pela North Carolina State 
University para assumir o cargo de professor de silvicultura e solos florestais e a codireção da Forest 
Productivity Cooperative (FPC). Durante este período, sua atuação teve destaque na implantação de 
Eucalyptus resistentes ao frio nos Estados Unidos. No ano de 2015 retorna mais uma vez ao Brasil, 
agora como gerente de tecnologia da Suzano e professor de pós-graduação da Esalq/USP e Unesp. 
Com certeza, é mais uma significativa colaboração, que a empresa presta à silvicultura brasileira.
Como professor, Stape orientou diversos alunos, formando um exército de excelentes profissionais, 
que receberam sua inspiração e que atuam com muito sucesso no mercado de trabalho. Sua 
dedicação pelo trabalho e paixão pelas florestas são exemplos para muitos. Em sua rica carreira 
profissional publicou livros e centenas de trabalhos científicos. Participou de inumeráveis cursos, 
reuniões nacionais e internacionais. É um dos mais expressivos representantes de uma silvicultura 
moderna e sustentável, com base em dados científicos e onde a biologia e a matemática se 
complementam.
A Comunidade de Silvicultura sente-se honrada em poder prestar essa homenagem ao amigo, ao 
cidadão e a um dos maiores silvicultores do Brasil e do mundo!
OBS: Para a elaboração do texto foram utilizados dados da publicação de Celso Foelkel – Celulose 
Online, de abril de 2008 – Os amigos do Eucalipto e das contribuições de Rafaela Lorenzato Carneiro, 
como representante da AEI – Associação dos ex-integrantes do GFMO – Grupo Florestal Monte 
Olimpo.
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PARA REFLEXÃO DOS SILVICULTORES – 2 !
O REFLORESTAMENTO E A ORIGEM DAS POLÊMICAS 
Publicado em 5 de junho de 2017
É difícil negar a enorme contribuição que a política de incentivos fiscais prestou para o 
desenvolvimento da silvicultura brasileira. Mas da mesma forma, já se ouviu muito a respeito dos 
escândalos que se abateram sobre o programa de reflorestamento incentivado. Abusos de ordem 
financeira, problemas técnicos, desrespeito às necessidades sociais e exigências ambientais. São 
esses problemas, dentre outros, que tornaram insustentável a continuidade dareferida política.
Na verdade, faltava estrutura institucional para fiscalizar milhares de empresas implantando e 
mantendo milhões de hectares reflorestados em todo o Brasil – eram milhares de empresas 
responsáveis por mais de 30.000 projetos em todo o Brasil, e em diferentes idades: plantios de 
eucalipto, pinus, babaçu, algaroba, caju, cupuaçu, etc. E a grande maioria das empresas, atuando 
sem profissionais de campo, e sob a responsabilidade técnica de “escritórios de projetos”. Havia 
pouca pesquisa e faltavam informações e divulgação de dados técnicos para que se pudesse 
alcançar bons resultados.
Os trabalhos de qualidade se restringiam às empresas, realmente, interessadas na produção de 
madeira, onde se destacavam brilhantes profissionais – normalmente, eram empresas vinculadas às 
indústrias consumidoras. Mas, infelizmente, os abusos se acumulavam e a extinção dos incentivos se 
tornou inevitável! Ficaram na lembrança e merecem respeitosos cumprimentos honrosas exceções: o 
comportamento de restrito grupo de excelentes empresas, a dedicação de responsáveis 
empreendedores e, acima de tudo, o esforço gigantesco, quase heroico, de alguns profissionais do 
IBDF. Essas exceções fizeram com que parte significativa dos incentivos utilizados se transformasse 
em grande sucesso e consolidasse as bases da indústria florestal brasileira.
No entanto, as encrencas geraram intermináveis polêmicas técnicas, ambientais e sociais, que 
perduraram e ainda rondam o setor – grandes desmatamentos, o “eucalipto que seca a água”, as 
barracas de plástico para abrigar a mão-de-obra, as áreas abandonadas, as “festanças das formigas”, 
etc. Essas aberrações abriram espaço e fortaleceram os intensos movimentos e as ongs 
socioambientais, que surgiam na ocasião. De outro lado, a necessidade de informações técnicas 
exigiu esforço gigantesco e grandes investimentos em pesquisas e experimentações florestais. 
Alavancava-se, dessa forma, o desenvolvimento científico e tecnológico da silvicultura, que tem 
alcançado os níveis de excelência dos dias atuais. Aqui, há de se saudar o empenho de empresas, 
instituições de pesquisas, universidades e dos brilhantes profissionais, que se mantiveram na 
vanguarda da atividade!
-Os avanços tecnológicos e polêmicas que se arrastaram;
-As medidas administrativas que salvaram florestas;
-Instituições de pesquisas e as entidades setoriais;
-O Horto de Rio Claro e a contribuição à silvicultura.
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PARA REFLEXÃO DOS SILVICULTORES!
IBDF E OS INCENTIVOS FISCAIS
Publicado em 2 de junho de 2017
Com os incentivos fiscais de 1966 ( Lei 5106 ), a silvicultura brasileira se transformou numa atividade 
de grande impacto econômico, social e ambiental. Já se vão mais de 50 anos. E a partir desse marco 
muitas coisas boas e ruins marcaram a silvicultura brasileira. E muitas coisas ficaram no 
esquecimento.
