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FLEXÃO FLEXÃO Flexão é a deformação sofrida por um elemento estrutural devido a ação de um momento fletor. Momento Fletor é um momento que faz com que as seções transversais de um elemento estrutural girem em torno de eixos que são paralelos às seções e que, ao mesmo tempo, são perpendiculares ao eixo longitudinal, que passa pelo centro de cada seção do elemento O Eixo Longitudinal é a linha que une os centroides de todas as seções transversais do elemento. Com a deformação, o Eixo Longitudinal assume a forma de uma curva plana Eixo assume a forma de uma curva plana Eixo Longitudinal A flexão pode ser provocada por cargas aplicadas perpendicularmente ao eixo longitudinal de um elemento, ou por conjugados (momentos) que atuam em torno de um eixo perpendicular ao eixo longitudinal. A flexão é uma solicitação típica de vigas e eixos de transmissão. Vigas são elementos estruturais delgados que suportam carregamentos aplicados perpendicularmente ao seu eixo longitudinal. Eixos de transmissão são casos particulares de vigas, pois suportam carregamentos aplicados à sua direção longitudinal e ainda podem transmitir movimento e potência. Em geral, as Vigas são barras longas e retas, com área de seção transversal constante e classificadas conforme o modo como são apoiadas. Assim tem-se: Viga simplesmente apoiada – é suportada por um vínculo fixo em uma extremidade e um apoio simples na outra extremidade. Viga apoiada com extremidade em balanço – viga na qual uma ou ambas as extremidades ultrapassam os apoios, ficando tais extremidades em balanço. Viga em balanço – é uma viga que possui uma extremidade engastada, enquanto que a outra está livre, ou seja, não possui apoio. Em função dos carregamentos aos quais estão submetidas, as Vigas desenvolvem, internamente, dois tipos de cargas: um Esforço Cortante (força cortante ou força cisalhante) e um Momento Fletor. Em geral, tanto o Esforço Cortante (V) como o Momento Fletor (M) variam de ponto para ponto ao longo do comprimento da viga. Assim, normalmente, o projeto de uma viga é baseado na análise desses dois tipos de solicitações V e M. Então, um dos primeiros passos no projeto de uma viga é justamente a determinação dos esforços internos, Esforço Cortante (V) e o Momento Fletor (M), que atuam em cada seção e ao longo do comprimento da viga. Um modo de fazer isso é encontrar uma equação para V e para M em função de uma posição arbitrária x, ao longo do comprimento da viga, tal como no exemplo a seguir. −= xLwV x 2 .)( ( )2)( ..2 xxL wM x −= Obtendo-se as equações de V e M em função de x para todo o comprimento da viga, as mesmas podem ser representadas em gráficos denominados Diagramas de Esforço Cortante e Momento Fletor. Diagrama de Momento Fletor → Diagrama de Esforço Cortante → −= xLwV x 2 .)( ( )2)( ..2 xxL wM x −= Os valores máximos tanto de V como de M podem ser obtidos diretamente desses diagramas. Em geral, as expressões de V e de M são descontínuas, ou seja, as equações mudam ao longo do comprimento da viga. A mudança ocorre a partir dos pontos onde há uma mudança no carregamento. Na viga mostrada a seguir, por exemplo, há três equações de V e três equações de M, pois há três trechos com carregamentos distintos: AB, BC e CD. Por essa razão, as equações de V e de M devem ser determinadas para cada trecho da viga Convenção de Sinal para Vigas A fim de padronizar os cálculos, é fundamental a adoção de uma convenção de sinal, de modo a definir quando V e M serão positivos ou negativos As direções positivas são as seguintes: - Esforço Cortante interno positivo V provoca uma rotação em sentido horário no seguimento da viga no qual atua; - Momento Fletor interno positivo M causa compressão nas fibras superiores e tração nas inferiores. FLEXÃO EM VIGAS RETAS Uma viga reta é aquela cujo eixo longitudinal (linha que une os centroides de todas as seções transversais da viga) é uma linha reta. Para estudar os efeitos da flexão em vigas retas serão adotadas as seguintes considerações: - O material da viga é homogêneo e isotrópico; - A seção transversal da