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DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 1/272 DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 2/272 EQUIPA TÉCNICA Coordenação: • Prof. Fernando Branco (fbranco@civil.ist.utl.pt) • Prof. Jorge de Brito (jb@civil.ist.utl.pt) Conteúdos: • Eng.ª Inês Flores • Eng.º Manuel Plantier • Arq.ª Joana Aleixo • Arq.ª Joana Couto • Eng.º Paulo Pedro • Eng.º Marques Lima • Arq.ª Susana Peneda • Prof. Jorge de Brito E-learning: • Eng.º Pedro Paulo • Eng.º João Campos • Eng.º Joel Alexandre DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 3/272 PROGRAMA 1. INTRODUÇÃO 1.1. A construção em betão armado 1.2. Campo de aplicação 1.3. Vantagens 1.4. Desvantagens 1.5. A durabilidade do betão armado 1.6. Conclusões do capítulo 2. METODOLOGIA DE INSPECÇÃO 2.1. Introdução 2.2. Estratégia de inspecção 2.3. Tipos de inspecção 2.4. Sistemas de inspecção e diagnóstico 2.5. Conclusões do capítulo DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 4/272 PROGRAMA 3. ANOMALIAS E RESPECTIVAS CAUSAS 3.1. Introdução 3.2. Anomalias (processo de construção) 3.3. Anomalias estruturais 3.4. Anomalias de durabilidade 3.5. Conclusões do capítulo 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.1. Introdução 4.2. Ensaios estruturais em laboratório 4.3 Ensaios estruturais in-situ 4.4. Ensaios de durabilidade em laboratório 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ 4.6. Conclusões do capítulo REVISÃO BIBLIOGRAFIA DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 5/272 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 6/272 1. INTRODUÇÃO BETÃO ARMADO Sub-capítulos: 1.1 A construção em betão armado 1.2 Campo de aplicação 1.3 Vantagens 1.4 Desvantagens 1.5 A durabilidade do betão armado 1.6 Conclusões do capítulo DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 7/272 1. INTRODUÇÃO 1.1 A construção em betão armado DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 8/272 1. INTRODUÇÃO O betão mais antigo que foi descoberto é datado de 5600 A.C. e situa-se em Lepenski Vir, na ex-Jugoslávia, nas margens do rio Danúbio, constituindo o pavimento térreo de uma habitação, com a cal parda com função de ligante. Pode considerar-se que o betão, tal como o conhecemos hoje em dia, teve início no século XIX, com a invenção do cimento artificial por Louis Vicat em 1817, através da cozedura conjunta de calcário e argila, que começou a ter uma utilização mais ampla devido à hidraulicidade e à rapidez com que endurecia. 1.1 A construção em betão armado Radiografia, com raios X, de uma amostra de betão Aspecto do betão fluido DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 9/272 1. INTRODUÇÃO Em meados do século XIX, o betão teve o seu grande impulso com a invenção do betão armado, geralmente atribuída a Joseph-Louis Lambot, que com ele construiu, em 1848, um pequeno barco, exibido na Exposição Universal de Paris em 1855. 1.1 A construção em betão armado A partir de 1890, o betão armado iniciou a enorme expansão, graças às realizações do notável construtor François Hennebique e aos estudos experimentais e teóricos de Considère, Rabut e Mesnager que estabeleceram as leis fundamentais da resistência do betão armado. Em relação a Portugal, a moagem de António José Gomes no Caramujo, Cova da Piedade, concluída em 1898, é considerada a primeira construção portuguesa em que se aplicou esta tecnologia. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 10/272 1. INTRODUÇÃO Das obras realizadas nesse período inicial da história do betão armado em Portugal, destacam-se: a ponte sobre a ribeira de vale de Meões, em Mirandela (actualmente destruída), a barragem de Xarrama em Évora, entre outras. Seguiram-se obras mais grandiosas como o Instituto Superior Técnico em 1936, ou a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, concluída em 1938, nas Avenidas Novas, ambas em Lisboa. 1.1 A construção em betão armado DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 11/272 1. INTRODUÇÃO Verifica-se, em todo o mundo, um progressivo aumento do peso relativo do betão nas construções em geral, em virtude de ter sido este o material estrutural dominante nos últimos 50 anos. Em Portugal e, em particular, nas décadas mais recentes, as construções em betão armado (edifícios correntes e pontes rodoviárias) têm sido uma esmagadora maioria. 1.1 A construção em betão armado DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 12/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 13/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação • construção em altura; • edifícios públicos; • infraestruturas viárias; • infraestruturas hidráulicas, • edifícios industriais; • superstruturas em edifícios correntes. Aplicações correntes: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 14/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Arranha-céus em betão armado na China Um dos primeiros arranha-céus em betão armado em Chicago a) Construção em altura: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 15/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Educatorium em Utrecht - Arq.º Koolhaas Museu Guggenheim em NY - Arq.º Frank Lloyd Wright Igreja na Eslovénia - Arq.º Ales Vodopivec b) Edifícios públicos: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 16/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Parlamento em Chandigardh - Arq.º Le Corbusier Estádio Alvalade XXI - Arq.º Tomás Taveira b) Edifícios públicos (cont.): DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 17/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Ponte Vasco da Gama Viaduto de acesso à Ponte 25 de Abril c) Infraestruturas viárias: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 18/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Reservatório de água em Aveiro - Arq.º Siza Vieira Barragem d) Infraestruturas hidráulicas: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 19/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Central nuclear Fábrica prefabricada em betão e) Edifícios industriais: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 20/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação f) Superstruturas em edifícios correntes: Estrutura reticulada • Reticuladas (pórticos) - constituídas por lajes (maciças ou aligeiradas), vigas e pilares; as cargas verticais são transmitidas de laje em laje através dos pilares; as acções horizontais são exclusivamente resistidas pelas vigas e pilares; DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 21/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Superstruturas em edifícios correntes (cont.): • mistas (pórticos e paredes) - constituídas por lajes (maciças ou aligeiradas), vigas, pilares e paredes; as acções horizontais são exclusivamente resistidas pelas vigas, pilares e paredes; Estrutura mista DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 22/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Superstruturas em edifícios correntes (cont.): • laminares (paredes) - constituídas por lajes (maciças ou aligeiradas), vigas (ainda que nem sempre) e paredes; as cargas verticais são transmitidas das primeiras lajes para as últimas; as acções horizontais são exclusivamente resistidas pelas paredes. Estrutura laminar DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 23/272 Identifique as superstruturas dos edifícios 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 24/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Estrutura reticulada Lajes, vigase pilares Estrutura laminar Lajes e paredes DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 25/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Superstruturas em edifícios correntes (cont.): Reticuladas (pórticos) Mistas (pórticos e paredes) Laminares (paredes) baseadas em lajes vigadas DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 26/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Superstruturas em edifícios correntes (cont.): • Lajes fungiformes - apoiam-se directamente nos elementos verticais (pilares e paredes) e não só lhes transmitem as cargas gravíticas como participam na resistência às acções horizontais. a) Laje fungiforme maciça b) Laje fungiforme aligeirada com moldes recuperáveis c) Laje fungiforme aligeirada com moldes perdidos DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 27/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Superstruturas em edifícios correntes (cont.): Laje fungiforme aligeirada com moldes recuperáveis DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 28/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Com a evolução de novos produtos e conceitos, desenvolveu-se uma série de novos tipos de betão, onde se procurou dar novas aplicações a este produto e melhorar as já existentes: • betões leves - betão de argila expandida , betão celular, betão de silicatos expandidos, betão de granulados vegetais, betão de jôrra, betão de “pedra-pomes”, betão sem finos; • betões pesados - betões refractários e super-refractários; • betões de elevado desempenho - betão de alta resistência, betão com fibras; betões auto-compactáveis; • betão ciclópico; • betão arquitectónico - betão branco, betão colorido, betão à vista. Outras aplicações: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 29/272 Identifique os diferentes tipos de betões 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 30/272 1. INTRODUÇÃO 1.2 Campo de aplicação Pavilhão de Portugal, Expo 98, Parque das Nações Torre do Tombo Betão leve de argila expandida Laje em forma de membrana parabólica com 65 por 60 m e apenas 0.20 m de espessura, em betão leve de argila expandida, com um peso de 1850 kg/m3 Betão branco Grânulos de argila expandida DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 31/272 1. INTRODUÇÃO 1.3 Vantagens DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 32/272 • disponibilidade de matéria-prima; • economia em relação a outros materiais; • não precisa de mão-de-obra muito especializada; • fácil adaptabilidade em termos geométricos; • incombustibilidade; • boa resistência às acções mecânicas; • diversidade nas aplicações. 