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apol RELAÇÕES ETNICO RACIAIS

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Aula 1 
Olá, caro aluno! Preparado para a primeira aula de Estudo das relações étnico-raciais para o ensino de História e Cultura afro-brasileira, africana e Indígena?
Tarsila do Amaral. “Operários” Disponível em: http://www.portaldepiuma.com.br/abertas-as-inscricoes-para-o-programa-aprendiz-samarco-2014/
Começaremos nossas discussões tratando de alguns conceitos básicos, como escravidão, questões de cor e raciais, ações afirmativas contra o racismo, relações raciais na Educação e as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008. 
Vamos lá?
Mas antes, vamos dar uma olhada na apresentação que o professor Sérgio Luís do Nascimento fará de si, de sua formação e da disciplina que estamos iniciando.
Por que estudar a questão do negro e do indígena?
A questão racial ainda é um assunto muito velado. Falar sobre a questão do negro ou do indígena é como pisar em ovos: uma coisa extremamente delicada. Por essas e outras razões, a abordagem desse assunto é feita de maneira muito rápida e superficial durante o período escolar, e a superficialidade com o qual esse assunto é tratado oferece respaldo para que sejam reproduzidos clichês e informações distorcidas.
Além disso, a História ainda é vista sob o ponto de vista europeu. Isso faz com que as outras culturas que não sejam as europeias sejam menos trabalhadas, e quando o são, isso é feito sob o ponto de vista do europeu.
Dificilmente lembraremos que também houve escravidão na Europa: em situações de guerra, o povo perdedor era escravizado pelo vencedor, o endividado tornava-se escravo de seu credor, para citar alguns exemplos. Essas situações são ilustrações daquilo que hoje é considerado escravidão antiga.
A imagem de escravidão mais próxima de nós é a escravidão moderna, na qual habitantes do continente africano eram trazidos para as Américas para trabalhar sem remuneração pela construção do “Novo Mundo”.
“A rentabilidade da escravidão está muito mais na compra e venda de cativos(as) do que naquilo produzido por essas pessoas, ademais, constrói-se todo um sistema produzido, como o açucareiro e cafeeiro, com base no trabalho cativo, fato que não se fazia presente nesta escala no mundo antigo.” (COSTA, 2013)
Você sabia, inclusive, que há uma diferença entre o escravo e o cativo? Um escravo é aquele que está sob o poder absoluto de um senhor que o aprisionou ou comprou, que é dependente de outrem ou de algo. Já um cativo é aquele prisioneiro de guerra; seduzido, atraído; obrigado, sujeito.
You TubeQuer conhecer melhor como era a escravidão na Grécia Antiga? Veja com o vídeo a seguir!
Nos dias de hoje, ainda é importante falar em raça?
Para aprofundar a discussão, sugerimos a leitura do artigo “Algumas considerações sobre raça, ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos” do professor de antropologia Kabengele Muganga da USP.
Artigo
Não deixe, também, de ler o livro que servirá de base para nossas reflexões: “Desigualdades de gênero, raça e etnia”!
Nosso país viveu quatrocentos anos de escravatura negra que deixaram profundas marcas entre nós, muito perceptíveis em histórias e piadas, carregadas de preconceitos. Fomos o último país latino-americano a abolir a escravatura, pois havia interesses nessa prática, já que o cativo negro gerava tributos para o rei, lucros para a burguesia metropolitana e para os comerciantes da colônia, garantia a honra e a riqueza da nobreza e dos senhores, e sustentava o trabalho de catequização e expansão da fé realizado pela Igreja.
Na videoaula a seguir, você verá como ocorreu o processo de escravização do negro e entenderá por que não teve êxito a tentativa dos colonizadores de escravizar os nativos indígenas
E o indígena?
Muitas pessoas repetem a máxima de que “os índios não foram escravizados porque eram naturalmente vagabundos”. Você concorda com essa afirmação?
Os dados históricos apontam que o indígena não se adaptou ao trabalho agrícola, que era a função para a qual eram destinados escravos. Além disso, os índios foram rebeldes e resistentes às tentativas de escravização. Tampouco a Igreja Católica permitiu que os indígenas fossem escravizados, pois ela tinha planos de torná-los civilizados e ensinar-lhes a fé católica.
Chegamos ao fim de nossa primeira aula! O que você achou?
Com as reflexões que fizemos, pudemos perceber que, no Brasil, a discriminação está mais relacionada à cor da pele e aos traços faciais do que à ancestralidade, essa é uma das razões pelas quais as pesquisas trabalham com a classificação de grupos de cor em grupos raciais. Pudemos, também, colocar em cheque alguns discursos que se dispersam pela sociedade sem o devido conhecimento e analisar a origem do preconceito com relação ao negro e ao indígena.
