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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS – CAMPUS POUSO ALEGRE ENGENHARIA QUÍMICA LABORATÓRIO DE QUÍMICA INORGÂNICA Grupo 14: CARBONO E SEUS COMPOSTOS 28/09/2017 Natália Ferreira Nayara Campos Talita Neri Pouso Alegre – MG 2017 1. INTRODUÇÃO O Grupo 14, também conhecido como o grupo do carbono, é formado por carbono, silício, germânio, estanho e chumbo. Há neste grupo uma grande variedade de propriedades químicas. Nesta prática realizada no laboratório, evidenciou-se algumas propriedades do carbono. O carbono possui diferentes números de oxidação, que varia de -4 a +4. Ele existe na natureza em três formas cristalinas: grafite, diamante e fulerenos. Além disso, existe em três formas microcristalinas e amorfas comuns do grafite: carbono preto, carvão vegetal e coque. O carvão vegetal tem estrutura muito aberta, o que fornece a ele uma grande área superficial por unidade de massa. O carvão vegetal ativado, uma forma pulverizada cuja superfície é limpa pelo aquecimento de vapor, é muito utilizado para absorver moléculas. No dia a dia, como é barato, o carvão ativado é utilizado em larga escala nas estações de purificação de água para remover compostos orgânicos de água potável. Além de ser usado em purificadores de ar, máscaras contra gases e filtros de água de aquários. Ademais, o carbono forma dois tipos de óxidos principais: o monóxido de carbono (CO), que é um gás incolor, inodoro, sem sabor e tóxico; e o dióxido de carbono (CO2), que é um gás incolor, inodoro e é produzido em laboratório pela ação de ácidos nos carbonatos. (BROWN, LEMAY, JR, BURSTEN e BURDGE, 2014) Há dois tipos de sais derivados do ácido carbônico (H2CO3): os carbonatos (CO32- ) e os hidrogenocarbonatos, também chamados de bicarbonatos (HCO3-). O íon carbonato é incolor, e seus compostos com metais dos Grupos 1 e 2 são brancos. Os compostos de prata são geralmente brancos, porém carbonato de prata (Ag2CO3) é amarelo, devido seu alto poder polarizante. Em relação a solubilidade, os carbonatos de amônio e do Grupo 1 são muito solúveis em água, com exceção do Li2CO3 que é pouco solúvel. Já os bicarbonatos são insolúveis com os metais alcalinos e com o íon amônio (NH4+), formando sólidos incolores, um pouco menos solúveis que seus correspondentes. Um bicarbonato metálico muito utilizado no dia a dia é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), pois ele reduz a acidez do estômago. Em relação basicalidade, o carbonato (Kb = 1,8 x 10- 4) é bem mais básico que o bicarbonato(Kb = 2,3 x 10-8). (LEE, 1999). O índigo blue é um corante, muito utilizado no tingimento de fios de algodão empregados na manufatura do tecido, geralmente no jeans. É um composto azul e insolúvel em água. Ele era extraído de plantas antes da introdução do índigo sintético comercial. (PASCHOAL e TREMILIOSI-FILHO, 2005). 2. OBJETIVOS Analisar a adsorção do carbono usando carvão; Apurar algumas reações do íon carbonato e do íon bicarbonato verificando sua solubilidade. Observar a síntese e propriedades do dióxido de carbono. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1 Material Propriedades da adsorção do carbono Tubo de ensaio; Espátula; Pinga gotas; Béquer; Coador de papel; Reagentes Carvão; Solução de índigo blue. Reação do íon carbonato Tubo de ensaio Regentes Solução de ácido nítrico [HNO3]; Solução de carbonato de prata [Ag2CO3]; Solução de ácido clorídrico [HCl]; Solução de hidróxido de amônio [NH4OH]; Solução de carbonato de cálcio [CaCO3]. Preparação e propriedades do dióxido de carbono Tubo de ensaio; Pipeta graduada; Mangueira de borracha. Reagentes Água destilada; Solução de hidróxido de sódio; [NaOH]; Solução de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]; Solução de carbonato de sódio [Na2CO3]; Solução de ácido clorídrico [HCl]; Carbonato de cálcio [CaCO3]; Fenolftaleína. 3.2 Método Propriedades de adsorção do carbono Em um tubo de ensaio, com auxílio de um pinga gotas, adicionou-se um pouco de solução de índigo blue. Em seguida, com o auxílio de uma espátula, foi acrescentado carvão. O material foi agitado e após esse procedimento, filtrado com um papel de filtro em um béquer. Reações do íon carbonato 1. Com íons diluídos: Em um tubo de ensaio, foi inserido carbonato de sódio (Na2CO3) e solução de ácido clorídrico (HCl) 0,3 mol/L. 2. Com íons cálcio: Em um outro tubo de ensaio, foi inserido carbonato de sódio e solução cloreto de cálcio (CaCl 2). Após a formação de precipitado adicionou-se ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol/L para observar a solubilidade. 