1. INTRODUÇÃO 1.3 Vantagens Para um correcto comportamento da peça que se deseja fabricar, é conveniente que o betão apresente os seguintes requisitos: compacidade, resistência à compressão, impermeabilidade, aderência às alvenarias, constância de volume durante a presa e endurecimento, permanência de resistência e facilidade de moldagem. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 33/272 1. INTRODUÇÃO 1.4 Desvantagens DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 34/272 1. INTRODUÇÃO 1.4 Desvantagens • elevado peso próprio (≈ 2400 kg/m3); • impacte ambiental significativo (exploração de pedreiras, consumo de energia e produção de resíduos durante a construção e após a demolição); • baixo isolamento térmico. Para responder às novas realidades e exigências, nomeadamente ambientais e de sustentabilidade, começa-se a utilizar agregados reciclados na produção de betão no sentido de diminuir os impactes das explorações em pedreiras e, ao mesmo tempo, a reutilizar materiais com potencialidades, que neste momento são enviados para vazadouros. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 35/272 1. INTRODUÇÃO 1.5 A durabilidade do betão armado DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 36/272 1. INTRODUÇÃO 1.5 A durabilidade do betão armado O betão armado, ao contrário do que se possa talvez pensar, é um material relativamente sensível e que se degrada ao longo do tempo. Daí ser de esperar que as construções sofram um natural envelhecimento provocado quer pelo meio ambiente (chuva, sol, vento, poluição) quer pela utilização normal. Verifica-se frequentemente um envelhecimento precoce das construções provocado por outros factores (naturais ou artificiais) e que interessa evitar. Estrutura de uma estufa em avançado estado de degradação DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 37/272 1. INTRODUÇÃO 1.5 A durabilidade do betão armado A durabilidade do betão é, sem dúvida e nos dias de hoje, a propriedade que mais preocupações traz, como é visível nas situações de deterioração das primeiras construções de betão armado, precisamente pela falta de conhecimentos que havia então sobre os factores que aumentavam a durabilidade do betão: a redução da relação água / cimento, a boa compactação e cura do betão, conjuntamente com o recobrimento adequado para cada situação (2 a 5 cm). DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 38/272 1. INTRODUÇÃO 1.5 A durabilidade do betão armado Os aspectos relacionados com a durabilidade não foram praticamente objecto de qualquer atenção nos primeiros regulamentos nacionais. As preocupações com a durabilidade apenas surgiram no Regulamento das Estruturas de Betão e Pré- Esforçado (REBAP), de 1983, e mais explicitamente naquele que se considerou dele fazer parte integrante, o Regulamento de Betões de Ligantes Hidráulicos (RBLH), de 1971, actualmente substituído pela NP EN 206, de 1993. A NP EN 206 considera 5 classes de exposição relacionadas com as condições ambientais (ambiente seco, ambiente húmido, ambiente húmido com gelo e produtos descongelantes, ambiente marítimo e ambiente quimicamente agressivo). DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 39/272 1. INTRODUÇÃO 1.5 A durabilidade do betão armado Entretanto, a durabilidade tornou-se um critério de dimensionamento nos novos regulamentos de países como o Japão, a Austrália e os da União Europeia, devendo também o futuro regulamento Português, baseado no Eurocódigo 2 (ENV 1999-1-1), por sua vez apoiado na norma NP EN 206, vir a dar-lhe a devida relevância. Ponte Vasco da Gama Tempo de vida útil previsto - 120 anos DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 40/272 1. INTRODUÇÃO 1.6 Conclusões do capítulo DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 41/272 1. INTRODUÇÃO 1.6 Conclusões do capítulo . O progressivo aumento do peso relativo do betão nas construções em geral, justifica-se por este ser o material estrutural dominante nos últimos 50 anos. . O betão armado apresenta várias vantagens em relação a outros materiais estruturais e permite inúmeras aplicações na construção (edifícios, infraestruturas viárias, infraestruturas hidráulicas). O elevado peso próprio constitui a sua principal desvantagem. . Actualmente, vários anos após o grande “boom” da utilização do betão na construção, observa-se um crescente envelhecimento destas estruturas com o consequente aparecimento de anomalias. Torna-se cada vez mais premente o desenvolvimento de técnicas e de materiais que visem não só dotar as construções em betão armado das características mecânicas, funcionais e estéticas originais, como também prolongar o seu ciclo de vida útil. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 42/272 CAPÍTULO 3 ANOMALIAS E CAUSAS DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 43/272 Sub-capítulos: 3.1 Introdução 3.2 Anomalias (processode construção) 3.3 Anomalias estruturais 3.4 Anomalias de durabilidade 3.5 Conclusões do capítulo 3. ANOMALIAS E CAUSAS ANOMALIAS DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 44/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.1 Introdução DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 45/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.1 Introdução O diagnóstico das anomalias em construções de betão armado pode ser complexo devido à variedade dos fenómenos de degradação causadores de anomalias. As principais causas das anomalias no betão diferenciam-se bastante no tempo de ocorrência: podem ocorrer antes da construção (erros de projecto), durante esta (erros de execução), no decurso da exploração normal da construção (acções biomecânicas, acção do ambiente), em consequência de catástrofes naturais imprevisíveis (acções de acidentes) ou ainda pela vontade humana de uma forma activa (alteração das condições de serviço). Neste capítulo, as anomalias encontram-se divididas em três grupos principais: anomalias decorrentes do processo de construção, anomalias estruturais e de durabilidade. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 46/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.1 Introdução Anomalias decorrentes do processo de construção: Diversas variáveis podem afectar este processo, principalmente porque o betão é preparado, ou pelo menos colocado e moldado, em obra, o que potencia a ocorrência de enganos ou defeitos na construção: • vazios e zonas porosas; • segregação; • erros de geometria; • descontinuidades visíveis; • manchas; • fissuração. Irregularidade do perfil da laje DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 47/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.1 Introdução Anomalias estruturais: As anomalias estruturais traduzem-se normalmente pelo aparecimento de fissuras significativas ou deformações severas. É de notar que, na maioria dos casos (exceptuam-se nomeadamente os casos de carregamento excessivo), a fissuração significativa surge após processos de deformação nos quais o movimento da peça está restringido. Deformação excessiva do tabuleiro da ponte DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 48/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.1 Introdução Anomalias de durabilidade: As anomalias de durabilidade estão relacionadas com a degradação das construções ao longo do tempo: • coloração do betão; • exposição / corrosão das armaduras; • fissuração do betão; • desagregação do betão; • descasque do betão. Exposição e corrosão das armaduras DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 49/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias decorrentes do processo de construção DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 50/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias decorrentes do processo de construção Ocorrem junto às superfícies exteriores ou no interior da massa do betão. a) Vazios e zonas porosas: Principais causas: • deficiente compactação do betão; • segregação dos inertes; • granulometria mal escolhida dos inertes (deficiência de finos); • baixa relação água / cimento; • deficiente vibração; • cofragem mal escorada ou de rigidez insuficiente. Zonas porosas DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 51/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) a) Vazios e zonas porosas (cont.): “Chochos” “Bolhas de pele” Zonas porosas no betão Vazios no betão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 52/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) A segregação do betão resulta numa distribuição não uniforme dos seus constituintes. Em consequência, encontram-se finos em excesso à superfície e percentagens elevadas de água / cimento. b) Segregação: Principais causas: • a preparação incorrecta do betão; • o excesso de vibração; • betonagem de alturas excessivas. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 53/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) A segregação pode também ocorrer quando o espaçamento das armaduras é muito pequeno e não permite a passagem dos agregados durante a betonagem. b) Segregação (cont.): Armaduras com espaçamento demasiado reduzido para betonagem / vibração DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 54/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) Por vezes, a colocação em obra dos elementos de uma estrutura não respeita o projecto e não segue a geometria e dimensionamento exacto das peças. Disto podem resultar por exemplo pilares e paredes com inclinações ou excentricidades entre elementos da estrutura. c) Erros de geometria: Principais causas: • deficiente controlo da qualidade na execução (posicionamento incorrecto da cofragem). DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 55/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) Juntas de betonagem são pontos de descontinuidade muito frequentes, onde o betão não tem uma ligação forte e uniforme. Acontecem quando novo betão é depositado sobre um betão já em fase de presa. O novo betão não adere completamente ao betão inicial ficando entre eles uma separação visível. d) Descontinuidades visíveis no betão: Principais causas: • deficiente controlo da qualidade na execução. Junta de betonagem visível DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 56/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) d) Descontinuidades visíveis no betão (cont.): “Esbabaçado” DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 57/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) d) Descontinuidades visíveis no betão (cont.): “Crostas” DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 58/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) As manchas existentes à superfície do betão decorrentes do processo de construção podem ser: manchas de humidade, colorações ou eflorescências (sais). Principais causas: • acção dos materiais incorporados no fabrico do betão; • ataque de ácidos, sulfatos e álcalis; • deficiente colocação de armaduras (corrosão); • deficiente colocação / preparação da cofragem; • acção de óleos de descofragem. e) Manchas no betão: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 59/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) As manchas de humidade no betão ocorrem por perda de humidade através da cofragem. e.1) Manchas de humidade: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 60/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) As colorações estão relacionadas com as variações de cor à superfície do betão (agregados aparentes, salpicado, negrões,…). Por exemplo: • os óxidos metálicos (contidos nos inertes) que se encontram próximo da superfície, oxidam e hidratam, originando coloração avermelhada; estes óxidos são facilmente detectados com água de cal; • quando se utiliza o cloreto de cálcio como acelerador da presa, podem ocorrer nódulos à superfície, causando manchas. e.2) Manchas coloridas: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 61/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) A superfície do betão pode ser manchada (contaminada) devido à oxidação das armaduras durante o processo de construção. Deficiente colocação das armaduras, que ficaram em contacto com a cofragem Oxidação das armaduras que ainda não foram betonadas e.2) Manchas coloridas (cont.): DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 62/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) As eflorescênciassão depósitos de sais cristalizados que aparecem à superfície do betão endurecido e têm origem na circulação de água através deste material. Principais causas: • sais solúveis e matéria orgânica existente nos agregados ou água de amassadura. e.3) Manchas brancas (eflorescências): DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 63/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) Durante o processo de construção, pode dar-se origem a fissuração significativa. Principais causas: • colocação incorrecta das armaduras e cabos de pré-esforço; • deficiente cura do betão; • assentamento plástico do betão; • remoção prematura das cofragens. f) Fissuração: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 64/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) • no caso das armaduras, uma colocação incorrecta pode implicar deficiente recobrimento das mesmas, o que facilita a fissuração e não protege da corrosão; f.1) Fissuração devido à colocação incorrecta das armaduras e cabos de pré-esforço: Ausência de recobrimento • os deslocamentos das armaduras antes do endurecimento do betão podem provocar igualmente fissuras. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 65/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) • no caso dos cabos de pré-esforço, a sua excentricidade tem que estar de acordo com o projecto, ou a capacidade resistente será necessariamente menor podendo provocar fissuração e mesmo colapso. f.1) Fissuração devido à colocação incorrecta das armaduras e cabos de pré-esforço (cont.): Cabo de pré-esforço mal colocado DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 66/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) • uma cura do betão mal executada pode levar à fissuração por retracção do betão, pois não existe água para compensar a evaporação natural durante a sua secagem; • raramente este tipo de fissuras implica a fractura dos agregados mas provoca separação à volta dos agregados. f.2) Fissuração devido à deficiente cura do betão / calor de hidratação: Retracção plástica do betão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 67/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS O betão fresco passa por um processo de aumento de temperatura devido ao calor gerado pela hidratação do cimento. O aumento de temperatura ocorre durante as primeiras horas ou dias depois da betonagem e o betão arrefece de seguida até à temperatura ambiente. O calor de hidratação associado a baixa resistência do betão pode levar a fissuras. As fissuras devido ao calor de hidratação são mais severas com a não existência de juntas de dilatação e em peças de grandes dimensões. 3.3 Anomalias estruturais f.2) Fissuração devido à deficiente cura do betão / calor de hidratação (cont.): DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 68/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) • as fissuras causadas pelo assentamento plástico do betão devem-se à migração da água do betão para a superfície exterior antes de atingir a presa; • a diminuição do volume de betão provoca assentamento que, quando impedido localmente pela armadura ou cofragem, causa fissuração. f.3) Fissuração devido ao assentamento plástico do betão: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 69/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) • a remoção da estrutura de suporte da cofragem antes de o betão atingir a resistência necessária pode provocar fissuração, deformações e até mesmo o colapso. f.4) Fissuração devido à remoção prematura das cofragens: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 70/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 1. Identifique as anomalias associadas ao processo de construção 3.2 Anomalias (processo de construção) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 71/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 2. Identifique as anomalias associadas ao processo de construção 3.2 Anomalias (processo de construção) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 72/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) Vazios e zonas porosas Erros de geometria Irregularidade do perfil do pilar Bolhas de pele à superfície de uma viga DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 73/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.2 Anomalias (processo de construção) Segregação Descontinuidades visíveis Aspecto de um betão mal vibrado em que houve segregação e, consequentemente, formação de “ninhos de pedras” Deficiente junta de betonagem DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 74/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 75/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais As cargas de cálculo fendilham em geral o betão o que não é preocupante. No entanto, se forem excessivas, darão origem a níveis de fendilhação inaceitáveis. O aspecto e desenvolvimento das fissuras dependem das acções que as causam. a) Fissuração devida às acções de cargas de cálculo: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 76/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais As razões fundamentais da limitação da fendilhação são: aspecto estético do elemento estrutural, protecção contra a corrosão e a garantia de estanqueidade. Cada um destes aspectos conduz a diferentes valores da largura máxima admissível das fendas. Tipo de fendas em função da sua largura máxima: • microfissuras - até 0.05 mm; • fissuras médias - entre 0.05 mm e 0.4 