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Aromaterapia: Arte e Ciência Terapêutica

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3. AROMATERAPIA
3.1 CONCEITO
A Aromaterapia pode ser definida enquanto uma arte e ciência em busca da promoção da saúde e do bem-estar do corpo, da mente e das emoções, por meio da utilização terapêutica dos aromas naturais das plantas através dos óleos essenciais das mesmas (ULRICH, 2004). 
Segundo o Ministério da Saúde:
A aromaterapia é prática terapêutica secular que consiste no uso intencional de concentrados voláteis extraídos de vegetais - os óleos essenciais (OE) - a fim de promover ou melhorar a saúde, o bem-estar e a higiene. Na década de 30, a França e a Inglaterra passaram a adotar e pesquisar o uso terapêutico dos óleos essenciais, sendo considerada prática integrante da aromatologia - ciência que estuda os óleos essenciais e as matérias aromáticas quanto ao seu uso terapêutico em áreas diversas como na psicologia, cosmética, perfumaria, veterinária, agronomia, marketing e outros segmentos. (BRASIL, 2018)
No Brasil, a mesma é reconhecida enquanto prática complementar e integrativa de ampla utilização individual e/ou coletiva, que pode ainda ser associada as demais práticas como naturopatia e talassoterapia, sendo considerada ainda uma possibilidade para intervenção que irá potencializar os resultados dos tratamentos adotados. 
Enquanto prática multiprofissional vem sendo de fato adotada pelos mais diversos profissionais da saúde como, por exemplo: psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, médicos, veterinários, naturistas, terapeutas holísticos, entre outros, sendo empregada nos mais diferentes setores em busca de complementar o estabelecimento do reequilíbrio emocional e/ou físico dos indivíduos (SILVA, 2012).
3.2 HISTÓRIA
Acerca da historicidade da Aromaterapia não há como precisar a data em que ocorreram as primeiras extrações por meio da destilação dos óleos essenciais. Afirma MILLER (1991), que estas teriam se dado para obtenção de álcool advindo do vinho, que o mesmo define como conhecido por “espírito” que estava presente dentro do fermentado. Fato este que teria ocorrido após o fato histórico conhecido enquanto dilúvio, segundo defines algumas das escrituras hebraicas. 
Há alguns milhares de anos, ervas aromáticas, bálsamos e resinas eram empregadas para embalsamar cadáveres em cerimônias religiosas ou de sacrifícios, porém, nenhum documento reporta de modo claro o uso de óleos essenciais isolados (BRITO et al, 2013, p. 789). 
Os relatos mais antigos sobre o emprego dos produtos naturais em tratamento das enfermidades datam de mais de 2000 a.C. (GOGTAY et al, 2002). Importa destacar que no decorrer das cruzadas, os conhecimentos sobre perfumes e óleos aromáticos foram difundidos para a Árabia e para todo o leste. Avicena, filósofo e médico árabe, foi o precursor na utilização do processo da destilação por meio da serpentina refrigerada na extração do óleo essencial derivado das rosas. Assim, por meio do aperfeiçoamento do método de destilação alcançado por ele foi possível obter muitos produtos e óleos com uma melhor qualidade na época (GRACE, 1999). 
No que diz respeito às primeiras descrições dos óleos essenciais foram realizadas com detalhamento no séc. XIII por meio da relação da terebintina, do alecrim e da sálvia (CORAZZA, 2002). 
As ervas eram maceradas em “I’ eau vie” ou fermentadas em água (devido à presença de álcool), mas a separação dos óleos essenciais não era realizada ao fim do processo, obtendo-se, assim, somente águas aromáticas. Neste século muitos óleos essenciais foram destilados, os de amêndoas amargas, arruda, canela, sândalo e rosa estão entre eles (BRITO et al, 2013, p. 791). 
Já nos séc. XVI e XVII ocorreu uma expansão considerável na utilização de óleos essenciais com finalidades terapêuticas nas mais variadas enfermidades o que levou a introdução dos mesmos no âmbito do comércio mundial (GRACE, 1999). 
A partir da 2ª Guerra Mundial e todo o desenvolvimento da tecnologia na indústria farmacêutica, as terapias por meio de óleos essenciais e da fitoterapia ficaram praticamente esquecidas e renegadas, visto que houve um auge na utilização dos antibióticos. Mas, com a perca de efeitos curativos de vários dos princípios ativos sintéticos, pelo surgimento dos microrganismos mais resistentes, a referida indústria precisou desenvolver outros mais potentes e com muitos efeitos adversos na maioria das vezes. Este fato contribuiu para que assim se reacendesse o interesse por terapias que utilizam os óleos essenciais (LAVABRE, 1997). 
Atualmente, a referida é empregada e reconhecida em muitos dos países industrializados, enquanto um método de fato extremamente eficaz para a terapêutica. Sobre o conhecimento e o avanço ocorridos nesta área, a França e a Inglaterra são de fato os países com mais destaque em sua utilização. Importando destacar que existe na Inglaterra um Conselho destinado a Aromaterapia e que na França há faculdades que tem inclusas nas grades dos cursos de medicina a disciplina denominada “Aromaterapia” (BUCKLE, 2002).
O Brasil é o 3° país em níveis de exportação dos referidos óleos essenciais em todo o mundo. Exportando em ordem de sua importância os óleos de: “laranja, limão, eucalipto, pau-rosa, lima e capim limão” (BRITO et al, 2013, p. 791).
A mesma foi incluída na Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares por meio da Portaria n° 702, de 21 de março de 2018, conforme descrito a seguir:
Art. 1º Ficam incluídas, na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC, as seguintes práticas: aromaterapia, apiterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, medicina antroposófica/antroposofia aplicada à saúde, ozonioterapia, terapia de florais e termalismo social/crenoterapia apresentadas, nos termos do Anexo A.