viga deve ter pelo menos um eixo de simetria; - O momento fletor ao qual a viga está submetida deve atuar em torno de uma linha central perpendicular ao eixo de simetria da viga inicialmente, para entender como se comporta uma viga submetida à flexão, vamos analisar um elemento prismático reto, feito de material altamente deformável, com seção transversal quadrada, marcado por linhas longitudinais e transversais, que formam um reticulado, e que será submetido a um momento fletor M. - As linhas longitudinais se tornam curvas e as linhas transversais permanecem retas; Ao se aplicar o momento fletor M ao elemento, as linhas do reticulado tendem a se deformar segundo o padrão mostrado na figura. A partir desse simples experimento, observa-se o seguinte: - Também observa-se, que há um alongamento das fibras do material na parte inferior e um encurtamento na parte superior; Fibras Encurtadas Fibras Alongadas - Conclui-se que entre essas duas regiões deve existir uma superfície, denominada superfície neutra. - Na superfície neutra não haverá mudança nos comprimentos das fibras longitudinais do material. Superfície Neutra APÓS A DEFORMAÇÃO ANTES DA DEFORMAÇÃO Fibras Encurtadas Fibras Alongadas Superfície Neutra A partir das observações anteriores, vamos procurar agora aplicá-las a um caso mais geral. Para tanto, primeiramente, vamos estabelecer um elemento reto, com seção transversal genérica qualquer, orientado de acordo com um sistema de eixos x, y e z, estabelecidos de acordo com a regra da mão direita. Observação: Embora a seção transversal seja genérica, vamos considerar que ela possua pelo menos um eixo de simetria, no caso, o eixo y. 1) O eixo longitudinal x, situado na superfície neutra, não sofre qualquer mudança no comprimento e assumirá a forma de uma curva plana localizada no plano de simetria x-y; Admitindo que as observações anteriores sejam válidas, é possível estabelecer três premissas sobre o modo como o momento fletor M deformará o material: 2) As seções transversais da viga, que eram planas antes da flexão, permanecem planas após a flexão; 3) Qualquer deformação da seção transversal dentro de seu próprio plano será desprezível. O eixo z que se encontra no plano da seção transversal e em torno do qual a seção gira é denominado de eixo neutro. Seções Planas, permanecem planas ANTES DA DEFORMAÇÃO APÓS A DEFORMAÇÃO Para mostrar como o material se deformará, isola-se um segmento da viga de comprimento Δx, situado a uma distância x de uma das extremidades da viga. Antes da flexão, ds=dx. Quando o momento fletor M deforma o elemento, o ângulo entre as seções transversais torna-se dθ Com isso, a fibra ds sofrerá uma contração e assumirá o valor ds’ Tanto ds como ds’ podem ser obtidos em função do raio de curvatura ρ e do ângulo dθ θρ θρ dyds ddxds ).(' . −= == ds dsds − = 'ε Para mostrar o que ocorre após a flexão, vamos identificar uma fibra de comprimento ds, situada a uma distância y da fibra dx da viga. θρ θρθρε d ddy −− = ).( Substituindo-se as equações de ds e ds’, na equação da deformação específica ε tem-se: θρ θρθθρε d ddyd −− = . ρ ε y−= A partir da equação anterior pode-se tirar algumas conclusões sobre a deformação específicaε : - Seu módulo é diretamente proporcional a y, ou seja, ela é máxima nos pontos em que y é máximo,; -Seu módulo é inversamente proporcional a ρ ; -Ela é negativa para valores positivos de y, e positiva para valores negativos de y. Realizando-se as devidas simplificações e resolvendo a equação chega-se uma equação para ε : Se a seção transversal permanece plana após a flexão, é uma indicação de que ela simplesmente gira em torno do eixo neutro. Diante desse fato, é possível estabelecer uma relação entre a maior deformação específica εmax e a deformação específica de qualquer outro ponto da seção ε, por meio de uma simples semelhança de triângulos: maxεε ⋅ = c y yc εε =max Isolando-se ε chega-se: max.