mm; • macrofissuras - mais de 0.4 mm. a) Fissuração devida às acções de cargas de cálculo (cont.): DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 77/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Um elemento de betão em tracção pura sofre fissuras perpendiculares à direcção do esforço, com espaçamento relativamente uniforme e atravessando o elemento de lado a lado. a.1) Fissuração gerada por tracção simples: 3.3 Anomalias estruturais Esquema de rotura por tracção simples DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 78/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Ao ser comprimido, o betão tem extensões negativas na direcção do carregamento e extensões positivas na direcção perpendicular. As fissuras geradas por compressão simples são paralelas à direcção do esforço e irregulares. O caso típico desta situação é o carregamento vertical dos pilares. a.2) Fissuração gerada por compressão simples: 3.3 Anomalias estruturais Esquema de rotura por compressão simples DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 79/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Um elemento de betão armado simplesmente apoiado e sujeito a carregamento uniforme fissura em princípio no(s) ponto(s) de tensão mais elevada (isto é, a meio vão ou nos apoios). A fissuração ocorre normalmente depois de se atingirem flechas excessivas no caso de vigas ou lajes. a.3) Fissuração gerada por flexão simples: 3.3 Anomalias estruturais Esquema de fissuração associada à flexão circular DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 80/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS As fissuras geradas por flexão podem ser: • sem esforço transverso - perpendiculares ao eixo de peça; não atravessam a secção; aumentam de fibra neutra para a mais traccionada; • com esforço transverso - tendem a inclinar na direcção dos apoios; aumentam a inclinação à medida que se aproximam do apoio. a.3) Fissuração gerada por flexão simples (cont.): 3.3 Anomalias estruturais Esquema de rotura por flexão simples com esforço transverso DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO81/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS As fissuras geradas devido ao esforço transverso começam no ponto de aplicação do esforço, desenvolvendo-se em direcção aos apoios. a.4) Fissuração gerada por esforço transverso: 3.3 Anomalias estruturais Fissuração associada ao esforço transverso DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 82/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS As fissuras geradas devido à torção apresentam-se inclinadas aproximadamente a 45º nas diversas faces da peça, formando no seu conjunto uma linha helicoidal quebrada. a.5) Fissuração gerada por torção: 3.3 Anomalias estruturais Esquema de fissuração associada à torção DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 83/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Podem ainda surgir fissuras resultantes da solicitação simultânea das acções referidas anteriormente. As ligações laje-viga-pilar constituem pontos particularmente sensíveis ao aparecimento de fissuras. a.6) Fissuração gerada pela solicitação simultânea das acções anteriores: 3.3 Anomalias estruturais Esquema de fissuração na zona de compressão associada à flexão composta DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 84/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais O efeito da temperatura nas estruturas de betão refere-se basicamente à variação de volume. As fissuras causadas apresentam normalmente espaçamento uniforme e, no caso de vigas, atravessam-nas. O indício mais simples da acção da temperatura em dada estrutura é a oscilação das juntas de dilatação. b) Fissuração devido às acções termo-higrométricas: b.1) Fissuração gerada por acções térmicas: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 85/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS As variações térmicas uniformes afectam as estruturas de diferentes modos consoante a sua geometria e o seu grau de estatia. b.1.1) Variações térmicas uniformes: 3.3 Anomalias estruturais DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 86/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Distribuições de temperaturas diferenciais numa estrutura (e.g. se uma face está exposta a altas temperaturas enquanto que a face oposta se encontra protegida). Quando as peças estão constrangidas, aquelas provocam grandes tensões no interior da estrutura, que podem provocar fissuras. b.1.2) Variações de gradientes térmicos: 3.3 Anomalias estruturais DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 87/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais b.2) Fissuração gerada por retracção do betão: Retracção do betão devido a diferentes gradientes de humidade A retracção a longo prazo é independente do carregamento e ocorre devido à diminuição do volume do betão por perda de água. O aspecto das fissuras depende das restrições impostas à estrutura em causa e das restrições internas (armaduras). Juntas de dilatação abertas por retracção do betão T = -15 ºC = 10x10-6 /ºC DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 88/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais O deslocamento relativo dos apoios normalmente devido a assentamentos do terreno de fundação pode introduzir fissuras ou deformações pois corresponde a alterações impostas à estrutura. c) Fissuração devida aos assentamentos diferenciais de apoios: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 89/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais As fissuras geradas são normalmente inclinadas a 45º nas paredes perpendiculares ao deslocamento das fundações; são tanto mais severas quanto mais rígida for a estrutura. c) Fissuração devida aos assentamentos diferenciais de apoios (cont.): Fissuras de assentamento DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 90/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais Acções de acidente: • sismos; • incêndios; • choques; • explosões; • inundações; • movimentações de terras; • cargas excessivas; • ventos excepcionais. d) Fissuração devida às acções de acidente: Acção sísmica DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 91/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais A acção dos sismos causa geralmente anomalias graves nas estruturas, podendo ir desde deformações até ao colapso total. Quando se geram fissuras, estas são irregulares, atravessando as paredes (fissuras inclinadas que aparecem em vários sentidos) e nos pilares são de flexão e também em vários sentidos. d.1) Fissuração gerada pela acção sísmica: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 92/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais O fogo causa fortes variações de volume (provocando gradientes de temperatura extremos), resultando em fissuração. d.2) Fissuração gerada pela acção do fogo: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 93/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais Podem dever-se a dois factores: • utilização indevida da estrutura (contra as indicações de projecto); • cálculo deficiente para as acções em causa. d.3) Fissuração gerada pela acção de cargas excessivas: Fissuração devido ao aumento da carga máxima permitida e posterior assentamento da laje de transição DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 94/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais e) Zonas fragmentadas do betão: As zonas fragmentadas caracterizam-se pela perda localizada do betão de recobrimento. Ocorrem em geral junto aos nós de ligação entre os pilares e as vigas. Principais causas: • sismos; • cargas verticais excessivas; • choques ou explosões; • corrosão das armaduras. Acção de acidente - colisão (acidente de tráfego) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 95/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.3 Anomalias estruturais A expansão rápida do betão perto da origem do fogo provoca a delaminação do betão. Por outro lado, a argamassa de cimento converte-se em cal viva, contribuindo também para a desagregação do betão. f) Desagregação por acção do fogo: Danos numa ponte devido ao fogo Deterioração de um pilar DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 96/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 1. Identifique as anomalias estruturais e respectivas causas 3.3 Anomalias estruturais DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 97/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 2. Identifique as anomalias estruturais e respectivas causas 3.3 Anomalias estruturais DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 98/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Fissuração a 45º Assentamento diferencial de apoios 3.3 Anomalias estruturais Fissuração transversal Cargas excessivas (ex: alongamento do tabuleiro superior ao previsto) ou deficiente cálculo para as acções previstas DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 99/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Fissuração vertical Acções termo-higrométricas (retração do betão) 3.3 Anomalias estruturais Rotura por corte Acção sísmica DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 100/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 101/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.4 