 AULA 2 
Com esta aula, vamos tentar compreender o conceito de raça, do ponto de vista sociológico, e sua diferenciação do conceito estabelecido pelas teorias do racismo científico. Além disso, vamos tentar reconhecer as diferenças de etnia e raça e a aplicação desses termos relacionados à população negra. Buscaremos, ainda, reconhecer a diferença dos conceitos de racismo, intolerância, xenofobia, preconceito e etnocentrismo.
O conceito de raça:
Hoje, parece mais claro que o conceito de “raça” seja uma construção quase que puramente social, oriunda unicamente de teorias racistas. É bem verdade que algumas teorias racistas buscavam respaldo científico para sua argumentação, razão pela qual esses estudos feitos na Europa foram traduzidos e trazidos ao Brasil.
Surgiu daí a divisão entre raças e, com isso, uma consequente hierarquização dessas raças. Consequentemente, defendiam que a miscigenação das raças tornaria o ser humano “deficiente”. Utilizavam essas teorias, também, para defender o direito das raças “superiores” imporem seu poder sobre as ditas “inferiores”.
Eis alguns teóricos que defendiam o conceito de divisão e hierarquização de raças:
Georges Vacher de Lapouge: Defendia a divisão do ser humano entre Homo europeu, superior e naturalmente destinado a dominar, e o Homo alpino, naturalmente destinado a trabalhar e a obedecer.
Joseph Arthur de Gobineau: Criou a concepção da raça ariana (os de cor branca, braquicéfalos e de estatura elevada) como superior às demais.
Raimundo Nina Rodrigues: Se posicionou contra a miscigenação de raças, pois isso faria com que os seres humanos se tornassem cada vez mais deficientes.
Sílvio Romero: Contrariamente à teoria de Nina Rodrigues, Romero defendia a superioridade da raça branca e pela seleção natural do tipo branco.
Para entender melhor essa questão da divisão dos seres humanos entre raças, veja o vídeo a seguir. Nele, você verá uma explicação bem detalhada sobre a questão das diferenças entre os seres humanos, mostrando que não há raça branca, negra, indígena, caucasiana: o que há é a raça humana e, apesar disso, todos temos nossas particularidades, de modo que se faz importante respeitar as diferenças.
Já que vimos o vídeo falando sobre o viés científico das questões genéticas que caracterizam os diversos seres humanos, vamos continuar analisando as diferenças entre os seres humanos sob o viés biológico?
Sob a visão biológica, todos os seres humanos pertencem à mesma raça: a raça humana. Afinal, a palavra raça designa um grupo de indivíduos que tem uma parte importante de seus genes em comum, e que pode ser diferenciada dos membros de outros grupos a partir desses genes. Todos os seres humanos têm trinta mil genes iguais e apenas 4 genes que nos diferenciam. Sendo assim, pertencemos todos à mesma raça! Ou seja, um negro pode ter um filho com um oriental sem problemas!
Esses quatro genes que diferenciam um ser humano de outro representam o fenótipo: branco, negro, alto, baixo etc.
Então, quer dizer que há pessoas que discriminam outras e as tratam diferente por causa de apenas 4 genes?
Infelizmente é o que acontece e se chama racialização. Trata-se justamente da ideia de se atribuir superioridade a um fenótipo em detrimentode outro. Agora, imagine que a racialização era disseminada livremente antes da abolição da escravatura! O artigo a seguir trata justamente sobre a interlocução entre a eugenia, a ciência do melhoramento racial e o campo da educação no início do século XX.
No Brasil, a discriminação está mais relacionada à cor da pele e aos traços faciais do que à ancestralidade. Essa é uma das razões pelas quais as pesquisas trabalham com a classificação de grupos de cor, em grupos raciais.
O que você acha dessa classificação? Divida suas opiniões com os colegas, interaja e acrescente informações na discussão!
Para participar, acesse o fórum, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
Vamos conversar sobre os significados que atribuímos aos conceitos de raça, racialização, intolerância, etnocentrismo e preconceito. O que eles significam? No que diferem entre si? Podemos observá-los em nossa sociedade?
Vamos ver se você entendeu o significado de cada um desses conceitos?
AULA 3
Esta aula será dividida entre as seguintes reflexões: história e cultura afro-brasileira, o movimento social negro e sua relação com a Educação. Falaremos, também, sobre o racismo e os preconceitos.
Por que estudar História africana?
