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Art. 239 Simulação de casamento

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Direito penal iV: parte especial
Prof. MsC. Eduardo Ferraz
SIMULAÇÃO DE CASAMENTO
Legislação
Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Bem jurídico
Igualmente, tutela-se a regularidade do casamento, base da família.
Sujeito ativo
Normalmente, um dos nubentes.
Todavia, como afirma Noronha, podem o magistrado e o oficial do Registro civil serem os autores quando simulam casamento mediante engano dos contraentes.
Havendo conluio entre o magistrado e/ou o oficial do Registro civil e um dos nubentes, será caso de coautoria.
Sujeito passivo
O Estado e o nubente que estiver de boa-fé. Se ambos os nubentes estiverem de boa-fé, ambos serão sujeito passivo.
Poderão ser sujeito passivo ainda os representantes legais dos incapazes, de quem depende o consentimento para o casamento.
Tipo objetivo
O tipo objetivo é simular casamento. Simular é fingir, enganar, dar causa a uma falsa celebração do matrimônio. Exige-se que a encenação engane alguém com real interesse no fato, não existindo o tipo em questão se os ambos os nubentes ou seus representantes legais sabem da simulação.
O meio fraudulento utilizado deve ser hábil a iludir o sujeito passivo, sendo necessário avaliar as condições socioculturais da vítima.
Não se exige a celebração perante autoridade incompetente para a configuração do presente delito. Importante é que haja a simulação, ainda que perante autoridade competente.
O casamento simulado celebrado perante autoridade incompetente, porém, é anulável, devendo tal nulidade ser arguida no prazo decadencial de 2 anos da celebração (art. 1560, II, CC). A anulação posterior a esse prazo, contudo, não é causa impeditiva da ação penal.
Tipo subjetivo
O dolo (consciência e vontade) de simular o casamento mediante engano de outra pessoa.
É um delito subsidiário, sendo assim punido caso o fato não constitua elemento de crime mais grave, v.g., estelionato ou violação sexual mediante fraude, conforme o animus do agente.
Consumação
Com a simulação do casamento, com a realização da cerimônia falsa. Irrelevante que todos os atos necessários sejam fielmente cumpridos, sendo suficiente que sejam capazes de iludir o nubente ou seu representante legal.
Tentativa
Admissível.
Ação penal
Pública incondicionada.

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