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Art. 159 Extorsão mediante seqüestro

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Direito penal iii: parte especial
Prof. MsC. Eduardo Ferraz
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
Legislação
Art. 159. Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Bem jurídico
É um crime complexo, que viola simultaneamente:
o patrimônio, e;
a integridade física e psíquica do ser humano.
Sujeito ativo
Qualquer pessoa.
Sujeito passivo
Qualquer pessoa.
Tipo objetivo
Sequestrar (reter alguém, privando-o de sua liberdade), a fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
Discute-se qual o sentido da expressão qualquer vantagem, se deve, necessariamente, ser indevida, e se deve ser econômica. Para Bitencourt é irrelevante seja a vantagem indevida e seja a vantagem econômica. Régis Prado e Rogério Sanchez entendem que a vantagem deve ser indevida e deve ser econômica. Indevida por que, se devida, haverá concurso formal do art. 345 (exercício arbitrário das próprias razões) com o art. 148 (seqüestro) do CP, e econômica, por se encontrar no título dos crimes contra o patrimônio.
Irrelevante a efetiva obtenção do proveito ilícito almejado, que constitui mero exaurimento.
Tipo subjetivo
O dolo (vontade consciente de sequestrar), e;
o elemento subjetivo especial do tipo (com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate).
Consumação
É um crime de mera atividade. Assim, realizado o ato de sequestrar, isto é, deter, reter, privar a liberdade de alguém, o delito já está consumado. Como crime permanente, vale salientar que sua consumação se protrai no tempo.
Tentativa
Admissível.
Forma qualificada (§ 1º)
Se o seqüestro:
dura mais de 24 (vinte e quatro) horas (conta-se a partir do início da privação de liberdade);
se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos;
ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha (associação criminosa) (haverá concurso material com o art. 288, CP).
Formas qualificadas (§§ 2º e 3º)
Estabelece novas penas-base se do fato resulta lesão corporal de natureza grave ou se resulta a morte.
Causa especial de diminuição de pena (§ 4º): delação premiada
Estabelece o § 4º que se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
A delação premiada tem como requisitos:
Denúncia a autoridade pública por parte de um dos coautores;
Que esta denúncia facilite a liberação do sequestrado.
Ação penal
Pública incondicionada.

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