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politica aplicada 4

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
Economia Política Aplicada 
 
 
 
Aula 4 
 
 
 
 
Prof. Rodolfo dos Santos Silva 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Olá, nesta aula você vai perceber que as transformações econômicas 
políticas e sociais ocorridas no final do século XIX foram impactantes sobre 
todo o século XX. Vai perceber que a Primeira Guerra Mundial, o 
enfraquecimento das economias e as punições impostas à Alemanha, 
impuseram ao mundo uma crise de consumo que foi acentuada pela grande 
depressão de 1929. A crise mundial quebrou inúmeras empresas e 
desempregou milhões de pessoas e novas teorias políticas e econômicas 
foram criadas para explicar esse fenômeno. Keynes foi o maior nome da 
economia do século XX e apresentou uma teoria que revolucionou o 
pensamento econômico e político. 
Antes de prosseguir, assista ao vídeo do professor Rodolfo em que ele 
comenta mais o que estudaremos aqui. 
Contextualizando 
A Segunda Guerra Mundial foi um acontecimento marcante e 
fundamental para a reconfiguração do território em âmbito mundial e para a 
divisão do mundo em dois grandes blocos econômicos: o socialista e o 
capitalista. 
As instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional e o 
Banco Mundial, contribuíram para a reconstrução dos países destruídos pela 
guerra, que passaram a ser aliados do mundo capitalista e, por lado, a China 
apoiada pela URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1949, 
passou a ser um país socialista. 
Veja também o vídeo do professor Rodolfo em que ele contextualiza o 
que vamos aprender aqui. Acesse seu material virtual e confira! 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Pesquise 
Tema 1: O século XX e suas transformações sociais, econômicas e 
políticas 
As transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas no século 
XX, principalmente no campo teórico, são reflexos do que ocorreu no século 
XIX. Com a publicação do Manifesto Comunista em 1848, Marx prevê um fim 
próximo para o sistema capitalista, principalmente, devido aos seus vários 
ciclos de altos e baixos e, por sua concentração de riqueza nas mãos de 
poucos e grandes capitalistas. 
A previsão de Marx batia de frente com a ideologia dominante no 
período, o liberalismo econômico. Para os liberais, a economia tinha a 
capacidade de se autorregular: para toda produção haveria sempre um 
comprador. Nessa perspectiva, de um sistema autorregulador, muitos 
capitalistas investiram seus recursos no crescimento das estruturas fabris e 
comerciais, seja em papéis (ações), seja em mais produção. Os capitalistas, 
seguindo a teoria liberal, viam no Estado uma instituição que deveria manter-se 
afastada das ações econômicas, garantindo a lei, a ordem e a paz a quem 
detém o capital. 
Algumas mudanças tiveram importante significado para o 
desenvolvimento da Economia Política, principalmente o que ocorreu na 
Alemanha na segunda metade do século XIX. Tendo como sua principal base 
econômica o comércio e não a indústria, a Alemanha deu uma importante 
virada na sua história econômica e política, para a qual teve papel de destaque 
o estadista prussiano Otton Von Bismark (1815-1898), que uniu o povo de 
língua germânica em torno de uma nação imperial, o Império Alemão, depois 
de travar inúmeras batalhas por territórios com a Dinamarca, Áustria e França. 
De forma ditatorial e impetuosa, organizou o sistema industrial alemão, 
buscando a eficiência produtiva em curto período de tempo. No campo social, 
enfrentou com mãos de ferro seus opositores fechando inúmeras instituições, 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
porém, contrário aos preceitos liberais de não intervenção do Estado na 
economia, cria algumas leis que vão contribuir para o desenvolvimento do 
capitalismo alemão como a lei de acidentes de trabalho, a lei que possibilita a 
organização dos trabalhadores em associações e sindicatos e a instituição de 
programas de ação social como seguro contra acidentes, doenças e invalidez. 
O professor Rodolfo vai explicar mais detalhes sobre o século XX e suas 
transformações sociais, econômicas e políticas. Acompanhe no seu material 
on-line. 
Outro alemão de grande destaque no período, para a economia e a 
política, foi Max Weber (1864-1920). Tendo sido influenciado pelas obras de 
Karl Marx, Weber, principalmente por entender como Marx que a sociedade 
capitalista concentra a riqueza e torna o trabalhador alienado, em sua obra “A 
ética protestante e o espírito do capitalismo” (1904-1905), descreve o 
desenvolvimento da sociedade ocidental desde os seus princípios até o modelo 
industrial secular baseado no avanço da ciência e da engenharia efetivados 
pela relação custo-benefício e pela burocracia. 
Weber via no desenvolvimento do capitalismo importantes avanços no 
processo de produção, modernidade e racionalização, porém, percebia nele um 
sistema econômico extremamente desencantador, pois tinha suas bases no 
materialismo frio e calculista substituindo o lado intangível e cultural da 
sociedade, o que significou um grande retrocesso em âmbito social. As 
promessas de um capitalismo com alto desenvolvimento tecnológico apenas 
trouxe ganhos materiais estabelecidos pela eficiência das leis, normas e regras 
da burocratização e do Estado. 
Weber criticava o desencanto criado pelo sistema capitalista e sua 
burocracia crescente, entendia que ela seria a responsável pelas profundas 
mudanças sociais que afetam o comportamento dos indivíduos no sistema 
econômico, principalmente em relação às suas ações que são determinadas 
por outros que exigem uma busca gananciosa de todos por um emprego e uma 
situação econômica e financeira melhor, desprezando a moralidade e o social. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
Esse modelo de sociedade burocrática é o preço que se tem de pagar 
pelos benefícios gerados pelo capitalismo. Em um modelo de sociedade mais 