Anomalias de durabilidade A coloração superficial do betão pode dar indicações sobre as propriedades do betão, ataque de ácidos, sulfatos e álcalis, eflorescências, corrosão das armaduras, etc.. Dos factores referidos, o que pode causar maiores problemas na estrutura é a corrosão das armaduras, a qual geralmente acontece devido ao ataque de cloretos e/ou à carbonatação. a) Coloração do betão: Outro tipo de corrosão - manchas de ferrugem causadas pela corrosão das armaduras após fixação de guardas galvanizadas(corrosão entre materiais de potencial eléctrico diferente) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 102/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS O ataque de cloretos ocorre em: • ambientes marítimos; • ambientes em que o uso do sal seja predominante; • obras em que se utilizem agregados salinos (areias); • sais de degelo. b.1) Corrosão de armaduras devida ao ataque de cloretos: 3.4 Anomalias de durabilidade Corrosão das armaduras por ataque de cloretos b) Exposição / corrosão de armaduras: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 103/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Para que o processo de ataque por cloretos seja possível, é necessário haver humidade à superfície do betão. A penetração de cloretos processa-se da superfície para o interior. A concentração de cloretos em contacto com o aço causa corrosão quando houver humidade e oxigénio presentes. b.1) Corrosão de armaduras devida ao ataque de cloretos (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 104/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS O 1º indício desta anomalia consiste no aparecimento de manchas castanhas de óxido de ferro. b.1) Corrosão de armaduras devida ao ataque de cloretos (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade As armaduras aumentam de volume por expansão do óxido de ferro, gerando tensões de tracção no interior do betão. O resultado é a fissuração do betão ou até a separação de partes do betão. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 105/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS O pH do betão é um factor muito relevante para a corrosão. No entanto, a corrosão do aço pode acontecer até num meio altamente alcalino se os cloretos estiverem presentes. Os cloretos aceleram a corrosão, seja qual for a sua origem. Acima de 0.2-0.4% por massa de cimento, os cloretos destroem o óxido passivante. b.1) Corrosão de armaduras devido ao ataque de cloretos (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade % máxima de teor de cloretos no betão (tabela 10 da NP EN 206-1:2000) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 106/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS b.2) Corrosão de armaduras devida à carbonatação: 3.4 Anomalias de durabilidade O dióxido de carbono do ar penetra nos poros do betão por difusão e reage com o hidróxido de cálcio dissolvido na água existente no interior do betão formando carbonato de cálcio, com consequente redução do pH de 13-13.5 para < 9-9.5. Consequentemente, o betão deixa de funcionar como uma camada protectora para as armaduras e a corrosão acelera. Ca(OH)2 + CO2 + H2O → CaCO3 + 2H2O (pH ↓) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 107/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS A carbonatação não ocorre quando o betão está constantemente debaixo de água mas sim quando alterna os estados de presença de água. b.2) Corrosão de armaduras devida à carbonatação (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade O insuficiente recobrimento facilita os processos de degradação (carbonatação) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 108/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS b.2) Corrosão de armaduras devida à carbonatação (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade O processo de corrosão por carbonatação é semelhante ao de corrosão por acção de cloretos, excepto no facto de este tipo de corrosão ser contínuo e não pontual como no caso da acção dos cloretos. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 109/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.4 Anomalias de durabilidade A fissuração exagerada é uma das anomalias de durabilidade mais frequente. Principais causas: • solidificação precoce da água capilar; • ciclos gelo / degelo; • corrosão das armaduras; • ataque dos álcalis. c) Fissuração: Fissuração devido a reacções álcalis-sílica DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 110/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS A expansão da água quando solidifica associada a baixa resistência do betão gera fissuras. c.1) Fissuração gerada pela solidificação da água capilar: 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 111/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Geralmente ocorre em superfícies horizontais expostas a água ou em superfícies verticais que estejam em contacto (permanente ou quase permanente) com a água. A água contida nos poros expande ao congelar, causando tensões no interior do betão e fissuras à superfície. c.2) Fissuração gerada por ciclos gelo / degelo: 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 112/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS A oxidação provoca o aumento de volume das armaduras gerando tensões no interior do betão, o que causa fissuração. c.3) Fissuração gerada pela corrosão das armaduras: 3.4 Anomalias de durabilidade Dimensões aceitáveis para as fissuras (tabela ACI224R-90): Condições de exposição Dimensão tolerável das fissuras (in.) (mm) Ar seco 0.016 0.41 Presença de químicos para degelo 0.012 0.30 Humidade 0.007 0.18 Ambientes marítimos 0.006 0.15 Estruturas de retenção de água 0.004 0.10 DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 113/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Dos mecanismos que causam estes tipos de reacções, sabe-se que certos agregados que contêm sílica reactiva reagem com o potássio, sódio e hidróxido de cálcio do cimento e formam um gel envolvendo os agregados (brita). c.4) Fissuração gerada pelas reacções álcalis-sílica: 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 114/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Este gel expande exposto à humidade, criando tracções no betão, de que resultam fissuras à volta dos agregados. A humidade acelera a reacção álcalis - sílica. Este tipo de reacção pode não ser perceptível durante muito tempo e revelar-se subitamente num estado já avançado. b.4) Fissuração gerada pelo ataque dos álcalis (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 115/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Efeitos simultâneos de reacções álcalis-sílica e de esforços (compressão longitudinal de pré-esforço), que criam fissuração orientada. b.4) Fissuração gerada pelo ataque dos álcalis (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 116/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.4 Anomalias de durabilidade Consiste na libertação dos agregados após a perda progressiva da união conferida pela pasta de cimento. O fenómeno inicia-se à superfície, com mudança na coloração seguida de aumento na largura das fissuras entrecruzadas que vão surgindo. Principais causas: • ataque de sulfatos; • ataque de cloretos; • ataque de ácidos; • ciclos gelo / degelo; • erosão. c) Desagregação do betão: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 117/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Os sulfatos de sódio e cálcio são os mais comuns em solos, água e processos industriais. Os sulfatos de magnésio são menos comuns mas mais destrutivos. Solos ou águas que contenham estes sulfatos são geralmente denominados de alcalinos. c.1) Desagregação gerada pelo ataque de sulfatos: 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 118/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Os sulfatos atacam a matriz cimentícia e transformam-na numa espécie de gesso. Deixa de haver aderência entre o cimento e os agregados, podendo-se atingir a completa desagregação do betão. Dá-se uma reacção expansiva devido à formação de etringite. c.1) Desagregação gerada pelo ataque de sulfatos (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade Desagregaçãode um provete atacado pelos sulfatos Sapata de uma torre de rede eléctrica. Betão contaminado – cimento com alto teor em sulfatos DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 119/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS A oxidação provocada pelo ataque de cloretos leva à fissuração e posteriormente à desagregação e delaminação do betão. c.2) Desagregação gerada pelo ataque de cloretos: 3.4 Anomalias de durabilidade Delaminação por corrosão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 120/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Consiste na reacção entre o ácido e o hidróxido de cálcio resultante da hidratação do betão. Os ácidos atacam a matriz cimentícia, provocando a desagregação dos agregados do betão. Consideram-se as seguintes 5 categorias: • ácidos inorgânicos; • ácidos orgânicos; • soluções alcalinas; • soluções salinas; • mistos. c.3) Desagregação gerada pelo ataque de ácidos: 3.4 Anomalias de durabilidade Ataque químico do betão e subsequente corrosão da armadura (laje de cobertura duma fábrica) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 