Hoje, o Brasil é o segundo país com maior concentração de negros, perdendo apenas para a Nigéria: 45,3% de nossa população é negra. Nesse sentido, ignorar o estudo da história africana sob seus mais diversos aspectos significaria omitir as raízes de quase metade da população brasileira! Pense em quanto da nossa cultura nacional é oriunda de solos africanos!
Além disso, muitos estereótipos precisam ser quebrados quando o assunto é África. A mídia massificada e alienadora e a História euro-centrista fizeram com que, hoje, tenhamos uma visão distorcida do continente africano. Quando pensamos em “África”, nos vem à mente a imagem de um lugar povoado unicamente por pessoas negras, que vivem em tribos no meio da savana ou do deserto e na mais desoladora pobreza.
gora, reflita: você acha que o berço da civilização, o Egito, que se encontra justamente na África, vivencia esse quadro? Você acha que, pelo fato de não ouvirmos falar em filósofos, cientistas, escritores ou músicos africanos significa que não existam?
Pode parecer que a questão da omissão das raízes da parcela negra da população não seja tão ofensiva para a busca da identidade negra no Brasil, mas veja, nesta pesquisa feita nos Estados Unidos e que foi repetida em outros países obtendo o mesmo resultado, qual o efeito dos estereótipos em crianças:
Pesquise
Como já foi dito, nosso país tem 45% de sua população afrodescendente. A maior das preocupações em se trabalhar História e Cultura africana é justamente permitir que essa população, sobretudo as crianças afro-brasileiras, tenha o sentimento de ter uma origem, uma raiz, uma história que venha de antes de seu nascimento, de modo que não se sintam inferiorizadas, para que se sintam pertencentes a um grupo social.
A falta de conhecimento sobre os negros que deram origem a metade de nossa população faz com que essa parcela da população seja retratada pura e simplesmente como “descendentes de escravos”, como se isso resumisse toda a essência de sua origem.
O resultado dessa omissão: crianças negras se sentindo inferiores às demais devido à cor de sua pele, a população achando normal fazer piadas sobre negros, a publicidade brasileira adotando o padrão europeu como representante de nossa população e mais uma lista de atitudes que tendem a disseminar o racismo, mesmo de maneira velada.
Um tema ainda calorosamente abordado é a questão das quotas raciais nos vestibulares das instituições públicas de ensino superior. Qual a sua opinião a esse respeito? Que tal ver um artigo que trata sobre a polêmica do primeiro vestibular com quotas raciais, que ocorreu em 2004 na Universidade de Brasília (UnB)?
Chegamos ao fim de nossa terceira aula!
Com as reflexões que fizemos, pudemos perceber que, no Brasil, a discriminação por cor ocorre de maneira velada, e que o resgate das raízes africanas tem papel de grande importância na construção da autoestima do afro-brasileiro, que representa quase metade da nossa população. Pudemos conhecer, por outro lado, as consequências negativas que a omissão dessas raízes podem acarretar.
4 AULA 
Nesta aula, continuaremos tratando de Educação e Desigualdades Raciais no Brasil, mas agora focando no pensamento sociorracial brasileiro e as visões sobre raça nas décadas 1910 a 1940 no Brasil. Além disso, falaremos sobre o projeto Unesco com relação ao conceito de “Mito da democracia racial” e, por fim, analisaremos as desigualdades em números.
Em uma de nossas aulas anteriores, propusemos a seguinte reflexão: será que no Brasil há preconceito, mesmo sendo um país de grande miscigenação?
Muitos estudiosos fizeram esse mesmo questionamento. No período da abolição da escravatura, muitos brasileiros já se viam como um povo atrasado e inferior. Desse pensamento surgiram várias teorias que buscavam maneiras de minimizar a inferioridade do povo brasileiro com relação ao europeu, ainda mais com a mistura entre negros e brancos que aqui havia.
“Há pouca ou nenhuma discriminação racial e grande fluidez entre as raças” - essa corrente sustentava a tese da democracia racial, segundo a qual o Brasil era, de modo único, uma sociedade que incluía os negros.
“A discriminação racial, apesar de ampla e generalizada, é transitória” - defendiam esse pensamento os intelectuais que acreditavam que o Brasil poderia ser uma nação desenvolvida caso investisse no branqueamento do povo brasileiro.
“A discriminação racial é estrutural e persistente” - essa geração desafiava a teoria de democracia racial, argumentando que o Brasil se caracterizava pela exclusão racial.
A ideia mais recorrente naquele momento era a Teoria da Eugenia, que defendia que as deficiências do povo brasileiro e sua inferioridade ocorriam por causa da miscigenação entre brancos e negros, mas que isso poderia ser revertido caso houvesse o branqueamento da população, pensamento que teve como representante Oliveira Vianna.