É, no mínimo, oportuno e interessante, lembrar de episódios que deixaram marcas indeléveis no 
setor. Registraremos uma relação de marcos para reflexão! É bom lembrar que o conhecimento da 
história evita a repetição de erros e possibilita a multiplicação dos bons exemplos.
O IBDF, que sucedeu, o Instituto Nacional do Pinho, centralizava toda a política florestal brasileira. O 
Departamento de Reflorestamento, coordenava a política de incentivos fiscais. O IBDF era vinculado 
ao Ministério da Agricultura. Mais de 2000 empresas tinham o registro para atuarem como 
“empresas de reflorestamento”. Os programas anuais giravam em torno de 300/350.000 ha/ano. 
Quase tudo com eucalipto e pinus. Cerca de 1% dos plantios era realizado com espécies nativas, e 
até algumas frutíferas faziam parte das espécies incentivadas.
Os incentivos foram extintos em 1987, depois de inúmeras modificações na legislação. Ao término 
do incentivo falava-se em área plantada em torno de 4 milhões de ha. Muitos erros, falta de 
fiscalização, mas o saldo foi extremamente positivo. Consolidavam-se as bases da indústria florestal 
brasileira. Para muitos, foi o segmento incentivado que trouxe mais benefícios sociais e econômicos 
ao país. Mas deixou muitas polêmicas para serem resolvidas!
Na década de 70, eram 7 escolas e em 2015 temos 71 cursos de engenharia florestal. Formavam-se 
menos de 100 engenheiros florestais ou agrônomos silvicultores por ano. Atualmente, formam-se 
mais de 1000 engenheiros todos os anos!
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A CRISE POLÍTICA E O IMPACTO NA SILVICULTURA
Publicado em 29 de maio de 2017
Não poderia ser diferente! Tudo tem sido impactado, mas a silvicultura pode apresentar 
desdobramentos preocupantes. Há tempos, estamos observando um rol de problemas, que estão 
afetando de forma significativa o setor! E essa crise política, com certeza, vai estender por mais 
algum tempo, os inconvenientes tão reclamados! Há, ainda, outro agravante: sobra madeira! E pode 
parecer brincadeira, mas enquanto não houver paralisação de alguma indústria, não tenhamos ilusão 
de que o assunto vá causar tanta preocupação. Infelizmente, a distância da madeira, por maior que 
seja, é muito menos grave que uma paralisação industrial. Quem tem o problema, vai fazer de tudo, 
antes de reconhecer a encrenca.
E vamos, que vamos. Quando alguém parar, aí sim! As coisas mudam de figura! Os estragos? Com 
certeza, vão ser tratados por outros! E essa crise, que estamos vivendo, torna os nossos problemas 
mais complexos. Na verdade, já não há tantas surpresas a respeito do “punhado de assuntos”, que 
afligem a todo o setor! Seria uma tremenda ingenuidade admitir que essas questões fossem ocupar 
a pauta, num momento em que a palavra de ordem é “cadeia”!
Mas é muito importante, que não esqueçamos de que as dificuldades vão se acumulando, e que só 
serão resolvidas pelos silvicultores. Os de verdade, não os de passagem! Os problemas da silvicultura 
não se apagam com o tempo, exigirão o esforço dos profissionais que conhecem bem a atividade e 
que sabem dos inevitáveis desdobramentos que poderão vir!!! Mas, por enquanto, é chover no 
molhado! Mas não custa nada manter a atenção dos interessados!
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REFLORESTAMENTO: PREÇO BAIXO E A PRODUTIVIDADE ABAIXANDO!
Publicado em 19 de maio de 2017
Falar do preço baixo da madeira é recorrência, quase ingenuidade! Que isso pode , lá na frente, criar 
dificuldades para os próprios consumidores, também não dá eco! Mas falar que os dados de 
produtividade de muitas regiões, tradicionalmente, produtoras de madeira e que sempre 
apresentaram altas produtividades, está baixando, parece brincadeira. E gera grande preocupação. 
Essa soma – madeira sem valor e produtividade em queda – é uma mistura explosiva e assusta!
Recentemente, tivemos a oportunidade de ouvir de um produtor florestal e líder de importante 
cooperativa, que atua em região, onde o reflorestamento tem grande significância social e 
econômica – “ ninguém pode negar que chegamos, onde chegamos, pelo crescimento das grandes 
indústrias, e agora estamos sendo esquecidos”….. “ será que esse pessoal não percebe que sem os 
produtores, essas indústrias poderão ter sérios problemas de abastecimento e um exército de 
inimigos tacando pedra nas indústrias?”
E continuou – “ será que esse pessoal de comando não percebe que o produtor está insatisfeito, 
sofrendo e desistindo do negócio?” E foi além – “ e continuam querendo fazer fomento e usando 
alta produtividade para fechar a conta ! sem dinheiro e a madeira sem nenhum valor, quem vai 
adubar e tomar conta das florestas ? parece que querem matar a silvicultura. E arrumam um 
punhado de justificativas para explicar a queda da produtividade. Falam de declínio clonal ,que 
nada! será que não é falta de grana para fazer a silvicultura bem feita?”. E a insatisfação trouxe mais 
informações -” há empresa buscando madeira a mais de 1000 km de distância

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