Buscar

Metodologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

23
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
METODOLOGIA CIENTIFICA
FÁBIO LUIZ C. MORAIS FILHO
JOÃO LUCAS PETERLE
PEDRO JOSÉ ANDRADE ARAÚJO
THIAGO DANIEL DE SOUSA MOURA
VICTOR MOURA CABRAL
FILOSOFIA DA CIÊNCIA – RUBEM ALVES
	
Recife - PE
2017
FÁBIO LUIZ C. MORAIS FILHO
JOÃO LUCAS PETERLE
PEDRO JOSÉ ANDRADE ARAÚJO
THIAGO DANIEL DE SOUSA MOURA
VICTOR MOURA CABRAL
FILOSOFIA DA CIÊNCIA – RUBEM ALVES
Trabalho apresentado à disciplina de Metodologia Científica, pertencente ao Curso de Ciências Contábeis da Universidade Católica de Pernambuco, como requisito para obtenção de nota do 2º GQ.
Orientador: Prof. Pedro Efken.
Recife - PE
2017
RESUMO
Abordamos sobre o senso comum que o autor Rubem Alves traz em seu livro Filosofia da Ciência e como pode nos influenciar em nosso cotidiano sendo ele para melhor ou não. A principal função do livro é desmitificar a ideia que se tema ciência: uma “autoridade”, que fica acima das pessoas comuns que está sempre correta, e por isso devemos todos segui-la. 
Palavras Chave: Autores, Filosofia da Ciência, Senso Comum, Ciência, Rubem Alves, Pescadores e Anzóis, A Aposta, A Construção dos Fatos, A Imaginação, As Credenciais da Ciência, Verdade e Bondade.
ABSTRACT
We approach the common sense that the author Rubem Alves brings in his book Philosophy of Science and how it can influence us in our daily life being it for better or not. The main function of the book is to demystify the idea of ​​science: an "authority", which is above the ordinary people that is always correct, and therefore we must all follow it.
Keywords: Authors, Philosophy of Science, Common Sense, Science, Rubem Alves, Fishermen and Hooks, Betting, The Construction of Facts, Imagination, Credentials of Science, Truth and Goodness.
SUMÁRIO
1. Introdução	6
2. Objetivos	7
2.1 Objetivo Geral	7
2.2 Objetivos Específicos	7
4. Filosofia da Ciência	8
4.1 Rubem Alves:	8
4.2 Capítulo 6 - Pescadores e Anzóis:	8
4.3 Capítulo 7 – A Aposta:	9
4.4 Capítulo 8 – A Construção dos Fatos:	11
4.5 Capítulo 9 – A Imaginação:	12
4.5.1 Imaginação na Origem da Consciência:	12
4.5.2 Base material, biológica, interativa e histórica da consciência:	13
4.5.3 Concepção invertida de imaginação:	13
4.5.4 Fluxo da mente:	15
4.5.5 Imaginário como processo e resultado da relação organismo-objeto:	16
4.5.6 Os três níveis do fluxo de imagens do imaginário:	17
4.6 Capítulo 10 – As Credenciais da Ciência:	19
4.7 Capítulo 11 – Verdade e Bondade:	20
4.8 Senso comum x Ciência:	20
5. Considerações Finais	22
6. Referências	23
1. Introdução
O Presente trabalho tem como objetivo de apresentar e falar um pouco sobre o que Rubem Alves fala em seu livro Filosofia da Ciência e também falando um pouco da sua vida, falamos do capítulo 6 ao 11 e fazemos um breve comentário de Senso Comum x Ciência.
O Trabalho foi dividido em tópicos, cada tópico fala um pouco do seu capítulo abordado, dando exemplos e explicações dos respectivos temas/assuntos, porem tentamos focar mais no Senso Comum x Ciência que é um tema mais abordado hoje em dia. 
2. Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Explicar um pouco de cada capitulo do livro que foi apresentado.
2.2 Objetivos Específicos
Comentar sobre Rubem Alves;
Explicação dos capítulos 6 ao 11;
Senso comum x Ciência.
4. Filosofia da Ciência
4.1 Rubem Alves:
Nascido em Minas Gerais, na cidade de Boa Esperança em 15 de setembro de 1933, em 1945, com 12 anos foi para o Rio de Janeiro, onde por seu sotaque mineiro sofreu bullying na escola, que teve como consequência deixando-o introvertido, passando a querer ficar sozinho e acabou encontrando conforto na religiosidade, passou a estudar teologia e como tinha origem presbiteriana optou pelo pastorado, até que ele encontrou uma mulher e tem três filhos com ela, criando uma família e passa por momentos de descrença deixando a igreja.
	Após concluir o mestrado em teologia, ele viaja para Nova York, na década de 60, retornando ao pais em 64, no meio da ditadura militar, ele passa a ser condenado pela igreja Presbiteriana, acusado de desertar sua fé e de ter se transformado em um elemento subversivo.
	Quando foi obrigado a fugir do Brasil, ele volta para os Estados Unidos, onde estudou o doutorado em filosofia, após o doutorado ele retorna para Mina Gerais, onde foi professor na faculdade de Filosofia, Ciências e letras de Rio Claro e depois na UNICAMP.
4.2 Capítulo 6 - Pescadores e Anzóis:
No capítulo 06 do livro de Rubem Alves, é usado muitos exemplos demonstrando o que é ciência e a importância das teorias que é criada pelos cientistas, fazendo ligações com exemplos comuns, vistos diariamente e de fácil entendimento, usando pescadores, caçadores, detetives e os cientistas, explicando que todos esses têm uma teoria, que é o senso comum.