121/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS c.3) Desagregação gerada pelo ataque de ácidos (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 122/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Após fissuração devida a ciclos gelo / degelo, podem gerar-se fracturas que provocam a desagregação / delaminação do betão, da superfície exterior para o interior. c.4) Desagregação devida aos ciclos gelo / degelo: 3.4 Anomalias de durabilidade Efeito dos ciclo gelo- degelo numa estrutura de um parque de estacionamento DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 123/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS A erosão consiste numa acção mecânica violenta provocando a desagregação do betão. Divide-se em: • erosão por cavitação; • erosão por abrasão (fenómeno mais raro). c.5) Desagregação devida à erosão: 3.4 Anomalias de durabilidade Impregnação de betão com fibras e polímeros para reparar os danos da cavitação, Dwarshak Dam, Idaho DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 124/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Erosão por cavitação: Consiste na erosão do betão por colapso das bolhas de vapor que são geradas na água devido à diferença de pressão, em locais onde a água corre a uma velocidade elevada ou cai com grande impacto. c.5) Desagregação devida à erosão (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 125/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Erosão por abrasão: Consiste no desgaste por fricção da matriz cimentícia e agregados e ocorre principalmente por acção do vento. A abrasão afecta: • a resistência à compressão; • as propriedades dos agregados; • as superfícies de acabamento. c.5) Desagregação devida à erosão (cont.): 3.4 Anomalias de durabilidade Erosão por acção continuada do vento DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 126/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.4 Anomalias de durabilidade O descasque caracteriza-se pela perda localizada do betão de recobrimento e ocorre preferencialmente em arestas salientes ou cantos, deixando à vista a armadura longitudinal. Principais causas: • corrosão das armaduras; • ciclos gelo / degelo; • formação de sulfo-aluminatos; • existência de agregados altamente reactivos; • concentração excessiva de armaduras. d) Descasque do betão: Descasque de um pilar de canto provocado pela corrosão das armaduras DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 127/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 1. Identifique as anomalias de durabilidade e causas prováveis 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 128/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 2. Identifique as anomalias de durabilidade e causas prováveis 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 129/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Fissuração à superfície / desagregação Fissuração irregular tipo “craquelet” Reacções álcalis-sílica (fissuração à volta dos agregados) Gelo (ciclos gelo / degelo) 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 130/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS Exposição / corrosão de armaduras Corrosão das armaduras em resultado da carbonatação ter reduzido a alcalinidade passivante do betão 3.4 Anomalias de durabilidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 131/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS 3.5 Conclusões do capítulo DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 132/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS . As anomalias mais frequentes em construções de betão armado são fissuras (com maior predominância), desagregações, delaminações ou perdas de secção das armaduras ou elementos de betão. . Neste capítulo, as anomalias foram divididas em três grupos principais: anomalias que ocorrem durante o processo de construção, anomalias estruturais e de durabilidade. . Anomalias decorrentes do processo de construção apresentadas: vazios / zonas porosas, segregação, erros de geometria, descontinuidades, manchas e fissuração. Estas anomalias resultam geralmente da utilização de materiais inadequados no fabrico do betão fresco, erros na colocação da cofragem, ausência de recobrimentos mínimos, deficiente vibração e cura do betão (deficiente libertação ou excesso de calor de hidratação). 3.5 Conclusões do capítulo DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 133/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS . Anomalias estruturais caracterizadas: fissuras e / ou deformações devidas a acções de cálculo, acções termo-higrométricas, assentamentos diferenciais de apoio e acções de acidente. . Anomalias de durabilidade apresentadas: coloração do betão, exposição e/ou corrosão de armaduras, fissuração, desagregação e descasque do betão. . As anomalias associadas à corrosão das armaduras são as que causam maiores danos nas estruturas de betão armado e devem- se, principalmente, ao ataque de cloretos ou à carbonatação. . As restantes anomalias de durabilidade estão associadas às acções climatéricas e à agressividade do ambiente (ataque dos álcalis, de ácidos, sulfatos, ciclos de gelo / degelo e acções biomecânicas). 3.5 Conclusões do capítulo DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 134/272 3. ANOMALIAS E CAUSAS . As anomalias aparecem frequentemente devido à conjugação de diversos fenómenos e mecanismos de degradação, dificultando o seu diagnóstico. 3.5 Conclusões do capítulo . Resumo das causas mais comuns: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 135/272 CAPÍTULO 4 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 136/272 Sub-capítulos: 4.1 Introdução 4.2 Ensaios estruturais em laboratório 4.3 Ensaios estruturais in-situ 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório 4.5 Ensaio de durabilidade in-situ 4.6 Conclusões do capítulo 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 137/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.1 Introdução DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 138/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.1 Introdução Durante a inspecção, através da observação visual das anomalias, deverão ser caracterizados os mecanismos físicos e químicos que estão na sua origem e estabelecidas relações causa-efeito. Para além do conhecimento aprofundado dos materiais, do seu comportamento e das técnicas de construção, devem ser seguidas metodologias rigorosas de observação, registo, análise dos defeitos, com a eventual realização de ensaios, preferencialmente,não-destrutivos ou semi-destrutivos. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 139/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.1 Introdução Neste capítulo, as técnicas de ensaios são divididas em 2 tipos : • ensaios estruturais (têm como objectivo determinar as características estruturais dos materiais utilizados e analisar o comportamento da estrutura); • ensaios de durabilidade (determinam as características dos materiais e estrutura que possam vir a provocar anomalias a longo prazo). Para cada tipo, existem ensaios in-situ e ensaios de laboratório. É de referir a importância da realização destes dois tipos de ensaios em paralelo pois muitas vezes os resultados obtidos são diferentes (normalmente devido à betonagem e ao processo de cura), podendo ser complementares. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 140/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 141/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório Obtém-se através do ensaio de rotura por compressão de amostras (cilíndricas ou cúbicas) geralmente com 28 dias. É necessário testar mais do que uma amostra para que o resultado seja fiável; considera-se o valor característico através da seguinte equação: fck = fcm - 1,48 em que: fck = tensão de compressão característica; fcm = tensão de compressão. a) Tensão de compressão: Prensa que aplica uma carga de compressão axial cilindros de betão cubos de betão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 142/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório Obtém-se através do ensaio de rotura por compressão diametral (o chamado ensaio brasileiro) que pode ser realizado de acordo com as normas de ensaio (EN 12390-6). Frequentemente, a tensão de tracção é estimada a partir da correlação entre as tensões de compressão e de tracção (patente nos regulamentos de betão estrutural). b) Tensão de tracção: Ensaio “brasileiro” DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 143/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório Ensaio realizado através da colagem de placas metálicas nas bases dos prismas de betão, para posterior tracção. Ainda existe uma 3ª modalidade, o ensaio de tracção por flexão, em que um prisma apoiado junto às extremidades é carregado a meio vão. Ensaio realizado através da aplicação de cargas uniformes ao longo das geratrizes opostas de um cilindro de betão - ensaio por compressão diametral. Conheça a diferença entre estes dois ensaios de tracção DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 144/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório • através do ensaio de amostras de acordo com as especificações técnicas, sujeitando-as a compressão elástica e medindo simultaneamente as deformações