σσ = c y Chega-se a uma primeira equação para a tensão, dada por: E e E max max σ εσε == Admitindo-se que as tensões e as deformações internas não superem o limite de proporcionalidade do material, pode-se fazer uso da Lei de Hooke. Assim: Ec y Ec y max max .. σσεε =⇒ = Substituindo-se essas expressões na equação anterior e fazendo-se as devidas simplificações: A ao se analisar a equação anterior, observa-se que a tensão σ só pode ser determinada se conhecermos a posição do eixo neutro, uma vez que: - Y, que é a posição da fibra onde atua σ, é medida a partir do eixo neutro z; - c, que é a posição da fibra onde atua σmax, também é medida a partir do eixo neutro z. max.σσ = c y Outra observação que pode ser feita pela análise da equação anterior é que ela ainda não relaciona o efeito, a tensão, com a causa, o momento fletor M. 0==∑ xR FF 0.. max = ∫ A dA c y σ 0=⋅∫ dAσ Com relação à posição do eixo neutro, esta pode ser determinada a partir da aplicação da equação de equilíbrio na direção x, como será apresentado a seguir. 0== ∫∑ dFFx 0. ==∫ ∫ A A dAdF σ max.σσ = c y Mas então então Logo: Sabe-se que: 0. =∫ A dAy 0.max =∫ A dAy c σ A integral anterior nada mais é do que o somatório dos momentos de primeira ordem ou momentos estáticos das pequenas áreas dA em relação ao eixo neutro z. O resultado dessa integral só será zero, o eixo z for um eixo centroidal. Conclusão: o Eixo Neutro z é um eixo centroidal. Com relação à equação anterior, pode-se fazer a seguinte análise: -A tensão σmax não é zero, assim como c não é zero; -- Logo, o produto só resultará no valor zero, se: Como σmax e c são constantes tem-se que: MMM zzR == ∑)( ∫ = A dA c yyM ... maxσ c I M =maxσentãodAI A y∫= . 2 Estabelecida a posição do eixo neutro, é preciso agora relacionar a tensão com o momento fletor M. Essa relação pode ser obtida a partir da aplicação da equação de equilíbrio de momentos em torno do eixo neutro z: dAdF ⋅= σ ∫ ∫ == A A dA c ydFyM .. maxσ ∫= A dFyM . ∫= A dA c M y .2maxσ Logo, para que a equação anterior represente de forma verdadeira o valor de σmax, ou seja, uma tensão de compressão, torna-se necessário inserir um sinal negativo na frente da equação, de tal forma que ela pode ser escrita como: c I M −=maxσ c I M =maxσ Analisando-se a figura, observa-se que a tensão σmax é uma tensão de compressão. I cM . max −=σ c-Distância medida a partir do eixo neutro e perpendicularmente a este até o ponto mais afastado da seção transversal, onde ocorre σmax; σmax- Tensão normal máxima devido à flexão , que ocorre no ponto mais afastado do eixo centroidal ou eixo neutro M- Momento interno resultante determinado pelo método das seções e pelas equações de equilíbrio; I- Momento de inércia da área da seção transversal calculado em torno do eixo centroidal que coincide com eixo neutro; I yM . −=σ Então: Uma vez tendo-se uma equação para σmax pode-se também obter uma equação geral para a tensão de flexão em qualquer ponto da seção. Para tanto, basta substituir a expressão de σmax na equação geral de tensão σ, tal como apresentado a seguir: − = I cM c y ..σ − =⇒ = I cM c y c y ... max σσσ I yM . −=σ y- Distância medida a partir do eixo neutro e perpendicularmente a este até o ponto onde deseja-se determinar o valor de σ. σ- Tensão normal devido à flexão , M- Momento interno resultante determinado pelo método das seções e pelas equações de equilíbrio; I- Momento de inércia da área da seção transversal calculado em torno do eixo centroidal que coincide com eixo neutro; Assim, a equação que permite determinar a tensão de flexão para qualquer ponto da seção transversal de um elemento submetido a um momento fletor M é dada por: Onde: CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES Concentração de Tensões Fator de Concentração de Tensões Efeito da Concentração de Tensões Fator de Concentração de Tensões Slide Number 1 Slide Number 2 Slide Number 3 Slide Number 4 Slide Number 5 Slide Number 6 Slide Number 7 Slide Number 8 Slide Number 9 Slide Number 10 Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Slide Number 14 Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Slide Number 20 Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Slide Number 35 Slide Number 36 Slide Number 37 Slide Number 38 Slide Number 39 Slide Number 40 Slide Number 41 Slide Number 42 Slide Number 43