No início do capítulo Rubem Alves cita as redes dos pescadores que são feitas com fios e as redes dos cientistas são feitas com palavras, sendo essas nomeadas de teoria, que é de essencial dependência dos peixes que o pescador quer pescar e quem o cientista quer atingir com suas teorias.
O que faz um caçador? Um pescador? E um cientista? A habilidade não é dependente da ferramenta usada, espingardas não fazem caçadores, caniços não fazem pescadores e laboratórios não fazem cientistas. Ainda que de mãos vazias um caçador será um caçador, pois ele tem o conhecimento da caça, ele sabe o que a presa come, de que horas a presa sai para comer ou volta para dormir, mesmo sem sua ferramenta, ele saberá caçar.
Rubem usa os movimentos de uma árvore e os movimentos de uma bailarina, qual movimento é o mais provável? O da árvore é mais previsível, concluindo que a árvore tem mais caráter que a bailarina e uma pedra tem mais caráter que a árvore, sabendo os movimentos do objeto estudado, o cientista às vezes é considerado um profeta.
As teorias são possíveis de serem feitas se for usada para o comum, não funciona para o diferente, é impossível fazer uma teoria sobre uma única pessoa, mas é possível fazer uma teoria sobre um grupo de pessoas, sendo assim, a lei é o comum e consequentemente é o universal.
4.3 Capítulo 7 – A Aposta:
No capítulo 07 ele fala que as redes são feitas para apanhar peixes, ou seja, é frequente encontrar pessoas que pensam que teorias se fazem com dados. É possível que seja levada a esta curiosa conclusão a partir do fato de que teorias são usadas para pescar dados.
Mas podemos dizer que, na verdade, dados são entidades que só fazem sentido dentro das malhas da teoria, mas não se prestam a construir teorias.
A Ciência Ocidental Ela surgiu com uma rebelião, Francias Bacon, um filosofo da ciência inglês, que viveu de 1561 a 1626, ele desejava estabelecer os fundamentos sobre os quais se poderia construir o edifício da ciência, em oposição aos filósofos que “corriam mais atrás de palavras que atrás da matéria”. Mas antes de mais nada seria necessário purificar a mente de todo tipo de ideias preconcebidas. Na idade média o recurso a tais ideias era considerado como o único método legitimo de conhecimento, assim, quando qualquer problema surgia, não se ia a natureza para saber como é que as coisas se davam. O filosofo ou o teólogo se perguntava acerca das opiniões das grandes autoridades do passado.
	Se pararmos para pensar, notamos que o tal método ainda não desapareceu, a multiplicação de citações nos trabalhos científicos tem como objetivo não confessado sustenta-los por meio do recurso a alguém que ninguém ousa contestar
O Enfraquecimento do poder dos cientistas, da ordem medieval, os filósofos naturais tratavam de preparar os fundamentos de um novo saber voltado para a natureza. Acontece que as cabeças estavam tão cheias com os preconceitos do passado, que a primeira tarefa a se levar a cabo era a expulsão destes demônios.Com isso Bacon deu o nome de ídolo para cada uma dessas perturbações:
Ídolos da tribo: todos sofrem desta moléstia. Ela é inerente a raça humana. Por exemplo, qualquer um tem certeza ingênua e falsa de que os sentidos oferecem uma visão incontestável da realidade.
Ídolos da caverna: São perturbações que crescem e nascem na caverna particular de cada um. 
Bacon pensava que, se uma ideia nos causa uma satisfação especial, é porque 	é um habitante da nossa caverna.
Ídolos do mercado: são as ilusões que a própria interação entre as pessoas acaba criando. Aqui os hábitos de linguagem desempenham um papel especial. Se uma mentira é suficientemente repetida por um número significativo de pessoas, acaba por ser aceita como verdade.
Ídolos do teatro: são representados pelas ilusões que o pensamento filosófico dominante é capaz de criar.
Com isso lançam-se novas bases para um programa de conhecimento:
Que o pensamento seja um espelho dos fatos;
Que a imaginação seja subordinada a observação;
Que o cientista fale apenas aquilo que a natureza lhe revela.
Buscando uma linguagem em que o homem esteja silencioso e que seja expressão rigorosa daquilo que os fatos nos autorizam a dizer.
O aprender da natureza, Kant diz que: a razão, assim, se aproxima da natureza não como um aluno, que ouve tudo aquilo que o professor se decide a dizer, mas como um juiz que obriga a testemunha a responder questão que ele mesmo formulou.
Mas como Bacon não ouviu coisa alguma de Kant, pois ele não tinha nascido, ele tratou de estabelecer um método para organizar a observação e para orientar o pensamento, de sorte que o cientista pudesse realmente se tornar um aluno da natureza. Com isso, os fatos são a voz da natureza. A questão então é organizar estes fatos de sorte que formem frases coerentes. O cientista não precisa dizer coisa alguma, basta-lhe ordenar os dados. Foi assim que ele construiu alguns artifícios a serem usados na observação, um deles se chamava de tabela de afirmações ou regra de presença. O Observador deveria anotar ali onde se encontra a propriedade que ele está estudando.
	Método indutivo:
A indução tem, como seu programa, construir o discurso da ciência a partir dos fatos observados. É uma forma de argumentar, de passar de certa proposição a outras.