e as tensões axiais. c) Módulo de elasticidade (módulo de Young): Determinação do módulo de elasticidade DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 145/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório c) Módulo de elasticidade (módulo de Young): Medição com deflectómetro mecânico Medição com extensómetros eléctricos DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 146/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório As tensões de fluência são medidas em amostras prismáticas testadas num ambiente de temperatura e humidade controladas. Estas amostras são sujeitas a tensões de compressão constantes durante vários meses. O efeito de fluência a determinada idade é definido através da relação entre a deformação total àquela idade e a deformação elástica inicial menos 1 (coeficiente de fluência). d) Fluência: Ensaio de fluência à flexão sob carga constante DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 147/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.2 Ensaios estruturais em laboratório As tensões de retracção são medidas em amostras prismáticas testadas num ambiente de deformação livre e com parâmetros de humidade e temperatura controlados. Os níveis de deformação (diminuição do comprimento) atingidos definem o efeito de retracção para determinada idade da estrutura. e) Retracção: Amostras para avaliação da fluência e retracção do betão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 148/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 149/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ A utilização de carotes para testar o comportamento do betão à compressão é um dos procedimentos mais frequente e fiável. As carotes devem ter uma proporção de 2 para 1 (comprimento e diâmetro respectivamente) e um comprimento mínimo de 10 cm. As partes superior e inferior são rectificadas e, de seguida, as carotes são testadas à compressão para obter a tensão de compressão de cada uma. a) Tensão de compressão: Equipamento para retirar carotes em obra DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 150/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Tensão de compressão em carotes: - Relacionar resistência das carotes com a resistência em cubos “in situ” Relação = L/D Local de extracção - Relacionar resistência cubos “in situ” com cubos standard (produção inicial) - D/(1.5+1/) D = 2,5 (H); 2,3 (V) - m = 1,5 DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 151/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ O esclerómetro determina a dureza superficial do betão. Esta técnica não-destrutiva baseia-se na relação entre a dureza da superfície do betão e a sua tensão de rotura por compressão. b) Dureza superficial: y = 1,2683x - 11,633 R2 = 0,9152 0 5 10 15 20 25 30 35 40 15 20 25 30 35 40 Rebound Index C o n c r e t e S t r e n g t h ( M P a ) Gneiss #1,0 Linear (Gneiss #1,0) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 152/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Devido à falta de precisão da técnica, os melhores resultados são obtidos testando a mesma área com o esclerómetro e com o ensaio sobre as carotes. Depois de calibrar o esclerómetro, é possível então utilizar apenas este aparelho para verificar variações no betão em outros pontos da estrutura. b) Dureza superficial (cont.): Esclerómetro de Schmidt DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 153/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ O ensaio de pull-off é utilizado para obter a resistência à tracção do betão in-situ por arrancamento ou para verificar a aderência de betão novo (ou outro material) colocado sobre betão antigo. Consiste em fazer uma carote que não é retirada. Aplica-se de- pois tracção até à rotura, através de uma patilha metálica colada, registando a tensão à qual a carote parte e o local por onde parte. c) Tensão de tracção: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 154/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ A determinação do módulo de elasticidadedo betão in-situ é feita do mesmo modo que em laboratório mas utilizando carotes obtidas em obra. d) Módulo de elasticidade Caroteadora de coroa diamantada DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 155/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ O ensaio de ultra-sons permite verificar o estado da estrutura, analisando a homogeneidade do material (uniformidadedo betão) e a existência de fendas ou vazios (anomalias internas). O ensaio consiste basicamente em medir o tempo de propagação do som desde um transmissor até a um receptor colocados dos dois lados de uma amostra. A velocidade do som é maior em sólidos do que no ar e aumenta também com a compactação do betão. e) Uniformidade do betão: DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 156/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ O ensaio permite determinar a tensão de compressão do betão, através de correlações empíricas. e) Uniformidade do betão (cont.): y = 39,932x - 141,49 R2 = 0,9264 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 3,5 3,75 4 4,25 4,5 Pulse Velocity (km/s) C o n c r e t e S t r e n g t h ( M P a ) Gneiss #1 Linear (Gneiss #1) DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 157/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Podem efectuar-se ensaios de carga para analisar a frequência própria da estrutura (ensaios dinâmicos) e as deformações da estrutura (ensaios estáticos). f) Frequência própria e deformações da estrutura: Acelerómetro para medições em ensaios dinâmicos Medições da frequência de um cabo solicitado pelo vento DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 158/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Destinam-se a verificar se a estrutura se encontra em condições de suportar, com a segurança necessária, as acções previstas de acordo com a utilização que se pretende dar à estrutura. Estes ensaios consistem em analisar o comportamento da estrutura a uma solicitação. f) Frequência própria e deformações da estrutura (cont.): Ensaio de carga de uma ponte através de camiões carregados com areia Ensaio de carga de uma laje Sistema de leitura das deformações verificadas DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 159/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ f) Frequência própria e deformações da estrutura (cont.): -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Tempo (s) D e s l o c a m e n t o ( m m ) Acelerómetro Registo no tempo 0.E+00 2.E+03 4.E+03 6.E+03 8.E+03 1.E+04 1.E+04 1.E+04 2.E+04 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Frequência (Hz) V a l o r e s p e c t r a l ( m m ^ 2 / H z ) f = 4,00 Hz FFT DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 160/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio de carga estáticos no Estádio da Luz DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 161/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio de carga dinâmicos no Estádio da Luz DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 162/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio de carga em estrutura de pára-sóis DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 163/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio de carga na cisterna da Quinta da Regaleira - Sintra DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 164/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio de carga num espaço de comércio automóvel DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 165/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio de carga no Palácio Nacional em Sintra DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 166/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Esta análise (realizada para o betão armado) consiste em expor as armaduras ao ar em determinado ponto da estrutura para que seja possível a colocação de um extensómetro nas armaduras. Em seguida, corta-se um dos varões da armadura e verifica-se a variação na leitura do extensómetro. g) Tensões instaladas na estrutura: Varões de armaduras com sensoresCorte do varões de armadura DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 167/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ h) Localização das armaduras : O pacómetro permite localizar a armadura no interior do betão armado, determinar a espessura do betão de recobrimento e o diâmetro dos varões de aço. Malha de armaduras da face inferior duma laje, levantada com o pacómetro DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 168/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ h) Localização das armaduras : O pacómetro permite localizar a armadura no interior do betão armado, determinar a espessura do betão de recobrimento e o diâmetro dos varões de aço. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 169/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio de tracção de provetes de varão de aço para betão. j) Ensaio de tracção em varões de aço Aço macio Aço endurecido DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 170/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 1. Identifique as seguintes técnicas de ensaios estruturais (em laboratório ou in-situ) 4.3 Ensaios estruturais in-situ DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 171/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 2. Identifique as seguintes técnicas de ensaios estruturais (em laboratório ou in-situ) 4.3 Ensaios estruturais in-situ DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 172/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Esclerómetro Ultra-sons Ensaio de compressão em cubos de betão Ensaio in-situ para determinar a dureza superficial do betão Ensaio in-situ para identificação de armaduras (pacómetro) Ensaio em laboratório para determinar a tensão de rotura do betão por compressão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 173/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.3 Ensaios estruturais in-situ Ensaio estático de carga de uma ponte Ensaio pull-off Ensaio em laboratório para avaliar a resistência à tracção do betão por arrancamento (pull-off) Ensaio de carga com camiões carregados de areia DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 174/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 175/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO • a absorção de água do betão está relacionada com a penetração da água no betão através da superfície e pode ser obtida segundo dois ensaios diferentes: ensaio de absorção por capilaridade ou ensaio de imersão. a) Absorção de água: Ensaio de absorção por capilaridade Ensaio de imersão 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 176/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório Ensaio de absorção por capilaridade As amostras são colocadas com uma face dentro de água (até 5 mm), durante 4 horas. A área molhada vai aumentando com o tempo e pode calcular-se o coeficiente de absorção de acordo com a seguinte fórmula: I = a t 0,5 em que: I = absorção de água por unidade de área (mm3/mm2); a = coeficiente de absorção (mm/min0,5); t = tempo (min). a) Absorção de água (cont.): DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 177/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO Ensaio de imersão As amostras (normalmente com h = 75 mm) são inicialmente secas durante 72 horas a uma temperatura de 105 ºC. São depois arrefecidas e pesadas (=M1) e de seguida colocadas em água durante 30 minutos e pesadas de novo (= M2). A absorção de água (= A) é obtida através de: A = (M2 - M1) / M1 a) Absorção de água (cont.): 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 178/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO • as características de permeabilidade à água são obtidas considerando uma amostra sujeita a pressão de água numa face e medindo o volume de água que atravessa a amostra. b) Permeabilidade à água: Ensaio de permeabilidade à água 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 179/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO Estes ensaios são muitas vezes usados em substituição dos ensaios de permeabilidade à água pois permitem uma determinação mais rápida da permeabilidade do betão. O procedimento é muito semelhante ao da permeabilidade à água, só que com a utilização de oxigénio em vez de água. c) Permeabilidade ao gás: 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 180/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO d) Difusão de cloretos: • ensaios de difusão; • ensaios de migração. Embora sejam mais rápidos do que os ensaios de difusão, os ensaios de migração são mais eficientes para verificar a qualidade do betão do que para quantificar o coeficiente de difusão. 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 181/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO Ensaios de difusão célula difusora: uma amostra de betão é colocada entre duas câmaras, uma saturada com cloretos e a outra sem cloretos. Passado algum tempo, e medindo a concentração de cloretos nas duas câmaras, é possível determinar o coeficiente de difusão. Teste de célula difusora d) Difusão de cloretos (cont.): 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 182/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO d) Difusão de cloretos (cont.): Ensaios de difusão (cont.) método de imersão: coloca-se uma amostra de betão em água saturada com cloretos. Passado algum tempo, mede-se a percentagem de cloretos a diferentes profundidades da amostra, com o que é possível determinar o coeficiente de difusão na amostra. Ensaios de migração O processo de difusão dos cloretos é acelerado aplicando um potencial eléctrico entre as duas câmaras da célula difusora. 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 183/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO d) Difusão de cloretos (cont.): Ensaios de migração (cont.) Entre os ensaios de migração, o mais utilizado é o AASHTO T277 1983, em que é aplicado um potencial de 60 volt entre as duas câmaras e passadas 6 horas, mede-se a intensidade da corrente em Coulomb. Ensaio AASHTO T277 1983 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 184/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO e) Difusão de gás: O coeficiente de difusão ao gás, à semelhança do coeficiente de permeabilidade ao gás, é normalmente determinado com oxigénio. Consiste na medição dos valores de oxigénio que atravessam a amostra em ambientes controlados. 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 185/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO f) Carbonatação acelerada: Este é o ensaio mais frequente para estimar a resistência do betão à carbonatação. Demora cerca de duas semanas para testar um fenómeno que naturalmente dura anos, pelo que é considerado rápido. Carotes Câmara de carbonatação 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 186/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO f) Carbonatação acelerada (cont.): As amostras são colocadas numa câmara controlada com humidade relativa de cerca de 60%, temperatura de cerca de 23 ºC e percentagem de CO2 de cerca de 5%. A profundidade de carbonatação é depois medida periodicamente e o coeficiente de carbonatação é obtido segundo a lei de difusão: Kt = x / t0,5 em que : Kt = coeficiente de carbonatação acelerada (mm/ano0,5); x = profundidade de carbonatação (mm); t = tempo (anos). 4.4 Ensaios de durabilidade em laboratório DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 187/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 188/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ • com a carbonatação do betão, o meio básico passa a ácido; a profundidade da frente de carbonatação in-situ obtém-se fazendo um furo na superfície do betão junto a uma armadura; depois de remover cuidadosamente o pó resultante do furo, aplica-se um spray de fenolftaleína calibrado para pH = 9.5 (adquire cor lilás sendo incolor na zona carbonatada); a) Profundidade de carbonatação: • o aparecimento da cor lilás indica aproximadamente a profundidade da frente de carbonatação. DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 189/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ Estimativa do tempo para despassivação das armaduras 1) Obtenção do coeficiente de carbonatação segundo a lei de difusão x = Kt t0.5 : Kt = x / t10,5 com Kt = coeficiente de carbonatação (mm/ano0,5); x = profundidade de carbonatação actual (mm); t1 = idade do edifício na altura do ensaio (anos). 2) Cálculo do período de tempo t2 entre a construção e a despassivação segundo a mesma lei de difusão para x = rec (valor do recobrimento) rec = Kt trec0.5 => trec = (rec / Kt)2 3) Cálculo do período de tempo t entre o presente e a despassivação t = t2 - t1 t1 t2 t C o n s t r u ç ã o E n s a i o D e s p a s s i v a ç ã o DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 190/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ • a determinação da penetração de cloretos in-situ obtém-se fazendo um furo na superfície do betão e recolhendo o pó de betão a diferentes profundidades (cada 5 mm); b) Penetração de cloretos: Recolha in-situ de pó de betão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 191/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ • a percentagem de cloretos é então medida para cada nível em termos de total de cloretos (ataque ácido) e cloretos livres (extracção de água), para que se obtenha o perfil dos cloretos variando com a profundidade. b) Penetração de cloretos (cont.): Análise da penetração de cloretos DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 192/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ Este ensaio é efectuado principalmente para verificar se entre uma armadura e a superfície do betão existe humidade suficiente para provocar corrosão. Esta técnica utiliza um eléctrodo de referência que está ligado a um cabo da armadura. A análise do potencial entre a armadura e o eléctrodo permite definir um mapa de corrosão potencial. c) Potencial de corrosão: Medição do potencial de corrosão DIAGNÓSTICO E PATOLOGIA DE CONSTRUÇÕES EM BETÃO ARMADO 193/272 4. TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO 4.5 Ensaios de durabilidade in-situ A circulação de iões no betão pode ser analisada através da sua resistividade eléctrica. Daqui se retira informação sobre a qualidade do betão, nomeadamente no que se relaciona com a difusão de cloretos. Esta técnica consiste na colocação de quatro eléctrodos em linha na superfície do betão. Uma corrente eléctrica passa entre as duas extremidades e o potencial associado
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