3. Com íons prata na presença de HNO3: Em um outro tubo de ensaio, foi inserido carbonato de sódio e solução de ácido nítrico (AgNO3) na proporção 10:1. Após a formação de precipitado, adicionou-se hidróxido de amônio (NH4OH) para observar a solubilidade. Preparação e propriedades do dióxido de carbono Primeiramente, foi utilizado 3 tubos de ensaio. Colocou-se no primeiro 5 mL de água destilada, uma gota de solução de hidróxido de sódio (NaOH) e uma gota de fenolftaleína. Logo após, agitou-se a solução. No segundo tubo de ensaio foi adicionado 2 mL de solução de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. Por fim, no terceiro tubo de ensaio colocou-se 1mL de solução de carbonato de sódio (Na2CO3), 1 mL de água destilada e uma gota de fenolftaleína e, em seguida, agitou-se a solução. Em um outro tubo de ensaio, foi acrescentado um pouco de carbonato de cálcio (CaCO3) e, em seguida, adicionou-se 8 mL de solução de ácido clorídrico (HCl), rapidamente, a boca do tubo foi tampada e com a ajuda de uma mangueira de borracha, a solução foi mergulhada nos três primeiros tubos com suas respectivas soluções. Por fim, foi separado, um último tubo de ensaio, adicionou-se 1 mL solução de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2] e duas gotas de fenolftaleína. Com o auxílio de uma pipeta, a solução foi assoprada por alguns minutos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Propriedades de adsorção do carbono Após a filtração, a solução apresentou-se incolor. Isso ocorreu porque o carvão ativado é uma forma de carbono puro de grande porosidade por possuir uma enorme área superficial, aproximadamente, cerca de 2.000 m2.g-1. Além disso, essa superfície porosa contém carga elétrica negativa que faz com que toxinas carregadas positivas e gases se liguem com ele. É indicado para remoção de impurezas orgânicas de líquidos e de gases por adsorção, que é uma reação onde os elementos se ligam a uma superfície. (ATKINS e JONES, 2012). No experimento foi observado que o carvão ativado adsorveu a coloração do índigo blue, por possuir em sua estrutura poros, o que lhe dá uma grande capacidade de adsorção, fazendo com que as moléculas de gases e líquidos de outras substâncias fiquem retidas em sua superfície. Reações do íon carbonato 1. Com íons diluídos: Conforme as reações seguintes ocorreu a decomposição do ácido carbônico, e em seguida uma nova decomposição que gerou carbonato, gás carbônico e água. Observou-se no laboratório a formação de bolhas devido a liberação de gás carbônico e a não ocorrência de precipitado, já que o íon carbonato está disperso na solução. H2CO3 (aq) → H+(aq) + HCO3- (aq) 2HCO3- (aq) →CO32- (aq) + CO2 (g) + H2O (l) Obtendo-se assim, a equação global: Na2CO3(aq) + 2HCl(aq) → CO2 (g) + H2O(l) + 2NaCl(aq) 2. Com íons cálcio: Conforme a reação seguinte ocorreu a formação de precipitado devido o carbonato ser insolúvel com metais alcalinos terrosos: Na2CO3 (aq) + CaCl2 (aq) CaCO3 (s) + 2NaCl (aq) Quando adicionou-se HCL diluído, diminui a quantidade de precipitado, pois há formação de cloreto de cálcio (CaCl2) que é solúvel, e a formaçãode ácido carbônico que se decompõe formando carbonato, água e gás carbônico. Com isso o ácido clorídrico (HCl) solubiliza o carbonato de cálcio. Além disso, ocorreu uma reação de neutralização, pois houve formação de sal e água, conforme a reação a seguinte. CaCO3 (aq) + HCl (aq) → CaCl2 (aq) + CO2 (g) + H2O (l) 3. Com íons prata na presença de HNO3: A adição de ácido nítrico evita a formação do complexo solúvel diaminoargenato, e faz com que a reação tenda a formar o precipitado. Sem a adição do ácido nítrico não é possível observar a formação de precipitado. As reações que descrevem o procedimento supracitado seguem abaixo: Na2CO3 (aq) + 2AgNO3 (aq) → 2NaNO3 (aq) + Ag2CO3 (s) Ag2CO3 (s) + 2NH4OH (aq) → (NH4)2CO3 (aq) + 2 AgOH (aq) Preparação e propriedades do dióxido de carbono A preparação do dióxido de carbono foi feita em um tubo de ensaio obedecendo