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1 A importância terapêutica dos óleos essenciais The therapeutic importance of essential oils Iris Franciele Ferreira Santos¹ ¹ Curso de Farmácia da Universidade Paulista, Santos-SP, Brasil. Resumo Objetivo – Os óleos essenciais (OEs) têm se tornado fonte de muitas pesquisas na atualidade devido aos seus compostos biologicamente ativos e como efetiva terapêutica que contempla os cuidados com a saúde. São extraídos por hidrodestilação em aparato Clevenger ou também por prensagem a frio do pericarpo de frutas cítricas, e são utilizados em produtos de origem farmacêutica e também em alimentos. O Ministério da Saúde do Brasil em conjunto com a Organização Mundial da Saúde incentivam o uso dos óleos essenciais na prevenção e no tratamento de doenças. Diversos estudos referentes, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira, a importância terapêutica e desenvolvimento de novas aplicações, são constantemente elaborados com o objetivo de aprofundar conhecimentos sobre a importância dos óleos essenciais. Este artigo apresenta uma breve análise sobre o processo de extração de óleos essenciais, sua importância terapêutica e aplicações. Descritores: Óleos Essenciais; Importância, Terapêutica; Aplicações. Abstract Essential oils (OEs) have become the source of many researches today due to their biologically active compounds and as effective therapeutics that contemplates health care. They are extracted by hydrodistillation in Clevenger apparatus or also by cold pressing of the citrus fruit pericarp, and are used in products of pharmaceutical origin and also in foods. The Brazilian Ministry of Health in conjunction with the World Health Organization encourages the use of essential oils in the prevention and treatment of diseases. Several studies related to the sustainable use of Brazilian biodiversity, the therapeutic importance and the development of new applications, are constantly elaborated with the objective of deepening knowledge about the importance of essential oils. This article presents a brief analysis. Descriptors: Essencial Oils; Importance, Therapeutics; Applications. Introdução Desde a antiguidade a humanidade utiliza os produtos naturais como importantes ferramentas no auxilio dos procedimentos de terapias naturais. Algumas evidencias mostram que o Egito foi a primeira civilização a obter os óleos essenciais por meio da destilação. Uma das primeiras formas de utilização tinha fins religiosos, medicinais para cura ou alívio de doenças, e de incremento da beleza, por meio do uso de ervas e produtos naturais.1 Óleos essenciais são compostos aromáticos, voláteis, extremamente concentrados, que possuem princípios ativos 2 de acordo com suas composições químicas, e são extraídos de qualquer parte das plantas aromáticas como: folhas, flores, caules e das raízes. Dependendo da planta, o óleo essencial terá características diferenciadas de aroma, cor e densidade1 Esses OEs têm importância para o setor industrial e são utilizados nas indústrias de cosmética, perfumaria, farmacêutica, alimentícia e farmacêutica, e em geral os compostos possuem ação terapêutica de plantas medicinais.1 Contém algumas substâncias com grande valor comercial, e estas podem ser isoladas do óleo, ou ainda sintetizadas em laboratório.2 Diante do exposto, o presente estudo teve por objetivo apresentar uma revisão sobre a importância da terapêutica dos óleos essenciais. Revisão da Literatura Óleos Essenciais Durante os séculos XVI e XVII os óleos essenciais receberam suas primeiras aplicações e sua introdução no comércio. Foi quando a aromaterapia cresceu rapidamente ao redor do mundo.1-2 Na história o termo "aromaterapia" foi instituído um químico francês, Maurice René de Gattefossé em 1937, que após ter queimado as mãos acidentalmente, em um tanque que continha óleo essencial de lavanda, que lhe causou surpresa, pois, após a dor e ocorreu a cicatrização do ferimento sem infecção. Desde então, iniciou estudos sobre as atividades terapêuticas dos óleos essenciais, que eram usados com finalidade cosmética e como odorizante.3 A França foi a pioneira nos estudos dos óleos essenciais e em sua prescrição adequada às necessidades particulares dos pacientes, selecionando-os de acordo com as características físicas, mentais e emocionais dos pacientes.4 Discussão Terapêutica Os óleos essenciais são muito importantes na terapêutica e são usados em duas áreas de atuação: a nível fisiológico, já que as substâncias são absorvidas pelo organismo através da via cutânea, respiratória, injetável (administrada somente por profissionais de saúde), oral etc.; a nível psicológico, onde os óleos agem sobre o estado