avançada o nível de burocracia deverá ser tanto quanto a sociedade o possa 
suportá-la. Esse autor também percebia a existência de classes sociais 
economicamente diferenciadas, mas enxergava os diferentes estamentos 
sociais existentes desde aqueles forjados pela honra e prestigio, até aqueles 
ocupados pelas relações partidárias e políticas. 
A ideia da valorização das ações individuais e da cultura influenciaram a 
Escola de Frankfurt, da Universidade de Goethe - Alemanha. Weber afirmava 
que a racionalização levaria ao sistema capitalista sobressair-se como sistema 
econômico, discordando da tese de Karl Marx que seria um sistema econômico 
historicamente determinado à superação. Previu que no sistema capitalista a 
burocracia utilizada de forma moderada levaria a sociedade a ganhos de 
eficiência e eficácia, enquanto que o aumento da rigidez burocrática reduziria 
esses ganhos e tornariam mais difíceis a gestão. 
Agora, o professor Rodolfo vai falar mais sobre Max Weber, acesse seu 
material virtual e confira! 
Tema 2: Keynes e a teoria geral 
O século XX se inicia com um grande problema para a humanidade, a 
luta por território e poder movida pelas nações imperiais (França, Inglaterra e 
Alemanha) que culmina com a I Grande Guerra Mundial, além da intensificação 
da produção graças aos incrementos tecnológicos no processo produtivo e da 
sofisticação do modelo de gestão das empresas. 
Porém, a crença nas teorias liberais dos economistas clássicos e 
neoclássicos fez com que o Modo de Produção Capitalista e toda a sua classe 
dirigente se esquecessem dasleis econômicas de que para produzir há de se 
ter comprador, para se comprar há que se ter dinheiro, para se ter dinheiro é 
preciso ter trabalho e, com isso, se movimenta a economia. 
Não bastou produzir, não bastou ofertar créditos em excesso para 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
aquisição de ações na Bolsa de Valores se não havia onde empregar mais 
trabalhadores. A crise de 1929 atingiu todo o Modo de Produção Capitalista em 
todos os principais países do mundo. 
Segundo Singer (1989), no final dos anos de 1920, o capitalismo passa 
por uma de suas maiores crises, mas é em 1929 que o capitalismo sofre um 
grande golpe. É nesse ano que os EUA passam pelo seu mais forte momento 
da grande depressão e com ela o fim da economia de livre mercado, sem a 
participação efetiva do Estado. As empresas fecham as suas portas por falta de 
compradores, milhares de investidores desacreditados na economia correm 
para se desfazer das ações que possuíam, levando à quebra da Bolsa de 
Valores de Nova York e colocando em descrédito o sistema econômico liberal 
do Modo de Produção Capitalista. 
Saiba Mais: como ilustração, assista ao filme: Entendendo a crise de 1929, 
disponível no link a seguir. 
https://www.youtube.com/watch?v=CuFXVtrkA1M 
A economia capitalista não dava sinais de que iria sair da crise, quando 
um economista inglês chamado John Maynard Keynes apresentou ao mundo a 
sua proposta de salvação para o sistema. Keynes refutava as ideias de Adam 
Smith e dos defensores da teoria liberal, argumentando sobre a necessidade 
da intervenção do Estado na economia para impulsionar os investimentos e 
assegurar o pleno emprego de recursos. 
Para Keynes, o Estado, preservando a autonomia da iniciativa privada, 
deveria participar como elemento essencial de investimento no sistema 
econômico. O Estado deveria injetar recursos para proporcionar o 
fortalecimento da iniciativa privada, investindo em infraestrutura e, 
principalmente, atuando em empreendimentos onde as empresas capitalistas 
não estivessem dispostas a investir. Para a teoria de Keynes, o papel a ser 
desempenhado pelo Estado na economia é, também, o de manter empréstimos 
para garantir o bom funcionamento do setor produtivo e do comércio, e 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
socorrê-los, caso houvesse necessidade. 
Keynes atribui à demanda a crise pela qual passou o capitalismo. De 
acordo com a teoria keynesiana, o Estado deve intervir como comprador dos 
serviços privados com o objetivo de ampliar a demanda para absorver o 
excesso de mercadorias produzidas. Keynes estabelece a divisão da economia 
em microeconomia e macroeconomia. 
A microeconomia tem por objeto o comportamento individual do 
consumidor e do produtor (a conduta da empresa é assemelhada à de um 
empresário individual) e prossegue na linha tradicional do liberalismo que, na 
teoria econômica, está encarnado na doutrina neoclássica ou marginalista. 
Para a microeconomia tradicional não existe desemprego involuntário. 
Só existe desempregado porque o trabalhador não está disposto a trabalhar 
por um salário menor, se o trabalhador se dispusesse a trabalhar por um 
salário menor haveria trabalho para todos. A macroeconomia tem por objeto a 
economia nacional como um todo. 
Vamos aprender mais sobre Keynes e sua teoria? Então, acesse seu 
material on-line e acompanhe o vídeo do professor Rodolfo em que ele explica 
detalhadamente esse assunto. 
Tema 3: Impactos da Segunda Guerra Mundial sobre a economia e a 
política 
A Segunda Grande Guerra Mundial influenciou determinantemente no 
Modo de Produção Capitalista, principalmente os fatos que levaram a esse 
trágico acontecimento para toda a humanidade. Resquícios de um conflito mal 
resolvido da Primeira Guerra Mundial, a crise de 1929 e principalmente as 
reestruturações econômicas e políticas estabelecidas a partir da década de 
1930 foram os grandes determinantes do conflito. 
As severas punições estabelecidas no Tratado de Versalhes-França 
(1919) à Alemanha, que deveria indenizar os países aliados (vencedores) por 
todos os efeitos da Primeira Guerra, impondo ao povo alemão grandes 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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sacrifícios e também à sua já fragilizada economia, foi questionada por Keynes, 
representante da Inglaterra, que se opôs às imposições do Tratado. Esse 
economista britânico entendia que a Alemanha não teria como pagar pelos 