a seguinte equação: 2HCl(aq) + CaCO3(s) → CO2(g) + H2O(l) O CO2 obtido é então borbulhado nos três outros tubos e pode-se observar: No tubo 1: tem-se uma solução rósea por ser básica e por conter o indicador fenolftaleína. Quando o gás dióxido de carbono foi borbulhado, observou-se mudança na coloração, passando da cor rósea para incolor. Evidenciando assim, a diminuição do pH. Nesse procedimento, ocorre a seguinte reação: 2NaOH(aq) + CO2(g) → Na2CO3(aq) +H2O(l) O carbonato tem caráter básico e isso não alteraria a cor da solução, porém, com o excesso de CO2, este reage com a água formando o ácido carbônico, que é um ácido diprótico fraco, o que garante acidez suficiente para a mudança de cor na solução na presença de fenolftaleína. A reação é mostrada a seguir. CO2(g) + H2O(l) ↔ H2CO3(aq) No tubo 2: Constatou-se a formação de um precipitado branco, o carbonato de cálcio [Ca(OH)2], porém, se um excesso de dióxido de carbono for borbulhado na mistura há a formação de um bicarbonato solúvel. Nesse procedimento, ocorrem as reações abaixo, evidenciando na primeira a formação de um precipitado branco e, na segunda formação de bicarbonato solúvel, já que há ausência de precipitado. Ca(OH)2(aq) + CO2(g) → CaCO3(s) + H2O(l) CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l) ↔ Ca(HCO3)2(aq) No tubo 3: A princípio a solução estava rósea e, com a adição do CO2 a solução não altera sua coloração. Isso ocorre devido a formação de bicarbonato de sódio, decorrente ao deslocamento de equilíbrio químico, pois com excesso de CO2 o equilíbrio se desloca para a direita, em direção a formação de bicarbonatos. Isso ocorre, segundo o princípio de Le Chatelier, que afirma que quando um sistema experimenta uma pertubação, neste caso mudança de concentração, ele responderá para restaurar um novo estado de equilíbrio (ATKINS e SHRIVER, 2008). Isso é demostrado na reação a seguir. Na2CO3(aq) + CO2(g) + H2O(l) ↔ 2NaHCO3(aq) Por fim, no último experimento, foi assoprado com o auxílio de uma pipeta na solução de hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. Vale ressaltar, que o ar expirado através da pipeta é rico em gás carbônico. Devido a isso, houve a formação de precipitado, quando foi assoprado por pouco tempo. No entanto, após assoprar por um período de tempo maior, constatou-se a solubilização do carbonato de cálcio pelo mesmo motivo descrito no tubo 2, ou seja, com excesso desse gás na solução há formação de bicarbonato solúvel. 5. CONCLUSÃO Em relação a adsorção do carbono, conclui-se que na prática não foi utilizado um carvão mineral comum, como aquele usado para fazer churrasco, trata-se de um carvão mineral ativado, pois observou-se sua principal propriedade, ou seja, a de reter impurezas, devido a sua grande capacidade de adsorção. Já em relação as reações do íon carbonato, conclui-se que carbonato com adição de ácido forma dióxido de carbono, que foi evidenciado pela formação de bolhas. Já com a adição de íons metálicos, cálcio e prata, observou-se a formação de precipitado, o que condiz com a teoria, a qual diz que carbonatos são solúveis apenas com metais do Grupo 1 e íon amônio. O carbonato de cálcio mostrou-se solúvel em ácido clorídrico diluído, já o carbonato de prata demostrou grande solubilidade em hidróxido de amônio. Por último, o dióxido de carbono é facilmente sintetizado em laboratório, com reação entre carbonato e um ácido forte, e essa reação é muito rápida. Além disso, conclui-se que o excesso de CO2 no tubo 1 faz com que a solução torne-se básica, e no tubo 2 esse excesso solubiliza os precipitados de carbonatos. Pelo tubo 3, pode-se concluir que o tanto carbonatos quanto bicarbonatos são básicos. 6. REFERÊNCIAS CONSULTADAS ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química. Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. ATKINS, P. W.; SHRIVER, D. F. Química Inorgânica. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. BROWN, T. L.; LEMAY H. E..; BURSTEN, B. E. Química, a ciência central. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. LEE, J. D. Química Inorgânica não tão concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher, 1999. VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5 ed. Mestre Jou, 1981
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