mental e emocional com o objetivo de trazer equilíbrio pela estimulação ou sedação.5 Estudos demonstraram que os óleos essenciais, que se compõem por um conjunto de substâncias, apresentam ótima atividade terapêutica do que as dos isolados que representam a sua composição principal. Um óleo essencial têm uma composição complexa, muitas vezes, de centenas de diferentes compostos químicos, nos quais apresentam ação sinérgica ou adicional entre si, modalizando sua atividade.6 Na aromaterapia, a via de administração mais comum utilizada é a cutânea, porém a escolha de outras vias tais como: a parenteral, a oral, sublingual, vaginal, retal, nasal ou cutânea dependerá da indicação de um profissional habilitado como médicos, farmacêuticos, odontólogos e enfermeiros e depende da indicação clínica ou da forma farmacêutica em que está incorporado o óleo essencial ou das condições 3 do paciente, havendo, assim, uma via adequada para cada caso.5 O olfato é a percepção mais difundida dos óleos essenciais, pois, rapidamente conecta ao centro emocional do cérebro. A forma mais comum de uso dos óleos essenciais é a massagem, pois, além da ação farmacológica das substâncias que o óleo contém, o toque estabelece uma forma de comunicação não verbal trazendo empatia e compreensão pelo paciente.6 Os OEs podem ser usados em compressas frias ou quentes, em inalações, em difusores de ambientes, podem ser acrescentados em xaropes e chás, e também ser usados na alimentação e temperos e etc.6 A atividade farmacológica de uma determinada essência dependerá de sua composição química. Genericamente, as essências demonstram atividade sobre mucosas, secreções, músculos lisos e sistema nervoso central (SNC).3 Tem ação carminativa e purificadora por apresentarem propriedade anestésica sobre a Cárdia que relaxa e permite a saída de ar. Podem atuar sobre os músculos lisos e terminações nervosas, diminuindo a motilidade do estômago e intestinos conferindo deste modo a propriedade antiespasmódica, por isso são usadas em cólicas (camomila, macela, funcho, erva-doce e sálvia). Possuem efeito estimulante sobre as secreções naturais do aparelho digestivo justificando a ação digestiva da hortelã, melissa, gengibre e zimbro. Possuem atividade específica sobre o músculo liso do útero sendo utilizadas na dismenorréia (menstruação irregular algumas essências como a canela e açafrão, que em altas doses podem provocar o aborto. No sistema nervoso central SNC, seu efeito é complexo, pois podem agir como estimulantes ou são depressores.6 Os óleos essenciais que apresentam substâncias com hidroxilas fenólicas apresentam atividade antisséptica e bactericida podendo ser utilizadas, topicamente,no tratamento de ferimentos e na prevenção das cáries (por exemplo l de cravo). Podem também atuar, sobre o coração e os vasos aumentando o ritmo e a pressão sanguínea como a cânfora. Estimulam as secreções brônquicas atuando na musculatura lisa sendo, assim, utilizados como expectorantes: eucalipto e terebentina. 6 Conclusão Este trabalho permitiu concluir que além dos benefícios físicos e emocionais quando utilizados na aromaterapia, os óleos essenciais também possuem aplicações medicinais excepcionais, sendo importantes na terapêutica. Os óleos essenciais possuem muitas propriedades curativas, e podem utilizados de forma eficaz para preservar a saúde, estimulando a regeneração celular, aliviando dores, equilibrando as disfunções emocionais, e combatendo bactérias, fungos e outras formas de infecções, têm uma lista extensa de usos terapêuticos, e a ciência continua a descobrir mais a cada ano. Referências 1. MUKHERJEE, P.K. et al. Ayurveda in modern medicine: development and modification of bioactivity. Comprehensive natural product II. Hardbound: Elsevier, 2010. Chap.3.14, p. 479-507. 4 2. WOLFFENBüTTEL, Adriana Nunes. Óleos essenciais. Informativo CRQ-V, ano XI, n. 105, págs. 06 e 07, nov/dez/2007. 3. SIMÕES, CM. & SPITZER, V. Óleos essenciais. In: SIMÕES, C. M. O.; SCHENCKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P. Farmacognosia. Da planta ao medicamento. Porto Alegre/ Florianópolis. Ed. UFRGS/UFSC, 1999, p. 387-415. 4. BRUNETON, J. Pharmacognosie. Phytochimie Plantes medicinales. 2ª ed. Paris: Tec Doc, 1993, p. 915. 5. BIZZO, H.R. et al. Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Química Nova, v.32, n.3, p.588-594, 2009. 6. SOUZA, S.A.M. et al. Óleos essenciais: aspectos econômicos e sustentáveis. Enciclopédia Biosfera, v.6, n.10, p.1-11, 2010. Endereço para correspondência: Iris Franciele Ferreira Santos Rua José Alberto de Lucca, 95 – Rádio Clube Santos-SP, CEP 11088-170 Brasil E-mail: iris_lag@hotmail.com 5
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