Outro pensamento muito frequente era o de que, de miscigenado que era, o povo brasileiro havia conseguido a tão sonhada democracia racial, pensamento apoiado por Gilberto Freyre.
As notícias sobre as pesquisas e teorias desenvolvidas por Gilberto Freyre chegaram até a UNESCO, que decidiu desenvolver mais pesquisas no Brasil, buscando verificar a veracidade das informações que diziam que “no Brasil não há preconceito” e que “no Brasil há democracia racial”.
Assim, a UNESCO desenvolveu pesquisas nos estados de Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife entre 1951 e 1952. A intenção seria transformar o Brasil em um laboratório de civilização, por meio do qual se buscava problematizar questões relacionadas ao holocausto, à persistência do racismo nos EUA e na África do Sul, para a Guerra Fria e para a descolonização africana e asiática.
A conclusão à qual se chegou foi a de que a democracia racial no Brasil se tratava, na verdade, de um mito. O que havia, de fato, era uma tolerância do negro na sociedade brasileira, e que isso jamais seria considerado igualdade, pois o passado de escravidão desse povo ainda pesa sobre seus descendentes mesmo nos dias de hoje.
Você reconhece essa realidade? Veja a pesquisa a seguir, na qual é feita uma trajetória da população negra no Brasil e demonstra, por meio de estatísticas, qual é a realidade do brasileiro afrodescendente.
Artigos
Qual é, na sua opinião, a imagem que o brasileiro negro possui hoje em dia entre seus compatriotas? O que você acha dessa imagem?
Compartilhe no fórum sua opinião!
Para participar, acesse o fórum, disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
No Brasil, 51% da população são formados por negros. No entanto, as informações levantados para o banco de dados mostram que, apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país. Exemplo disso é que os negros representam apenas 20% dos brasileirosque ganham mais de dez salários mínimos. A população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país.
Fonte: SAE (http://www.sae.gov.br/site/?p=11130#ixzz32vSytqR2)
AULA 5
Nesta aula falaremos sobre as primeiras tentativas de políticas públicas nas décadas de 1980, 1990 e 2000, sobre a história da emergência dos movimentos sociais negros e indígenas e o papel dos novos sujeitos na educação. Faremos, ainda, uma análise das ações afirmativas e seus aspectos históricos e conceituais, além de abordar a questão dos negros e brancos em livros didáticos.
Pode causar certo estranhamento, mas as primeiras iniciativas de se estabelecer políticas públicas voltadas para o combate às desigualdades sociais só aconteceram a partir de 1980. Essas políticas são, portanto, muito recentes, mas tiveram o apoio da Constituição de 1988, que revolucionou as bases legais da defesa dos direitos humanos no país e também reconheceu os princípios de tolerância, do multiculturalismo e da dignidade individual.
O primeiro passo dessas políticas públicas foi o de abordar, juntamente com a sociedade, a História da emergência dos movimentos sociais negros e indígenas, levando em conta, antes de qualquer coisa, o movimento histórico e político dos movimentos sociais.
A escola sempre foi um espaço muito eficaz para a disseminação de ideologias, sejam elas boas ou más, então, a escola foi um importante instrumento usado para inserir o negro e o indígena naquela sociedade que os segregava. É claro que a escola não poderia ser a única ferramenta de conscientização, mas devemos reconhecer que é um espaço privilegiado para a intervenção e combate ao racismo.
A partir da perspectiva histórica, o assessor especial da Secretaria de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Edson Lopes Cardoso, analisa a legitimidade de ações afirmativas em prol da igualdade de oportunidades no Brasil no vídeo a seguir. Não perca!
Você tem acompanhado as discussões relacionadas à iniciativa de implantação de ações afirmativas para a inclusão social de negros? Esse é um assunto que tem gerado muita polêmica. Pesquisas do IBGE demonstram que Negros possuem desvantagem educacional em todas as regiões e Estados do país.
Qual a consequência dessa desvantagem educacional na busca por melhores oportunidades de vida? O artigo a seguir abordará a questão das ações afirmativas sob o prisma dos Direitos Humanos. Veja:
A luta pela implantação das ações afirmativas é um mérito do histórico protagonismo do Movimento Social Negro Brasileiro. É certo que há quem diga que estipular ações afirmativas para negros já seria, por si só, uma forma de dividir a população brasileira entre fenótipos, atestando a incapacidade do cidadão negro de se chegar à Universidade.
