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AULA 6 e 7-Fatos que alteram o valor das compras e das vendas-devolucoes e abatimentos

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Fatos que alteram o valor das compras e das vendas - devoluções e abatimentos
Para os efeitos contábeis, os fatos que alteram o valor negociado e pago nestas transações são os abatimentos, os descontos, as devoluções de compras e os cancelamentos das vendas, ocorrências que afetam o patrimônio e os resultados das organizações, devendo ser tratados adequadamente pelo sistema contábil.  
Neste contexto, o valor real de uma transação não é somente o constante da nota fiscal, mas o valor resultante da negociação, não obstante aos gastos necessários para a colocação do produto em condições de venda, bem como os tributos incidentes nestas transações.
Fatos que alteram compras e vendas:
Devoluções de compras;
Devoluções de vendas ou vendas canceladas;
Abatimento sobre compras;
Abatimento sobre vendas;
Descontos incondicionais ou comerciais;
Descontos condicionais ou financeiros.
Devoluções de compras
O lançamento de devolução de compras pode ser feito em conta retificadora àquela que registra as aquisições, conhecida como DEVOLUÇÕES DE COMPRAS. Pode-se, também, registrar a devolução diretamente na conta que registra o estoque de mercadorias. Este modelo é comumente usado pelas empresas que adotam o sistema de inventário permanente.
Quando as devoluções são efetuadas, a conta é creditada. Ao fim do período de apuração, a conta é debitada para transferência de seu saldo para a conta, compras ou outra que seja utilizada para o registro das aquisições de mercadorias, com a finalidade de se apurar as compras líquidas.
A contrapartida será a débito de uma conta que registre a forma de negociação da aquisição, ou seja, quando se tratar de transação a prazo, debita-se uma conta que registre a obrigação da empresa (Fornecedores, Contas a Pagar ou similar), ou debita-se caixa ou bancos, quando se referir à transação à vista.
Ao ocorrer uma devolução de compras, as legislações tributárias determinam que os valores recuperáveis dos impostos e contribuições que incidiram na operação sejam estornados. Assim, efetua-se, no mesmo lançamento, um crédito na C/C ICMS, de C/C IPI, de C/C PIS de C/C COFINS (quando for o caso) por se tomarem insubsistentes, debitando-se Fornecedores (ou Duplicatas a Pagar ou Caixa ou Bancos, ou conta similar).
As devoluções de vendas comporão a DRE como parcela redutora da Receita Bruta de Vendas para a apuração da Receita Líquida de Vendas.
Devoluções de vendas 
Quando o adquirente de mercadorias devolve parte ou toda a compra efetuada, obviamente este fato irá gerar uma REDUÇÃO no resultado da empresa vendedora.
Abatimento sobre compras
O manuseio e o transporte podem danificar o produto, ou mesmo ocorrer um erro no processamento do pedido por parte do fornecedor, como o envio de uma mercadoria de cor azul quando o cliente solicitou cor preta. O produto também pode estar fora de determinadas especificações técnicas estabelecidas pelo comprador. 
Assim, poderá haver acordo entre o vendedor e o comprador para evitar a devolução da mercadoria.
São fatos contábeis após a emissão da nota fiscal, que reduzem o preço da negociação. 
Diferente dos descontos incondicionais, dados no momento da venda e incluídos no preço final da transação, ou com os descontos condicionais, que se referem a pagamentos efetuados antes do vencimento e que são considerados receitas financeiras para o comprador e despesa financeira para o vendedor.
Em função de o abatimento ser concedido posteriormente à emissão da Nota Fiscal, estes valores não influenciarão os impostos que incidiram na operação, prevalecendo o montante calculado, quando da ocorrência do fato gerador.
O valor do abatimento deverá ser registrado em uma conta retificadora da conta compras (ou similar) que pode ser denominada abatimento sobre compras, ou diretamente contra a conta que registre o estoque de mercadorias, no caso de inventário permanente.
Abatimento sobre vendas
Para o vendedor, o abatimento concedido reduz o seu resultado e deverá ser registrado como uma conta de resultado redutora da receita bruta de vendas (ou similar), para apuração da receita líquida de vendas.