danos causados pela guerra, o que de fato ocorreu. 
A crise de 1929 provocou mudanças na configuração econômica 
mundial. O Estado passou a intervir no mundo dos negócios porque o mercado, 
que de acordo com os economistas políticos clássicos e neoclássicos se 
autorregulava, dificilmente iria conseguir resolver o problema do alto nível de 
desemprego, queda nos salários, baixa constante nos preços e na demanda 
por produtos. As intervenções estatais realizadas a partir da década de 1930, 
em muitos países com ditaduras e em outros com governantes que 
permaneceram à frente de seus países por mais de uma década, iniciaram 
uma marcha em busca da retomada econômica e por mercados que 
provocaram novamente a disputa por exploração de territórios e a culminação 
na Segunda Grande Guerra Mundial. 
No vídeo, disponível no seu material virtual, o professor Rodolfo 
comenta mais sobre a Segunda Guerra Mundial. Acesse e acompanhe! 
A reestruturação dos países iniciou-se na década de 1930, com a 
intervenção de ditaduras como a de Getúlio Vargas (Brasil), Mussolini (Itália), 
Hitler (Alemanha), Franco (Espanha) e até mesmo Roosevelt (EUA) iniciou o 
seu governo em 1933 e só o deixou após seu falecimento em 1945. Essas 
intervenções colocaram por terra as teorias liberais e contribuíram para o 
investimento estatal nas economias, aumentando o volume de produção e 
consequentemente a ampliação no número de trabalhadores contratados. 
Estando com o papel de investidor e ao mesmo tempo no papel de comprador 
dos bens e serviços realizados pelos setores produtivos e também de regulador 
do setor financeiro e das demais atividades econômicas, os Estados 
impuseram nova ordem econômica no mundo capitalista. 
É importante destacar que há uma reformulação na relação de trabalho 
no mundo capitalista. No Brasil, muitas medidas consideradas como avanços 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
no campo social ocorreram durante o governo de Getúlio Vargas, a partir de 
1930, como a criação do Ministério do Trabalho; a possibilidade dos 
trabalhadores em sindicalizarem-se; o estabelecimento da jornada de trabalho 
de oito horas; a licença maternidade; a carteira de trabalho; concessão de 
férias e o pagamento de indenizações ao trabalhador que fosse mandado 
embora pelo empregador sem justa causa. 
Em 1939 foi criada a Justiça do Trabalho; em 1940, a Lei do Salário 
Mínimo e em 1° de maio de 1943, a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas. 
Nesse período, Vargas ainda fundou a Companhia Siderúrgica Nacional, 
Companhia Mineradora Vale do Rio Doce e FNM – Fábrica Nacional de 
Motores, dando início às chamadas indústrias de base. 
Para entender melhor a reformulação da relação capital e do trabalho, 
assista ao vídeo do professor Rodolfo em que ele aborda esse assunto. 
Tema 4: As instituições multilaterais e seu papel no mundo 
contemporâneo 
A teoria keynesiana influenciou o desenvolvimento econômico no 
sistema capitalista. Os países, procurando garantir o pleno emprego, passaram 
a investir elevadas quantias na criação de infraestrutura de apoio às grandes 
corporações privadas. Assim, surgiram no Brasil a Petrobrás, a Telebráse 
outras tantas estatais consideradas de grande estratégia para o 
desenvolvimento do sistema capitalista. O crescimento da estrutura do Estado 
e seu poder de interferência na economia, aliados ao processo de inovação 
tecnológica, as rápidas mudanças no setor e a vontade do setor privado em se 
apropriar dos lucros auferidos pelo Estado com suas empresas estatais, até 
então consideradas estratégicas, proporcionou o resgate da teoria liberal com 
uma nova roupagem, trazida aos nossos tempos por Milton Friedman e 
Frederich Von Hayec, denominada de neoliberalismo. 
Antes mesmo do término da Segunda Guerra Mundial, os Estados 
Unidos, prevendo que as forças aliadas já tinham como conquistar a vitória no 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
conflito, decidiu por chamar para o Estado de New Hampshire – EUA, na 
localidade de Bretton Woods a Conferência Monetária e Financeira das Nações 
Unidas, que foi realizada em julho de 1944. 
Essa Conferência foi chamada estrategicamente para traçar os rumos de 
como aconteceria o processo de reconstrução e as políticas econômicas e 
fiscais a serem colocadas em práticas após a Segunda Guerra. Liderados 
pelos Estados Unidos foram propostos uma série de acordos, dentre eles a 
criação do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, que 
popularmente ficou conhecido como Banco Mundial, que além de ser o 
executivo do controle de empréstimos e de execução das atividades de 
reconstrução dos países, também controlaria a relação da moeda norte-
americana com as moedas locais dos países a serem reconstruídos. 
Para reunir os recursos do Banco Mundo, foi criado o FMI – Fundo 
Monetário Internacional que tinha como objetivo reunir através de contribuições 
dos países-membros os recursos necessários a serem aplicados nessa 
reconstrução. Nessa Conferência ficou acordo, sob protestos de Keynes 
(representante britânico na Conferência), de que a moeda de aceitação e 
transação internacional deixaria de ser a Libra Esterlina (Moeda inglesa) e 
passaria a ser o Dólar (Moeda americana). 
Após o término da Segunda Guerra Mundial, foi iniciado o processo de 
reconstrução dos países destruídos pelo conflito e uma nova configuração 
geográfica se estabeleceu entre o mundo socialista e o mundo capitalista, o 
que provocou a chamada Guerra Fria. 
A disputa por territórios de poder e de comercialização e sustentação 
dos sistemas econômicos deu início a uma série de transformações 
econômicas e políticas em todo o mundo. Em 1949, ocorreu a grande 
Revolução Chinesa. O país de maior população do mundo se tornou socialista 
e pôs em marcha um Plano Quinquenal que promoveu um aumento 
significativo na produção para o qual se impôs programas de produção em 
massa na agricultura, na indústria e infraestrutura. Em 1966, liderados por Mao 
 