Art. 2º As práticas citadas neste Anexo atenderão às diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. (BRASIL, 2018)
A seguir será abordada a temática dos óleos essenciais.
3.3 ÓLEOS ESSENCIAIS
A Aromaterapia é uma prática integrativa e complementar (PIC) por meio da qual se utilizam concentrados voláteis que são extraídos dos vegetais, que são os chamados Óleos Essenciais (OE), compostos químicos de origem natural, com natureza complexa e alta volatilidade, que se caracterizam por aromas fortes e são produzidos enquanto metabolitos secundários das plantas aromáticas (CORAZZA, 2002).
Os óleos essenciais são chamados de voláteis, pois quando expostos ao ar (temperatura ambiente), evaporam. Podem também ser chamados de refringentes ou etéreos. Entretanto, o termo mais usado é óleo essencial, já que estes representam as “essências” ou compostos odoríferos das plantas. (SOUSA, 2015, p. 27)
Importa destacar que: 
Fazem parte da composição dos óleos essenciais elementos orgânicos como carbono, oxigênio e hidrogênio, formando então moléculas de álcoois, aldeídos, ésteres, óxidos, cetonas, fenóis, hidrocarbonetos, ácidos orgânicos, compostos orgânicos nitrogenados e sulforados e terpenos. (ANDREI, 2005, p. 60)
Define o já citado autor Andrei (2005) que os grupos funcionais químicos que estão presentes no referidos óleos essenciais a serem utilizadas na aromaterapia são:
 • Monoterpenos/Sesquiterpenos: este tem efeitos: anti-viral, bactericida, antiinflamatório e antisséptico. Atuando no fígado – nos processos de desintoxicação – e ainda estimulam funções glandulares. Estes agem no aumento da quantidade do oxigênio do cérebro, por meio das glândulas pineal e pituitária. Como exemplo tem-se: o limoneno, o pineno, o canfeno e o gamaterpineno. Que estão presentes no limão, no pinho e no olíbano. 
• Ésteres: São os fungicidas, os sedantes e os antiespasmódicos. Este conferem ao óleo um aroma frutal bem característico. Exemplos destes são: o acetato de linalila e o salicilato de metila. Que estão presentes na sãlvia, na bergamota e na lavanda. 
• Aldeídos: Este agem enquanto sedante, antiinfeccioso e antisséptico. São exemplos destes: o citral, o neral e o geranial. Que estão presentes: no capim-limão na citronelae na melissa. 
• Cetonas: Que são descongestionantes para quadros de bronquite, resfriado e asma. Estes podem vim a ser tóxicos. Exemplos destes são: a tujona, a carvona e a pinocanfona. Que se encontram presentes no gengibre, no funcho e no hissopo. 
• Álcoois: Os referidos atuam com as funções antissépticas, antivirais, bem como, tem a capacidade de estimular todo sistema imunológico. Para exemplicar estes se têm: o linalol, o borneol e o estragol. Os mesmo são encontrados, por exemplo, no sândalo, no pau-rosa e no gerânio. 
• Fenóis: Estes se destacam por serem bactericidas, antiinflamatórios, desinfetantes, mas podem irritar a pele. Como exemplo destes se tem: o timol, o carvacrol e o eugenol, estes estão presentes no cravo e no tomilho. 
• Óxidos: estes são expectorantes e bactericidas. Que são representados pelo: ferro, magnésio, manganês e óxido de silício. Estes podem ser encontrados tanto no alecrim quanto na melaleuca.
• Ácidos: Os últimos são diurético, antipirético e antisséptico. São antibióticos e possuem vitaminas. Como exemplo destes tem-se: o caféico, o ácido benzóico, o cinâmico e o oleânico. Estando presentes na melissa e no benjoim. 
REFERÊNCIAS
ANDREI P. Aromaterapia e suas aplicações. CADERNOS, Centro Universitário S. Camilo, São Paulo, v. 11, n. 4, p. 57-68, out./dez. 2005.
BRASIL. Portaria n° 702, de 21 de março de 2018. Altera a Portaria de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2018/prt0702_22_03_2018.html>. Acesso em: 13 de novembro de 2019.
BUCKLE, K. Clinical aromatherapy and AIDS. Assc. Nurses AIDS Care, 2002.
CORAZZA S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: SENAC; 2002.
CORAZZA, S. A. Aromacologia através dos tempos. In: CORAZZA, S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Senac, 2002. 
GRACE, Kendra. Aromaterapia: o poder curativo dos aromas. São Paulo: Mandarim, 1999.
GOGTAY, N.J.., BHATT, H.A., DALVI, S.S., KSHIRSAGAR, N.A. The use and safety of nonallopathic Indian medicines. Drug Safety, 2002
LAVABRE, Marcel. Aromaterapia: a cura pelos óleos essenciais. São Paulo: Record Nova Era, 1997.
MILLER, R.A.I. A utilização ritual e mágica dos perfumes. Rio de Janeiro: Record, 1991.   
SILVA, A. E. M. de. Naturologia: um diálogo entre os saberes. Tese apresentada à PUC/SP para obtenção do título de Doutor em Ciências Naturais. São Paulo: 2012.
SOUSA, Marcos Antonio de. Medicina Alternativa: Aromaterapia. Edição do Autor. São Paulo: 2015.
ULRICH, H.N.A. Óleos etéreos. In: ULRICH, H.N.A. Manual prático de aromaterapia. Porto Alegre: Premier, 2004.

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