Mas, em um contexto onde a maior parcela da população negra provém de escolas públicas e quando se sabe as carências do Ensino Básico Público no Brasil, é certo que os negros não tenham a oportunidade de ingressar na Universidade porque não tiveram formação básica de qualidade? Reflita a respeito.
Observe a imagem a seguir:
Fonte: (http://sociologianoensinopublico.blogspot.com.br/2013/03/igualdade-nao-significa-justica.html). Acesso em 28/05/2014.
Com esta aula, pudemos entender que a promoção da Igualdade Racial intervém prioritariamente – e é muito bom que assim seja – sobre as consequências materiais do racismo; que embora os prejuízos simbólicos se manifestem também materialmente, explodir a carga de negatividade associada à imagem negra e romper com a naturalização de crenças e valores discriminatórios exigem mais do que ação política em sentido estrito: demandam vasta e consistente ação cultural capaz de mobilizar vontades individuais e coletivas e de construir novos sentidos de justiça e de democracia na vida social.
AULA 6
Para concluirmos esta disciplina, falaremos sobre a trajetória e a resistência do povo negro às imposições da cultura branca, os estereótipos presentes inclusive nos materiais didáticos e, aproveitando esse gancho, vamos debater as principais críticas ao sistema educacional.
Por que será que, em nosso cotidiano, é tão raro ter notícias de personalidades negras e seus feitos para a sociedade brasileira? Será que é porque essas pessoas não existem?
Óbvio que não é essa a razão.
Isso ocorre porque há uma tendência muito antiga de retratar a História da humanidade sob o ponto de vista europeu. Em consequência disso, surgiu, no Brasil, a ideia de que, para ser considerada uma nação civilizada, a História do Brasil deveria ser contada de modo a omitir qualquer resquício de influência da cultura africana na formação da cultura brasileira.
Como consequência disso, a população negra brasileira tem sua autoestima diminuída, por falta de referências de personalidades com as quais se identificar. Além disso, a omissão dessas personalidades faz com que cresça entre a população geral a ideia de que o negro em nada contribui para a formação da cultura nacional, gerando uma série de preconceitos com relação à população negra, que, como representa praticamente metade do total a população brasileira, ocasiona um preconceito contra o povo brasileiro de maneira geral, fazendo com que o sentimento de inferioridade do povo brasileiro se generalize.
Você já ouviu falar em algum dos nomes a seguir?
André Rebouças
Antônio Pereira Rebouças Filho
Lélia González
Milton Santos
Maria Beatriz do Nascimento
Você consegue imaginar quem eram? Por que o nome deles não é tão popular?
Seria interessante que você fizesse a leitura do livro de apoio desta disciplina - “Desigualdades de gênero, raça e etnia” - para que você tenha um panorama mais completo da situação que estamos delineando:
Livro
Para entender a importância do multiculturalismo para a formação da identidade individual de cada brasileiro e para a formação da identidade nacional, de modo geral, leia o artigo a seguir!
Após muitas lutas, a cultura negra é considerada, nos dias atuais, como parte fundamental da cultura brasileira.
Ao longo dos anos, a história do Brasil conta com a presença de representantes da raça negra. Foram pessoas que ajudaram não somente na construção da nação brasileira, mas também levaram o nome do nosso país para além das nossas fronteiras.
Conheça a seguir um pouco mais sobre a vida de algumas personalidades negras que marcaram a história do nosso país. Nossa sexta aula chegou ao fim e, com ela, o fim a disciplina de Estudo das Relações Étnico-Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena.
Os conhecimentos que você adquiriu com esta aula podem (e devem) ser compartilhados com mais pessoas, de modo que se instale na sociedade brasileira a cultura da tolerância e do respeito às diferenças. Então, não deixe de compartilhar as informações que você acabou de aprender!
Estudo de caso
	1) Como a professora pode abordar a cultura afro neste contexto?
2) De que forma a professora deve abordar em sala de aula que as diferenças devem ser respeitadas e promovidas e não utilizadas como critérios de exclusão social e política?
Data inicial: 10/04/2017 00:00:00
Data final: 20/05/2017 23:59:59
Como a professora pode abordar a cultura afro neste contexto? Enfatizando a importância histórica dos negros na sociedade e que grande parte da população brasileira é afrodescendente e que isso é motivo de orgulho para o Brasil, que todos tem potenciais e fraquezas independente da cor e da raça.
De que forma a professora deve abordar em sala de aula que as diferenças devem ser respeitadas e promovidas e não utilizadas como critérios de exclusão social e política? e desenvolver ações educativas afim de trabalhar a socialização e a conscientização, através de atividades que envolvam a cultura e a história afro e evidenciando toda a importancia e conhecimento que estes povos nos passaram.

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