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Tsé-Tung, foi implantada a revolução cultural na China, que teve como objetivo 
“limpar o país” das influências burguesas, muitos foram reeducados nos 
moldes do socialismo chinês e outros foram condenados a trabalhos forçados. 
Por outro lado, no mundo capitalista foi colocado em prática em 1947, o 
Plano Marshall, um programa de recuperação dos países destruídos pela 
guerra na Europa, pensado e proposto pelo secretário de Estado norte-
americano George C. Marshall, executado entre os anos de 1948-1951, sob o 
controle dos Estados Unidos os recursos, a política fiscal e monetária, reunindo 
16 países que fundaram a Organização para a Cooperação Econômica 
Europeia, encarregada dos tramites dessa recuperação. 
Os países mais beneficiados com esse Plano foram a Inglaterra, a 
França, a Alemanha Ocidental e a Itália. Após seu término em 1952, o 
Programa continuou sendo executado e controlado pelo Governo norte-
americano, que pôs em marcha a Doutrina Truman, que tinha por objetivo 
evitar a expansão socialista sobre a Europa. O Plano Marshall conseguiu 
atingir seus objetivos de reconstrução da Europa e ainda abriu caminho para o 
capital norte-americano penetrar no Continente Europeu. 
O FMI – Fundo Monetário Internacional, apesar ter sido criado na 
Conferência Monetária Internacional de Betton Woods - EUA, em 1944, é uma 
instituição multilateral especializada da ONU – Organização das Nações 
Unidas, com sede em Washington nos Estados Unidos. É uma instituição que 
tem em seus quadros de associados quase todos os países industrializados do 
mundo capitalista. Cada país contribui com uma parte para a composição dos 
recursos do FMI. Uma de suas funções, para o qual foi criado, é controlar a 
paridade monetária das moedas dos países com o ouro, tendo a moeda 
americana como referência no mundo capitalista. 
O FMI também é utilizado como um fundo aos quais os países podem 
recorrer de acordo com os problemas econômicos, detectados pelos agentes 
do Fundo, nesses países. O Fundo atua como propositor de medidas que 
podem ser adotados pelos países para melhoria de suas economias. De 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
acordo com Sandroni (2007, p. 348), quando há solicitações de auxílios por 
parte dos países, “o FMI oferece assistência, fiel a uma política do tipo 
monetarista (taxa cambial única e fixa, moeda conversível, corte nos gastos 
públicos, contenção salarial etc.), que nem sempre atende aos interesses dos 
países”. 
A CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina é um órgão 
regional das Nações Unidas, ligado ao Conselho Econômico e Social; foi criado 
em 1948 com o objetivo de elaborar estudo e alternativas para o 
desenvolvimento dos países latino-americanos. Tem sede em Santiago do 
Chile, promove uma conferência a cada dois anos para debater seus projetos e 
analisar a situação dos países-membros. 
Os primeiros estudos da Cepal caracterizaram a América Latina como 
região fornecedora de produtos primários e consumidora de produtos 
industrializados vindos do exterior. Identificaram o atraso como sendo culpa da 
exploração econômica por parte de seus colonizadores e apontaram o Tratado 
de Methuen (Inglaterra e Portugal) em 1703, como uma das causas do não 
desenvolvimento econômico. Buscando a superação desse quadro de 
subdesenvolvimento, formou-se no organismo um quadro de especialistas, 
renomados dos países da região (economistas, administradores, sociólogos) 
que, trabalhando numa direção comum, tornaram-se conhecidos como 
integrantes da Escola da CEPAL. 
Os técnicos da CEPAL (entre eles, Raul Prebisch – o grande inspirador 
da Comissão –, mas também, Celso Furtado, Felipe Herrera, Oswaldo Sunkel) 
defenderam a necessidade de promover a industrialização da América Latina e 
a diversificação geral de sua estrutura de produtiva. Nesse sentido, 
propuseram medidas para uma melhor distribuição de renda, reorganização 
administrativa e fiscal, planejamento econômico, reforma agrária e formas de 
colaboração entre os países para superar as deficiências concorrenciais no 
mercado internacional. 
Além disso, a Cepal elaborou programas educacionais e de saúde 
 