A Indução é uma forma de pensar que pretende efetuar, de forma segura, a passagem do visível para o invisível.
Um exemplo simples é “Você vê o sol nascer uma vez, duas vezes, cem vezes. A partir destes fatos, dados do passado, você é levado a concluir que não existe coisa mais normal e obvia que o sol se levante amanhã e por todo o futuro, enquanto o nosso sistema existir. ”
Outro exemplo: 10 000 gansos, todo eles de cor branca. Os 10 000 gansos você viu e, a partir deles, vem o salto indutivo: “ todos os gansos são brancos”.
Nesse caso a passagem não foi do passado para o futuro, mas de alguns para todos.
Sempre que passamos do passado para o futuro, ou do particular para o geral, nós ampliamos aquilo que sabemos
No Primeiro exemplo conhecemos pela experiência, só o passado, mas afirmamos conhecer, pela teoria, também o futuro.
No segundo conhecemos pela experiência, só o particular, mas afirmamos conhecer pela teoria, o universal.
	Os argumentos indutivos representam uma direção oposta do pensamento, se os compararmos com os argumentos dedutivos ou demonstração, na dedução, você toma por assentado um conhecimento universal, geral.
Podemos dizer também que: antes de mais nada é necessário compreender que tudo aquilo que podemos investigar divide em duas classes:
Relações de ideias: geometria, álgebra, aritmética, logica, etc.
Materiais de fato: tudo aquilo que acontece no mundo real, que nos é dado pelos sentidos, ou seja, conhecer suas causas e seus efeitos.
Sendo descobertos não pela razão, mas sim pela experiência.
4.4 Capítulo 8 – A Construção dos Fatos:
No capítulo oito (A Construção dos Fatos), deparamo-nos com uma análise bastante clara sobre o pensamento filosófico do positivismo, para o qual tudo se limita aos fatos. Em contraposição a esse movimento, Rubem Alves, sugere que ao se limitar a fatos os cientistas evitam os conflitos, de vez que as decisões podem ser tomadas por métodos precisos e objetivos. Porém, esse método não propicia o alcance da explicação pretendida. Por isso os cientistas não se conformam somente com os fatos, eles argumentam, perguntam porquê da sua razão é só se satisfaz ao compreender a situação. Mostrando que os fatos adquirem sentidos totalmente diferentes, dependendo do contexto explicativo em que são colocados. 
Um dos exemplos que mais me chamou atenção nesse capítulo sobre a construção dos fatos encima do senso comum vs ciência: João matou Pedro. João foi a causa; a morte de Pedro, o efeito. Estes são fatos. Tanto a promotoria quanto os advogados de defesa estão de acordo, e o próprio réu o confessou, com todos os detalhes. Observe que todos os fatos nos são revelados pela observação e todas as proposições, por sua vez, podem ser reduzidas ao “simples enunciado de um fato”. O problema, entretanto, é que os fatos são insuficientes para explicar o ocorrido. Por que razão João matou Pedro? O cientista não é um discípulo mudo perante os fatos. 
Os fatos não falam. Em si, nada significam. São mudos e cegos. O cientista é o juiz. Faz perguntas. E pergunta porque a sua razão só se satisfaz ao compreender o complô, a trama, a teia de relações que torna os fatos inteligíveis. João matou Pedro. Por quê? Foi um acidente. Legítima defesa. Para roubar. Vingança. Em “defesa da honra”. Por amor: eram homossexuais. Veja: os mesmos fatos adquirem sentidos totalmente diferentes, dependendo do contexto explicativo em que são colocados. Parar ao nível dos fatos pode evitar os conflitos. Mas nos deixa aquém da explicação.
	E é isso que nós nos diferencia dos cientistas e seus pensamentos críticos, pois nosso cotidiano está cheio de relações causais e que vivemos muito bem com elas, sem explicações elaboradas das razões por que as coisas se dão, da forma como se dão.
• O fermento faz a massa crescer.
• Para acender a luz, aperte o interruptor.
• O Boldo é bom para o fígado.
• Café tira o sono.
• Maracujá é calmante.
• O Correr faz o coração bater mais depressa.
Assim, compramos comprimidos para dor de cabeça, pílulas anticoncepcionais, gravatas, tranquilizantes, cervejas e refrigerantes, automóveis e lâmpadas elétricas, porque tais produtos produzem, automaticamente, sem o auxílio do pensamento, um efeito desejado sendo aí que entra o senso comum, onde conseguimos esse conhecimento sobre esses itens com experiências, que foi nos passados pelos nossos antepassados. Seria terrível que, para que tais produtos funcionassem, tivéssemos de ter a teoria correta de seu funcionamento em nossas cabeças. O conhecimento das relações causais não exige o exercício da reflexão. A simplicidade da correlação entre causa e efeito, de seu lado, também não oferece conhecimento, porquanto se trata de hábitos, automatismos e costumes, que levam o homem a aceitar as coisas como fatos. Entretanto, o que o cientista procura é a integração dos fatos em um esquema teórico-explicativo, o que, em si, requer uma interpretação, uma iluminação que lhes dê vida
E Semmelweis? Descobriu uma relação causal importantíssima. Mãos que tocam numa mulher com febre puerperal ou num cadáver que tenha morrido em consequência desta enfermidade, se tocarem numa mulher sadia, farão com que ela contraia a mesma doença. Interrompida a relação entre a causa e o efeito, por meio da lavagem das mãos, o efeito não aparecerá. E assim foi. As relações causais estavam certas. Mas a teoria estava errada. Semmelweis nada sabia sobre microrganismos, de sorte que sua relação causal em nada ajudaria a compreensão dos processos infecciosos e contagiosos. Da mesma forma como o que o júri deseja não é que promotor e advogado se restrinjam a repetir “João matou Pedro”, mas antes que ofereçam teorias explicativas do crime, o que o cientista desejanão são só os fatos, mas a sua interpretação num esquema teórico explicativo. A partir do momento em que deixamos de simplesmente usá-los e passamos a querer entendê-los, começamos a fazer interpretações, pois os fatos em si não oferecem explicações. Os fatos são apenas insumos para a ciência, ou seja, não servem para nada até o momento em que sejam interpretados. Entretanto, interpretações, segundo Rubem, não são totalmente imparciais e sofrem influências de efeitos causais já conhecidos, intrínsecos desde o momento do nascimento de cada pessoa.