O Pronunciamento Técnico CPC 30 – Receitas – define o que são receitas e requer que estas sejam mensuradas pelo valor justo do montante recebido ou a receber, levando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e abatimentos de volume concedidos pela entidade. A entidade desenvolve, no decurso das suas atividades ordinárias, outras transações que não geram propriamente receitas, mas que são incidentais às atividades principais geradoras de receitas. Os resultados de tais transações são apresentados, quando esta apresentação refletir a essência da transação ou outro evento, compensando-se quaisquer receitas com os custos e/ou as despesas relacionadas resultantes da mesma transação.
Descontos incondicionais ou comerciais
Os descontos incondicionais são os concedidos na Nota Fiscal, ou fatura de serviços, independendo das condições de pagamento, ou seja, independem de evento posterior à emissão do documento.
São normalmente concedidos em virtude do volume de vendas, da qualidade do comprador, para lançamento de novos produtos etc.
Os Tributos sobre Vendas são calculados após a dedução dos descontos incondicionais concedidos, exceto no caso do IPI, em que é calculado sobre o valor bruto da operação, em virtude da legislação - Regulamento do IPI- RIPI - art. 118, § 3º.
Os descontos incondicionais obtidos não são contabilizados pelo comprador. A mercadoria é registrada pelo valor líquido negociado, ou seja, já reduzido do desconto obtido. Nada impede, todavia, que a empresa, se assim o desejar, contabilize o desconto por meio de uma conta retificadora da conta Compras ou do Estoque, que poderá ser denominada “desconto comercial obtido”.
Como o IPI não é recuperável neste exemplo, e o produto é destinado à comercialização, seu valor não entra na base de cálculo do ICMS (art. 155, § 2º, inciso XI, da Constituição Federal). Porém, integra a base de cálculo do PIS e da COFINS e pelo disposto nos art. 66, § 3º, da Instrução Normativa nº247/2002, e 8º, § 3º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº404/2004.
Na empresa vendedora, os descontos comerciais devem ser contabilizados em conta apropriada do Resultado, redutora da Receita Bruta de Vendas para apuração da Receita Líquida.
É importante observar que o valor do PIS e da COFINS para o vendedor é diferente do valor para o comprador, em função da legislação em vigor art. 66, § 3º, da Instrução Normativa nº247/2002 para o comprador, e art. 24 da mesma instrução no caso do vendedor.
Descontos condicionais ou financeiros
Os Descontos Condicionais ou Financeiros são aqueles que dependem do implemento de uma condição futura.
Para o adquirente, representa um ganho pela antecipação da obrigação assumida, representando uma receita financeira e para o estabelecimento vendedor é um direito a receber reduzido, em função de uma condição de antecipação, representando uma despesa financeira.
Para ambas as pessoas envolvidas, estes fatos compõem o resultado operacional, como receita ou despesa, respectivamente.
Como para o adquirente o desconto obtido é uma receita, seu valor não afeta o valor dos tributos incidentes sobre vendas e, consequentemente sobre os tributos recuperáveis.
Com base na Lei 11.941/09, as receitas financeiras passaram a não compor a base de cálculo do PIS e da COFINS. Desta forma, os Descontos Condicionais Obtidos não devem integrar a base de cálculo dessas contribuições das pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Presumido.
O DESCONTO CONDICIONAL CONCEDIDO é considerado uma DESPESA FINANCEIRA e, portanto, seu valor não afeta o valor dos tributos incidentes sobre vendas.
A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o resultado auferido nas operações de conta alheia e o preço dos serviços prestados (RIR/1999, art. 279 e seu parágrafo único). Deve ser adicionado à receita bruta, para cálculo da receita líquida,o crédito prêmio de IPI decorrente da exportação incentivada - Befiex (IN SRF no 51, de 1978 e ADN CST no 19, de 1981). 
Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante, além do preço do bem ou serviço (IPI), e do qual o vendedor dos bens ou prestador do serviço seja mero depositário. Da mesma forma, para que a apuração dos resultados não sofra distorções não se computam no custo de aquisição das mercadorias para revenda e das matérias-primas os impostos não cumulativos que devam ser recuperados (RIR/1999, art. 279, parágrafo único). O ICMS integra a receita bruta e é considerado como uma parcela redutora para fins de apuração da receita líquida.

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