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13 
pública, energia e transporte. Em 1984, a CEPAL passou a incorporar em suas 
metas os países caribenhos e iniciou um processo de promoção na região do 
desenvolvimento social. Além dos países da América Latina e Caribe, fazem 
parte da Cepal o Canadá, a França, o Japão, Países Baixos, Portugal, 
Espanha, Reino Unido, Itália e EUA. 
Atualmente, ministra cursos de formação nas diversas áreas do 
planejamento e presta assessoria técnica aos governos. As principais teorias 
da Escola da Cepal têm sido criticadas por tentarrepetir, num quadro histórico 
e econômico bastante diverso, os caminhos percorridos pelas nações 
industrializadas no século XIX. 
Assista ao vídeo, disponibilizado no seu material on-line, em que o 
professor Rodolfo fala mais sobre as instituições multilaterais e seu papel no 
mundo contemporâneo. 
Trocando ideias 
Discuta com seus colegas qual é o impacto dos acontecimentos que 
vimos na aula de hoje, principalmente decorrente da crise de 1929, no cenário 
atual do nosso país em relação à economia. 
Na prática 
Verifique quais são os projetos financiados pelo Fundo Monetário ou 
pelo Banco Mundial na sua Cidade ou Estado. Que tipo de projetos foram 
financiados? Que benefícios trouxeram para a população? 
Síntese 
O conteúdo apresentado nesta aula nos trouxe os acontecimentos do 
final do século XIX e do século XX que impactaram sobre as transformações 
econômicas e políticas. Dentre os assuntos, estão referenciadas as mudanças 
na passagem da Prússia para o Império Alemão na segunda metade do século 
XX, o grande conflito da Primeira Guerra Mundial e a Depressão de 1929. 
Também se destacou a presença do Estado na economia a partir da década de 
 