4.5 Capítulo 9 – A Imaginação:
4.5.1 Imaginação na Origem da Consciência:
No capítulo 09 fala que a teoria da imaginação como estando na base da origem e evolução da consciência é, ainda, apenas um esboço de uma perspectiva teórica alternativa (Monserrat, 2004, 2006), a ser desenvolvida talvez como programa de pesquisa. 
Seu ponto de partida foi: 
a) A tese filosófica do imaginário de Castoriadis (1987) sobre a imaginação como constitutiva do ser humano, nos níveis individual e coletivo; 
b) A teoria neurobiológica de Damásio (1999) sobre a consciência do self; 
c) A teoria neuroantropologia de Donald (2001) sobre a evolução bio-cultural da consciência humana. Nesta seção, resumo as ideias centrais da alternativa esboçada, juntando ao final com o que pude aprender na área de neurociências.
4.5.2 Base material, biológica, interativa e histórica da consciência:
O ponto de partida costuma ser definidor do tipo de teoria da consciência que o autor se propõe a desenvolver. Na alternativa esboçada, assumo que as imagens mentais e a consciência surgem a partir de processos físicos, químicos, biológicos, neurais e psíquicos que ocorrem no cérebro de um organismo vivo, quando em interação com o mundo exterior. 
Também assumo que a origem da consciência, de suas primeiras formas, já está presente no surgimento dos primeiros seres vivos, e evoluiu desde então. A divisão entre o interior e o exterior do organismo, de um paramédico por exemplo, já o torna capaz de “representar” o seu exterior: ele é capaz de sentir um gradiente de açúcar no meio, representá-lo bioquimicamente, ser afetado por isso, e reagir ativamente, se movimentando para alcançar a fonte de alimento (Maturana & Varela, 1998). Embora não tenham cérebro e muito menos consciência, essas formas simples de vida já revelam (abusando da linguagem) uma capacidade bioquímica de “sentir” e “imaginar” o ambiente exterior em que vivem, ganhando certa autonomia em relação a ele (Kaufmann, 2001), ainda que de forma incipiente e limitada.
4.5.3 Concepção invertida de imaginação:
Imaginação significa, tradicionalmente, a capacidade da mente de evocar ficções e ilusões sobre a realidade, e denota as próprias fantasias criadas. Estas são vistas como imitações, reproduções ou combinações de imagens dos sentidos, que se formam na experiência de uma pessoa. Desta maneira, “só é possível imaginar combinações do que já vimos ou sentimos de algum modo” (Herculano-Houzel, 2002, p154). A imaginação é vista assim como mero subproduto, de caráter essencialmente derivativo, da capacidade humana de perceber, evocar e pensar. Esta é a visão tradicional que impera atualmente nas ciências.
A imaginação aqui, ao contrário, é concebida de forma invertida: ela é vista na base da capacidade humana de perceber, evocar e pensar; como responsável pela constituição da espécie humana; como substância de origem do ser humano, operante na instituição individual do self, bem como na instituição coletiva da linguagem, cultura e sociedade (Castoriadis, 1987).
Com esta forma invertida, os dois sentidos tradicionais de imaginação – a capacidade da mente de criar representações dos objetos, e o próprio produto deste poder de imaginação, as representações criadas – tornam-se interdependentes e passam a denotar a capacidade da imaginação, como fonte original, não apenas de “evocar ficções e ilusões sobre a realidade, e denotar as fantasias criadas”, mas sobretudo de construir e instituir a realidade própria do vivente. Castoriadis denomina de 'imaginação radical' (da raiz) a esse poder de criar em primeira instância a representação (imagem, forma, ideia, qualidade) dos objetos da realidade, sejam concretos ou abstratos.
A imaginação do vivente, por essa concepção invertida, passa a preceder a distinção que ele faz entre o 'real' e o 'fictício'. É importante notar que essa concepção somente faz sentido caso se conceba o vivente como estando em interação permanente e efetiva com o ambiente, atestando em si mesmo, a cada momento, o status da representação criada e, assim, distinguindo o real do fictício. 
Aceitar a imaginação na origem da consciência implica, portanto, em considerar que a interação do organismo com os objetos do ambiente precede a distinção que ele faz sobre as representações criadas, e é, ao mesmo tempo, o que termina permitindo que tanto os organismos, como as suas representações, tenham evoluído biologicamente ao longo de milhões de anos, desde os primeiros seres vivos até os seres humanos; e permitindo também que bebês recém-nascidos, e suas primeiras imagens do mundo, evoluam e amadureçam, durante toda a sua vida. Em suma, a concepção invertida de imaginação implica que não há representação abstrata separada do ato material e biológico de gerá-la.