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14 
1930 e os reflexos dessa presença na teoria econômica de John Maynard 
Keynes. 
Vimos, ainda, que a Segunda Grande Guerra Mundial e a guerra fria 
entre os EUA – Estados Unidos da América e a URSS – União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas mudaram a configuração econômica e geográfica do 
mundo. 
Assista ao último vídeo desta aula para você relembrar o que mais 
estudamos aqui. 
 
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15 
Referências 
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do pensamento econômico: uma 
abordagem introdutória. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
FRANCO JUNIOR, Hilário e CHACON, Pulo Pan. História econômica geral. 
São Paulo: Atlas, 1992. 
 
GALBRAITH, John Kenneth. O pensamento econômico em perspectiva. São 
Paulo: Edusp, 1989. 
 
HUNT, E. K. e SHERMAN, HOWARD, J. Sherman. História do pensamento 
econômico. Petrópolis: Vozes, 1977. 
 
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: 
Guanabara, 1986. 
 
MAGALHÃES FILHO, Francisco de B. B. História econômica. São Paulo: 
Saraiva, 1987. 
 
MARX, Karl. Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 
2004. 
 
PETTY, William. Obras econômicas. Coleção: Os economistas. São Paulo: 
Nova Cultural, 1996. 
 
QUESNAY, François. Quadro econômico dos fisiocratas. Coleção: Os 
economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 
 
REZENDE, Cyro. História econômica geral. São Paulo: Contexto, 2001. 
 
SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do Século XXI. Rio de 
Janeiro/São Paulo: Record, 2007. 
 
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas 
causas. Coleção: Os economistas. São Paulo: Nova Cultural, 1996. 
 
VASCONCELLOS, Marco A. S. e GARCIA, Manuel E. Fundamentos de 
Economia. São Paulo: Saraiva, 2014. 
 
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Rio de 
Janeiro: Martin Claret, 2001.

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