De um modo geral, e sem entrar ainda no mérito de sua utilidade biológica ou social, somente as representações criadas que tenham, de alguma maneira, certa correspondência com o ambiente exterior serão úteis e mantidas pelo ser vivo.
Uma das grandes dificuldades para se aceitar a concepção invertida de imaginação é que, desde os gregos, a busca da verdade foi associada aos logos ou ao nous, isto é, à ‘razão’, das coisas e do pensamento (Castoriadis, 2001, p244). Por outro lado, a doxa (opinião) ficou associada às impressões imprecisas dos sentidos e aos produtos da imaginação, isto é, o que se cria são meras ilusões e ficções. Deste modo, a busca da verdade seria um problema da razão, parecendo impossível que ela tivesse qualquer coisa haver com a imaginação. A criação, desde os gregos, passou a ser pensada como privilégio divino – não era possível que o conjunto dos fenômenos naturais e sociais, incluindo os fenômenos da consciência, fosse concebido sob a ótica da criação, ou do indeterminado. Em outras palavras, para a filosofia e para a ciência, desde seus primórdios, a ideia de determinada do modo de ser das coisas, de seu movimento e de suas transformações, foi muito mais forte que a de criação de algo novo, já a partir da matéria elementar, passando por vários níveis de complexidade, até chegar ao nível do ser humano, com sua capacidade ampliada de imaginação e construção de sua própria realidade.
A experiência da conferência de Tucson, em 2006, me propiciou rico testemunho dessa dificuldade. A grande maioria dos cientistas que estudam a consciência parecem acreditar firmemente que as representações dos objetos e fenômenos da realidade – o conhecimento científico “verdadeiro” sobre eles – estaria em algum lugar nos próprios objetos, ou então no além, como assumia Kant (já estaria previamente determinado, bastando apenas “descobri-lo”!), e teria pouco ou nada a ver com a capacidade desses mesmos cientistas de imaginar e criar, de forma radical e original, novas alternativas, soluções, perspectivas e teorias sobre o que pesquisam. E, mesmo para os que valorizam a imaginação, minha suspeita é a de que parecem acreditar na imaginação como mero instrumento para se chegar à representação verdadeira dos fenômenos, como se o conhecimento pudesse existir independente, ou separado, do ato de aprendê-lo ou gerá-lo... Do meu ponto de vista (não tenho pretensões a dono da verdade), os cientistas estão incessantemente utilizando o poder da imaginação e o ignorando solenemente, não reconhecendo seu papel de base, como parte essencial do processo científico criativo, em que participam, aprendem, pesquisam e criam novos conhecimentos. 
4.5.4 Fluxo da mente:
Assumo que a imaginaçãotem uma base material, que é assim concebida: 
a) Cerada por meio de (poder de criação) 
b) Constituída no meio de (representação criada), um fluxo dinâmico e ininterrupto de imagens mentais que ocorrem na mente, a partir da percepção os sentidos, até os níveis mais altos de abstração, no caso da consciência humana. É essa base biológica da imaginação que fundamenta e explica porque os seus dois significados se tornam, ao mesmo tempo, distintos e inseparáveis, caracterizando a imaginação, e a própria consciência, como um processo essencialmente dinâmico, jamais algo estático.
Uma metáfora simples talvez ajude aqui: não há como se compreender um ciclista numa bicicleta estudando isoladamente cada estado estático por que passa o ciclista e a bicicleta: eles só ficam de pé e andam com suavidade quando interagindo em movimento. A alternativa proposta, é importante lembrar, segue antiga sugestão de James de que a mente se constitui num fluxo contínuo e dinâmico de imagens mentais, e o fenômeno da consciência não é uma coisa, mas sim um processo. Assim, é como processo – em movimento – que a consciência deveria ser estudada.
É mister esclarecer o significado de 'imagens' e de seu fluxo. Conforme Damásio, “não há mistério quanto à questão da proveniência das imagens. 
Elas provêm da atividade do cérebro, e este é parte dos organismos vivos que interagem com meios físicos, biológicos e sociais. Assim, as imagens originam-se de padrões neurais... formados em populações de células nervosas, ... que constituem circuitos ou redes” (Damásio, 2000, p407). Por este esquema, imagem é um padrão mental dinâmico, não apenas visual, “com uma estrutura construída com sinais provenientes de cada uma das modalidades sensoriais – visual, auditiva, olfativa, gustatória e sômatosensitiva” (ibid., p402). Esta última inclui as sensações de tato, dor, temperatura, tempo, bem como os afetos, como medo, ódio, amor e alegria. 
“As imagens de todas as modalidades “retratam” processos e entidades de todos os tipos, concretos e abstratos” (ibid., p402). Assim, “o processo que chegamos a conhecer como mente... são um fluxo contínuo de imagens... que avança no tempo, rápido ou lento, ordenadamente ou aos trambolhões, e às vezes segue não uma, mas várias sequências. Às vezes as sequências são concorrentes, outras vezes convergentes e divergentes, ou ainda sobrepostas” (ibid., p403). Portanto, as “imagens são construídas quando mobilizamos objetos... de fora do cérebro em direção ao seu interior, e também quando reconstruímos objetos a partir da memória, de dentro para fora, por assim dizer. A tarefa de produzir imagens nunca cessa enquanto estamos acordados e continua até mesmo durante parte do nosso sono, quando sonhamos” (ibid., p403). As imagens podem ser inconscientes, ou seja, nem todas as imagens construídas pelo corpo/cérebro se tornam conscientes, já que há imagens demais sendo geradas e competição demais para a “janela” da mente consciente. “Em outras palavras, metaforicamente, existe de fato um subterrâneo sob a mente consciente, e este subterrâneo possui muitos níveis” (ibid., p404).
Este fluxo de imagens da mente apresenta ainda a característica de ser gerado pelo vivente e, simultaneamente, de ser constitutivo do próprio vivente. Assim, a imaginação, como poder de criação e como representação criada, gera e representa o vivente, bem como seu mundo próprio. Essa dupla característica do fluxo de imagem – chamado de espetáculo multimídia do filme-no-cérebro por Damásio (2004, p10) –, é utilizada pelo autor para explicar a consciência do self: “a auto percepção é na verdade parte do filme e cria assim, dentro do mesmo quadro, o “que é visto” e o “que vê”, o “pensamento” e o “pensador”. Não existe um espectador independente para o filme-no-cérebro. A ideia de espectador é construída dentro do filme, e nenhum homúnculo fantasmagórico assombra o cinema” (Damásio, 2004, p11). Castoriadis argumenta, de modo similar, que o pensamento segundo, a consciência de si, por exemplo, é uma construção posterior, uma metáfora que sobrevém, um pensamento de retorno sobre o fluxo representativo; é uma espécie de iluminação que sobreviria no e do interior daquilo que seria inicialmente não iluminado” (Castoriadis, 1999, p180).
4.5.5 Imaginário como processo e resultado da relação organismo-objeto:
O termo 'imaginário' é normalmente usados como adjetivo, sinônimo de fantasioso ou fictício, daquilo que não existe. Castoriadis, por sua vez, o considera como um substantivo e sinônimo de imaginação: poder de criação de representações e estas próprias uma vez criadas, porém na forma invertida, como já explicada. Na alternativa esboçada, imaginário foi redefinido para denotar a forma particular que assume a relação entre os “atores” principais da mente, o organismo e o objeto.
A definição proposta pode ser sintetizada como se segue: o imaginário é constituído por um fluxo de imagens gerado pelo corpo/ cérebro do organismo vivo, em interação com os objetos. Objeto é qualquer coisa, concreta ou abstrata, exterior ou interior, que incite o organismo a gerar imagens. Estas são formadas por determinados padrões neurais dinâmicos que, combinados e entrelaçados, compõem um fluxo ininterrupto de imagens.
O fluxo de imagens do imaginário é contínuo enquanto o organismo está desperto, e compõe as imagens e representações que o organismo constrói sobre a realidade.
Definido desta forma, o imaginário surge como uma relação interativa, contínua e dinâmica entre organismo e objeto. Como fenômeno físico-químico, neurobiológico e psíquico, o imaginário é simultaneamente um processo e um resultado desta relação interativa. Como processo, a relação organismo-objeto gera continuamente imagens sobre os objetos da realidade.
Como resultado da relação organismo-objeto, nascem as representações que são as formas do imaginário momentaneamente fixadas, tanto como criação radical e original, quanto como reprodução ou reafirmação do já criado.
Como processo e produto, a relação organismo-objeto (imaginário) cria e constrói a “realidade” do organismo para o organismo. Esta concepção de imaginário é materialista, porém não-reducionista. Por ela, o ato de gerar as representações e estas como produto gerado são indissociáveis. Não há representação separada do ato de gerá-la, realizado pelo corpo/ cérebro de um organismo vivo, ou seja, não existe representação subjetiva e abstrata separada do ato objetivo e concreto de viver de um sujeito. Daí que viver é conhecer, e conhecer é viver.
Enfim, essa redefinição visou distinguir a imaginação do processo “material” que a gera e a institui, o imaginário. Como se pode perceber, pelas definições usadas, imaginário e imaginação estão profundamente entrelaçados, formando na verdade algo como um todo único, o imaginário imaginação.
Ainda assim, presumo que a distinção ajude a enxergar de forma analítica os dois lados do mesmo processo: o lado objetivo dos processos mentais, o imaginário; e a sua cara-metade subjetiva, a imaginação.
4.5.6 Os três níveis do fluxo de imagens do imaginário:
Pela alternativa esboçada, o fluxo de imagens é gerado em três níveis: 
O fluxo de 1ª ordem, que mapeia continuamente o organismo e o ambiente; 
O de 2ª ordem, que mapeia as transformações do organismo durante sua interação com um objeto, gerando de forma primária e transitória o sentimento do self e a representação do objeto; 
O fluxo de 3ª ordem, que mapeia o mapeamento anterior, gerando uma meta-representação sobre o objeto e o self do organismo, porém de forma simbólica e não transitória. A proposta desse fluxo de 3ª ordem se baseou no fluxo representativo de Castoriadis, e foi uma ideia original da alternativa esboçada. Já os dois primeiros fluxos fazem parte do esquema explicativo de Damásio. 
É importante frisar que todos os três níveis são capazes de imaginação radical, de modo a construir o mundo próprio, do vivente para o vivente. O que os diferenciam é a rapidez e a flexibilidade com que permitem criar as representações sobreo mundo exterior, sendo que a sua gradual evolução espelha a (relativa) autonomia com que os animais alcançam em relação ao ambiente em que vivem. Além disso, eles são cumulativos, funcionam “sobre o edifício” dos níveis “de baixo”: o 2º nível depende crucialmente de o 1º nível para poder funcionar a contento, como as evidências neuroclínicas parecem confirmar. Uma descrição mais detalhada desses níveis está em Damásio (2000) e Monserrat (2004). O 3º nível do fluxo de imagens, portanto, foi proposto especificamente para tentar explicar a capacidade simbólica de animais, como as aves e mamíferos, capacidade provavelmente já incipiente em répteis, e é descrito a seguir.
O fluxo de imagens de 1ª ordem já consegue criar representações do ambiente, mas de forma instantânea, quase que reflexa ou reativa. Esse fluxo já está presente nos seres vivos mais simples e forma o que Damásio denomina de proto-self. Poderíamos dizer que (abusando da linguagem novamente) sua “imaginação” estaria, digamos, no nível de uma proto imaginação.
Já o fluxo de 2ª ordem é capaz de criar representações secundárias, as do organismo interagindo com os objetos do meio ambiente, criando assim o senso primário do self central (o core-self de Damásio), tanto como um sentimento do ‘eu’, quanto como uma ‘imagem’ imagética, transitória e não verbal, deste ‘eu’. Para introduzir a hipótese do fluxo de 3ª ordem, tentarei explicar como ele se encaixaria sobre o “edifício” dos fluxos anteriores.
Por meio do 1º e 2º fluxos de imagem, os animais que os possuem já conseguem criar representações um pouco mais elaboradas e responder melhor às mudanças do meio ambiente. No entanto, a consciência central realça a imagem do objeto causativo, a “atenção é dirigida de modo a 12 concentrar-se em um objeto, e o resultado é o destaque, na mente, das imagens deste objeto”, e não da imagem de ‘si’, do protagonista criador das imagens. Além disso, o self central, por ser fugaz, não é capaz de elaborar as experiências vividas, apreendendo com elas, gerando representações mentais para elas e guardando seus registros na memória.
Para que o protagonista possa se auto referir, fixar a imagem de ‘si’ (produzida pelo self central no ato de interagir com o objeto), ele tem que ser capaz de se tornar objeto na mente. Postulo que isso somente pode ser realizado por meio de um fluxo de imagens de 3ª ordem, capaz de criar, a partir do fluxo anterior – o contínuo e efêmero do self central –, imagens de imagens, porém de forma não transitória. Não é suficiente a memória ampliada, pois esta não explica a capacidade de simbolização. Ora, para que esta capacidade de simbolização não transitória emerja, ainda no nível imagético não verbal, postulo a necessidade de que haja um fluxo de imagens de 3ª.
4.6 Capítulo 10 – As Credenciais da Ciência:
No capítulo 10, fala que na época entre 1800 a 1900 havia uma população com um conhecimento bem precário, em que, suas crenças e religiões eram responsáveis por tudo que ocorria, os primeiros pensadores com um conhecimento cientifico mais abrangente, procuravam explicar os fatos ocorridos de uma forma mais complexa e não ficar preso apenas a religião, em que, a população da época retratava fatos como, Deus fosse o responsável por tudo o que ocorria no dia-a-dia ou pensamentos como, o planeta Terra seria quadrado e estaria no centro no universo.
Pensadores como Nietzsche ou James Clark Maxwell eram vistos como loucos por pensar diferente da igreja e alguns outros pensadores científicos pagavam ate penas por pensar dessa forma, mas mesmo assim, eles queriam o avanço da sociedade, outros pensadores relatavam sobre os ocorridos, weber falava sobre os cientistas como pensavam que, com eles, a civilização alcançara um nível nunca dantes atingido.
Para acontecer uma credencial de qualquer declaração, para que ele tenha entrada no submundo da ciência, é sua falsificabilidade. E isto por que não há métodos que nos permitam concluir acerca de sua verdade de forma definitiva; isso por que os cientistas para conseguir uma comprovação de algo, precisam fazer experiências, muitas delas não possuindo sucesso e suas verdades ficando sempre em questionamento, para os filósofos da época, cada cientista consciente deveria lutar contra sua própria teoria e é isto que o torna uma pessoa capaz de perceber o novo.
Sobre os fatos que estavam ocorrendo descartes discorria sobre:
É porque eu desejava me entregar inteiramente a busca da verdade, pensei que seria necessário que eu rejeitasse como absolutamente falsa qualquer coisa acerca da qual eu pudesse imaginar o menor fundamento para a dúvida, a fim de ver se, depois disto, alguma coisa permanecia que, segundo minha crença, era absolutamente.
Para tentar conseguir ultrapassar essa barreira contra a ideologia de pensamentos certos da civilização da época, apenas pelas suas crenças Karl Popper, outro pensador de época colocava em questão a verificabilidade de uma teoria não poder ser invocada como credencial, fazendo uma sugestão muito interessante, que foi resumida em três pontos:
Primeiro ponto: nenhuma teoria invocara como credencial o seu pedigree. O processo leo qual ela foi gerada em nada garante seu caráter, uma teoria não se justifica pelo processo pelo qual foi construída, " está coisa que se chama indução não existe", o salto para as teorias, a partir de declarações singulares é logicamente inadmissível, em outras palavras, todo o processo de testes e experiências para uma teoria se tornar verídica não seria divulgado.
Segundo ponto: nenhuma teoria invocara, como credencial, a possibilidade de se provar a sua veracidade. Não se pode, de forma alguma ou por método algum, chegar a conclusão acerca de sua veracidade. "As teorias não são nunca empiricamente verificáveis ".
Terceiro ponto: aceitar-se-á, como credencial de qualquer teoria a sua capacidade de "ser testada pela experiência", sendo que os únicos testes possíveis são aqueles que, eventualmente, podem demonstrar a falsidade dos seus enunciados.
4.7 Capítulo 11 – Verdade e Bondade:
	
	No capítulo 11 fala que a partir de alguns acontecimentos, uma nova era foi imposta, com os pensamentos científicos, cálculos e novas teorias foram criadas cada vez mais, e a explicação dos fatos ocorridos no dia a dia não ficaram sendo explicados só pela igreja, sendo assim a ciência se tornando um fato social.
	Para conseguir ter uma compreensão melhor, Tomas Kuhn, que foi um físico e filosofo da ciência nos Estados Unidos, criou um fundamento para a ciência conseguir quebrar paradigmas, que foi a ciência normal, que era:
	As pesquisas baseadas firmemente em uma ou mais conquistas passadas da ciência, conquistas que uma certa comunidade cientifica particular reconhece, por um certo período de tempo, como oferecendo as bases para sua prática posterior.
	Em outras palavras, Ciência Normal é o que ocorre diariamente em laboratórios, que tais rotinas só são possíveis porque existe um acordo que une aqueles que participam da empresa cientifica. É este acordo, de natureza social, que toma desnecessário dar explicações a todos os momentos
4.8 Senso comum x Ciência:
	Podemos dizer que o senso comum passa de pai para filho, sem questionamento. Por exemplo: a maçã é vermelha, mas isso não é questionado pelo senso comum. A ciência por sua vez estuda das coisas mais naturais até as mais complexas que existem. Se alguém disser que o céu é azul, todos irão concordar. “O céu é azul e ponto final”. A verdade é que as pessoas têm tanta coisa a se preocupar que não se questionam quanto aos fenômenos naturais. Sabem que acontecem, mas não sabem por que acontecem.
	Já a ciência usará de meios completos, baseada em estudos científicos e provará que na verdade o céu é azul e por causa do reflexo do mesmo o mar fica azul. E do mesmo modo irá explicar que as maçãs são vermelhas por causa do resultado de antocianinas, compostos naturais responsáveis ​​pelas cores azuis e vermelhas em muitas flores e frutos. E as diferenças de intensidade de cor dos objetos,não são determinadas pelo objeto, mas sim pelo comprimento das ondas luminosas.
	O senso comum e a ciência partem do mesmo princípio que a necessidade que o homem tem de compreender a si próprio e ao mundo, mas podemos dizer que a ciência não é subjetiva como o senso comum, pois procura estruturas universais das coisas investigadas, se preocupa com que suas respostas sejam exatas, não importando o lugar e a época que determinada pergunta seja feita. Por exemplo: Um corpo que cai e uma pena que flutua terá sempre a mesma explicação, ou seja, são fatos iguais, mas com fenômenos diferentes da Lei da Gravidade.
	A principal diferença entre o senso comum e a ciência é que a ciência, constrói a sua realidade com base na observação sistemática através de instrumentos, factos, na experimentação (testa todos os fatos e tenta comprová-los) e sobretudo na razão. 
	A ciência é objetiva (baseia-se em fatos, e é reversível), é racional. 
	O senso comum satisfaz-se com o imediato e o aparente e submete o conhecimento adquirido (através da observação ocasional) a superstições, fé, dogmas, não recorrendo assim à lógica/razão. 
	Na ciência todo o objeto de estudo sofre uma análise e segue um método usando uma linguagem matemática. 
	 senso comum constrói uma realidade espontânea.
5. Considerações Finais
Nesse trabalho abordamos o assunto onde autor aproxima a ideia de ciência da ideia de senso comum, sob vários aspectos. Ele afirma que ambas são expressões da necessidade humana de compreender o mundo, e concluímos que o autor prefere não definir o que é senso comum, porém diz que nele se encaixam todas as coisas que não são ciência, ou seja, tudo aquilo que usamos no nosso dia-a-dia. Já a ciência o autor define como um aprofundamento de certa parte do senso comum e um controle disciplinado do mesmo.
	Cumprimos todos os objetivos que nós tínhamos proposto argumentando cada capítulo que nos foi concebido e formulando um breve resumo de cada um. Sendo esse trabalho muito importante para o nosso conhecimento deste tema, pois nos permitiu compreender melhor o que o autor quis nos mostrar, além de ter-nos permitido desenvolver competência de investigação, seleção, organização e comunicação da informação. 
	 
6. Referências
ALVES, Rubem. “Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras”. 
São Paulo: Brasiliense, 1981.
ANDRESSA. Senso comum X Ciência. Disponível em: <http://psicologia2011ufersa.blogspot.com.br/2011/03/senso-comum-x-ciencia.html> Acesso em: 23 de novembro de 2017.
CARLA. Por que maçã é vermelha? Disponível em: <http://sabemosdetudo.com/ciencias/ask165499-Por_que_maca_e_vermelha.html> Acesso em: 23 de novembro de 2017.
JORGE. Senso Comum e Ciência. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/jbarbo00/senso-comum-e-cincia> Acesso em: 23 de novembro de 2017.
CARLOS. O que distingue a ciência do senso comum . Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/blogs/olhar-cetico/noticia/2014/01/o-que-distingue-ciencia-do-senso-comum.html> Acesso em: 24 de novembro de 2017.

Continue navegando